Capítulo XV

ATENÇÃO! ESTE CAPÍTULO CONTÉM MUITAS TROCAS DE CENA,NÃO NOS RESPONSABILIZAMOS POR MENTES CONFUSAS!

Ashley estava correndo de um lado para o outro como uma barata tonta, não sabia para que lado eles tinham ido!

- Ahhhhh!! Assim não valeeee!! Eu que tinha planejado tudo direitinho.... snift snift snift... não posso ficar sem 3x4!! – Sem escolha e tentando manter-se o menos desesperada possível, correu para a direita, lembrando-se de ter sugerido que eles fossem ao parque.

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Após ter certeza de que o caderno estava seguro debaixo do carpete, Lyria finalmente saiu do quarto, vendo que o americano havia desistido de arrombar a porta e voltara para o tapete, juntamente com Heero.

- Como você é ruim, criança! – disse Duo, seriamente.

Lyria ergueu uma sobrancelha.

- O que foi que disse?

- Criança.

- DESGRAÇADO, MALDITOOO!! – ela se jogou em cima dele, se esperneando e chutando-o.

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Estava cansada. Exausta, para dizer a verdade. Até que aquelas cem voltas haviam sido bem úteis. Conseguira achar os dois pombinhos (que ainda não sabiam que era pombinhos) caminhando pelo calçadão do parque. Instintivamente se escondeu atrás de um grupo de turistas (ela sabia por causa das roupas nada convencionais e a pele cor de leite).

Espiando por cima dos ombros dos mastodontes, convenceu-se que eles não estavam nem CONVERSANDO, e isso a irritava!

Seus olhos comprimiram-se e ele achou que já estava na hora de agir.

Olhou em volta e achou um grupo de meninos de rua sentados no meio fio, conversando, aproximou-se.

- Hey! – Ela os chamou, e eles a olharam indagantes. – Vocês querem ganhar dinheiro fácil? – Falou, mostrando uma notinha vermelha (Leia-se: uma nota de dez). Ele colocaram-se de pé imediatamente. – Escutem, vocês só vão ter que fazer...

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Heero segurou Lyria pela cintura, tirando-a de cima do americano, que ria dos esforços inúteis dela, tentando acerta-lo. Bem, realmente ela havia batido, mas ele não sentira absolutamente nada...

- Hee-chan, em vez de 100 voltas em torno da casa, é bom fazer essa daí adquirir um pouco mais de força! Eita soco fraquinho!! Tá desnutrida tá, fia?

Lyria o olhou com cara de reprovação.

- Você é dessssprezível. – Ela disse, imitando o personagem Patolino, do Looney Tunes. – Tudo bem, tudo bem... Você pode ter a força, mas eu tenho o CADERNOOOO! – Lyria concluiu, satisfeita, e balançando a bunda em sua direção. – Nanananananaaa!

Duo soltou um muxoxo por não ter a oportunidade de ler o resto da história interessante entre Treize e Wufei.

- Tive uma idéia. – disse a garota, sorrindo. – Já que eu sou uma bosta com força física, vamos exercitar a lógica e estratégia. O que vocês acham de um jogo de pôquer? – ela perguntou. - ... STRIP PÔQUER?

Maxwell pareceu interessar-se pelo nome do jogo, mas Heero manteve sua expressão neutra.

- O que é isso? – ele perguntou a Lyria.

A morena sorriu, e explicou o jogo a eles.

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- Quatre, você está bem? – Trowa perguntou, preocupado. Um moleque havia passado correndo e acabou trombando com o loiro, que caiu.

- Ah... sim, estou bem! – Ele respondeu, sem graça. O moreno estendeu-lhe a mão, ajudando-o a se levantar.

O árabe ficou vermelho ao ter sua mão em contato com a do outro. Trowa tinha um certo poder sobre ele! Não eram só os toque que Quatre tentava evitar, mas detestava quando o moreno o olhava, principalmente quando ele o olhava com aquela expressão fria e inabalável! Doía saber que não era ele que conseguiria fazer com o o outro exteriorizasse os sentimentos.

Mudos. De novo!

- Como está a próxima fase do plano?

- Tudo pronto, Srta Barton! - Respondeu um dos meninos que ela havia 'contratado'.

- Ótimo! – Disse, ainda olhando para os dois, de trás de uma árvore. Nhai, vocês vão ver! Ou rola algo hoje ou eu troco de nome... bem, é... ou melhor, eu choro!

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- Full house. – disse Heero.

Lyria e Duo suspiraram; era a quinta vez consecutiva que o maldito japonês conseguia ganhar, e ele havia aprendido aquele jogo há alguns minutos!!! Como ele podia ser tão perfeito em tudo que fazia?

- Eu odeio você. – disse Lyria. – Quem tira dessa vez?

Heero encarou os dois por um momento. Ele já havia feito Lyria tirar o suéter, as meias e a blusinha fina que usava por baixo, a deixando apenas com um top e a calça jeans.

- Duo. – disse, finalmente. – Tire a camisa.

- UHUUUUU! – exclamou Lyria, aliviada por ter sido alvo da 'infinita misericórdia' do Soldado Perfeito.

Duo bufou e tirou a peça de roupa. A morena se controlou o máximo que pôde para não pular em cima dele.

- Duo-love, precisamos pôr em prática o contra-ataqueee! Se não ele vai nos deixar pelados, pelados, nus com a mão no bolso! – ela disse, mostrando a língua para o japonês, que apenas deu um meio-sorriso de vitória. Sua cara dizia claramente, "Eu sou o máximo".

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Ah claro, nada é perfeito! Ashley estava quase saindo de seu esconderijo e se dirigindo àquelas idiotas, intrometidas, raparigas... grrrr!!

- Hã? Eu? Não, não é verdade! 1 – Falou quatre, constrangido.

- Ah!! Deixa de ser modesto, loirinho.

Seus olhos arregalaram-se. Por que Trowa não fazia bosta nenhuma? Ta, tudo bem que ele já havia lhe falado que 'Quatre é bom demais para alguém como ele'! Seus sangue ferveu só de lembrar disso. Como se aquele bando de urubus fosse 'Alguém melhor para Quatre'.

- Betoooooo!! – Chamou, o líder do seu esquadrão.

- Sim, Srta Barton, o que deseja.

- Vai lá e... e..... – Em seus olhos apareceu uma chama, e em sua cabeça, chifres... Era o diabo! – Tire-as de lá nem que seja a força! – batendo continência, o garoto consentiu e foi até elas.

Assobiou para uma delas, que o olhou indignada, como se fosse uma ofensa muito grave!

- Que menina gostosa! Já não nos vimos por aí? Ah!! Já sei onde foi! Foi naquele bar... você era uma das meninas que tava fazendo programa, né? – Ela ficou extremamente vermelha e as amigas também.

Trowa e Quatre pediram licença e se retiraram do local. O moreno não parecia ter se importado com nada do que elas haviam falado, deixando o loiro magoado e sem esperanças, como se ele ainda tivesse alguma...!

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- Tudo bem, Heero, eu admito. Você é o fodão. Será que dá pra perder uma vez, agora? – perguntou Lyria; era a oitava vez que aquele infeliz ganhava consecutivamente.

- Se vocês conseguirem me derrotar. – ele respondeu, com ar de superior.

Duo estava apenas de calça, e Ly, de top e um short que ela usava por baixo da calça. Heero estava com a roupa intacta. Maldição!

'Ele vai ver só uma coisa!', pensou Lyria, determinada. Estava na hora de pôr seu aprendizado em prática. Ela não jogara com os caras do bar à toa!

- Vou ganhar a próxima rodada, e você vai se ferrar! – disse ela ao japonês, que a ignorou. – Vamos tornar isso mais interessante. Quem ganhar agora terá o direito de mandar nos outros dois até meia-noite. Beleza?

- Missão aceita.

- 'Cê ta louca??? – perguntou o garoto de olhos violetas. – Ele vai detonar a gente!

- Não se preocupe, mon cher, ele não vai ganhar dessa vez.

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Quatre estava sentando num dos bancos, esperando que Trowa voltasse. O moreno havia dito que iria comprar suco e não demoraria, pedira que ele o esperasse ali.

Respirando fundo, olhou para o céu, estava começando a ficar escuro e frio. Mas não era isso que o estava incomodando.

A maneira como Trowa o tratava era que o deixava com vontade de chorar! Provavelmente o outro o achava uma criança, pela maneira como agia, ou talvez, muito afeminado... Trowa não gostava dele, era isso! Parecia simples, e na verdade era, mesmo assim... ele sentia um aperto no peito...

- Olá, loirinho – Falou um cara gordo, suado e bêbado, com uma voz melosa que chegava a dar náuseas.

Mesmo receoso, Quatre se viu obrigado a responder.

- Eh... Olá... – Antes que o árabe pudesse dizer alguma coisa o homem o agarrou, passando a língua pela extensão de seu pescoço, enquanto uma das mãos apertava com sofreguidão suas nádegas.

Quatre sentiu nojo! E tentou a todo custo retirar aquele cara de cima de si, sem êxito. O pânico tomou conta de si.

- T-Trowa... – Chorou baixinho.

- AAAAAAHHHHHHH!!!!!!! – Ouviu-se um grito, de menina. – SOLTA IMBECIL!! – Ash gritou batendo com um cano nas costas do homem. – SOLTA! SOLTA! SOLTAAAAA!! – Todas as pessoas em volta parara para olhar, e um policial que estava fazendo ronda pela área, chegou a tempo de impedir que a garota matasse o tal indivíduo, que depois de tantos ataques já estava inconsciente.

Ofegante, ela só esperava uma brecha para poder voltar a espancar aquele filho d'uma p... Foi quando ouviu um 'click' dentro de si, dizendo para acudir Quatre em vez de matar o desgraçado.

- Q! Q, você ta legal? – Ela perguntou, preocupada. – Cadê o Trowa? Por que ele não estava com você?

- E-ele... ele... eu... – Lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto. Pedia intensamente à Allá que Trowa não tivesse visto aquilo! Se não, o moreno sentiria nojo dele!

- Quatre, pelo amor de Zeus, você está bem? Fale alguma coisa antes que eu entre em pânico! – Ela falava chacoalhando-o, sem obter resposta aos seus apelos.

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Os olhos de Lyria brilharam de emoção.

- Full houseeeeeeeeeeee!! – ela gritou o mais alto que pôde, dançando freneticamente e balançando o dedo em frente ao rosto do japonês, que não acreditava que havia perdido pra ela logo na última rodada. Ele estava perdido.

Duo não sabia se agradecia aos céus ou se chorava. O que era pior: ser escravo do Soldado Perfeito ou da louca? Era uma escolha extremamente difícil.

- Eu disse que ia ganhar, não disse? NÃO DISSE??? Lalalalalala... – Lyria saltitava pela sala, feliz da vida. – Agora tenho dois homens sobre meu comando. Oooohhh, até meia-noite!!! Yes!

- Heero, - disse o americano. – estamos fritos.

- Ihihihi, 'cês tão ferradinhos! Ou melhor, não estão não, porque eu serei muito boazinha com vocês. – Lyria esfregou as mãos, com um sorriso diabólico no rosto. – Quero que vocês... – ela ia completar a frase, quando o telefone tocou.

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- Ly-san! – Ash quase gritou quando a amiga atendeu.

- Digaaaa! – gritou a outra, eufórica por algum motivo.

- Ly-san, o Trowa-san apareceu por aí? – Indagou, desesperada. Não sabia o que fazer! Quatre não falava com ela, só chorava silenciosamente e ela não conseguia encontrar o moreno! Até por que, não podia abandonar o árabe. Estava em maus lençóis...

- Nops! Por quê, o que houve? – Lyria perguntou, finalmente percebendo que havia algo errado.

- Só desgraças! Deu tudo errado! – Falou ela, chorando. – Um bêbado imbecil agarrou o Q-san e ele não fala comigo e nem pára de chorar! Eu não consigo achar o Trowa e tem uma multidão de gente...

- Como é que é?!?! Droga... Heero, Duo, tenho uma missão pra vocês! – ela comentou com os dois. – Fique calma, estaremos aí em dez minutos.

- Tá! – Ela falou, segurando o choro e desligou. – Qat, fala comigo, por favor! – Implorou ela, voltando para perto dele.

- Ele deve ter visto! – Disse entre soluços. – Por isso não volta! Deve estar sentindo nojo de mim!! Deve achar que a culpa e minha e que eu estava gostando! – Confidenciou ele, chorando mais ainda. Ashley não sabia o que fazer! DO que diabos ele estava falando? De Trowa? Oh, Santos Titãs!

- Qat, por Zeus, Trowa jamais pensaria isso de você! – Ela tentou.

- ENTÃO POR QUE ELE NÃO VOLTA?

- Ãhn... eu... não... eu... – Por que aquele débil mental não voltava? Ela não fazia idéia! Abraçou o pequeno loiro, e deixou-o chorar o quanto quisesse, talvez fosse melhor deixa-lo desabafar ao invés de consola-lo.

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- Ok, rapazes. – Lyria falou, marchando de um lado para o outro da sala. – A primeira tarefa de vocês será me levar até o parque para resgatarmos Quatre Raberba Winner, que foi impiedosamente atacado por um brutamontes. Após isso, vocês deverão sair em busca do tapado do Trowa, que não aparece em lugar algum. Entendido?

Os dois trocaram olhares confusos, porém preocupados.

- Eu não ouvi! Digam 'SIM SENHORA, CAPITÃ!'

Heero a olhou como se fosse a pessoa mais retardada do planeta, levantou-se e saiu da casa, sendo seguido por Duo e Lyria, indignada por não terem a obedecido.

O japonês rapidamente arrombou um carro qualquer e, assim que todos haviam entrado nele, arrancou em direção ao parque, seguindo as direções indicadas pela 'capitã Lyria'. Só esperava que ela estivesse certa das direções.

Pontualmente dez minutos depois, os três chegaram afoitos no parque, logo avistando a multidão que cercava Quatre, Ashley, e o porco bêbado inconsciente.

- Ly-san, Heero, Duo! Por favor, me ajudem a leva-lo para algum lugar mais calmo, por favor!

- Andem logo, seus molengas! Um, dois, um, dois! Boraaa! – Lyria apressou-os.

Heero pegou o frágil loiro e o depositou dentro do carro, sobre os olhos atentos da multidão. Duo sentou no lugar do motorista e, assim que todos entraram, saiu em disparada, voltando à casa.

Durante o trajeto, o árabe continuava chorando, mas silenciosamente, abraçado a Ashley, que não sabia o que fazer.

Lyria acariciava os cabelos loiros de Quatre, tentando acalma-lo um pouco. Onde estava aquele imbecil do Trowa quando se precisava dele?
Continua no próximo capítulo...

Notas:
1 Retirado do mangá de Gundam Wing número 6, última página: "A Capacidade de Quatre" (Tirinhas)

(Goddess) Por quê? Por quê? Por quê? Por quê sempre com o Qat-san? E por que o imbecil do Trowa não apareceu? Ele não tinha ido só comprar um suco? ò.ó
(Sayuri) Se eu o encontrar, o encho de porrada!!! n.nU Talvez não, se não ele é que me bate, né, mai beleza... Não se preocupeeem, ele vai aparecer! Vivo ou morto, mas vai. –desvia das pedras tacadas em sua direção- Ta, ta bom, VIVO! Vivinho da silva. n.nUUU
(Goddess) Yep! Esperamos que seja vivo mesmo... se não como eu vou fazer água com mosquito? Tsc tsc tsc, daí não vai dar! Ainda tem mta coisa pra acontecer antes do final da torturaaaaa!
(Ambas) ATÉ O PRÓXIMO CAPÍTULO! –Ainda estão tentando encontrar moedas para comprar limões-