CAPITULO II - Valsando
Aquela segunda-feira estava matando Ginevra. Logo de manhã, levantou-se quarenta minutos atrasada, ou seja, além de não conseguir tomar seu café da manhã, teve de correr para a aula de Transfiguração, chegando em cima da hora. Para ajudar, teve uma aula dupla com seu adorado professor de Poções, Severo Snape, o qual sentia prazer em implicar com a garota, apesar de ela ser uma de suas melhores alunas do sexto ano. Secretamente, ele gostava de testá-la, para mostrar que ela era capaz de fazer melhor, embora nunca sequer demonstrasse isso.
Ela agradeceu aos deuses quando a sineta para o almoço tocou e finalmente pôde descansar. Estava tão faminta que nem conseguia raciocinar direito.
Assim que terminou, decidiu colocar em prática o plano que arquitetara para vencer a aposta que fizera com Colin. Como estava de costas para a mesa da Sonserina, ficaria complicado checar quando seu alvo sairia do Salão Principal, mas, como se adivinhasse suas preocupações, Colin apareceu e acenou com a cabeça para a garota, indicando que o loiro se levantava e saía do Salão Principal.
Imediatamente a ruiva se levantou e seguiu o garoto, o qual, quando percebeu, virou-se e a encarou com desdém.
- O que quer? Analisando minha perfeição? – perguntou com ironia, levantando uma de suas sobrancelhas.
- Se assim prefere acreditar... É, pode ser. – respondeu da mesma forma irônica.
- Vamos parar com as palhaçadas. Diga logo o que você quer e pare de gastar a minha beleza.
- Vem cá, será que a única coisa que você tem para citar e se gabar é a sua beleza? É sua única qualificação? Quem diria... Um Malfoy!
- Ora, claro que não é minha única, tenho muitas qualidades... Quer testar alguma? – disse malicioso, analisando a garota que, agora reparava, não era de se jogar fora. Bem que poderia aproveitar um pouco... Hum... Por que não?
- Quem sabe, não é, dragãozinho! Qual delas posso escolher? – perguntou fazendo um charme cínico e inocente.
- Que tal... A de dançarino?
Ora, aquilo realmente a surpreendeu. Afinal, tudo indicava que ele queria testá-la. Não que ela fosse concordar com alguma proposta indecente, ele nunca se apaixonaria por uma garota muito fácil ou simples de lidar. Mas isso não era um problema, ela não era uma garota propriamente fácil, nem mesmo uma garota simples e sem complicações.
- Eu adoraria! O que você dança? – ela queria testar os limites dele, queria saber até onde ele estava disposto a seguir com aquele sarcasmo.
- O que você quiser... Que tal uma lenta? – Sim, senhor... Ele estava tentando tirar umas casquinhas de Ginevra. – Mas e o Potter, não vai ficar com ciúmes? – não poderia perder a chance de provocá-la.
- Eu NÃO tenho coisa alguma com Potter! Não seja ridículo! Ele é apenas o "famoso Potter" amigo do meu irmão. – ela disse de forma tão fria que ele a olhou torto.
- Uii, será que temos alguém ressentido por aqui? Será alguma ferida aberta?
- Deixe de idiotices. Como eu vou ver se você realmente dança? Onde?
- Aqui mesmo, se quiser... Agora mesmo, se puder.
- No meio do corredor? Uau, Malfoy! Pensei que você fosse mais esperto ou, ao menos, mais criativo!
- Não, pobretona, eu me referia a alguma sala desocupada. – respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo e, ao mesmo tempo, seguiu reto pelo corredor, ao que a garota ficou estática. Ele estava indo embora! – Além de pobre é tapada? Você vem ou não?
- Bem que eu queria, Malfoy, mas acabei de lembrar que tenho aula de Adivinhação. Pode ser depois do jantar?
- Certo. Espere-me às 21h aqui mesmo. – e foi-se embora.
Durante as aulas da tarde, Ginevra gabou-se a Colin dizendo que já conseguira um primeiro encontro com Malfoy.
- Ginny... Cuidado, tudo o que for muito rápido não vai durar. Lembre-se que ele terá de se apaixonar, não basta apenas alguns beijinhos e pronto.
- Relaxe, já tenho tudo esquematizado. – Ela sabia que seria uma tarefa quase impossível e até tinha alguns planos, mas tinha plena consciência que provavelmente quase nenhum funcionaria. Mais da metade da população feminina se jogava aos pés de Malfoy e ele não se interessava de verdade por nenhuma... Por que diabos ele se interessaria por ela, que não era nem de perto uma das mais bonitas ou elegantes das que já foram atrás dele? Bom, pelo menos ela tentaria. Mesmo porque ela sabia que o que Colin queria era que ela se esforçasse para provar algo e que fosse feliz, ainda que descobrisse algum outro rapaz nesse meio do caminho e toda a "aposta" ficasse esquecida... Ele era seu amigo e queria apenas o seu bem, mas para que isso acontecesse, teria de tirá-la daquele mundo onde permanecia afastada da vida real e dos caras que olhavam para ela.
- Srta. Weasley e Sr. Creevey, silêncio. – Disse uma inconformada Prof. Sprout.
- Vamos, Ginny! Se você realmente quer fisgar aquele gato você precisa se esforçar. Arrume esse cabelo e passe um batom que já são quase 21h e você precisa ir ao encontro do Malfoy.
- Que saco, Colin! Tá me chamando de feia, é?
- Hahaha, pare de ser boba e ande logo.
- Ok, ok... Como você é chato, hein! Fui! – e dizendo isso saiu pelo retrato da Mulher Gorda.
- Você está atrasada! – Com uma recepção daquelas quem precisa de carinho?
- Cinco minutos! – respondeu indignada.
- Exijo pontualidade e ponto final, não discuta comigo. – disse como se comandasse a situação, puxando-a pelo braço e levando-a para dentro de uma sala de aula que parecia não ser utilizada há muito tempo.
- Hunf!
- Vamos logo com isso. – disse o rapaz e, após trancar a porta, sibilou um feitiço de isolamento na sala e depois fez com que se iniciasse uma valsa de Tchaikovsky.
- Não sabia que você gostava de compositores trouxas.
- Eu gosto do que é bom. – e, dizendo isso, pôs uma das mãos em torno da cintura de Ginny enquanto levava uma das mãos da garota para seu ombro e segurava sua outra mão.
Realmente ele não mentia, era um ótimo dançarino, e Ginevra o acompanhava muito bem, o que o surpreendeu, já que pensava que era uma garota sem sensibilidade alguma para algo tão sutil como a dança.
- Então, Weasley, qual o seu nome? – disse aproximando-se mais ainda da garota.
- Ginevra, mas odeio o meu nome. E se você rir, mato você, Malfoy. – respondeu envolvendo os dois braços em torno do pescoço de Draco.
- Por que riria? É um nome encantador. – disse sincero.
- Não é não, e não me aborreça com isso, já disse que odeio meu nome.
- Certo, Ginevra. – replicou divertido, apesar do olhar raivoso que lhe era dirigido. – Mas acho que você deveria se orgulhar de seu nome. Eu também detestava o meu, porém percebi que é algo único, entende, é um nome forte. – ele se perguntava se conseguiria se aproveitar da garota sendo gentil, além do mais aquilo funcionava com todas, e essa não deveria ser diferente.
- Muito bem, Draco. Bom, agora que já testei as suas habilidades de dançarino e, devo admitir, são realmente boas, preciso voltar para o meu Salão Comunal porque logo mais dará o toque de recolher, e não pretendo levar nenhuma detenção.
- Será que você esqueceu que eu sou monitor-chefe e tenho permissão para andar pelos corredores à noite?
- Disse muito bem, você tem permissão. Mas eu não. Já pensou se eu esbarro em Filch? Não, não... Boa noite. – e foi embora deixando um sonserino inconformado.
N/A: Bom, um capítulo curtinho e talz, mas é que ainda tô desenvolvendo, hehe.
Miaka-ELA, obrigadinha pela sua review! Espero que goste! ;-)
Beijinhos!
