N.A.:Oi gente! Só um aviso sobre esse capítulo... eu sei que a conversa em que a Mione conte pros meninos sobre a mãe do Sev é um dia antes do funeral do Dumbledore, mas por razões técnicas, vamos omiti-la ou fingir que foi antes, tá? Hehehehe...

Ah é! E os diálogos logo depois do funeral são extraídos do HBP mesmo.

Muuuuito obrigada pra Angela Danton, minha super, hiper, mega beta!

Disclaimer: Nada disso aqui me pertence... É tudo da Rolinha...

ALERTA DE SPOILERS: Eu já coloquei o aviso no resumo da fic, mas como esse capítulo contém o final do HBP na visão da Mione, acho melhor reiterá-lo.

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Capítulo II

O dia do funeral de Dumbledore tinha tudo para ser o mais lindo dia de verão em muitos anos. Não se via uma nuvem sequer no céu e o sol brilhava com todo o seu esplendor. Eu tinha certeza de que esse era o tributo dos céus ao homem que tanto fez pela terra.

Eu não conseguia lembrar muito de tudo o que acontecera durante o funeral, tudo passara como um borrão na minha frente. Pela primeira vez na minha vida, sentia a sobrecarga de informações na minha cabeça. A morte de Dumbledore, a inocência de Snape, a reação que Harry teria quando eu contasse a verdade a ele. Isso sem contar a bagunça de sentimentos que estava dentro de mim; eu sabia que deveria estar triste por Dumbledore ter morrido, mas também deveria estar feliz por Snape ter continuado fiel a ele até o fim. E, para piorar a situação, eu ainda não tinha idéia de como iria cumprir a missão que Dumbledore me dera.

Àquela altura, o funeral já havia terminado e Harry estava conversando com Scrimgeour. Eu tinha certeza de que boa coisa não podia ser. Ron ainda permanecia ao meu lado, segurando a minha mão. Eu sabia das intenções dele. 'Não vou negar que eu também sempre sentira algo por ele, apesar de nós sermos completamente diferentes. Ah, não dizem sempre que os opostos se atraem? De repente a gente podia até dar certo.'

"É melhor a gente ir atrás dele." Disse Ron, repentinamente cortando meus pensamentos. Ele apontava para Harry, que pelo visto havia acabado de conversar com o Ministro e estava se dirigindo à arvore na beira do lago onde nós costumávamos ficar.

Quando chegamos perto dele, perguntei, "O que Scrimgeour queria?"

"A mesma coisa do Natal, queria que eu lhe desse informações pessoais sobre o Dumbledore e que eu fosse o novo garoto-propaganda do Ministério."

Ron parecia star lutando consigo mesmo por um momento, então virou-se para mim e disse, "Olha, me deixa voltar lá e socar o Percy"

"Não!" Eu disse firmemente, segurando o seu braço. Eu entendia o que ele estava sentindo. Certamente o fato de seu irmão estar do lado de gente como o Ministro, que tentava se aproveitar de qualquer situação, até mesmo de um funeral, para conseguir o que queria, o enojava profundamente.

"Mas vai me fazer sentir melhor!" Ele disse. Harry riu e eu não pude conter um pequeno sorriso, mas que desapareceu assim que olhei para o castelo.

"Eu não posso suportar a idéia de que talvez nunca mais voltemos" Disse eu, suavemente "Como Podem fechar Hogwarts?"

"Talvez eles não fechem" respondeu Ron. "Nós não estamos em muito mais perigo aqui do que estaríamos em casa. Eu até diria que Hogwarts é mais segura, tem muito mais bruxos aqui para defender o lugar. O que você acha, Harry?"

"Eu não vou voltar, mesmo que ela reabra."

Ron ficou surpreso, mas eu já imaginava que ele não iria querer voltar. Não depois de tudo que acontecera.

"Eu sabia que você iria dizer isso. Mas o que pretende fazer então?"

"Eu vou voltar pros Dursley mais uma vez, porque era isso que Dumbledore queria. Mas será por pouco tempo, então eu partirei de vez."

"Mas para onde você irá se não vai voltar para escola?"

"Eu pensei que eu devia voltar a Godric's Hollow" Harry murmurou. "Para mim, tudo isso começou lá. Eu tenho um pressentimento que eu preciso ir lá. E também poderei visitar os túmulos dos meus pais, eu gostaria de fazer isso."

"E depois?" Perguntou Ron.

"Depois eu tenho que encontrar o resto dos Horcruxes, não tenho?" Ele disse, com seus olhos na tumba de Dumbledore, refletida na água do outro lado do lago. "Era isso que ele queria que eu fizesse, foi por isso que ele me contou tudo sobre eles. Se Dumbledore estava certo – e eu tenho certeza de que ele estava – ainda tem mais quatro deles por aí. Eu tenho que achá-los e destruí-los e depois eu tenho que ir atrás do sétimo pedaço da alma do Voldemort, o pedaço que ainda está em seu corpo, e sou eu quem vai matá-lo. E se eu encontrar Severus Snape no caminho..." Eu gelei à menção do nome dele "... melhor pra mim e pior pra ele."

Foram exatamente aquelas palavras de Harry que me fizeram decidir, de uma vez por todas, que eu não deveria contar nada, nem a ele nem ao Ron, até que eu tivesse provas concretas. Além disso, eu também sabia que eles precisariam da minha ajuda para encontrar os Horcruxes, então não seria nada bom eu criar um clima ruim.

"Nós estaremos lá, Harry" disse Ron, subitamente.

"O que?"

"Na casa dos seus tios" respondeu Ron. "E depois nós iremos com você, onde quer que você vá."

"Não–" Ele disse rapidamente, mas eu o cortei.

"Você nos disse uma vez, que ainda havia tempo para voltarmos atrás se quiséssemos. Bem, nós já tivemos tempo, não?"

"Nós estamos com você, aconteça o que acontecer." Ressegurou Ron. "Mas, amigo, você vai ter que dar uma passada na casa dos meus pais antes de qualquer coisa, até mesmo antes de Godric's Hollow."

"Por quê?"

"O casamento do Bill e da Fleur, lembra?" Eu mesma quase havia me esquecido disso, com tanta coisa acontecendo.

Depois de olhar por um bom tempo para Ron, ele finalmente disse, "É, nós não deveríamos faltar."

OoOoOoOoOoO

Uns dez minutos depois, fomos aos dormitórios pegar as nossas malas. A sensação de que talvez eu nunca mais o visse era tão estranha, que eu não quis me demorar muito. Quando cheguei lá embaixo, os meninos ainda não estavam. Uma idéia então surgiu na minha cabeça. Fui até uns garotos do terceiro ano que ainda estavam por ali e pedi para que se eles vissem o Harry ou o Ron, avisassem que eu já tinha ido. Antes de passar pelo retrato, 'talvez pela última vez', diminui as minhas malas para que pudessem caber no meu bolso com um feitiço e desatei a correr em direção à Sala Precisa. Não sabia porque, mas sentia que eu precisava levar aquele livro comigo.

Algum tempo depois, com o livro devidamente encolhido e escondido no bolso do meu jeans, encontrei com os meninos perto das carruagens. Depois dos devidos questionamentos sobre onde eu estava e depois de uma pequena mentira, nós partimos.

A viagem até a estação fora tranqüila. Já no trem, encontramos um compartimento vazio. Assim que a porta fechou, voltei a minha mala ao tamanho normal, e peguei algumas cópias de uns Profetas Diários antigos que eu havia conseguido persuadir Madame Pince a me emprestar durante as férias. Eu sabia que se nós queríamos descobrir quem era R.A.B., esse seria o melhor lugar para procurar. Depois de partilhar a minha idéia com os garotos, eles resolveram me ajudar.

"Mas antes de começar, nós deveríamos estabelecer alguns parâmetros baseados nas informações do bilhete." Os dois olharam para mim como se eu fosse de outro mundo. Não que eu não estivesse acostumada, mas sempre me chateava quando alguém não conseguia acompanhar meu raciocínio.

Uns segundos depois, uma sombra de compreensão passou pelo rosto de Harry, "Faz sentido, Mione." Ele concordou. 'Aleluia! Aleluia! Aleluia, Aleluia, Aleeluia!'

Ron ainda parecia um pouco confuso. "Eu ainda não entendi." Exclamou.

Novidade. Ele sempre era o último a entender. Depois das devidas explicações, eu continuei.

"Primeiro, acho que pelo fato do R.A.B. se referir ao Voldemort como Lorde das Trevas, ele deveria ser um Comensal, ou alguém próximo de um."

Depois de alguns minutos ponderando a informação, Harry falou, "Não pode ser um Comensal."

"Por quê?" Indaguei.

"Por que ano retrasado, na noite em que ele voltou, eu ouvi o Voldemort dizer que os seus Comensais conheciam as medidas que ele tinha tomado para garantir a sua imortalidade. Mas no bilhete, o R.A.B. diz que ele descobriu o segredo do Voldemort. Isso não faria sentido se ele já soubesse sobre os Horcruxes."

"Tem razão, Harry, mas ele podia ser um Comensal não tão importante. Eu duvido que Voldemort tenha contado a todos eles sobre os Horcruxes. Pessoas como Wormtail seriam estúpidas o bastante para, até mesmo por acidente, deixar escapar o maior segredo do Lorde das Trevas. Mas como isso não é uma regra, e sim um parâmetro, acho melhor deixar o R.A.B. como não sendo Comensal, à menos que os outros parâmetros sejam muito fortes."

"Tudo bem. Então qual vai ser o próximo?" Harry perguntou, enquanto eu escrevia o parâmetro número um em um pergaminho.

"Eu acho que ele provavelmente não deveria estar na Ordem nem da primeira, nem da segunda vez," para minha surpresa, era Ron quem estava falando "senão ele teria dito pro Dumbledore sobre os Horcruxes."

"Faz sentido, amigo. Não faz, Mione?"

"Faz sim." Respondi, fazendo mais anotações no pergaminho. Mas não pude deixar de notar a cara de alívio do Ron quando eu concordei com a teoria dele. "E eu também acho que deveria ser um bruxo extremamente poderoso, capaz de persuadir alguém a ir com ele até a caverna para, ou beber a poção, ou fazê-lo beber."

"Concordo."

"Eu também."

"Acho que é só, não? Algum de vocês tem mais alguma sugestão?" Indaguei.

"Eu não."

"Ah! Eu tenho!" exclamou Ron. "Ele tem que estar morto, né?"

"Ou presumivelmente morto." Harry observou.

"Tem razão. Acho que é isso, então. Vamos começar as pesquisas?"

"Vamos, Mione. Qualquer coisa, se a gente pensar em mais alguma hipótese, a gente te avisa." Disse Harry.

"Tudo bem, mas ainda assim, eu acho melhor anotar todos os nomes que possam se encaixar em R.A.B., mesmo se estiver faltando algum dos nomes e mesmo que não se encaixem em todos os itens, tá bom?"

Os dois concordaram e começamos a pesquisar.

Passamos a viagem toda sem achar quase nenhum nome que se encaixasse. Quando está vamos quase chegando à Plataforma 9¾, Harry deu um berro tão alto que eu achei que fosse enfartar.

"Achei!" Eu e Ron olhamos, curiosos, para ele. "Robert Arhenius Bagman! É o pai do Ludo Bagman." Eu e Ron apenas olhávamos para ele. "Uma vez, eu vi na penseira do Dumbledore, o julgamento do Ludo Bagman. Ele tinha sido acusado de mandar informações para o Rookwood, que era amigo de seu pai, então, ele se encaixa na primeira regra da nossa teoria; ele não era Comensal, mas era amigo de um. Também se encaixa na segunda, já que ele não esteve na Ordem em nenhuma das guerras. Quanto à terceira, nós podemos presumir que ele era poderoso, pois trabalhava no Departamento de Mistérios. A única coisa que não sabemos é se ele está morto."

"Harry! É ele! Só pode ser ele!" exclamou Ron.

"Um momento, não podemos nos animar tanto assim." Alertei.

"Por que, Mione? Ele se encaixa perfeitamente na descrição!" afirmou Harry.

"Eu sei que sim, mas ele não pode ser o único. Temos que continuar pesquisando e, quando chegarmos em casa, mandamos uma coruja para o Sr. Weasley perguntando sobre Robert Bagman."

Eles não pareciam muito felizes por eu ter estragado a certeza deles, mas continuaram a pesquisar. Eu já estava acostumada a isso, eles sempre se agarravam na primeira opção plausível e não queriam acreditar em mais nada diferente dela. 'Suponho que seja por isso que eles nunca gostaram do Snape e que se eu, ainda que remotamente, cogitasse a opção dele ser inocente, eles considerariam uma traição profunda.'

Quando chegamos em King's Cross, não havíamos feito muito progresso. Os tios de Harry nos esperavam na plataforma. Depois de uma longa conversa com meus pais, tentando persuadi-los a me deixar passar o verão com Harry, nós fomos para a casa dos seus tios. Eles não pareciam nada felizes com a idéia de ter mais dois bruxos em sua casa, muito menos o Dudley, que parecia positivamente aterrorizado, mas concordaram em nos deixar ficar, já que eram poucos dias até o aniversário do Harry.

Assim que chegamos, Harry foi logo despachando a Hedwig para o senhor Weasley perguntando sobre Robert Bagman. Logo após o jantar, eu pedi licença e me retirei para o quarto de hóspedes onde eu estava instalada, a viagem no Expresso sempre me deixava acabada. Adormeci instantaneamente.

OoOoOoOoOoO

Dois dias depois, nós estávamos no quarto do Harry, mais uma vez pesquisando sobre o R.A.B., quando uma coruja bateu na janela.

"Deve ser a resposta do Sr. Weasley." Supus.

Harry se levantou depressa e deixou a coruja entrar, mas para a surpresa de todos, ela veio voando na minha direção.

"Que diabos..." exclamou Ron.

"É dos meus pais!" comecei a ler a carta em voz alta.

'Querida Hermione,

Sua mãe e eu gostaríamos muito que você e seus amigos viessem jantar hoje aqui em casa. Não tem nenhum motivo especial, mas nós só queríamos passar um tempo a mais com você, já que não a veremos muito esse verão. Por favor, convide também o Harry e o Ron, os pais dele e quem mais você quiser chamar.

Afetuosamente,

Papai.'

"Nós não podemos, Mione! Hoje é o casamento!" avisou Harry.

"Tudo bem, mas mesmo assim eu vou dar uma passadinha lá. Eles têm razão, mal vão me ver o verão inteiro." Na verdade, eu estava um pouco preocupada. Meus pais sempre endereçavam as cartas a mim como 'Herms'. É, patético, mas que pais que não dão apelidos patéticos para os seus filhos. Mesmo assim, eu não quis preocupar os meninos. Não devia ser nada. Era só eu ir lá e dar uma checada, de repente colocar uns feitiços de segurança a mais, mas tudo iria correr bem.

Era o que eu achava.

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N.A.: Respondendo reviews!

Fernando Miaise: Muito obrigada! Já decidi que vou continuar com a primeira pessoa mesmo...

Sheyla Snape: Que bom que você concorda com a teoria!

Mila Malfoy: Continuei, viu? Hehehe

Marie Verlaine: Eu também fico tentando arranjar maneiras pro Dumbledore não ter morrido de verdade... mas eu meio que já esperava isso... eu concordo com vc, o Potter precisava ficar sozinho para poder realmente amadurecer.

Angela Danton: Muuuuuuuuuuuuuito obrigadaaaaaaaaaaaaa!

Cris Snape: Vlw meeeeesmo! O Dumbledore num vai voltar naum… explicação até tem, mas eu acho que vai ser mais interessante pra história se ele continuar morto...

Mary Malfoy: Hehehe... eu acho que esse livro foi um choque pra todos nós. Quando eu li da primeira vez eu tinha certeza de que o Sev tinha traído o Dumbledore e já tava considerando até parar de ler os livros (hahaha... como se eu pudesse, né?). Mas quando eu li da segunda vez, e depois li uns artigos na net, eu vi que realmente poderia haver uma 'nova visão para os fatos'.