Capitulo 9: Pondo os pingos nos i's

Segunda-feira, 18 de junho. 12 h: 13 min.

Chichiri tentava ligar para Amiboshi, mas seu telefone estava sempre desligado e em sua casa ninguém atendia. Olhou para Hotohori, deitado na cama de uma casa sua, para onde sempre corria quando queria se isolar do mundo. Ele estava bem, apesar de ainda está muito fraco e não poder andar direito, mesmo assim estava bem. Passaram-se cinco dias desde que sua morte fora anunciada e as fitas ainda não haviam sido reveladas a imprensa como era o desejo de Hotohori.

O pintor lembrou-se como foi preciso retirá-lo do segundo hospital às pressas, pois haviam descobrido que ele estava vivo antes do esperado e também de como simularam o acidente de carro na fuga e Mitsukake mais uma vez inventou os atestados de óbito dos dois... agora inclusive para Nuriko e Nakago, Hotohori estava morto. Contudo, Chichiri ainda tinha dúvidas se s pessoas que o estavam perseguindo caíram nessa história novamente.

Fora a seu pedido que estava tentando ligar para Amiboshi queira saber o que ele achara depois de ter ouvido a fita. Olhou para o relógio, passava do meio dia e seu estômago começava a pedir pelo almoço, mas preocupar-se-ia com isso depois. Agora discava o número de Suboshi...

Mitsukake acordou com uma grande dor de cabeça, tocou nos lábios e sentiu uma dor maior ainda, havia sangue coagulado no local, seu sangue. Abriu bem os olhos tentando enxergar através da escuridão e só pode definir estar em algum cômodo de um lugar bem velho e sujo.

- Acordou?

Ele esticou a cabeça e tentou levantar-se, mas recebeu um chute no estômago, caindo de costas.

- Onde estão? – perguntou o rapaz que Mitsukake identificou como o homem para quem entregara as fitas dias antes.

- Amiboshi? – perguntou cuspindo sangue. – Do que está falando? Onde está o que?

Foi agarrado pela gola da camisa.

- Não se faça de desentendido. – resmungou o homem. – Uma das fitas que estavam com Amiboshi, não havia nada, onde estão as outras? Você o operou, onde estão as outras fitas. – gritou dando um soco no rosto do medico.

- Irmão? Amiboshi? – sussurrou. "Meu Deus, será que Hotohori estava mesmo certo? Ah, não, meu Deus! Será que ele teria coragem de matar o próprio irmão?", pensou desesperado.

- Acho que ele não sabe de nada mesmo. – falou uma voz nas sombras.

Suboshi cuspiu para o lado.

- E Hotohori, onde está? – Suboshi tornou a perguntar para Mitsukake, mas ele não podia responder, pois realmente não sabia. Hotohori fugira com Chichiri do hospital e não disseram onde estavam. Hotohori obrigou-o a mentir novamente e a falsificar mais dois atestados de óbito.

Ficou em silêncio e fechou bem os olhos, poderiam matá-lo, mas não diria que Hotohori estava vivo, até porque Chichiri deveria estar com ele e correria perigo se fossem encontrados.

- Ele morreu. – foi tudo o que disse.

Suboshi balançou a cabeça positivamente.

- Está bem. Podem matá-lo. - Suboshi disse saindo de perto de Mitsukake.

- Deixa comigo.

14 h: 05 min.

Chichiri sentou-se na cama ao lado de Hotohori, estava preocupado, não conseguira falar com nenhum dos gêmeos e nem com Mitsukake. No hospital disseram que ele tinha saído há mais de duas horas, mas ele não havia chegado em casa e nem tinha ido para onde ele e Hotohori se encontravam nesse momento. Então lembrou-se que não dissera a Mitsukake onde estavam, talvez ele ainda os tivesse procurando. Mas por que diabos ele não atendia ao telefone.

Ligou a TV e a noticia sobre um assassinato era dada.

- A policia identificou o corpo como sendo de Amiboshi Ishotori, um repórter fotográfico do jornal independente O Diário. O corpo foi encontrado hoje cinco da manhã, já em avançado estado de decomposição por um mendigo que procurava...

- Amiboshi... – Chichiri desligou a TV assim que ouviu a voz sonolenta de Hotohori. – Ele está morto?

- Foi o que disseram... mas e se não foi ele? – perguntou Chichiri.

Hotohori voltou a se deitar, suspirando.

- Deixe a TV ligada, eles devem retirar a impressão digital e se ele for o Suboshi descobrirão logo. – Ele fechou os olhos e deixou as lágrimas escorrerem, se foi mesmo Amiboshi o morto, então era Suboshi o envolvido em todo o esquema. – Fez as ligações que eu lhe pedi?

- Sim, mas nenhum dos gêmeos atendeu, obvio. – ele disse ainda segurando o controle remoto. – Ah! Liguei para teu amigo na TV, ele falou que era para nos encontrarmos com ele ás cinco da tarde... disse a ele que meu nome era Chiriko.

Hotohori riu.

- Ele terá uma surpresa ao ver o meu fantasma em sua frente. – riu e Chichiri fez o mesmo.

Quando acordou Mitsukake pensou que estava morto, mas uma dor muito forte atravessou seu peito e ele não conseguiu acreditar que a morte fosse tão dolorosa. Colocou a mão no lugar de onde vinha a dor e ensopou a mão, estava ferido no peito, porém pode constatar que não atingira nenhum órgão vital, embora sua dor fosse enorme.

- Como se não bastasse ser espancado. – resmungou e encostou-se novamente. Por uns minutos ficou em silêncio, encostado em alguma coisa macia, só então notou que não estava mais no lugar de antes.

Sentiu um odor muito ruim e se deu conta que fora jogado no meio do lixo e quando virou para o lado encontrou um par de olhos bem abertos olhando para ele. Levou um susto e reconheceu o homem, foi o médico que de fato operara Hotohori. Tentou se mover, mas a dor em seu peito fez com que parasse imediatamente.

Seu instinto de sobrevivência e de médico lhe disse que se ficasse ali, morreria por causa da hemorragia, procurou seu celular no bolso, mas não o encontrou. Deu graças a Deus quando ouviu um telefone tocar e tentou desesperadamente encontrá-lo, até entender que vinha do jaleco de cadáver de seu colega. Com muita dificuldade esticou o braço para procurar o aparelho e assim que o pegou ele parou de tocar.

Não conseguia saber se estava de dia ou de noite, pois tampa do coletor de lixo estava fechado e sem hesitar um segundo ligou para a policia, então lembrou-se que Suboshi era policial e desligou o telefone. Lembrou-se de olhar o relógio do celular, passava das sete da noite, fazia mais de cinco horas que deixara o hospital. Pensou em Chichiri e em seu sorriso, se não saísse dali nunca mais o veria. Ligou para ele, mas ninguém atendeu ao telefone. Resolveu então ligar para o Hospital.

Eram quatro e quinze da tarde quando Hotohori e Chichiri saíram de casa. Chichiri apoiava Hotohori pelo braço, ajudando-o a se locomover e entrar no carro. Dirigiram durante quase quarenta minutos e estacionaram o carro em frente a principal emissora de TV do país.

Hotohori usava um gorro escondendo dentro os longos cabelos e usava um óculos de grau, Chichiri rira dele dizendo que parecia "um nerd em dia de prova", já Chichiri usava óculos escuros e um boné, "como uma celebridade tentando se disfarçar", brincou Hotohori.

Foram encaminhados para uma sala onde já havia um rapaz esperando, os dois entraram de cabeça baixa e ao constatar que ele estava mesmo sozinho, levantaram-nas. Hotohori retirou os óculos e o gorro, mostrando-se para o espantado amigo.

- Olá Keisuke! – ele disse e sorriu da cara assustada que ele fazia.

- Ho-Hotohori? – ele gaguejou e aproximou-se do amigo, tocando seu rosto com cuidado. – É você mesmo. Pensei que estava morto... Foi com ele que eu falei no telefone? Chiriko?

- O nome dele é Chichiri, mas isso não importa agora. – disse Hotohori e remexeu na bolsa que trazia. – Tudo certo para por as fitas no ar?

- Meu chefe resistiu um pouco, queria ver o conteúdo primeiro. – explicou. – Mas quando eu disse que se tratava das provas contra Hiroko Tatsumata e que seria teríamos exclusividade em divulga-las, ele abriu um precedente. – Keisuke parou de falar e engoliu em seco. – Veja o que vai fazer Hotohori, minha carreira e minha vida dependem disso, entendeu?

- Pode deixar, vai dar tudo certo.

Keisuke suspirou.

- Espero que sim. – disse e esticou as mãos para receber as fitas e ligou a TV da sala que se encontravam. – Assistam tudo de camarote.

- Keisuke! – chamou Hotohori. - É melhor não por a fita 2 no ar antes de editá-las... o conteúdo é pesado demais. Tem muito mais do que provas contra Hiroko Tatsumata aí.

18 h: 02 min.

Assim que o jornal entrou no ar, o reporte falou sobre as revelações que "fitas gravadas por um repórter já morto". Quando as fitas começaram a rodar, ouviu o que pareceu serem todos os telefones da emissora tocarem ao mesmo tempo.

Quando a tela voltou para os apresentadores, eles pareciam estar tão chocados quanto Chichiri e despediram-se dos telespectadores pedindo justiça.

Logo depois Keisuke entrou como um foguete na sala, ofegando.

- Hotohori... meu chefe não sabe se me mata ou me beija. – ele disse eufórico. – A policia, advogados, outras emissoras... não param de ligar para cá... acho que vai ter juiz fazendo hora extra hoje.

Hotohori não sorria e Chichiri ainda se encontrava chocado com o conteúdo das fitas: nomes importantes da política, polícia, e entidades filantrópicas negociavam crianças para escravos sexuais e para venda de órgão e tecidos. Nomes eram ditos de forma bem inteligíveis. Ações eram bem entendidas.

- Ah... Hotohori? – ele diz timidamente. – Acho que você responderá a processo por falsificar sua morte.

- Eu sei. – ele disse tristemente, olhando para Chichiri. – Você e Mitsukake também. Preciso pedir desculpas para ele.

- Tenho certeza que ele aceitará suas desculpas. – disse Chichiri tentando sorri para Hotohori. Ainda estava muito chocado e agora entendia o porque o amigo fora tão cuidadoso. – Depois foi por uma boa causa.

- Acho melhor vocês esperarem aqui, acho que a policia vai querer vê-los.

Continua...

--------------------------------------------------------

Último capitulo.

Nem vou dizer nada, não sou pretensiosa aponto de dizer que sei que vocês estão ansiosos, então ai está.

Muitos e muitos beijos pra quem leu a fic, independente de deixar ou não comentário, embora sem isso eu não saiba como foi meu desempenho e se devo ou não continuar a escrever.

Bem deixa eu para de encher o saco.

Um beijão!