Disclaimer:
hm... eu tenho mesmo que dizer?
-vamos... diga...
mas... mas... ó.o
-diga! u.ú
nenhum dos personagens de Inu Yasha é meu! ;.;
-e precisa chorar? deixa de ser boba... --
--jogada no chão-- que cruel! u.ù------------
A/N: Mirror Fic; é necessário ler as duas partes, a contada pelaKagome e a pelo Inu Yasha,para fazer sentido.
De agora em diante todos os capítulos serão assim.
Gomen nasai. u.ù''
é a minha primeira fic, então, por favor, críticas construtivas (não destrutivas!) são muito bem vindas... o.o
kissu!
raine mizer
Capítulo 1 - O Fim
Kagome's Point of View
Por raine mizer
Eu deveria estar verificando se estavam todos bem. Eu sei que eu deveria, mas só de pensar que a Kikyou estava na floresta, logo atrás de mim, nos braços de Inu Yasha, em seus últimos momentos de vida - e que o que me incomodava não era o fato que ela iria morrer, mas o fato de que ela estava nos braços dele - eu estava ficando doente.
Me lembrei de uma outra vez em que eu havia desejado que a Kikyou morresse. Naquela época eu senti nojo de mim mesma, e achei que aqueles pensamentos só haviam tomado a minha mente porque eu estava cansada das batalhas e chateada com o Inu Yasha, mas esses sentimentos voltaram. Eu só queria que ela morresse logo, para que eu pudesse tomar o Inu Yasha em meus braços e consola-lo. Deus... Quando foi que eu me tornei essa pessoa?
Eu acho que, ao mesmo tempo que todas as batalhas pelas quais nós passamos aqui na era feudal me fortaleceram, elas me tornaram mais egoísta. Droga, o Kouga não parece bem... Eu realmente devia fazer alguma coisa. Mas eu estava deprimida demais para me mover, então eu simplesmente continuei sentada, rolando a jóia de quatro almas inteira nas minhas mãos, que, no momento, não eram minhas mãos, mas as mãos daquela outra Kagome, aquela que me assustava, mas não tanto como antigamente. Ela estava se tornando uma parte permanente de mim.
Eu acho que eu fui a primeira a escutar os passos dele quando ele voltou, e eu agradeci aos céus por ele estar de volta, porque eu não estava gostando do rumo que meus pensamentos estavam tomando.
"Inu...Yasha...", sussurrei quando vi seu rosto sereno, mas ele nem me olhou.
"Vamos... Vamos embora daqui." Ele disse para todos nós, mas sua voz não estava abalada, como nós esperávamos. Ela saiu firme e controlada e ele parecia simplesmente... Como eu posso dizer? Tranqüilo. Como se finalmente ele tivesse se redimido com a Kikyou, como se tudo estivesse acabado. Pensando bem, tudo estava acabado.
Isso me fez pensar no que eu irei fazer de agora em diante. Eu voltaria para a minha era e para a minha família? Será que o Inu Yasha me deixaria continuar aqui com ele? Eu não acho que minha mãe ficaria muito feliz se eu ficasse por aqui, mas o que me faz feliz a faz feliz, é o que ela sempre diz...
Quando eu percebi, todos já haviam se levantado, então eu finalmente parei o movimento com as minhas mãos e fui atrás deles.
Inu Yasha estava tão calmo. Acho que no fundo eu esperava que ele precisasse ser consolado. O que diabos estava acontecendo comigo? Eu queria ver o Inu Yasha sofrendo só para que eu pudesse colocar meus braços em volta dele?
"Estão todos bem?" eu perguntei mais para afastar os pensamentos da minha cabeça do que para saber se havia alguém ferido, e minha voz saiu um pouco mais trêmula do que eu esperava.
Sango, que estava dando apoio ao Mirok, murmurou uma afirmativa que serviu para os dois. Kouga estava em cima da Kirara, e pela primeira vez eu realmente olhei para ele. "Droga..." Como eu pude deixar aquilo passar? Ele estava pálido e seu corpo estava coberto de sangue e suor. Pela primeira vez eu notei que ele segurava as costelas, e percebi por debaixo dos curativos o quão machucadas suas pernas estavam.
Como ele conseguiu andar até o lago sozinho?
Me apressei para ajuda-lo, retirando os curativos que cobriam seus machucados e dizendo para ninguém em particular "Eu preciso de água.", água que o Inu Yasha se apressou para ir buscar. Eu acho que a nossa presença o estava incomodando.
Depois de terminar os curativos do Kouga – que estava com duas costelas fraturadas, ferimentos bem feios nas pernas e vários arranhões por seu tronco e membros – InuYasha falou, de repente parecendo muito perturbado "O que nós vamos fazer agora?".
Foi então que nós notamos que não estávamos andando para nenhum lugar definido. "Nós precisamos descansar.", disse Mirok simplesmente, e Inu Yasha acenou com a cabeça e começou a nos guiar pela floresta.
Nós andamos durante o que pareceu ser uma hora, até que chegamos no vilarejo da velha Kaede. "Vão descansar. Tem kits de primeiros socorros na minha mochila.", eu disse e comecei a andar.
"Kagome, aonde...?"
"A velha Kaede precisa saber o que aconteceu. Eu encontro vocês daqui a pouco."
Eu achei que a velha Kaede estaria no templo, orando por nós e por Kikyou, e acertei.
"Vovó Kaede?"
Ela fez uma reverência ao altar e se virou para me olhar nos olhos. Seu olhar estava indecifrável. Ela suspirou, "Tudo bem Kagome, eu já sei de tudo".
"Sinto muito..."
"Eu sei que não sente.", ela me disse e eu quase podia ver as chamas em seus olhos.
"O que você quer dizer com isso?"
Será possível que ela sabe o que se passou pela minha cabeça? Como ela pode saber se nem eu sei direito? Eu tive que me controlar absurdamente para não sair correndo do templo. Eu estava me sentindo completamente transparente.
"Kagome... Ciúme e inveja são sentimentos humanos, não adianta negá-los. Mas há algo errado..."
"O que você quer dizer com isso?", perguntei um pouco menos afetada do que da última vez. Droga, como eu quero sair daqui!
"Esses sentimentos estão presentes em todos os seres humanos, mas você...", pela primeira vez na nossa curta conversa eu não queria que ela tivesse se calado.
"O quê?"
Ela começou a se aproximar de mim, cautelosamente. Ela estendeu o seu terço e começou a murmurar um mantra.
"O que está fazendo, velha?!", gritei a empurrando para longe de mim, o que fez com que ela caísse e batesse seu quadril contra o degrau do altar. Ela deve ter fraturado alguma coisa, porque quando eu saí correndo, ela não tentou ir atrás de mim.
"O que está acontecendo comigo!"
Eu nem percebi aonde minhas pernas estavam me levando, e de repente me vi diante da árvore onde eu conheci Inu Yasha. Ele estava lá, e a Kikyou estava em seus braços. Eu senti como se meu coração tivesse sido esmagado em meu peito, mas de repente eu parecia incapaz de sair dali. Eu não conseguia parar de olhar. Kikyou traçou com as pontas dos dedos o contorno do rosto do Inu Yasha e, em seguida, pressionou seus lábios contra os dele.
Sabe quando você vê um acidente na beira de estrada, e por mais que você tente, você simplesmente não consegue evitar olhar? Pois era exatamente isso o que estava acontecendo comigo. Inu Yasha e Kikyou eram o acidente, a catástrofe, e eu não corri para buscar ajuda, eu só continuei lá assistindo à tragédia que estava se consumando na minha frente.
Quando Inu Yasha retribuiu o beijo, sem a suavidade de antes, mas com uma paixão efervescente, uma lágrima caiu dos meus olhos. Tem uma coisa sobre eu e as lágrimas: uma vez que eu começo a chorar, eu não consigo mais parar.
"Tem alguma coisa errada!", o meu me alertou cérebro querendo me devolver à razão, e minha cabeça finalmente despertou.
Kikyou está morta. Inu Yasha está ferido e descansando.
Vi a jóia de quatro almas sair do meu bolso, onde a havia deixado, e ela estava enegrecida. Eu fiquei congelada enquanto a jóia rasgava meu peito, entrando em meu corpo.
Senti como se estivesse sendo rasgada e queimada a ferro e eu acho que gritei, não tenho certeza.
"Como vai Kagome?", escutei uma voz conhecida me perguntar suavemente. De quem...? De quem é essa voz?
"Está tudo bem. Deixe ir. A dor vai desaparecer, se você simplesmente se entregar."
E por mais que algo me dissesse para não confiar naquela voz, a dor era muito intensa. Então eu me entreguei. Mas a dor não passou.
Quando eu voltei a mim, não estava mais na floresta. Eu estava naquele lago onde nós esperamos pelo Inu Yasha, logo depois da batalha.
"O quê...", eu comecei, mas falar consumia tanta energia que eu decidi parar.
"Shhhh... Tá tudo bem Kagome. Eu estou aqui. Me desculpe. Por favor, me desculpe."
Eu segui essa voz e percebi que eu estava deitada no colo do InuYasha, que parecia extremamente aliviado por algum motivo. Eu me lembrei da cena que eu havia visto na floresta, entre o Inu Yasha e a Kikyou, e por mais que aquilo doesse no meu coração, eu não sentia ódio, eu não sentia ciúme.
"Me perdoe, Kikyou", sussurrei.
Vi os olhos de Inu Yasha se inundarem e quando a primeira de suas lágrimas caiu sobre o meu rosto, eu desmaiei de novo. "Tá tudo bem Kagome", as palavras continuaram ecoando na minha cabeça... Sim, Inu Yasha, agora está tudo bem.
