Disclaimer:
hm... eu tenho mesmo que dizer?
-vamos... diga...
mas... mas... ó.o
-diga! ù.ú
nenhum dos personagens de Inu Yasha é meu! ;.;
-e precisa chorar? deixa de ser boba... --
--jogada no chão-- que cruel! u.ù------------
kissu!
raine mizer
Capítulo 1 - O Fim
Inu Yasha's Point of View
Por raine mizer
Depois que a Kikyou se foi, eu não tinha mais nada a fazer, senão voltar para os meus amigos. Eu não estava triste. Finalmente tudo estava acabado: Narak foi derrotado, a Kikyou já não sofria mais e estavam todos bem.
Eu tentei me apressar para voltar, porque todos, inclusive eu, estavam muito feridos e cansados por causa da batalha. Todos nós, exceto a Kagome que, eu não sei como, conseguiu escapar só com um pequeno corte no braço esquerdo. Ela está bem, Inu Yasha... Relaxa..
Suspirei
Quando eu cheguei a beira do lago, estavam todos absorvidos em seus próprios pensamentos. Kouga estava apoiado na Kirara, dormindo, e Mirok, que estava deitado no colo da Sango, também parecia adormecido. Kagome estava sentada brincando com a jóia completa em suas mãos, e se virou, sem parar o movimento com as mãos, quando ouviu meus passos.
"Inu...Yasha...", ela sussurrou, mas eu ignorei. Tínhamos passado por muita coisa nas últimas horas, e a paz que estava no meu coração não era tão resistente assim. Eu temia que ela fosse quebrada pelo doce sorriso da Kagome, e que eu desmoronasse ali mesmo, na frente de todos.
"Vamos... Vamos embora daqui.", eu disse, de repente não querendo mais estar em nenhum lugar próximo de onde tudo aconteceu.
Nós começamos andar floresta adentro, imersos em nosso silêncio, em nossas dores. Depois de mais ou menos meia hora de caminhada, ouvi a voz trêmula de Kagome "Estão todos bem?"
Sango e Mirok responderam com um murmúrio afirmativo e eu acho que eu só grunhi, não tenho certeza.
"Droga...", eu ouvi Kagome dizer e, quando acompanhei seu olhar, vi Kouga, que estava lutando para não perder a consciência.
Kagome disparou em sua direção e, analisando seus machucados, disse "Eu preciso de água."
Me apressei para buscar a água, porque só de ouvir sua voz, eu estava fraquejando. Lembrei do que a Kikyou falou antes de morrer "Fale para Kagome seu sentimentos por ela. Ela não vai esperar você pra sempre."
Droga, Kikyou! Que belo soco no estômago você me dizer isso antes de morrer!
Depois que eu voltei com a água, Kagome começou a trabalhar imediatamente nos ferimentos do Kouga. De repente eu me toquei: aonde diabos nós estamos indo? O que nós vamos fazer agora? Tudo acabou. Para onde nós vamos? Não é como se nós tivéssemos um lar para o qual voltar. Bom, a Kagome tem um lar para o qual voltar. Droga, será que ela vai voltar para a era dela?
"O que nós vamos fazer agora?", eu me peguei pensando alto, algum tempo depois. Pelos olhares que eu recebi, todos pensaram que a minha pergunta havia sido algo como "Para onde nós estamos indo?", e não o que realmente estava na minha cabeça, que era um pouco mais desesperado, como "Qual o objetivo das nossas vidas insignificantes agora!"
"Nós precisamos descansar.", disse Mirok simplesmente. Eu acenei positivamente com a cabeça e me virei, para que ninguém percebesse o quão perturbado eu estava.
Isso, Mirok, uma coisa de cada vez, primeiro descansar, depois descobrir o que nós vamos fazer com as nossas vidas miseráveis.
Comecei a andar para oeste, onde era o vilarejo da velha Kaede e, mais ou menos uma hora depois, nós chegamos e eu percebi como estava cansado. Todos os músculos do meu corpo doíam, eu tinha um machucado profundo nas costas e diversos arranhões pequenos, daqueles dos quais você definitivamente vai se lembrar toda a vez que se molhar.
"Vão descansar. Tem kits de primeiros socorros na minha mochila.", Kagome disse e começou a andar em direção ao templo.
"Kagome, onde...?"
"A velha Kaede precisa saber o que aconteceu. Eu encontro vocês daqui a pouco.", ela disse simplesmente e continuou andando.
Nenhum de nós pensou em impedi-la, Deus, estávamos tão cansados!
Fomos para a cabana onde sempre ficamos quando estamos no vilarejo, e eu carreguei Kouga, que tinha adormecido de novo, até a esteira mais próxima e me joguei na outra. Shippou e Kirara estavam dormindo, assim como Mirok e Sango, que haviam se ajeitado nas outras esteiras.
Fechei os olhos e tentei pegar no sono, fiquei rolando de um lado para o outro, tentando achar uma posição confortável, mas o sono simplesmente não vinha.
Algum tempo depois eu desisti de dormir e decidi ir dar à velha Kaede o recado de Kikyou e, quem sabe, trazer a Kagome de volta. Ela podia não estar ferida, mas eu sabia que ela estava tão exausta como nós. Ela estava demorando a voltar.
Fui até o templo onde a velha estaria orando como sempre e, quando entrei, Kagome não estava lá.
A velha Kaede estava jogada no chão, tentando se levantar
"Velha Kaede!", me apressei para ajudá-la.
"Inu Yasha... Ele está dentro dela! Não deixe que ele a domine!"
"Do quê você está falando, velha!"
"Narak... Quando ele percebeu que ia perder, ele fez um corte no braço esquerdo da Kagome, colocou dentro dela parte do seu sangue. Se o Naraku conseguir dominar a Kagome, ele voltará, ainda mais forte."
"O quê você está me dizendo!"
Droga! Não é possível que o desgraçado não tenha morrido! Eu já estou ficando de saco cheio disso!
"Ele está conseguindo, Inu Yasha! Você tem que encontrá-la! Leve o meu rosário. Eu vou te ensinar um mantra e quando você a vir, recite o mantra, e tire o sangue de Narak de dentro dela."
"Como você espera que eu faça isso, velha!", perguntei irritado pela falta de informações precisas.
"O Sangue de Narak está se multiplicando dentro da corrente sangüínea da Kagome. Você tem que fazer o sangue sair."
"Eu tenho que matá-la!", perguntei, horrorizado.
"Não. Faça ela sangrar até que todo o sangue de Narak saia do seu corpo."
"E como diabos eu vou saber qual é o sangue dela e qual é o sangue do Narak!"
"O ferimento vai estancar depois que o sangue de Narak sair. É isso que o mantra faz."
A velha começou a me falar o mantra e eu tive que me esforçar para prestar atenção. Não era um mantra tradicional, mas nada muito difícil de lembrar. Droga, Kagome, como eu não percebi?
Saí depressa do templo e segui o cheiro da Kagome até a árvore onde tínhamos nos encontrado pela primeira vez.
Quando eu cheguei, ela estava sentada no chão, rosto virado para o céu. Eu podia ver uma trilha de lágrimas que ainda escorriam pelas suas bochechas.
"Kagome...", eu disse dando um passo adiante.
Ela virou seu rosto na minha direção e sua expressão me assustou.
"Como está, Inu Yasha?"
"Narak, seu cretino! Deixe ela em paz!"
Ele deu um de seus sorrisos maníacos.
"Não se preocupe, Inu Yasha... Eu não pretendo ficar no corpo dela. Eu tenho um corpo muito mais resistente esperando por mim, mas, infelizmente, eu preciso do poder espiritual dessa menina para voltar. Você realmente me matou dessa vez, você sabia, Inu Yasha?
"Desgraçado!", disse, desembainhando a tetsusaiga.
Ele só riu, e no momento seguinte, não estava mais lá.
Mais uma vez, comecei a perseguir o cheiro da Kagome, que estava enfraquecendo cada vez mais, enquanto o do Narak se intensificava.
Eu os encontrei no lago, onde Kagome e os outros estavam descansando, logo depois da batalha.
Havia um cadáver de um youkai que costumava ser um servo de seus servos na margem e Narak estava ajoelhado ao lado dele.
"Inu Yasha... Me surpreende que você ainda tenha energia para me seguir até aqui. Mas, por mais que eu ainda esteja fraco, você não vai resistir a uma batalha comigo e, eu acho que você sabe disso."
Era verdade. Eu ainda não tinha me recuperado da batalha anterior e, quando eu peguei a tetsusaiga na floresta, minha energia era tão fraca, que ela nem se transformou.
De repente, eu me senti sufocar. Olhei ao meu redor, e percebi que raízes que brotavam da terra estavam enroladas em volta do meu corpo, apertando o meu pescoço.
Narak estava com uma das mãos enfiadas na terra, usando a energia de Kagome. Droga, eu não sabia que ele podia controlar essas coisas.
"Ah, Inu Yasha!", Narak suspirou, enquanto ria, "Você está pior do que eu pensava!"
As raízes apertaram mais e minha visão se resumiu a um pequeno ponto de luz.
Você não pode desistir! Você prometeu à Kikyou! Quer que a Kagome morra nas mãos desse canalha, como ela! O que você está fazendo, Inu Yasha! Ela conta com você! Reaja!
Minha visão voltou e, quando eu notei, estava livre das raízes, em cima do Narak.
Dizem que uma pessoa é capaz de tudo, quando desesperada. Eu descobri isso naquele momento. Sem hesitar, enfiei minhas garras fundo em seu peito e, no momento seguinte, despertei.
Não era completamente o Narak. O espírito era do Narak. O corpo da Kagome.
"Vai matá-la, Inu Yasha? Que patético..."
Mas eu podia perceber que ele estava enfraquecendo, então enfiei minhas garras mais profundamente e um jorro de sangue azul espirrou.
"Seu maldito!"
Narak começou a rir e aquilo me desconcertou. Quando olhei para as minhas mãos, vi sangue vermelho.
O sangue de Kagome nas minhas mãos.
Ao ver minha expressão aterrorizada, Narak começou a rir mais, e eu travei.
Ela está sangrando. Ela vai morrer.
Eu agradeço àquela minúscula parte do meu cérebro que nunca perde a calma e que raramente se manifesta, pois foi ela quem me lembrou do o rosário da velha Kaede.
Alcancei o rosário, que estava pendurado na faixa da minha roupa e comecei a recitar o mantra.
Os olhos de Narak se arregalaram e ele disse tentando não soar assustado "Acha... Acha mesmo que isso vai funcionar, Inu Yasha! Um mantra velho e fraco como esse?"
Eu continuei a recitar o mantra, me concentrando em cada palavra. Embaixo de mim, Narak começou a se debater até que, com um gemido, ele parou de lutar.
Olhei para baixo e não vi mais Narak. Agora quem jazia lá era somente Kagome, e o ferimento em seu peito havia dado lugar a uma cicatriz. A cicatriz que eu havia feito.
Não sei exatamente o que aconteceu, mas no momento seguinte, eu estava chorando descontroladamente, segurando Kagome em meus braços, com medo de que ela não estivesse realmente bem. Medo que eu a tivesse matado.
Por mais que eu checasse a sua pulsação e ela estivesse normal, eu não conseguia parar.
Quando eu finalmente me controlei, arrumei a Kagome de modo que ela ficasse deitada em meu colo, e fiquei sentado lá, simplesmente sentindo o seu peso e a sua respiração.
Alguns minutos depois, o ritmo de sua respiração mudou e ela abriu os olhos lentamente, mas não me viu.
"O quê...", ela começou, mas estava exausta demais para continuar.
"Shhhh... Tá tudo bem Kagome. Eu estou aqui. Me desculpe. Por favor, me desculpe.", eu sussurrei, extremamente aliviado que ela estivesse de olhos abertos.
Seus olhos ganharam foco e ela finalmente encontrou meu rosto. Não me esforcei para esconder as emoções que deviam estar brincando com a minha expressão.
Logo em seguida, ela fechou os olhos e sorriu.
"Me perdoe, Kikyou.", ela murmurou e meus olhos se encheram de lágrimas.
Logo em seguida ela perdeu a consciência de novo, mas só de ouvir a sua voz e ver seu sorriso, eu consegui forças para nos tirar daquela droga de lugar e nos levar para o vilarejo.
Eu prometo, Kagome. Eu nunca vou deixar nada te acontecer.
Fim do Capítulo 1
