2º Capitulo

Presente inesperado

Acordou sentindo um ligeiro movimento ao seu lado na cama. Abriu os olhos, meia sonolenta, e quase teve um ataque ao vislumbrar o homem que se encontrava deitado ao seu lado.

"Draco!" – exclamou assustada, sentando-se na cama. – "O que raios estás aqui a fazer?"

"Bom dia para ti também Virgínia."

"Certo, bom dia. Agora diz-me o que fazes na minha casa, mais propriamente no meu quarto, estrategicamente deitado na minha cama, num domingo de manhã?"

Ele sorriu como de costume, e viu o loiro sentar-se na cama como ela havia feito.

"Não estava a fazer nada. Apenas tive insónia toda a noite e decidi que vinha visitar-te. Visto sua excelência não aparecer lá em casa há mais de uma semana."

"Tenho estado ocupada. As crianças do orfanato."

"Virgínia tens 23 anos, não devias de passar tantas horas a trabalhar."

"E devia de fazer o quê?" – questionou ela, levantando-se sobre o olhar atento do loiro. – "Nada? Como tu?"

"Não digo para não fazeres nada, mas esse trabalho no orfanato não te deixa tempo livre. Nem os amigos vais visitar mais. E eu não faço nada, eu sou auror lembras, não tenho culpa que estejamos em paz."

"Tu tiveste saudades minhas Draco Malfoy?" – perguntou sorrindo.

"Ora, não é isso." – Respondeu levantando-se. – "Mas era hábito ires lá a casa, e digamos que achei estranho não ires lá esta semana."

"Admite Malfoy, tu não vives sem mim."

"Bem, digamos que durante a guerra fui eu que aturei teus ataques de pânico e incerteza, teus melo – dramas. Acho que mereço um pouco de consideração."

Ela abanou a cabeça sorrindo, enquanto caminhava até ao loiro. Pôs-se em bicos de pés de modo a alcançar a face dele, e em seguida deu um beijo demorado na cara do loiro, que não se moveu um milímetro.

"Mas…porque é…."

"Considera isso uma recompensa. Agora sai do quarto que eu necessito de me vestir, e já que aqui estás podes ir preparando meu pequeno – almoço."

"Claro, vamos mandar o Malfoy trabalhar."

"Ora, tu sabes como eu gosto do leite."

"Vi, eu sou o único que sabe como tu gostas do leite."

Ela sorriu para o loiro, que saia do quarto e assim que ele fechou porta suspirou sozinha.

…..

Assim que entrou na cozinha viu o loiro com um avental em frente do corpo e não resistiu a ficar parada no lugar a observa-lo.

Draco era aquilo a que ela podia chamar de melhor amigo. Desde que ela terminara Hogwarts que ele sempre estivera perto dela. Durante a guerra Draco consolava-a, abraçava-a e deixava que ela chorasse horas a fio por causa do medo de perder alguém.

Mas mesmo sendo melhores amigos ela não conseguia deixar de ver como ele era o homem mais belo que ela conhecia.

O cabelo loiro que lhe chegava aos ombros, e que de vez em quando certas madeixas caiam para frente dos seus olhos cinza azulados. O corpo forte e musculado. O sorriso sarcástico que ele tinha quase sempre.

Era sem duvida alguma, belíssimo.

Viu ele virar-se para si e em seguida ouviu a voz arrastada dele dizer:

"O pequeno-almoço está pronto, faça o favor de se sentar."

Ela sorriu, e em seguida sentou-se na cadeira que Draco indicava. Viu ele sentar-se ao lado dela, e pegar numa das torradas. Em seguida o loiro passava doce de morango pela torrada, fazendo a ruiva revirar os olhos.

"Cada um come as torradas como gostas. Tu gostas delas secas, eu gosto delas muito doces."

"Deve de ser para equilibrar, visto seres o homem mais amargo que conheço."

"E tu a mulher mais doce que conheço."

Ginny sentiu-se corar violentamente, mas Draco não reparou, o que ela agradeceu. Há alguns meses que andava a pensar demais no loiro, há vários meses que andava a sonhar demais com o loiro. E ela odiava tal coisa.

"Hum, é verdade Virgínia, gostavas de ir comigo amanha á noite ao baile?"

"A qual baile Draco?"

"Ao que o Ministério vai dar, em honra do teu amado e idolatrado Potter, por há três anos atrás ele ter derrotado Voldemort."

"O Harry não é o meu amado, e eu não o idolatro."

"Que seja. Queres ir ao não?"

"Pensava que ias levar uma das tuas muitas mulheres."

"Autch! Isso doeu. Uma coisa é o Blaise dizer que eu tenho uma lista infindável, o que é mentira, de mulheres. Outra coisa é tu dizeres isso."

"Mas é verdade. Blaise tem razão, tu já deves de ter tido um caso com todas as mulheres á face da terra."

Ele sorriu de lado para a ruiva que bebia o leite calmamente e em seguida disse:

"Ainda não tive um caso contigo Vi, portanto essa teoria é infundada. Mas se quiseres dar-lhe fundamento sabes onde me encontrar."

A ruiva engasgou-se com o leite, o que fez o loiro rir.

"Deixa de ser imbecil."

"Afinal vens comigo amanhã ou não?"

"Sim vou."

"Óptimo. Virei buscar-te ás 18 e 30, até amanha Vi."

"Mas…já vais embora?"

"Tenho que ir. Vemo-nos amanhã." – Despediu-se desaparecendo em seguida.

….

Mas porque raio eu concordei em ir com ele? Mas porque raios vou eu a este baile? E que vestido vou levar? Ah odeio festas!

Sentou-se na cama olhando os inúmeros vestidos que já tinha tirado do armário. Encontrava-se ainda enrolada na toalha, quando a porta do quarto se abriu, e ela saltou de susto.

"Virgínia sou…." – Mas o loiro não terminou a frase, ao ver a ruiva sentada na cama, enrolada apenas numa toalha.

Seus olhos percorreram o colo dela, que se encontravam húmidos por causa dos cabelos ruivos extremamente molhados. Em seguida desceu os olhos por todo o corpo dela, e observou as pernas claras dela, sentindo a garganta seca no mesmo momento.

"Idiota, não sabes bater á porta?" – perguntou ela visivelmente incomodada com a situação.

"Desculpa, pensava que já estavas vestida. Afinal eu disse ás 18 e 30, e já são 18 e 50, já devias de estar arranjada." – Murmurou ele fixando os olhos dela, como nunca o tinha feito.

"Isso não é desculpa." – Disse a ruiva levantando-se e caminhando até ele. – "Sai, tenho que me vestir."

Ele assim fez, sem conseguir desviar os olhos da face húmida da amiga.

Assim que se sentou no sofá da sala da ruiva levou as mas mãos á cabeça. Mas o que é que estava a acontecer? Porque é que ele se sentia daquela maneira?

Minutos depois a ruiva aparecia na sala e Draco levantou-se do sofá depressa, observando a mulher que se encontrava á sua frente.

Devia de estar de boca aberta de tão fascinado que estava.

Virgínia vestia um lindo vestido azul-escuro, que lhe chegava á altura do joelho. O vestido era justo e tinha um decote arredondado, o que deixava ver claramente as curvas que ela tinha. Os ombros encontravam-se descobertos, pelo facto de o vestido ter umas alças finas.

O cabelo ruivo encontrava-se solto, e completamente cacheado. Encontrava-se maquilhada de uma maneira tão discreta, que Draco mal notava a sombra clara que ela pusera.

"Uau!" – foi tudo o que conseguiu dizer.

Ela sorriu, antes de ver o loiro oferecer-lhe o braço, minutos depois encontravam-se na enorme festa.

…..

"Virgínia, queres danças comigo?" – perguntou enquanto oferecia uma taça de champanhe á ruiva.

"Claro." – Murmurou simplesmente.

Afastaram-se os dois de Blaise e caminharam até ao centro da pista.

A ruiva sentia o coração bater apressado no peito no momento em que sentiu a mão dele no fundo das suas costas, e o sentiu puxá-la de encontro ao seu corpo.

Inspirou o perfume delicioso dele, e deixou-se apenas guiar por Draco, que dançava de uma maneira que ela nunca tinha imaginado.

"Tenho uma coisa a dizer-te!"

"O quê?" – perguntou encostando a cabeça no ombro dele, sentindo o loiro aperta-la mais.

"Lembraste quando no final da guerra eu fui até França, durante um mês?"

"Lembro."

"Lembraste da Felícia?"

"Falaste-me dela."

"Bem, ela….hã…"

"O que se passa Draco?" – perguntou aflita vendo que ele se encontrava verdadeiramente nervoso.

"Ela esteve cá em Inglaterra, segundo ela veio-me entregar algo de que eu me tinha esquecido em França. Veio, e já foi, deixando cá esse presente…hum…inesperado."

"E o que é?"

"Chama-se Frederick e é meu filho."

No instante seguinte Draco apenas amparou o corpo desmaiado da ruiva.

…..

Alguns dias tinham passado desde o baile e Virgínia não voltara a ver Draco Malfoy. Na realidade ela andava a evitá-lo, mas sabia que aquilo era realmente impossível de continuar.

Levantou-se decidida a aparatar na Mansão dele e de falar com o loiro.

Afinal eles eram amigos, certo? Os melhores! É claro que ela não esperava que ele lhe dissesse que tinha um filho! Mas ela tinha que o apoiar, sabia que se fosse o contrário que ele a apoiaria.

Suspirou profundamente antes de aparatar na mansão dele.

Caminhou até ao escritório como sempre fazia e deu três batidas na porta ouvindo uma gargalhada e em seguida a voz de Draco a dizer "Entre".

Assim que abriu a porta viu o loiro sentado á secretaria, o que era realmente normal, mas havia algo de surreal naquela sala.

Um menino com pouco mais de dois anos brincava no meio do escritório. Virgínia viu que ele era igual a Draco. A mesma cor de cabelo, a mesma cor de olhos, e especialmente o mesmo sorriso.

"Olá Vi."

"Olá Draco. E tu deves de ser o Frederick." – Murmurou abaixando-se ao pé do loirinho.

"Xim."

"És um lindo menino." – Disse ela fazendo com que o pequeno sorrisse.

Em seguida ergueu-se de modo a encarar os olhos cinzas de Draco.

"Vamos conversar lá fora." – Propôs ele.

….

"Porque nunca me contaste?" – perguntou sentando-se no sofá.

Aquela era a primeira pergunta que ela queria que ele respondesse. Porque é que durante todo aquele tempo ele nunca lhe tinha contado que tinha um filho?

"Porque não sabia. Soube apenas na semana passada. Lembras de ter dito que tinha tido insónias, foi por causa da notícia. Ela deixou-me o Frederick, dizendo que eu era o pai, e em seguida desapareceu, deixando bem claro que não me queria ver, nem queria ver o filho."

"E foste lá a minha casa e não me disseste nesse dia porquê?"

"Não tive coragem. Eu tinha outros planos Vi, e Frederick veio mudá-los. Eu não tive coragem, tu nem imaginas o quanto nervoso estava quando te disse que tinha um filho."

"Porquê? Porque é que estavas nervoso?"

Ele levantou-se e caminhou até ela, ajoelhando-se á frente da ruiva.

"Porque meu plano era pedir-te em namoro durante o baile, não dizer que tinha um filho de outra. Eu adoro-te Virgínia."

A ruiva levantou-se sentindo o coração bater forte no peito e em seguida desaparatou.

…..

Encontrava-se sentada no sofá comendo uma enorme tablete de chocolate enquanto pensava em tudo o que ele lhe tinha dito no dia anterior.

Ele tinha um filho. Fora novidade para ele. A mãe da criança tinha abandonado o pequeno. E ele adorava-a.

Eu também o adoro, muito, mais que tudo. Mas….ah estou tão confusa. Certo, tenho que o fazer, tenho que ir falar com ele.

Pousou o resto de tablete no sofá e em seguida correu até ao espelho dando um jeito rápido no seu cabelo, e minutos depois encontrava-se na mansão de Draco.

"Olá." – Murmurou uma vozinha ao pé dela na sala.

"Olá Frederick." – Cumprimentou baixando-se e passando com a mão no cabelo loiro do menino, como muitas vezes havia feito a Draco. – "Teu pai?"

"Não tá. Papá foi pó tabalho."

A ruiva sorriu, sentando-se ao lado do menino e em seguida perguntou:

"Queres companhia?"

"Xim."

Ela sorriu, ajudando o menino a pintar o desenho do pequeno livro que ele tinha na frente.

"Gostas do teu papá?" – perguntou a ruiva.

"Muito. O papá gota de mim, e eu dele."

"Tens saudades de tua mãe?"

"Não."

"Porquê?"

"Porque a Felícia nunca se encontrava presente. O filho era aquilo a que ela chamava de estorvo, portanto deixava-o sozinho todo o tempo. Não me admiro que daqui a um mês ele nem se lembre da cara da mãe."

A ruiva levantou-se, mal ouviu a voz de Draco. Olhou do pai para o filho e não disse nada, o que fez Draco continuar.

"Suponho que ela se comporta como um Malfoy se devia portar. Mas eu não consigo deixar esse menino, ele faz-me lembrar a mim, e eu não gostava de estar sozinho quando era pequeno."

A ruiva sorriu, e em seguida correu até ao loiro, abraçando-o pelo pescoço.

"Eu também te adoro."

Ouviu ele sorrir ao pé do seu ouvido, e em seguida Draco fazia com que ela o encarasse.

"Quees ser minha mamã?" – perguntou Frederick, puxando a saia da ruiva.

Ela sorriu para o menino e em seguida virou-se para Draco, puxando-o pela gravata de modo a que os lábios se colassem para um beijo tremendamente desejado.

"Eu acho que isto foi um sim á tua resposta filho." – Disse Draco, ao filho, antes de voltar a puxar a ruiva para mais um beijo demorado.

Fim do 2º capitulo

N/A: mais um capitulo, mais um presente…..como já sabem o próximo é o ultimo capitulo….e o ultimo presente….espero que tenham gostado do capitulo

Kika (mais um capitulo, que já tinhas lido, é o teu favorito certo?), Miaka (mais feliz? São mais que amigos agora), Rebeca (é no próximo que ela aparece, e ainda bem que gostaste dela), Rafinha M. Potter (Draco com jeito para crianças é o auge), Mione G. Potter RJ (espero que tenhas gostado), Rema (e mais um presente), Dessinha McGuiller (mais que amizade agora), Liccaweasleymalfoy (Espero que continues gostando), Carol Malfoy Potter (espero que tenhas gostado), Fioccos (mais que amizade, como seria de esperar), Kirina – Li (adorei o final da tua fic….espero que tenhas gostado).

Já sabem….reviews…..o próximo é o ultimo….espero que tenham gostado….JINHOS!