OS DESTINOS TROCADOS SE REVELAM

- Kikyou o que faz aqui à uma hora dessa?- Kaede abaixou o arco, olhou para o baú que estava diante de Kikyou, as palavras morreram em sua boca

- Vim ver o que tem nos manuscritos que você sempre me impediu de ver.

Kaede abaixou a cabeça, sentia o peso de todos os seus pecados sobre suas costas

- Sempre imaginei que mais cedo ou mais tarde esse dia chegaria. Eu seria capaz de vender a minha própria alma, se isso pudesse impedir que esse dia chegasse...

-Que dia, do que está falando?- Kikyou não era capaz de entender o porque de tanto desespero nas palavras de Kaede. O que poderia haver naqueles manuscritos de tão horrendo?

- O dia em que vou te contar toda a verdade sobre seu destino, ou pelo menos do destino que não foi seu. Só espero que você possa perdoar meus pecados.

Kaede e Kikyou sentaram-se diante do fogo, a noite era fria. Kikyou olhava para o passado, podia se lembrar de cada detalhe do dia do nascimento de Kagome.

- Há muitos anos atrás do coração de uma sacerdotisa, Midoriko, surgiu a jóia de quatro almas, desde então na família Higurashi sempre nasce uma filha, que será uma sacerdotisa e deverá proteger e purificar a jóia.

- O que há de novo nisso, você não me contou nada que eu não soubesse...

- Poucas horas após o nascimento da filha a mãe deve fazer um ritual de passagem de poder. Assim a futura sacerdotisa poderá proteger a jóia sem no entanto, ser dominada pelo poder desta. Kiyone, sua mãe, fez o ritual logo que você nasceu. No entanto segundo as tradições se nascer mais de uma filha na família Higurashi a mais nova deverá ser tornar sacerdotisa...

Os olhos de Kikyou primeiramente encheram-se de espanto, mas depois cederam lugar ao ódio que dominava o coração da jovem que se levantou. Kaede assustada com a reação de Kikyou fez o mesmo.

- Você quer dizer então que a minha irmã mais nova deveria ser a sacerdotisa e não eu?- Sua voz suava quase como um sussurro, como se tivesse que se espremer pela garganta para sair. Era uma voz carregada de ódio raiva.

- Kiyone morreu, ela não pode fazer o ritual para passar o poder para Kagome. Assim achamos melhor deixar tudo como estava, você continuaria a ser a sacerdotisa

- Melhor?!? Vocês acharam melhor?!? Quem você pensa que é, Deus, para decidir sobre os destinos, sobre o que é melhor?

- Kikyou, acalme-se... Deixe-me terminar, não poderíamos permitir que Kagome se torna-se sacerdotisa porque ela não é uma criança comum, na verdade ela é a...

-Ora cale-se!!! Nada justifica... Eu não quero saber, não quero saber seus motivos, nem nada sobre aquela maldita... Maldita!!!

Kikyou saiu correndo em direção a floresta, cega pelas lágrimas e por seu ódio não via nada a sua frente, apenas o rosto da sua irmã, apenas o destino de sua maldita irmã.

Da cabana Kaede observava Kikyou correr, não fora capaz de revelar toda a verdade, ainda falta o que talvez fosse o mais importante, a verdade sobre origem da alma de Kagome.

Kaede abaixou a cabeça, esse era um segredo que ainda não deveria ser revelado.

Kikyou ainda corria pela floresta, cega pelo ódio que trazia dentro de si tropeçava diversas vezes e se levantava... Voltava a correr, exatamente como havia feito há quase vinte anos atrás, no dia em que sua mãe morreu, nesse dia ela corria tentando fugir da dor, hoje ela corria movida pelo ódio.

Caiu mais uma vez, mas agora não teve coragem de se levantar...

Flashback:

Ficou lá caída no chão, lágrimas então rolaram por sua face, ela estava perdida, sua mamãe havia morrido. Lembrou de sua mãe, sua mãe rindo, brincando com ela, dizendo para ela amar seu destino, mas para não ser tão séria. Amava sua mamãe, Kiyone era a única pessoa da aldeia que a amava, que a tratava não como uma pequena sacerdotisa, mas como uma menina, sua mãe era a única que a olhava nos olhos com amor. Agora ela perdera, perdera sua mamãe, perdera a única pessoa que a amara na vida... Mamãe...

- Feh, os humanos são muito fracos mesmo, não conseguem nem se levantar sozinhos... - Uma voz de criança surgiu de algum ponto escondido atrás das arvores. Era uma voz doce, mas no entanto parecia irônica, algo incomum para uma criança.

Fim do Flashback

- Pensei que você já tivesse aprendido a se levantar sozinha

Uma voz surgiu por detrás de Kikyou, ela não levantou o rosto para vê-lo, podia se lembrar perfeitamente do menino que há 20 anos atrás surgiu diante dela.

- Estava me perguntando quando você iria aparecer?- Kikyou se levantou e se jogou nos braços de Inuyasha, ele abriu os braços para recebe-la.

Inuyasha pegou Kikyou no colo e a levou para uma caverna, a mesma caverna onde sempre se escondia durante a primeira noite de lua nova.

"Nunca ninguém veio aqui antes, quer dizer exceto uma menininha"

Ele a colocou sentada no chão e sentou-se diante dela, surpreendeu-se com a atitude da sacerdotisa ao deitar em seu colo para chorar...

-O que aconteceu? Pare de chorar e me conte - Os olhos de Inuyasha revelam o quanto ele estava preocupado, nunca vira a miko chorar, nunca a vira buscar ajuda de ninguém.

- Meu destino... Meu maldito destino! Sempre vivi amaldiçoando cada dia do meu destino que me obrigava à solidão, mas eu descobri, descobri que esse não é o meu destino e sim o da minha irmã...

- mas como assim do que você está falando? Como esse pode não ser o seu destino?

-Essa história é muito longa, mas basta saber que não fui eu quem nasceu para ser só...

- isso quer dizer que você não precisará mais ser sozinha?- Inuyasha exibiu um sorriso, mas esse sorriso desapareceu ao ver o olhar de Kikyou repleto de ódio.

-Eu amaldiçôo... Amaldiçôo cada dia que eu já vivi

Kikyou se afastou do colo de Inuyasha, seu olhar não exibia a costumeira indiferença, mas ódio. Ela tinha os punhos cerrados, a cada frase que dizia socava a terra. Inuyasha tentou impedir Kikyou mas foi impedido pela energia que saia do corpo da miko.

- Maldita seja a minha mãe que morreu para dar a luz a minha irmã, e me sentenciou a uma vida maldita que não me pertencia. Malditas sejam as mulheres do vilarejo que decidiram a minha vida como se fossem deuses. Maldita seja a Jóia de Quatro Almas que me condenou a uma vida miserável.

Kikyou estava ofegante, como se o ódio que sentia a impedisse de respirar, mas ela juntou forças, todas as suas forças e sua voz tornou-se um rugido de sua dor.

- Maldita seja a minha irmã que nasceu para me condenar a esse maldito destino. MALDITA!!! MALDITA...

Kikyou teria continuado com sua prece de maldições se não fosse o tapa que recebera de Inuyasha e a levara ao chão.

- Como ousa? Porque fez isso?

Inuyasha se ajoelhou diante de Kikyou, segurou firme seus ombros.

- Será que você não percebe que a cada maldição você se amaldiçoa ainda mais? Será que nesse destino nem tam nada por que valha a pena viver? Não tem?- Os olhos de Inuyasha suplicavam que ela fosse capaz de ver o que estava diante dela.

Kikyou olhou para Inuyasha, ela então percebeu que o hanyou fazia sua vida valer a pena, não importasse o quão maldita esta fosse, sempre valeria a pena se ele estivesse com ela.

- Estou diante da única pessoa que faz minha vida valer a pena.- a voz de Kikyou saiu em um sussurro, que no entanto foi forte o suficiente para ser ouvido por Inuyasha.

- Eu morreria por você.

Inuyasha aproximou seu rosto ao de Kikyou, ficou perto o suficiente para secar-lhe as lágrimas, para sentir-lhe o cheiro, para beijar-lhe os lábios.

Os dois se encontraram naquela noite escura, e mais uma vez foram salvos da própria solidão que eles mesmos criaram.

- Por favor, não me toque...- sua voz saiu em um quase sussurro, a miko pareceu ler a mente do hanyou.

- Não iria toca-la.

Inuyasha coloca a mão a milímetros de distancia do rosto da sacerdotisa.

- Sinta...- ele disse e ela então fechou os olhos.

As mãos de Inuyasha percorriam cada centímetro do corpo de Kikyou, sem, no entanto toca-lo. A miko, de olhos fechados, sentia a proximidade da pele de Inuyasha, podia sentir seu calor, seu toque, mesmo sem toca-la. Ela sentia prazer, prazer... Apesar de desejar, ela não podia permitir que ele a tocasse, durante toda a sua vida fora ensinada a se manter pura, seu corpo, seus pensamentos, seu coração.

Inuyasha observava cada transformação no rosto de Kikyou, ele não podia resistir a vê-la, assim tão perto de si, mas tão distante, foi então se aproximando, sentindo melhor o seu cheiro. Deixando-se levar pelo seu desejo... ele queria acabar com as distancias que os separavam. Mas, no entanto, no entanto centímetros correspondiam a um mundo, a um destino.

Perto da caverna um homem usando roupa de babuíno assistia a cena:

"Não falta muito Kikyou, o destino que eu escolhi para você já está chegando, o destino que eu escolhi para a sua alma".

O babuíno riu, sua risada parecia cobrir toda a floresta. Inuyasha ouviu a risada e se afastou de Kikyou, correu ao redor da gruta para ver quem estava perto, mas não encontrou ninguém, já não sentia nenhuma presença. Ao retornar para a caverna Kikyou já havia partido.

Inuyasha pensou em correr atrás dela, mas teve vergonha. Vergonha de tê-la tocado, vergonha de ser um simples hanyou. Sentia-se incrivelmente pequeno perto dela, mas, no entanto buscava sua companhia, não queria ser só.

Longe dali, em meio à floresta, uma menina andava acompanhada por um gato de rabo duplo. Ela parou ao ouvir a risada. Sentiu um arrepio em sua espinha, algo que talvez não fosse capaz de explicar, como se aquela risada fosse capaz de mudar toda a sua vida.

- Sabe de uma coisa Kirara, nunca pensei que seria tão difícil voltar.


Oie...

Fala aí pessoal...

Como vcs sabem eu costumo ser muito, mas muito, mas muito má... Essa capitulo de hj na verdade seriam dois, mas hj, em edição extraordinária resolvi ser boazinha (AiAiAi, acho que é o amor... será q a mais malvadas das escritoras de fics se tornará boazinha? Não, nem tanto, como eu disse essa é uma edição extrardinária rsrsrs) Finalmente a Kagome está voltando, até pq eu nao aguentava mais escrever sobre a Kikyou, e para quem acompanhava essa história no webfabfics, finalmente os capitulos inéditos estão començando a mostrar a cara (Graças a Deus, eu não aguentava mais todo mundo saber o que iria acontecer...)

Carolzinha, na boa, vc é mais louca do q eu... hahaha... sério mesmo!!! Fico feliz por vc sempre comenatar, e aí vai um aviso, nem pense em parar de deixar seus comentários, heim? Valeu pelos elogios, esse fic deve ser grandinho (aviso a todos q já estou escrevendo o final, q por sinal será surpreendente... Apropósito, quem sofre do coração, é melhor começar a parar de ler aqui... rsrsrs)

Gy-chan, po valeu mesmo... fiquei toda boba com os seus elogios... Sabe, esse tb é o meu fic favorito...mas nao precisa se preocupar q nesse fic muitas aguas ainda vao rolar...

Bem gente é isso... Vou parando por aqui... Beijos a todos, espero q gostem desse capitulo e nao esqueçam de deixar seus comentários...

Bjs