a neve tinha parado há muitos dias, e as estradas estavam limpas outra vez e o tempo começava a esquentar; e ela o convidou pra ir ao bar mais uma vez. durante todo o resto de inverno logan pensou se valia a pena ou não continuar com isso agora, se seria seguro, ou suicídio. mas ele resolveu se testar ( ou então foi uma desculpa muito mal-dada ) e aceitou o convite. ele se arrependeu no instante em que deixaram o instituto pra trás em cima da sua velha harley: ela abraçou o peito dele por trás, e começou a acariciá-lo bem de leve, deixando-o todo arrepiado. era bom, muito bom... ela nunca tinha tocado ele desse jeito, e ele queria mais. deseperadamente. mas ainda não era a hora... e ele não sabia se ela fazia de propósito ou não.
marie também continuava se vestindo daquele jeito sexy, e dando golpe baixo após golpe baixo: se abaixando pra uma tacada e deixando todo o decote à mostra, tocando nele às vezes, 'por acidente', sorrindo provocante. ela própria parecia estar ignorando aquela história de não se jogar nele... e mesmo que ela continuasse agindo como no começo, não demonstrando interesse, ele em muito em breve não estaria respondendo por seus atos. logan estava ficando seriamente irritado. ele a queria sim, mas não no controle. ele era quem tinha que estar no controle, pras coisas começarem só quando ele estivesse pronto, quando ele tivesse resolvido todas os seus traumas.
mas ela estava atacando. ele se perguntava o porquê, e a conclusão a que chegava era que ela também tinha sentido o beijo, também tinha sido atingida pela intensidade do contato inesperado... contato. então algo mais pulou na mente dele: ela não tinha absorvido apenas o fator de cura. mas as memórias e os pontos fracos. pensando bem, ela tinha absorvido isso há muito tempo...
"como pude ser tão tapado?"
ela poderia estar tramando tudo há meses. toda a aproximação, a amizade, a cumplicidade... isso tudo poderia não passar de fingimento, de uma ponte pra conquistar algo maior: o coração dele. ela estava no controle.
e não ele.
imediatamente logan viu tudo vermelho e o sangue lhe subiu à cabeça.
"ela precisa de uma lição."
então ele resolveu dar uma chance pra uma das muitas mulheres que tinham passado a noite lhe dando indiretas. agarrou a primeira que passou por ali, uma morena alta de olhos azuis, e sem trocar uma palavra se atracou com ela, enquanto suas mãos exploravam seu corpo. foi um beijo longo, e quando eles se separaram a mulher o encarava surpresa, mas satisfeita; os olhos brilhando e os lábios ainda mais vermelhos por causa do beijo ardente, e ele olhou em volta pra conferir o resultado.
imediatamente ele percebeu o erro: boquiaberta, os olhos dardejando raiva, marie apertava nervosa o taco em suas mãos enquanto seu rosto ficava pálido e vazio como se a própria vida estivesse indo embora dela. e então ela mordeu o lábio de baixo e se virou de costas pra ele.
raios. ela estava chorando. ele sentiu o cheiro das lágrimas. chorando por causa dele.
"deus. o que foi que eu fiz? o que foi que eu FIZ?"
ele se sentiria muito mais aliviado se conseguisse chorar também, mas não conseguia; só passava nervoso o dedo pelo cabelo, deixando-o ainda mais desarrumado.
marie, não fica com raiva.
eu não tô com raiva.
tá. e não seja teimosa.
ela se virou, de pé no primeiro degrau da escada, as mãos na cintura, a sobrancelha esquerda e um ar de superioridade no rosto.
porque eu ficaria com raiva, logan? você tem todo o direito de beijar alguém na hora em que bem entender.
ele enterrou a cabeça nas mãos, completamente atordoado e arrependido.
eu...
sim, você tem. e não sou eu quem vai te impedir disso.
marie, por favor...
não. e nem pensa em me seguir.
e apesar do tom glacial na voz dela ele iria atrás sim, não fosse o chamado telepático de charles xavier em sua mente. emergência. nível máximo. e logan, duplamente preocupado, se virou enquanto marie subia correndo as escadas até seu quarto.
minutos depois ela descia até a sala de conferências pra se juntar ao resto da equipe, ainda com a roupa sexy do bar, mas logan nunca mais viu a dogtag no pescoço dela. ele tinha certeza de que foi naquele intervalo de tempo que ela tirou a plaquinha de metal do pescoço e a jogou debaixo da cama. na escuridão, no meio da poeira, descartada, lixo. logan olhava pro vão escuro debaixo da cama ainda não querendo acreditar, mas todas as pontas soltas tinham se fechado agora e não havia mais mentiras que pudessem tapar os buracos. ele sacudiu a cabeça e desviou os olhos do vão escuro para o qual olhava fixamente há horas.
"o que é que eu tô fazendo aqui? o que raios eu tô fazendo nesse lugar?"
sentado no chão, as costas escoradas na porta, logan olhava incrédulo pro piso de madeira polida do instituto. dirigindo aparentemente sem rumo, ele havia chegado ali dois dias antes. e se trancou no quarto com "ela" e não saiu mais, tentando entender porque, entre tantos lugares pra escolher, ele tinha ido parar justamente ali, como que ele mais queria evitar: pessoas curiosas, cheias de perguntas e atrás de respostas. respostas que ele não queria dar.
era contraditório, sim. e a única razão na qual ele conseguia vagamente pensar era que ali, onde ela tinha vivido durante tanto tempo, era o lugar onde marie de certa forma continuava viva. ele ainda sentia a presença dela ali. não era algo sobrenatural, mas perfeitamente palpável. um papel com anotações esquecido num canto, um livro com a página dobrada, e até mesmo uma echarpe esquecida debaixo de uma almofada do sofá. tudo isso era confortante mas ao mesmo tempo extremamente doloroso.
sentindo seu peito doer, a ponto de tornar a respiração difícil, ele enterrou a cabeça nas mãos pela 74937 vez naqueles dois dias. o pânico finalmente tomava conta dele, à medida em que ele compreendia que finalmente tinha chegado a hora de aceitar. mas ele não queria aceitar.
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jean grey colocou a xícara de chá intocada em cima da mesa do professor. ela não tinha conseguido beber um gole sequer, por causa das projeções mentais de logan no andar de cima. a xícara se chocou com o tampo de vidro da mesa, e o som ficou ecoando no silêncio da sala por infinitos segundos.
ele encontrou alguma coisa.
encontrou, minha cara.
... mas ainda assim não achei certo entrar na mente dele pra ver o que é.
charles ficou uns segundos em silêncio, e então contou.
eu entrei.
jean arregalou os olhos.
ele não pode continuar trancado lá pra sempre. até mesmo ele pode morrer de fome... e enquanto logan estiver aqui no instituto, ele de certa forma está sob minha responsabilidade; é um dos meus x-men. e tenho que colocar limites nas ações dos meus pupilos.
entendo... e... o que foi que ele achou?
charles baixou os olhos.
a prova que ele tanto procurava.
como se fosse um gesto combinando, todos engoliram em seco, e jean enxugou uma lágrima solitária.
mas, professor... ele está lá dentro trancado com os restos mortais dela?
sim, scott.
mas... isso não é certo! é repugnante, é... um desrespeito! temos que dar pelo menos um enterro decente pra ela.
charles fez que sim com a cabeça, e então acrescentou:
certamente que temos.
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o pesadelo voltou ororo se abraçou, como se inconscientemente tentasse se proteger da ameaça.
tudo interesse político logan resmungou do seu canto, deixando a fumaça escapar pelos lábios.
ambos estão corretos. e é por isso que nós temos que impedir que novas sentinelas voltem a ser fabricadas.
depois de meses de terror, quando os enormes robôs eram ameaça freqüente, um ato do presidente impediu que continuassem a ser usados e fabricados. mas agora, com as eleições se aproximando e as manifestações anti-mutantes crescendo, charles havia recebido uma denúncia: as máquinas de matar estavam de volta.
vai ficar tudo bem, vampira... é normal se sentir assim.
era mas não devia ser. logan se lembrava muito bem do último encontro dos mutantes com os sentinelas... rogue tinha visto a morte de perto, muito perto. e agora lá estava ela, sendo confortada por ororo. raios. aquele era o serviço dele, de mais ninguém. e naquela hora todas as suspeitas e dúvidas desapareceram, e tudo o que restou foi uma garota assustada. tempestade ergueu os olhos por cima da cabeça dela, e entendeu o olhar que logan lhe deu, se afastando de vampira. aproximando-se, logan tocou o ombro dela, e como ela não reagiu, ele a abraçou. marie continuou sem reação, imóvel e calada em seus braços, mas pelo menos deixou-se ser abraçada.
e fazia tempo, muito tempo que ele não a abraçava assim, sem medos e tensões, apenas um abraço. e, deus. era muitas vezes melhor do que ele conseguia se lembrar; e ele não tinha percebido o quanto tinha sentido falta do contato físico, por menor que fosse. de repente, numa fração de segundos, tudo o que sentia por ela voltou a fazer sentido; ele percebeu porque se sentia tão fatalmente atraído por ela, sentindo o cabelo macio dela envolvendo seu rosto, o perfume dela o embriagando, as formas macias do corpo dela sob suas mãos; tudo isso atenuando, mesmo que de leve, o cara áspero e rude que ele era. e a sensação era de que ele finalmente tinha voltado pra casa.
ele PRECISAVA dela. e ponto. quem ele estava enganando? medos, traumas e paranóias, nada disso valia a pena. a presença. o abraço, o contato... essas eram as únicas coisas que importavam.
vai ficar tudo bem, querida.
e então scott deu início à missão e eles tinham que ir pro jato. marie se afastou sem olhá-lo nos olhos e sem dizer uma palavra de agradecimento, e logan se sentiu um pouco vazio outra vez, seu corpo reclamando que ele não tinha tido o suficiente dela depois de tanto tempo afastado. mas agora ele tinha uma pista do que valia a pena... e do que queria fazer.
ele se sentou num assento no fundo do jato, e ficou a viagem toda olhando pra ela. analisando os olhos dela perdidos lá fora, a mão no queixo... ela não parecia nada bem. e pelo menos metade da tristeza dela era por causa dele. logan se lembrou do rosto dela no bar. de como a chama que havia neles foi se apagando, do jeito que ela se encolheu como um animalzinho ferido, o jeito que o calor da sua voz deu lugar a um tom gelado e controlado. eles nunca tinham brigado antes, ele nunca a havia ferido, não de propósito... e nunca faria isso outra vez. seus punhos se fecharam de raiva; ele queria se redimir, queria abraçá-la de novo; se ajoelhar aos pés dela pra se desculpar... se não fosse aquele avião tão desconfortável... raios. realmente... ela estava impregnada nele. ele precisava vê-la bem, acima de tudo. se ela estava bem, ele também estava. simples assim. raios! fazia semanas que ele não conseguia nem mesmo transar com outras mulheres. porque elas não usavam luvas. não tinham cabelos como os dela, nem lábios rosados e nem cheiravam como ela. ele forçou a memória e tentou se lembrar de como era antes de marie entrar em sua vida. hábitos antigos eram difíceis de se quebrar, e os dele eram realmente antigos. mas ela tinha deixado tudo um pouco mais cheio de calor humano... um pouco mais suave.
ela era especial. terrivelmente especial.
e o que eles tinham era tão raro... e estava se ruindo, por causa dele. as imagens da noite no bar voltaram à sua mente mais uma vez, e ele sentiu-se sufocando. irracional, impulsivo, insensível. como ela podia gostar dele tanto assim? não, gostar, não... ela o amava. e ele... ele engoliu em seco. mas talvez nem tudo estivesse perdido. se logan agisse rápido, ainda conseguiria salvar essa ligação especial praticamente intacta. e era isso o que ele ia fazer, assim que eles chegassem em casa. ele ia vencer sua teimosia, e seus traumas, mesmo que doesse muito, mesmo que desse vontade de fugir ele ia encarar esse desafio. mesmo que riscasse sua imagem de machão. sim, e tudo ficaria bem outra vez, ele e ela. juntos de novo, mas de um jeito diferente. do jeito que ela queria, e ele também, e não conseguia mais negar.
e então ele sentiu o jato descendo, e scott anunciou que eles haviam chegado. logan olhou em volta. arrasado. suas tentativas patéticas de tentar manter a presença sufocante que ela exercia na vida dele continuavam ali. como troféus de sua teimosia, de sua insensibilidade... de sua animalidade. ele tinha se dado mal por tudo isso, e agora tentava compensar a falta dela se cercando com aqueles objetos sem vida, cheios de lembranças. ela o tinha cercado por todos os lados, sim. mas não era uma prisão, ele entendia agora. era mais como ar fresco e perfumado o envolvendo e mandando embora anos de poluição.
rrr.
e agora? agora não haveria mais cabelos castanhos e brancos deixando cheiro de shampoo na sua camisa... nem uma garota franzindo a testa e mordendo os lábios enquanto pensava, nem noites jogando e bebendo e se sentindo tão à vontade com uma mulher como ele se sentia com um homem, porque ela o conhecia por inteiro e aceitava também por inteiro. não haveria mais um abraço numa tarde fria; nem aquele sorriso, tão franco e aberto. nem a garota tão atrevida e doce e engraçada e sensível; que se importava com ele como quase ninguém mais fazia.
não.
a dor em seu peito era tão grande que provavelmente nem a morte daria um fim.
ele olhou em volta outra vez, sem se fixar em nada, à procura de uma solução. estava perdido. completamente perdido.
não!
snikt
a dor de sua pele se rasgando o trouxe de volta à realidade; era a lingaugem que ele entendia, conhecia... sabia lidar bem. nada mais de sentimentos ou culpa, só fúria e dor. logan se levantou. ele precisava de mais, mais dor. sangue. pra se libertar; quebrar aquele círculo vicioso. logan se levantou de repente e recolheu as garras; fechou a mão e quebrou o vaso com as rosas brancas e murchas, que se mancharam com o sangue dele enquanto ele assistia aos cacos penetrando em sua pele... que instantes depois se cicatrizou. e depois o alívio. finalmente alguma coisa com a qual ele podia lidar... logan teve ímpetos de destruir o quarto todo; e se preparou pra isso, as garras estendidas... mirando todas as fotografias em cima da cômoda.
e então ele se parou no meio do ato, e seu corpo ficou tenso, a adrenalina o preparando pra ação. ele tinha ouvido passos. scott, jean, ororo, charles. passos que pararam bem em frente à porta do seu quarto.
logan, abra essa porta. precisamos saber o que você encontrou.
alguns instantes depois
cai fora, summers.
a voz de jean, mais suave, se fez ouvir.
queremos saber se você encontrou algo...
'cês já sabem o que eu encontrei ou deixei de encontrar.
precisamos conversar, logan.
mesmo que fosse jean pedindo, ele não tinha a menor vontade de obedecê-la.
não tenho nada pra conversar com vocês. me deixa em paz.
os x-men se entreolharam. ele estava acuado e enfurecido. e provavelmente não ia abrir aquela porta de boa vontade. scott levou a mão ao visor.
preparem-se para o pior.
ciclope avançou uns passos dentro do escuro, e gritou.
wolverine! preciso de você aqui.
as portas da sala de controle se fechavam devagar; e o teto começava a desmoronar enquanto o incêndio consumia tudo.
marie!
e no mesmo instante ele já estava seguindo o rastro dela, e segundos depois a encontrava.
logan! sai.
não sem você.
a fumaça já estava densa, e até mesmo logan tinha dificuldade pra enxergar e lutar contra a fuligem que entrava pelas suas narinas. e o que raios aquela menina teimosa estava fazendo, se trancando naquele lugar?
sai logo!
não, logan... alguém precisa ficar.
era difícil ser racional no meio de todo aquele inferno, e logan se aproximou da abertura que ainda restava, com a forte intenção de arrancá-la dali de dentro.
sai, marie. eu tô...
a voz morreu na garganta quando ele viu que ela não estava sozinha. mas lutando com alguns guardas. ela tocou dois deles com as mãos nuas e se virou pra ele.
alguém tem que ficar pra abrir a passagem...
a porta tinha se fechado mais, e ele sabia que o processo era irreversível por causa do sistema de segurança. a abertura agora não passava de meros vinte centímetros, e ainda assim ele esbravejou que ele ia fazer esse trabalho sujo e que ela tinha que cair fora dali imediatamente.
não, logan... por favor, vai. eu já tou aqui e...
ele tinha certeza absoluta de que viu algumas lágrimas ameaçando cair dos olhos dela, e de que a voz dela tremeu um pouco nas primeiras palavras, mas ela se controlou totalmente em seguida.
...eu quero que você viva.
ele engoliu em seco. sacrifício... ou suicídio? a voz dela se tornou muito baixa, mas ainda assim ele ouviu.
viva, logan... e me faz feliz assim, sendo feliz.
ele ameaçou enfiar o braço pela abertura de dez centímetros, mas uma viga se soltou do teto e caiu bem entre eles dois; e agora tudo o que ele podia ver eram os olhos dela no meio da fumaça, as línguas vermelhas de fogo atrás dela terrivelmente próximas.
marie, eu...
ela o interrompeu, balançando a cabeça e aumentando o tom de voz.
não dá tempo, logan, vai. por favor. por mim. viva. viva sua vida, encontre... uma mulher que possa te dar o que você quer... e nesse ponto as lágrimas corriam soltas pelo rosto dela, e logan sentia que não estava muito longe de fazer o mesmo e eu tenho certeza de que, onde quer que eu esteja, eu vou ser feliz te vendo assim. porq...
a porta se fechou com um estrondo, e logan arregalou os olhos. ele jogou pra longe a viga e começou a bater na porta com os punhos fechados e começou a gritar palavras que ela nunca ia ouvir.
eu nunca vou ser feliz sem você! entendeu bem? nunca! eu preciso de você!
ele olhou em volta, desesperado. tempestade. ele precisava dela pra apagar o fogo. mas então ele se lembrou de que ela estava inconsciente há muito tempo, e o desespero e os gritos voltaram e no instante em que ele ia tentar cortar a porta com as garras sentiu seu corpo sendo achatado por uma ernome placa de cxoncreto que se desprendia do teto. e então houve a escuridão, e muito tempo depois jean falando suavemente na mente dele:
logan... resista. volte... não podemos perder mais um membro...
perder mais um membro. perder mais um membro. PERDER MAIS UM MEMBRO.
ele não entendia o significado real dessas palavras, a dimensão dos acontecimentos e ficou a viagem toda no fundo do jato se recuperando e repetindo mecanicamente a mesma frase até as palavras perderem o sentido. e ele mergulhou na escuridão outra vez e o tempo começou a passar muito, muito devagar, como se ele estivesse dentro de um sonho, ou se arrastando debaixo d'água.
seu corpo não o obedecia, e seus movimentos eram lentos demais; mas a anestesia logo começou a perder efeito. logan finalmente abriu os olhos e se sentou numa das camas do labmed, e mesmo com os sentidos ainda meio enevoados ele ouviu perfeitamente as palavras de jean:
infelizmente... são dela.
