Agradeço as reviews recebidas, fico muito feliz em saber que minha história diverte alguém num fim de semana.
Juni: vez ou outra eu assisto Law and Order, mas não curto muito, assim como CSI NY, mas um que sempre me diverte é JAG... já viu, lá no universal channel? Agora assisto um pouco de Kevin Hill.
Hoje, sem mais delongas vamos ao que interessa.
IAB (Internal Affairs Bureau) corregedoria.
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Post. 5/11
CAP V – De lá e de cá.
Bosco chegava em casa e olhava a correspondência. Uma carta com o selo da IAB. Abriu o envelope para constatar seu maior temor. Faith havia feito a denúncia, ela queria acabar com ele. Pensou por instantes em que caso era este. Lembrou-se vagamente. Ty estava com ele.
"Merda! Ela quer uma guerra!" – praguejou ele. Não deixou de se sentir mal com aquela situação. Agora era o golpe de misericórdia no relacionamento deles. Sentiu-se sufocado, como se as paredes de seu apartamento se fechassem contra ele. Pegou sua jaqueta e foi para a casa da mãe, a única pessoa em quem ele podia confiar cegamente.
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Rose estava decepcionada com o que Faith estava fazendo com seu bebê. Que ela quisesse defender Emily, tudo bem, era seu dever de mãe, e como mãe ela entendia, mas isso estava indo longe demais. Agora ela estava machucando os sentimentos de seu filho, que sempre foi leal com ela, só por que tinham pontos de vista diferentes? Quem ela pensava que era? Não respeitava a opinião alheia?
Rose olhava de coração partido seu filhote chorar até dormir. Há tempos ela não o via ter esses rompantes de tristeza, essas crises tão longas, no máximo ele queria encher a cara e dormir, acordando com dor de cabeça na manhã seguinte por causa da ressaca. Faith ia pagar da pior forma, e ela sabia que se, depois de tudo isso terminado, ela precisasse de ajuda, Maurice não ia negar. Sempre teve coração mole com as mulheres.
Deixou-o dormir permanecendo junto dele, sabia que ele teria pesadelos naquela noite, como quase sempre acontecia. Deixou-o dormir por que ele realmente precisava de descanso, mas no fundo era bom vê-lo assim, se dedicando a outras coisas que não os treinos de tiro, academia, mulheres e serviço policial ou seu trabalho disfarçado para o governo. Seu filho estava esgotado e as profundas olheiras e o ar doentio denunciavam isso. Estava pálido, abatido, sem ânimo, como se um peso muito grande fosse colocado sobre seus ombros, quando ele já estava fraco demais para carregar.
Quando acordou na manhã seguinte ele já tinha saído.
O 55º distrito pegava fogo, quando souberam que Bosco tinha sido chamado pela corregedoria, as notícias corriam rápido naquela cidade. Também sabiam que ele tinha sido afastado do serviço até a conclusão da investigação pela IAB, e pelo que Candy e Sully sabiam sobre aquele dia, eles iam se ferrar de verde e amarelo, com direito a bolinhas roxas.
"Bem feito." – disse Candy. – "eles pediram por isso."
"E não é?" – Faith conversava com ele, mas Sully estava pensativo. Aquilo estava indo longe demais. A raiva dela tinha passado da pessoa do Ty para o Boscorelli, tá certo que ele também não concordava com a posição do outro policial, mas não era para tanto.
Muitas questões pululavam em sua mente naquele momento: 1° Bosco e Faith eram os melhores amigos do mundo; 2° Bosco não brigaria com ela sem um bom motivo; 3º ele não tinha lá muito trato com estupradores, por que ele defenderia um?; 4° Será que todos estavam errados? Será que a garota tinha mentido sobre tudo ou só contou meias verdades?
Quase não conseguia terminar um relatório por causa de tantas dúvidas.
Se apaziguou por um momento. Não enfrentaria Faith agora, era melhor esperar um pouco até ter certeza. O ódio dela estava se aplicando contra todos. O que ela não sabia era que, do outro lado, Boscorelli estava a ponto de explodir também. Sua revanche não pouparia ninguém! Todos os demais ficariam em meio a um fogo cruzado, onde somente um dos dois restaria, e sem deixar pedra sobre pedra. Quem pode mais chora menos.
CAP. VI – R... de revanche.
A campainha tocava. Maggie abria a porta, Bosco estava lá parecendo preocupado, mas havia algo diferente nele hoje.
"Olá, Maurice. Tudo bem?" – dizia ela, enquanto saía da frente para que ele pudesse entrar. – "Você parece preocupado. Alguma coisa a ver com o julgamento?"
"Não senhora. O Ty está?" – respondia ele enquanto a cumprimentava, embora parecesse inquieto, desconfortável.
"Sim, lá na cozinha. Vem comigo. Sua mãe está bem?" – Maggie e Rose haviam se tornado grandes amigas nos últimos tempos. Tinham algo em comum, os filhos passando por um período difícil.
"Está sim, mandou lembranças". – respondeu com um meio sorriso.
"Depois eu ligo prá ela."
"OK."
Ty estava na cozinha com a irmã quando viu Bosco acompanhando a mãe.
"Bosco! E aí cara. Tudo certo?" – Ty estranhou alguma coisa nele naquele dia, no modo dele olhar. Passavam tempo demais juntos e isso fez com que eles aprendessem a se entender sem precisar falar nada.
"Oi Maurice." – cumprimentou a irmã com um aceno, que ele respondeu com um sorriso, estranho.
Ty sabia que ele estava numa fase difícil, tinha sido transferido de departamento porque os outros se voltaram contra ele. Ninguém sabia do fato dele ser advogado, só ele, suas famílias e James. Bosco tinha confidenciado isso, porque o serviço policial era um disfarce conveniente para o governo: onde mais eles teriam tantas informações de rua sem alguém nelas? Muitas vezes fazia investigações, principalmente em relação à sonegação de imposto de renda por parte de chefes de tráfico de drogas, quando o Estado não queria parecer diretamente envolvido. Umas paradas sinistras. James o advogado contratado por sua família era um auxiliar importante, quem assinava as petições, ia ao fórum, retirava o processo do cartório, fazia pedidos e tudo o mais.
O próprio James reconhecia que estava tendo umas aulas muito interessantes com ele, principalmente sobre a parte processual do Direito que na teoria é uma coisa mas na prática só quem convive com isso é que sabe os meios de fazer.
"Dá prá gente conversar, Ty?" – Disse Bosco tirando-o de seus pensamentos.
"Maurice, fica à vontade. Ty, estamos na sala se vocês precisarem." – Disse Maggie, enquanto saía, acompanhada da filha.
" Falou." – Respondeu Ty, indicando com o polegar para cima.- " E aí, cara. O que tá acontecendo com você hoje?" –Ty estava preocupado com o outro.
Bosco entregou para Ty o envelope timbrado da corregedoria. Este observou atentamente o timbre antes de ler. Aquilo não era bom. Sentiu-se mal ao ver que Faith Yokas havia denunciado o amigo para a corregedoria, e que Candy e Sully se prontificaram como testemunhas.
Maggie escutava tudo do corredor. Cada vez mais sentia raiva de Faith Yokas. A raiva dela estava tragando todos para o fundo. Uma mulher mesquinha.
"Cara... eu... eu sinto muito. Nunca imaginei que isso ia tomar essa proporção. Ela está perdendo a noção. Bosco isso é sério. É melhor você não se meter mais nisso. Olha... não estou sendo ingrato com você, mas é que isso já está indo longe demais. Isso aqui pode acabar com a sua carreira. Cara, você já me ajudou prá caramba, não precisa se prejudicar mais." - Ty estava sendo sincero, a última coisa que ele queria era que Bosco se prejudicasse por ele. Ele já tinha arriscado demais.
"Ty, Ty! Escuta! Agora é tarde prá sair. Não tem volta. Eu já fui afastado da polícia, a Faith nunca mais vai falar comigo. Eu sabia que ia ser foda, mas eu confesso que fiquei surpreso com a denúncia. Já virou pessoal entre ela e eu. Não tem mais a ver com você. Ela me odeia. Agora eu só posso ir até o fim, e provar que você não fez nada." – 'ela vai se arrepender disso, até os ossos.' – pensou consigo essa última parte.
No fundo, apesar da situação, e de suas mágoas, ele até que gostava de ganhar dela nas disputas. Era uma ótima adversária, usava todas as armas.
"E sobre o que é essa convocação?" – Ty estava tentando se lembrar de alguma situação parecida.
"Lembra daquela vez, já faz tempo, que nós dois, Sullivan, Faith e Candyman perseguimos uns caras numa viela da 98 e o Candy foi baleado na perna?"
Ty, agora, tinha a lembrança nítida daquela tarde. Foi o primeiro tiroteio do qual ele participou.
"Eu lembro.. Tinha um cara dentro de uma casa, eu e você estávamos na porta... acha que ela fez isso prá ferrar nós dois?"
"Acho, não. Tenho certeza." – respondeu Bosco, convicto das intenções dela. – "E acho que você ainda vai receber uma convocação sobre isso."
Ty estava pensativo quando as palavras ecoaram em sua mente: "deixa o desgraçado morrer."
"Bosco... foi nesse dia que teve aquele cara baleado pedindo ajuda, e você sabe..." – Ty não tinha coragem de repetí-las.
"Eu sei o que eu disse." – ele respondeu, sem demonstrar qualquer arrependimento.
"Bosco! Isso vai acabar com você se a corregedoria souber a verdade. O que nos vamos dizer para eles?" – Ty estava apavorado com a idéia de que o outro ia se ferrar por causa de uma situação mentirosa, que até aquele momento só tinha prejudicado os "mocinhos".
Nesse momento a irmã de Ty entra, trazendo consigo um envelope timbrado.
"Ty, um policial veio entregar isso." - disse ela, estendendo-lhe o bendito pacote, que ele abria, já sabendo o que ia encontrar. Não deixava de sentir culpa por tudo o que estava acontecendo.
"Não é boa coisa, certo?" – ela afirmou só de olhar apara os dois.
"Não." - respondeu olhando para a irmã e o amigo.
"O que é?"
"Bosco e eu fomos denunciados para a corregedoria. A Faith entregou uma história antiga e nós estamos sendo chamados prá prestar contas." – Ty se sentia revoltado, estava recebendo mais do que ele havia pedido, um castigo muito maior do que seu "crime".
"Por que ela está fazendo isso?" – Maggie perguntou entrando na cozinha.
"Ela quer ferrar nós dois. Eu pelo que ela acha que eu fiz e o Bosco por ficar do meu lado."
Maggie olhava de um para o outro. Maurice não precisava se expor dessa forma, se prejudicar como estava se prejudicando. Ela seria eternamente grata à ele.
"Maurice, eu sinto muito que isso esteja prejudicando você, querido." – disse ela, enquanto o abraçava. Não deixava de sentir um grande carinho maternal por ele. O rapaz parecia cansado, abatido , pensou que Rose ia querer matá-la por isso, e com razão.
"Eu já esperava por isso, não isso exatamente, mas algo do tipo." –respondeu ele, retribuindo o abraço, até que ela o largou. Puxando a filha para fora da cozinha, mas mantendo-se por perto.
"O que nós vamos dizer para eles, Bosco?" – Ty reiterava a questão. – "Bosco, eu lembro de você ter dito prá deixar o cara morrer!" – essa última parte era quase um cochicho. – "ele estava vivo e pediu ajuda, nós negamos. Isso vai acabar com nós dois."
"Primeiro: EU neguei! Eu era o oficial sênior e você o novato com poucos meses de casa. Eu falava, você fazia. Segundo, VOCÊ quis ajudar o cara, EU não deixei." – Bosco tentava ser claro o suficiente.
"Mas eu podia ter desobedecido." – Ty estava cansado do jeito superprotetor do outro. "Por que Bosco? Por que você está assumindo tudo sozinho?"
"Foi assim que aconteceu! Você não pode mudar isso. Você era novo nisso, Candy tinha sido baleado... não acho que você teria me enfrentado naquela hora." – Bosco tinha uma visão simplista da situação, mas não sabia os tormentos por que Ty passava.
Davis não suportava mais ver o outro sempre se pondo na linha de fogo, queria fazer algo por ele. Aquela situação estava acabando com sua sanidade. Sentiu que começava a chorar, seu coração e seu espírito doíam diante daquela situação. Era como se o amigo se oferecesse como cordeiro, mais uma vez, na hora do abate. E ainda diziam que ele era egoísta... o próximo que falasse isso ia levar um pontapé na boca, daqueles que se dá prá fazer o cara perder a comissão de frente.
Desabou no chão, ao que percebeu o outro perto dele, abraçando-o de forma carinhosa, como se fosse o irmão mais velho que ele gostaria de ter. Pressionou a cabeça contra o peito dele, chorando como se fosse uma criança desamparada, Bosco nada dizia, apenas deixava o outro procurar algum conforto antes de seguir com o assunto, mas foi Ty quem recomeçou.
"Estamos ferrados. Temos que combinar uma história." – dizia ele entre soluços, ainda bem acomodado junto a o outro, a quem não tinha coragem de encarar. Nunca se imaginou dizendo essas palavras, sempre foi honesto e exemplar nesses assuntos, recusando-se a mentir quando Sully pediu, uma vez, e agora, propunha que inventassem uma história!
"Não vai adiantar, tem três policiais e dois ou três paramédicos que viram o que houve. Esquece." – Bosco tentava acalmá-lo, mas ele parecia muito abalado.
"O que nós vamos fazer então? Dizer a verdade? Por favor Bosco, me deixa fazer alguma coisa por você, eu digo que eu falei prá não ajudar ele. Por favor..."
Ty estava mesmo abalado com toda essa perseguição. Que ele quisesse ajudar tudo bem, mas daí a afirmar que ele disse para não ajudar o sujeito , beirava a insanidade, o ridículo. Todo mundo sabe que ele, Maurice Boscorelli, JAMAIS acataria uma ordem de um novato.
"Ty, eu sei que é difícil, mas se você quer mesmo me ajudar, diga a verdade, só esquecendo daquela frase."
"Não Bosco! Por que só você tem que se lascar? Eu não sou de vidro sabia?" – Ty não conseguia compreender toda aquela proteção.
"E quem falou que eu vou me lascar? Davis, eu sei o que eu estou fazendo. Se você mentir e cair em contradição vai ferrar a nós dois, principalmente você."
"Eu que me dane! Você já perdeu demais com isso! Não precisa ser assim. Se ela me odeia tudo bem, mas você não fez nada..." – Ty dizia isso enquanto voltava a chorar, mais intensamente.
"Calma Ty..." – Bosco dizia enquanto o mantinha perto de si, podia senti-lo tremer de nervoso. "Ty... quando eles perguntarem só diz a verdade, eu sei o que fazer lá, vai dar tudo certo, não precisa se preocupar, eu quero que você fique calmo. Só isso."
"Mas Bosco..."
Maggie ouvia a tudo em silêncio. Não tinha coragem de interferir. Se alguém podia explicar a própria situação para que seu filho entendesse era o próprio Maurice.
"Bosco...o cara morreu de tanto sangrar, mas estava vivo quando foi atendido."
"Calma, eu sei. Já tenho uma idéia do que eles vão perguntar . Só que não vale à pena mentir agora, com o julgamento tão próximo." – o outro afirmava com convicção, tentando manter sua voz o mais suave que podia, enquanto mantinha Ty em um abraço apertado.
"Nós dois vamos ser expulsos da corporação." – Ty começava a se desesperar. Não importava o que o outro dissesse, não conseguia ver uma saída no fim do túnel onde se encontrava.
"Não, não vamos. Não é o fim do mundo. Você confia em mim? Eu já sei o que fazer prá livrar nós dois, OK."
Bosco estava sério, como Ty poucas vezes o vira. Confiava nele, mas temia pelo que pudesse acontecer à ele. Tinha a perder muito mais do que ele. Perdeu uma amiga, tinha um bom emprego na investigação que estava em risco, caso alguém soubesse que ele revelou seu segredo, tinha sua própria vida para cuidar e estava lá, pajeando ele como se fosse um bebê.
"Tá bom." – não tinha alternativa senão concordar. Queria seguir outro plano, mas tinha medo de tomar qualquer atitude, principalmente se envolvesse o amigo.
"Ótimo. Agora, levanta." –disse Bosco em seu tom de voz normal, puxando Ty do chão.
"Bosco... acha que ela denunciou aquela história do suborno com o Candy?"
"Não, acho que não. Candy está do lado dela, ela não ia fritar ele assim, sem mais nem menos, eu sei que ela só fez isso porque nesse caso somos só nós dois. Esquece, vai dormir um pouco." – Bosco olhava no relógio. – "Ty, eu preciso ir, tô na casa da minha mãe hoje, se você precisar." – dizendo isso ele saiu.
Maggie sabia que tudo daria certo, Bosco não era do tipo que dava ponto sem nó, nem parecia blefar nesse assunto. Agora só precisava fazer Ty descansar um pouco, ele ainda tremia quando sentou-se na sala, na verdade tinha deixado o corpo cair no sofá, estava encolhido, ainda choramingando, uma cena de fazer dó, mas sabia que tudo daria certo.
Adoro quando tenho que escrever e falar mal da Faith ou da Cruz. Mas eu odeio infinitamente mais a primeira!
Alguém lembra desse episódio? Foi o que a Faith disse pro Bosco que ele tinha conseguido agir igualzinho "aquele animal" (o cara que sangrou até morrer)... que pena que ele não jogou na cara dela que ela tinha deixado o tal César Dominguez no terreno da gangue adversária para ele morrer também. ODEIO ELA!
Como sempre: Mais nós... bem apertados e cegos, como eu gosto.
Soluções? Aguardem o próximo capítulo da novela.
Beijocas da Kika-sama.
