Titulo: Vidas Que Se Encontram

Casais:Suboshi e Ambisohi X Hotohori, Mitsukake X Chichiri, Tamahome X Hotohori

Avisos: Yaoi, Lemon, Treesome

Declaimers: Esses personagens não pertencem a mim e sim a Yu Watase, quem dera me pertencessem

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Prólogo

Quatro anos se passaram e agora Hotohori estava sozinho. Seu namoro com Tamahome foi bom enquanto durou, dois anos, três meses e nove dias, segundo as contas de Hotohori. Tinha sido maravilhoso estar a seu lado, mas as diferenças começavam a aparecer e estragar tudo. As coisas que agradavam aos dois pareciam ter desaparecido e ficado apenas as que agradavam apenas a uma das partes, as brigas se tornaram constantes e Tamahome achou por bem terminar, apesar de Hotohori insistir que ficariam bem. Não adiantou e cada um teve que seguir seu caminho.

Tamahome deixou o emprego na faculdade e passou a dedicar-se exclusivamente a luta, agora viajava sempre e virou um lutador conhecido internacionalmente, depois de ganhar o campeonato estadual e nacional, adquirindo uma vaga para o Internacional de Kickboxing, estava agora nos Estados Unidos, onde disputaria o campeonato mundial, Hotohori assistia a tudo pela TV, eles não se falavam, Tamahome não ligava, embora Hotohori sempre procurasse noticias sobre ele, mas era como se nunca tivesse existido para o outro... pelo menos superficialmente.

Hotohori sentia o coração doer sempre que ouvia comentários sobre Tamahome, sua beleza, sua força e pensava em como se deixara perdera isso tudo, que idiota foi. Estava mais amadurecido, mais consciente das coisas a seu redor, se tornou ativista em prol das causas dos menos favorecidos, principalmente dos homossexuais. Terminara a faculdade de comunicação e conseguira um trabalho num jornal local, um pequeno jornal independente, pois não aceitara a ajuda de seu pai para lhe dar um emprego no maior jornal do país, queria conquistar as coisas por seu próprio mérito, o que estava começando a conseguir. Também saira da casa dos pais e sustentava-se sozinho agora.

Tamahome por sua vez também sofria, conseguia as escassas noticias sobre Hotohori através de Nuriko, mas há dois meses havia visto na TV a audácia do jovem jornalista que expusera num artigo, a chefia de uma grande empresa, acusando-os de requerer favores sexuais dos empregados em troca de promoção ou ameaça de destruição da vida profissional daqueles que não concordavam. O jornal foi processado e ele quase demitido, mas conseguiu provar as acusações e recebeu um prêmio de jornalismo por sua matéria. Sentia orgulho e tristeza ao mesmo tempo. Aquele era seu Hotohori, o menino mimado que aprendera a crescer a seu lado. Sentia muito a sua falta e queria estar com ele naqueles momentos. Mas achava tudo impossível e resignava-se ao fato de ainda amá-lo e não poder tê-lo. Fora ele quem terminara o relacionamento e não daria o braço a torcer, além do mais era melhor para os dois que eles ficassem separados... forçava-se a pensar assim.

Ao contrário do namoro dos dois, o de Nakago e Nuriko ia de vento em polpa. Três anos juntos e pareciam se amar cada dia mais. Nakago aprendera a deixar o amor por Hotohori guardado em seu peito, de onde sabia que jamais sairia. Não era mais um amor, propriamente dito, mas um carinho especial por alguém que foi muito importante em sua vida. Deixara o kickboxing e passara a se dedicar à administração de empresas, para orgulho de seu pai, com quem trabalhava. Todos reconheciam o valor do jovem executivo Nakago, e diziam que os negócios estavam no sangue Nakarashi.

Nuriko também estava satisfeita com a vida que levava. Também era uma executiva de sucesso, com uma chance dada pela família do namorado, conseguira subir de cargo e todos concordavam não ser por causa do namoro com um Nakarashi, ela não precisava disso. A cirurgia ficou para escanteio, pelo menos por enquanto, a pedido de Nakago, desistira, e como andava muito indecisa, foi aconselhada pelo médico e adia-la por um tempo indeterminado, talvez para sempre.

Como executiva, vestia agora roupas masculinas, mas não perdera seu jeito de ser "mulher", e continuava a referi-se a si mesmo no feminino, assim como as pessoas a seu redor também faziam. Muitos acreditavam mesmo que era "ela" e Nuriko não fazia questão em os contradizer, principalmente se o contato que tinham era exclusivamente profissional. Nakago não gostava de chamá-lo de "ela", mas até mesmo sem querer o fazia, por ver tanta gente fazer o mesmo.

Nakago e Nuriko compraram um apartamento, onde viviam juntos como um verdadeiro casal. Queriam oficializar a união, mas decidiram esperar mais um pouco, quem disse que a lei não mudaria e eles não teriam que deixar o país para fazer isso? Então esperavam.

Hotohori continuava a escrever artigos desafiadores, que até mesmo escandalizavam a sociedade e os meios que um dia vivera. Um dia, pois não convivia mais com "aquela gente medíocre e egocêntrica" que outrora dizia pertencer a sua classe. Agora eram apenas "aquela gente", e ele pertencia à classe dos menos favorecidos. Orgulhava-se de si mesmo e de Tamahome que o ensinara que a vida não era exclusivamente mimos, festas com gente de smoking e restaurantes caros. Aprendera a ser humilde, não que tivesse virado um "pobre" mas aprendera a valorizar mais as coisas simples e deixar tanta futilidade e coisas inúteis de lado.