Título: Descending of Dark
Ficwriter
: Kaline Bogard
Classificação
: yaoi
Pares
: YohjixKen, AyaxOmi
Resumo:
Mais uma vez os gatinhos se deparam com o perigo. Será o sobrenatural ou coisa pior?


Descending of Dark
Kaline Bogard

Capítulo III
Disfarces a prova...

Aya suspirou aliviado quando Ken lhe informou que descobrira um profissional que trabalhava com tatuagens removíveis.

(Ken) Ele dá garantia de uma semana, e então as cores começam a desbotar, mas tenho certeza de que não será preciso tanto tempo.

(Omi) Sim, com muito menos damos um jeito nisso.

(Aya) Hn.

(Ken) Depois eu te passo o endereço.

O ruivo concordou. Nesse momento Yohji entrou na sala de missões aparentando muito bom humor. Acabava de voltar do encontro com Leigh, e não podia ter notícias melhores.

(Yohji) BO-A TAR-DE...

(Ken sorrindo) Que alegria toda é essa?

(Yohji) Leigh. A garota acabou de entrar pros darkers. Eu consegui fazê-la soltar tudo. Inclusive a convenci de me levar na próxima reunião.

Os Weiss se surpreenderam com aquela revelação. Com certeza charme era uma das melhores armas em se tratando de obter algo. Quem não se renderia a um playboy tão boa pinta?

(Ken) Parabéns, Yohji.

(Yohji) Nhé, foi um golpe de sorte, isso sim. Depois de amanhã tenho um encontro marcado com essa seita, e aí, sayonara descending of dark...

(Omi) E welcome problemas com a Yakuza.

(Yohji)...

(Ken) Omi, descobriu quando o tal Koshiba virá?

(Omi sorrindo) Sim. Chegará depois de amanhã, e seguirá pela rota interestadual, creio que tentando despistar, e será recepcionado pelos darkers às dezoito horas na estação de Shibuya.

(Aya) Hn.

(Yohji) Vocês terão que interceptá-lo na interestadual. Será menos arriscado.

(Omi) Sabemos disso. O trecho entre os km 30 e 36 é perfeito. Pouco tráfego, nenhuma lanchonete ou restaurante, quase ninguém passa por ali.

(Ken) Bom.

(Omi) Já tenho a descrição com o tipo de carro e a placa. Sei que será fácil identificá-lo.

(Aya) Hn.

(Yohji suspirando) Tomem cuidado. Esses caras da máfia nunca andam sozinhos.

(Ken) Você também. Vai se enfiar em um ninho de vespas, e é melhor que esteja preparado para qualquer eventualidade.

(Yohji) Eu sempre estou.

(Ken) Você não tem jeito. Boa noite.

O moreninho escapuliu, pois se sentia cansado. Assim que saiu da sala, Aya e Omi voltaram seus olhos para o Weiss mais velho.

(Omi) E como foi no psicólogo?

(Yohji)... não sei.

(Aya)!!

(Omi) Como assim"não sei"?!

(Yohji) Não pude entrar durante a seção. E depois Ken não quis me dizer nada...

(Omi) Ele não falou mais em alienígenas?

(Yohji) Até agora não. E Ken terá outra consulta semana que vem. Parece que está dando resultados.

Os três respiraram aliviados. Finalmente tudo encaixava em seus devidos lugares.

oOo

No dia seguinte Aya e Omi foram ao tal tatuador. A loja do mesmo ficava na zona portuária de Hokkaido. Havia grande movimento, e logo os Weiss se viram no meio de jovens muito tatuados, cheios de piercings e os cabelos mais estranhos que já se viu.

(Aya) Hn.

Esperava que as tatuagens fossem MESMO removíveis...

(Omi) Tomara que não desconfiem por ser tatuagens típicas da máfia.

(Aya) Não creio que desconfiem...

E o ruivo dizia a verdade. Havia ali os mais variados e inimagináveis tipos de desenhos... provavelmente o tatuador não se assustava com mais nada.

Uma jovem vestindo roupas de couro preto muito justas e cabelos tingidos de verde limão berrante(1) se aproximou dos assassinos, abrindo um grande sorriso e fazendo o piercing em seu lábio superior se mover.

Omi sorriu ao ver a quantidade de brincos que a garota usava em cada uma das orelhas. Aquilo devia pesar uma tonelada.

(Garota) Em que posso ajudá-los?

(Omi) Temos uma hora marcada.

A mocinha foi até o balcão e pegou uma agenda de capa verde. Correu os olhos por ela e balançou a cabeça.

(Garota séria) São os tios das tatuagens removíveis, não é?

(Aya) "Tios"?

Com certeza ele não tinha idade e muito menos humor pra aceitar esse tipo de tratamento.

Bancando o relações públicas Omi deu um passo a frente.

(Omi) Somos nós mesmos.

Os clientes mais próximos ouviram a pequena conversa e se entreolharam. Acharam um desperdício alguém pensar em fazer uma tatuagem que saia com a água, mas enfim, não era da conta deles.

(Garota) Venham comigo. Eu mesma faço as tatuagens. Me chamem de Lis.

Os Weiss seguiram a garota até uma sala reservada ao fundo, fechada apenas por uma cortina preta. No cômodo havia uma cama estreita coberta por um plástico higiênico, duas poltronas e próximo a cama um balcão cheio de instrumentos que lembravam canetas, mas que possuíam agulhas nas pontas. Além de vários potes com diversos tons de cores.

(Lis) Qual dos dois será tatuado?

(Omi) Ele.

(Lis) Deite-se ali e tire a camisa. Vou pegar o material.

Aya obedeceu, enquanto Omi ia sentar-se em uma das poltronas.

Logo Lis voltou, trazendo em suas mãos um estojo quadrado muito bonito e várias folhas de sulfite.

(Lis) Estas são as fotos que vocês me enviaram por e-mail. Pelo que entendi é para uma peça de teatro, não é?

Omi e Aya trocaram um olhar cheio de cumplicidade. Estava provado que Ken fora criativo na desculpa para as tatuagens removíveis.

Desconhecendo esses pensamentos, a garota puxou um banquinho sentando-se ao lado de Aya e abrindo o estojo revelou os diversos pincéis de pontas extremamente finas e visivelmente rijas.

Lis pegou um dos pincéis e aproximou-o de Aya.

(Liz) Veja, vou trabalhar com esses pincéis. Eles não têm ponta de agulha por isso a tinta não penetra na pele. Por outro lado as cerdas são especiais e próprias para fazer um traço firme e bem definido.

(Aya)...

O ruivo gostou de ouvir a explicação. Aquilo provava que Liz era uma profissional séria acima de tudo.

(Liz) A tinta é um pouco mais forte que a usada normalmente, mas não é tóxica. As cores são vibrantes e se assemelham muito as tatoo definitivas.

(Omi satisfeito) Ótimo.

(Liz) Como eu disse no e-mail, garanto até cinco dias com as tatuagens nítidas, e mais uns dois dias começando a desbotar. Isso se não passar o sabonete diretamente sobre a pele. Mais de uma semana será possível ver que se tratada de desenhos removíveis.

O ruivo finalmente relaxou. Estava totalmente confiante de que não havia perigo de receber uma marca definitiva em seu corpo. Era a última coisa que gostaria...

(Omi) Nosso teatro não demorará mais de cinco dias. Espero que vá assistir.

(Liz pensativa) Oh, obrigada, mas creio que não vai dar...

Ela que não queria se envolver com esses caretas, mesmo sendo lindos de morrer...

A pobre garota nunca ia imaginar que era uma mentirinha inocente dita pelo loirinho com cara de anjo. Ah, se ela soubesse o quanto aquele jovenzinho era inteligente e dono de uma ótima capacidade de adaptação...

Omi sim deveria fazer teatro. Era um magnífico ator.

Ignorando tais fatos Liz levantou-se e escolheu um dos pincéis.

(Liz) Vamos lá. Esse será um trabalho longo... muito longo...

Aya suspirou quase ao mesmo tempo em que Omi.

Agora tinham apenas que esperar.

oOo

Anoitecia quando Aya e Omi regressaram para a Koneko no Sumu Ie. Yohji e Ken vieram recepcioná-los, demonstrando toda a curiosidade que sentiam, desejando ver como ficaram as tatuagens do ruivo.

(Ken) E então, Aya?!

(Yohji) Mostra logo!!

(Aya)...

Ignorou os companheiros e dirigiu-se as escadas indo refugiar-se em seu próprio quarto.

(Ken) Oh...

A decepção era óbvia.

(Omi) Ken tenha a certeza de que ficaram ótimas! Tão perfeitas que é impossível distinguir das verdadeiras.

(Ken) Mas... eu queria ver...

O moreninho reclamou e depois ponderou em silêncio por alguns segundos. Decidia se devia ir ao quarto de Aya e obrigá-lo a lhe mostrar os desenhos em seu corpo...

No entanto deu de ombros e desistiu. Não estava a fim de confusão.

(Yohji) Você fez um bom trabalho, Ken, descobrindo aquela loja de tatuagens.

(Omi sorrindo) Com certeza. Agora é esperar para colocar os disfarce a prova.

(Ken) Tome cuidado, Yohji.

(Yohji) Não se preocupe. Deixe tudo em nossas mãos.

O jogador balançou a cabeça concordando. A cada tarefa sabia que podia confiar mais em seus parceiros.

Ao nascer o novo dia a moeda da sorte seria lançada. E fariam de tudo para vencer mais aquela tarefa.

oOo

No dia seguinte Aya, Ken e Omi (vestidos para missão) foram os primeiros a sair em campo, pegando o carro do espadachim e ganhando a interestadual com destino ao trecho entre os quilômetros 30 e 36.

O lado direito da pista (sentido Tokyo) era dominado por um paredão natural, enquanto o lado esquerdo era cercado por um matagal mal cuidado que crescia de forma sinistra.

Logo escondiam o carro em um ponto estratégico e então só restava aguardar que o veículo certo se aproximasse. O movimento era praticamente nulo. Poucos viajantes utilizavam a rodovia mal cuidada, a não ser os que desejavam se esconder de algo, ou passar despercebidos.

Quase uma hora depois Ken deu o alarme, visualizando o carro que se aproximava veloz e solitário pela rodovia de mão única. Seguia com destino a Tokyo.

(Aya) Bombay.

(Omi) Entendido.

O loirinho tomou posição armado com a besta e tão logo o carro de Koshiba entrou no alcance de sua arma Omi disparou, mal fazendo mira.

Acertado em cheio, o pneu esquerdo dianteiro estourou, fazendo o motorista perder o controle do carro. Mas o jovem hacker agiu mais uma vez, acertando o dianteiro direito dessa vez.

Com ambos os pneus rodando sobre o aro, o motorista foi obrigado a frear desesperado queimando o asfalto, enquanto o carro descrevia um semi circulo parando muito próximo ao paredão natural.

Omi voltou os olhos para Aya, e o ruivo lhe fez um sinal.

(Aya) Atenção.

(Ken) Ok.

Os três avançaram entre as folhagens verdes, sem fazer barulho e sem chamar a atenção dos alvos.

Ambas as portas da frente do automóvel se abriram, e dois japoneses saíram. Eram altos, magros e tinham cabelos negros.

Vestiam roupas negras.

Mas era possível ver tatuagens bem singulares nos pescoços de ambos.

(Aya) Bombay...

Sem responder, Omi pegou vários dardos envenenados do estojo que sempre trazia consigo e lançou-os contra os guarda-costas do yakuza. Ambos morreram sem se dar conta.

(Omi) Neutralizados.

Removendo esse obstáculo, os Weiss avançaram e cercaram o carro, cientes de que poderiam surgir mais guarda-costas, porém isso não aconteceu.

Sentindo o perigo ao ver seus defensores caindo, Koshiba sacou uma pequena pistola e cometeu o ato inconseqüente de apontá-la na direção de Ken através da porta entreaberta.

Aya que vinha pela dianteira do automóvel acertou um violento chute contra a porta do mesmo, fazendo-a imprensar a mão do inimigo e obrigando-o a soltar a arma.

(Koshiba) AHHHHHHH!!

(Ken) Maldito.

O jogador aproximou-se sem receios e agarrou o yakuza ruivo pela gola da blusa, puxando-o para fora do carro.

(Koshiba) Quem são... vocês? Vão se arrepender disso, estão ouvindo??

Apesar dos insultos Koshiba estava em pânico. Os olhos azuis estavam arregalados e a face brilhava de suor frio.

(Aya) Siberian.

Ao ouvir a palavra indiferente, Koshiba entendeu que seus dias haviam chegado ao fim, e ele lamentou realmente não ter trazido mais guarda-costas... porém algo em seu íntimo lhe deu a certeza de que provavelmente não poderia vencer aqueles três garotos... anjos mensageiros da morte disfarçados em uma beleza quase sublime.

(Koshiba sorrindo) Anjos da morte...

Fechou os olhos e aguardou o golpe de misericórdia trazido nas garras afiadas do jogador moreno, num trocadilho infeliz apesar de despretensioso.

Os Weiss se entreolharam em silêncio. Fora muito mais fácil do que julgaram a princípio.

(Omi) Não se esqueça de pegar a carta, Abyssinian.

(Aya) Eu sei.

O espadachim vasculhou os bolsos de Koshiba até encontrar um envelope branco lacrado. Só podia ser aquele.

Sem precisar de mais ordens trataram de assumir suas novas tarefas antes que algum carro não esperado (e não bem-vindo) se aproximasse. Ken concentrou-se em trocar os pneus estourados do carro usado por Koshiba, enquanto Aya e Omi carregavam os corpos dos três yakuza e os escondia no meio da vegetação alta. Levaria tempo até que fossem encontrados, e até lá a missão já estaria completada.

Exatamente quarenta minutos depois Ken guiava o carro pela rodovia em direção a Tokyo, pretendendo logo pegar o desvio que o levaria seguramente as proximidades de Shibuya e conseqüentemente a estação de metrô.

Omi dirigia o carro de seu amante de volta para casa.

Às seis horas em ponto Aya e Ken chegavam a seu destino ao mesmo tempo em que Yohji saia de casa para pegar Leigh em um local combinado anteriormente.

oOo

O playboy terminou de se ajeitar. Não sabia que tipo de roupas vestir, e acabou decidindo-se por seu estilo usual de vestimenta: calça de couro preta e um top azul marinho muito justo. Colocou uma jaqueta preta por cima da roupa e deu-se por satisfeito.

Em algum lugar da casa um relógio disparou, anunciando as seis da tarde em ponto.

(Yohji) Ok, Balinese. Está na hora...

Pegou as chaves do carro e deu o fora.

Cerca de meia hora depois estacionou em uma pequena praça onde Leigh o aguardava. A ucraniana saltou para o automóvel e cumprimentou o playboy. Ela também vestia roupas escuras.

(Leigh) Você é pontual.

(Yohji) Nhé. Não gosto de deixar garotas esperando.

(Leigh sorrindo) Galanteador... muito bem: pegue a segunda à direita. Vamos para Shinjuko.

(Yohji) Hum... gosta de lugares perigosos?

(Leigh) Não sabe o quanto... relaxa que você vai curtir os darkers.

Ah, se Leigh soubesse da verdade, perceberia que aquele loiro não só gostava de perigo como se arriscava muito mais do que ela. E esses darkers que se cuidassem...

oOo

Ken guiou até o estacionamento do metrô, onde parou numa vaga ao fundo da garagem ampla e quase vazia. Apagou os faróis e deixou o motor morrer.

(Ken) Pronto.

(Aya) Hn.

Era exatamente seis horas. Não deviam fazer nada a não ser esperar.

Não precisaram esperar muito. Logo um dos dois únicos carros que estavam ali antes deles chegarem piscou os faróis três vezes.

(Ken sorrindo) Ali estão eles. Omi disse que eu deveria piscar três vezes em resposta, não é?

(Aya) É.

O moreninho fez sua parte do código. Logo as postas do carro inimigo se abriram e quatro homens saltaram. Três deles eram altos e fortes, visivelmente se tratavam de guarda-costas.

O quarto integrante era um tanto baixo, sendo muitos centímetros menor que Ken. Possuía pele clara e cabelos castanhos com fios grossos de aspecto meio sujos.

(Ken) E agora?

(Aya) Deixe que se aproximem e que falem primeiro.

(Ken) Ok. Aya, não se esqueça de sorrir... sorrir muito!!

(Aya)...

O ruivo não teve tempo de responder, pois os sujeitos se aproximaram. O mais baixo se debruçou na janela dos Weiss e abriu um sorriso.

Boa noite. Meu nome é Yuko Chitose. Venho representando o líder dos Descending of Dark, ou darkers se preferir. Nosso mestre pede muitas desculpas por não estar presente.

Fitou fixamente a face de Aya, esperando um sorriso ou um cumprimento, e não recebeu nenhum dos dois.

(Yuko)...

O baixinho empalideceu um tanto, e respirou fundo.

Ken engoliu em seco, preocupado com a possibilidade de Yuko não acreditar que se tratava de Koshiba.

No entanto tal fato não aconteceu.

(Yuko) Er... entendo que se ofenda com essa falta de cortesia de nosso líder... sei o verdadeiro motivo que o trouxe aqui, senhor Koshiba... e quero deixar claro que nenhum dos boatos tem fundamento... sua presença não é necessária e asseguro que...

(Aya) Não vim discutir isso com você.

(Ken)...

(Yuko) !!

A surpresa era óbvia na face de Yuko, e Ken teve que fazer um esforço supremo para não perguntar de que raios Aya estava falando... como o ruivo podia saber do que se tratava?!

Mas na verdade Aya estava apenas jogando um verde, e usando de muita psicologia (a convivência com Omi tinha lhe valido alguma coisa). Ao ouvir as palavras de Yuko, o ruivo se deu conta de que aquele homenzinho estava tentando se justificar de muitas coisas... e disso pode concluir duas coisas de grande importância:

1-A presença de Koshiba não era bem recebida pelo tal líder dos darkers, tanto que ele correra o risco de enfurecer a máfia recusando-se a recebê-lo na estação como era sua tarefa.

2-O objetivo de Koshiba era provavelmente descobrir algum podre do líder da seita, podia perceber isso nas palavras de Yuko: "sei o verdadeiro motivo que o trouxe aqui, senhor Koshiba... e quero deixar claro que nenhum dos boatos tem fundamento".

(Yuko) Tem razão... sinto muito... er... eu poderia ver a carta que...

Aya não deixou que o outro terminasse a frase. Era imperativo que Yuko continuasse temendo sua presença.

(Aya) Não é a você que devo entregá-la. Lembre-se de porque está aqui.

(Yuko)... como assim?!

(Aya) Veio apenas me recepcionar e me levar àquele...

Deixou as palavras soltas no ar. Aya não sabia o nome do líder e desconfiava que o verdadeiro Koshiba devia saber...

Os Weiss não perderam tempo tentando interrogar o cobrador da Yakuza, pois deduziram que ele não revelaria nenhuma informação importante nem sob tortura. Esses mafiosos eram treinados para resistir a dor.

(Yuko) Claro... claro...

Ken quase assobiou, surpreso por ver o sangue-frio de Aya ao comandar aquela situação, adaptando-se muito bem a mais uma tarefa. O moreninho aceitou que o ruivo era mesmo bom no que fazia. Não que duvidasse disso, mas no fundo ainda torcia para que tivesse sido Omi...

O barulho da porta abrindo cortou os pensamentos do jogador, que voltou a se concentrar no que acontecia: Aya descia do carro e se dirigia ao automóvel em companhia do yakuza. Nem mesmo se despediu.

(Ken baixinho) Boa sorte, Aya.

O disfarce do ruivo fora posto a prova, e pelo visto passara pelo primeiro teste.

oOo

Enquanto caminhava ao lado de Yuko em direção ao carro, Aya pensou num fato que acontecera e que quase deixara passar batido: havia toda uma preocupação do baixinho em se justificar... e a postura dele era de submissão e respeito...

Então Aya chegou à terceira e decisiva conclusão:

3-Koshiba não vinha ali como um simples braço direito. O yakuza estava munido de muito poder, e provavelmente até o próprio líder dos darkers teria que se explicar de alguma coisa...

Ora, ora, ora... qual seria o mistério desse novo líder dos darkers?

Era uma das coisas que Aya descobriria...

oOo

Yohji observou atentamente o local onde estavam: tratava-se de um grande galpão, mais cumprido do que largo em seu formato retangular.

Havia muitos jovens ali, provavelmente integrantes dos darkers.

Leigh se afastara um instante, dizendo que ia atrás de um dos responsáveis pelos novos membros da seita.

Enquanto isso o playboy analisava tudo o que podia: aquela se tratava de uma construção sólida e resistente. Havia duas grandes portas laterais na parede da esquerda e uma na da direita.

No entanto eles e os outros jovens entraram por uma portinha ao fundo do galpão, quase escondida em uma rua sem saída.

Yohji também percebeu que a grande parte daqueles jovens era de descendência ucraniana e muito bem de vida, diga-se de passagem. Usavam roupas de boa qualidade, com marcas caras.

(Yohji baixinho) Interessante...

Além das 'vítimas' serem das fileiras rivais ainda eram ricas...

Mas antes que pudesse continuar com as divagações Leigh se aproximou acompanhada de um japonês muito alto e mal encarado.

(Leigh) Este é Takezo. Ele vai levá-lo para se preparar. Todos os novatos passam por um 'batismo' antes de poder fazer parte do grupo.

O tal Takezo examinou o playboy de cima à baixo, terminando a vistoria por franzir as sobrancelhas de maneira intrigada.

Yohji não gostou nada daquele olhar. Disfarçou abrindo um sorrido de lado, o mais zombeteiro que pode.

(Yohji) O que foi? Gosta do que vê?

A isca fora jogada: era hora de por o disfarce a prova. E Yohji esperava sinceramente que Takezo engolisse com anzol e tudo...

Continua...


(1) ¬¬ E existe algum tom de verde limão que NÃO seja BERRANTE? -.-""