Agradeço as reviews recebidas. Fico feliz que mestra Sadie ache que eu sou má! Não sabe o quanto fico feliz... era essa mesma a idéia.

Bem, aqui, mais alguns nós. Calma que está acabando!

Post. 7 /11

CAP. VIII – O que vai... volta.

Swerski tinha mandado chamar Faith, Sullivan e "Candyman" na sala dele. As ordens do superior da polícia tinham sido claras: três dias de suspensão e sem pagamento para os três , além da reabertura dos casos da corregedoria.

"Mandou chamar chefe?" – Respondeu Sullivan enquanto tirava o quepe e entrava na sala, acompanhado dos outros dois.

"Mandei. Devo dizer que estou decepcionado com vocês três." – Swerski estava sério, expressão destinada somente às represálias a pessoa do Boscorelli.

Faith olhou em volta e foi quando eles perceberam que Bosco estava no canto da sala, com um sorriso de mais puro escárnio. O tenente continuava:

"Hoje recebi um ordem do departamento disciplinar, mandando suspender vocês três por três dias, sem pagamento, cada um de vocês, por causa de terem denunciado Boscorelli e Davis por omissão de socorro. Eles foram prestar contas e foram inocentados das acusações. Só que a corregedoria quer mais: ela quer sangue. Há processos contra vocês que serão reabertos para novas averiguações como a história do falso flagrante no bar do Schevchenko ..." – esclareceu o Chefe do Departamento, fazendo so três se entreolharem, e Faith voltando os olhos para o ex parceiro.

Os três estavam pálidos diante das afirmações, e na menor menção de que algum deles ia dizer algo, o tenente interveio:

"Não quero ouvir uma palavra. Sabe por que de tudo isso? Por que a corregedoria acolheu a queixa de difamação contra vocês, e isso vai para as vossas fichas. Mas tem mais: A denúncia foi feita sem eu saber, quando deveria ter sido reportada a mim, na época, mas não foi feito. Então se virem sozinhos agora. Terminem o turno de hoje e cumpram a dispensa a partir de amanhã.

E quanto a denúncia, eu li a contra argumentação e é plausível. Foi vergonhoso terem usado o departamento para resolverem questões pessoais, isso é direcionado a você, policial Yokas! Espero que isso não se repita. Essa suspensão vai ficar marcada no registro de vocês. É só. Dispensados." – O Tenente não queria mesmo conversa. Todos sabiam o quanto ele era flexível, que dava margem de defesa aos seus comandados, sempre querendo saber o ponto de vista deles, mas dessa vez foi bem diferente.

Faith sentia o ódio correr por suas veias a medida que Boscorelli parecia se divertir com as caras que os três faziam.

Sullivan tinha para si que sabia que Boscorelli ia denunciar qualquer um para atingir Faith. Havia virado um guerra entre os dois ex – parceiros. Mas qual o motivo?

Logo todo o 55º distrito policial estava sabendo da denúncia e o vento começara a soprar em outras direções. Policiais não gostavam dos delatores da corregedoria, mas pior que isso era somente se vinha de dentro de casa. Logo eles estavam mau vistos pelos demais. Provavelmente já pensavam que se algum deles mijasse fora do penico um dos três faria denúncia para se promover, provavelmente, em especial Faith.

A imagem dela passou a ser a de uma chantagista oportunista. Durante os resto do dia escutaram conversas de canto onde sempre diziam que ela chantageava o Boscorelli e agora que ele não está do lado dela ela se vingou assim.

Estava fora de controle, logo eles seriam os próximos a serem transferidos, podiam perder o emprego e não tinham mais o apoio total de todos lá. Sullivan tentava organizar as idéias, tudo o que estava acontecendo, enquanto buscava se fechar num mundo onde não ouvia os resmungos de Faith.

Ela estava realmente invocada: a história com a filha, o Departamento se voltando contra ela, a vitória do Boscorelli na questão da corregedoria... talvez esse fosse o ponto principal, todos lá detestavam perder para ele. Mas as questões que tiravam seu pensamento de linha eram relativas a motivação do Bosco em defender, tão ardorosamente, o Davis, destruindo uma amizade antiga, ficando contra Faith, coisa que ele nunca fez por pior que fosse a situação, denunciando-a!

"Faith..." – ele começou.

"O que é?" – respondeu seca, como ela sempre ficava quando alguém não lhe dava atenção.

"Eu estava pensando... quantas vezes você e o Bosco brigaram assim?"

"Desse jeito, nunca. A gente tinha uns rachas de vez em quando, mas no máximo depois de uma semana nos falávamos outra vez."

"Não acha estranho ele defender o Ty assim, mesmo contra você? Quer dizer, ele sempre tomou as suas dores, não?"

"Eu não quero saber o porque dele defender o Ty, se é pena, se é porque pensa que ele não fez nada – mas ele fez..." – ela acrescentou esse último item apontando o dedo para Sullivan – "... ou se está sendo obrigado por ter o rabo preso com ele. Ele ficou contra mim e acusou minha filha de mentir. Acha pouco?" – Dizia ela aumentando, o tom de voz como se estivesse discutindo ao invés de simplesmente responder a pergunta.

"Eu não sei, não tenho filhos mas... vem cá, você não acha nem um pouco estranho?" – Se arrependia a cada pergunta que fazia, mas era necessário.

"O que tem para achar estranho? Você não estava lá... não viu o Davis nocauteado no chão da minha sala, drogado, minha filha toda rasgada, com os pulsos marcados e a arma dele sobre a bancada da cozinha. O que é estranho nessa cena toda?" – Rosnou ela, impaciente.

Sullivan tinha se arrependido de iniciar aquele assunto, ela era um purgante quando queria, mas tinha que expor seu pensamento, ele não era um moleque como o Bosco, ela não seria a "mãe" dele.

"Não sei, eu não estava lá. Mas você não pensa que o Bosco pode ter visto algo errado?"

Faith bufou irritada com aquele comentário, dirigindo ao outro policial um olhar raivoso:

"O que quer dizer com isso?"

"Que talvez o fato de ser mãe tenha te cegado em alguma coisa..." – se arrependeu no instante quem que ouviu o que dissera.

"Você é igual ao Bosco. Também insinuando que minha filha mentiu. Quer saber, esse dias o advogado do Davis esteve em casa, e propôs que nós autorizássemos a quebra do nosso sigilo telefônico fixo e celular, e quer saber, a própria Emily pediu para que nós autorizássemos! Agora por que ela faria isso? Deixa eu ver... porque o resultado chegou hoje e nenhuma chamada foi feita para o telefone dele. Se ele não foi chamado por ele, como ele disse que foi, e não avisou a central de onde estava, o que ele queria lá?" – questionou ela com ar vitorioso.

Aquela foi uma resposta coerente, suas dúvidas diminuíram, mas uma ainda era latente: Qual o motivo do Boscorelli, em resposta a afirmação categórica da parceira ele apenas disse um "desculpe", quase inaudível.

CAP. IX – Há luz no fim do túnel?

Ty e James olhavam as fotos da perícia e os laudos pela enésima vez, o novo laudo sobre os resíduos era animador: o novo exame encontrou traços da droga encontrada no sangue de Davis.

"Isso prova o que?" – questionou ele, não conseguindo enxergar as possibilidades, ele estava drogado do mesmo jeito!

"Isso prova que algo foi dissolvido lá, e como a quantidade encontrada no seu sangue era pouca, você não chegou 'alto' como ela afirmou." – respondeu James satisfeito com sua nova convicção.

"Mas e se alegarem que eu levei isso até lá?"

"É especulação, não encontraram mais nada com você." – James foi categórico.

"E quanto as ligações?" – questionou ele, dando se por satisfeito no primeiro assunto, embora somente tivesse plena confiança naquilo que vinha do Boscorelli. No fundo se sentia mal por não confiar em James. Ele estava fazendo tudo o que podia, ajudando mais do que podia, até. Sabia o que estava dizendo, pois ele o Bosco tinham chegado na mesma conclusão em diversos debates que tiveram a fim de prepará-lo para o tribunal. Ele estava bem mais seguro de si, tinha evoluído surpreendentemente. Ty se sentiu um tonto.

"Nada...isso é o que me desanima." – James e Bosco estavam preocupados com o resultado dessa perícia. Era uma peça principal, a ponta do novelo, o início, o motivo dele estar lá.

"Já falou com o Bosco sobre isso?" – Bosco... lá vinha esse nome outra vez. James estava um pouco cansado desse excesso de confiança nele, e pouca fé em sua pessoa, depositados por Ty.

"Ty... acho que você tem que confiar um pouco mais em mim. O Bosco já disse que não vai estar lá no dia da audiência, e você sabe disso. Então não vai adiantar ficar chorando e correndo atrás dele! Sou eu quem vai estar lá com você, se não confia em mim, não vai me ajudar." – James deu uma bronca. Não dava mais prá segurar.

"Quanto à sua pergunta:..." – continuou ele, - "... falei, sim. Ele ficou preocupado, mas disse que ia prá casa e se der ele vem amanhã."

&&&&

Bosco chegava em casa naquela tarde rindo. Não porque sentisse algum prazer em ter ferrado Faith, mas por fazê-la ver que ele não era o perfeito incompetente que ela sempre julgou que ele fosse. Mas outras coisas ocupavam sua mente: a perícia telefônica negativa, e a ligação que recebera na noite anterior. Só haviam duas pessoas em todo o mundo que o chamavam assim, e com certeza uma delas jamais ligaria. 'Por que Charlie ligaria?' – pensou ele.

Estava deitado no sofá, quase dormindo quando a campainha tocou. Deixou que tocasse mais algumas vezes na vã esperança de que seu visitante fosse embora. Se fosse sua mãe ele saberia pelos gritos de "filho desnaturado". Mas quem quer que fosse era insistente, até que ele resolveu se levantar e dar um descanso à sua cabeça que começava a doer com o som da campainha. Ficou surpreso ao ver seu visitante.

"Charlie! O que está fazendo aqui? Não devia estar na escola?" – disse ele surpreso. De todas as pessoas no mundo ele jamais imaginou esta. Se fosse Sindy Crawford ele não estaria tão boquiaberto.

"E devia." – disse uma moça que só agora ele notava. – "Mas ele começou a chorar e implorou para vir aqui, mas sem que contássemos para a mãe dele. Você é tio dele?"

"Na verdade não, sou ex – parceiro da mãe dele no NYPD e ele me chama assim desde pequeno. Algum problema?" – Bosco saía da frente da porta dando passagem aos dois.

"Senti sua falta tio." – disse o garotinho envolvendo-o em um abraço apertado, aflito e carinhoso.

"Eu também senti a sua, mas sabe que sua mãe e eu brigamos, certo?" – questionou ele, enquanto os três se sentavam.

"Sei, por causa da Emily." – respondeu baixo, como se as paredes tivessem ouvidos e pudessem escutá-lo.

"Mais ou menos. Mas... foi você que ligou ontem à noite?" – Bosco tinha a chance de tirar um problema da cabeça.

"Foi, mas eu não pude falar. A Emily entrou no quarto." – Disse o garoto baixinho, como que em segredo.

A moça que trouxera Charlie estava atenta a conversa dos dois. Não sabia se tinha feito a coisa certa em trazer o menino sem consentimento dos pais dele, mas a verdade era que ele a tinha assustado, parecia tão apavorado que ela não quis que ele tivesse um colapso. A bem da verdade ele se comportava assim nos últimos dias, evitando andar sozinho, tinha medo de ficar depois da hora... como se alguém o perseguisse, foi por isso que o trouxe.

Ele falava com tanto carinho na pessoa do "tio" e saber que ele era da Polícia de Nova York contribuíram em sua decisão. Talvez o menino se acalmasse, sabendo que está seguro. Chegou a pensar que ele estivesse sendo agredido em casa e que a mãe, por trabalhar com esse homem, tenha indicado aos filhos, em caso de problemas, para procurá-lo.

"A Emily me assusta, tio, ela diz que se eu contar para alguém ela vai mandar o Erik me pegar."

A moça parecia entender o que se passava ali, ele estava se sentindo ameaçado pela irmã, que estudava lá.

"Contar o que? E quem é Erik?" – Bosco estava preocupado com a ameaça.

"O namorado dela que está na prisão. Mamãe e papai não sabem que ela fala com ele, e ela disse que se eu contar prá alguém ela vai..." – Charlie começava a chorar e tremer, estava nervoso, aflito. Bosco o pôs junto de si abraçando-o, tentando acalmá-lo. O garoto apertava o abraço em torno de seu quadril, buscando proteção. Sabia que podia confiar nele, apesar do que era dito por seus pais.

"Calma Charlie... seus pais vão descobrir por eles mesmos. Os números para onde ela liga vem escritos na conta de telefone." – Pensava que eles deviam ter reatado o namoro a pouco tempo e ainda não deu para vir uma conta que demonstrasse.

"Não tio... ela fala com ele num celular... um que ninguém sabe que ela tem, ela esconde no colchão, eu vi. Agora ela vai mandar ele me pegar..." – menino chorava novamente. Bosco estava curvado sobre ele, envolvendo-o nos braços de forma carinhosa, apoiava a cabeça dele sobre seu peito, afagando os cabelos dele até que ele parou de tremer.

Ao ouvir aquelas palavras Bosco encontrou a peça que faltava em seu quebra- cabeças... a questão era: como por as mãos nesse aparelho?

"Charlie... tem certeza disso?" – o menino assentia com a cabeça. Estava cansado.

"O que eu faço, tio?" – Charlie perguntava cheio de esperanças... não tinha problema que o 'tio Bosco' não resolvesse.

"Presta atenção, Charlie. Faça o que a sua irmã diz, só por enquanto. Uns dias. Ninguém vai machucar você, eu prometo. O Erik está preso, não pode fazer nada. Sua mãe não vai deixar ele chegar perto de você, prometo." – o garoto apenas assentia. – "Charlie, preciso que você me faça um favor... não conte prá ninguém, que você veio aqui falar comigo, certo. Eu vou dar um jeito de acabar com isso. Confie em mim."

"Senhor Boscorelli... Se não for pedir muito, eu gostaria de pedir que também não fosse comentado isso de eu trazer o Charlie aqui. É fora do regulamento da escola." – a moça pedia gentilmente, observando o carinho existente entre os dois, quase como pai e filho.

"Sem problemas." – respondeu ele.

"Posso perguntar uma coisa?" – questionou ela ao que recebeu um aceno dele. – " O Charlie está mesmo seguro? Quer dizer... parece que ele está vivendo no limite. Anda nervoso, preocupado... não é um comportamento normal."

"Quem não é normal é a irmã dele. Mas não precisa se preocupar, não vai acontecer nada. Fico feliz que você se preocupe com ele." – respondeu Bosco com um sorriso. Não os sorrisos charmosos que ele dava quando queria conquistar alguém, e sim, um que ele usava só quando queria deixar alguém a quem ele amava mais calmo.

"O Charlie é um menino adorável. Todas as professoras gostam muito dele." – respondeu ela. – "venha Charlie... temos que ir." – falava enquanto estendia a mão para ele, que ainda abraçou o 'tio' mais uma vez, antes de irem embora.

Bosco nem fechou a porta depois dos dois. Pegou a jaqueta e saiu.

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James e Ty estavam conversando depois de terem passado a tarde quase toda vendo pontos do processo, até que decidiram que era hora de parar um pouco. Foi quando Maggie apareceu trazendo o Maurice quase que pela mão.

"Bosco... e aí, cara. Achei que você não vinha hoje." – Disse Ty quase que como um cão. Abanaria a cauda, se tivesse uma.

"E não ia mesmo, tô quebradão. Só que eu recebi uma visita hoje..."

"Faith!" – Ty tentava adivinhar o que aquela cara preocupada tinha a dizer.

"Não. O filho dela, Charlie foi lá, com uma professora da escola, de tarde. Ele me falou que a Emily o ameaçou caso ele contasse sobre um celular que ela tem, sem os pais saberem. Ela usa esse aparelho para falar com o tal Erik."

"O namorado que eu prendi." – lembrou Ty.

"Ela deve ter feito a ligação desse aparelho naquela noite, por isso ela autorizou a quebra se sigilo telefônico... ela sabia que não ia aparecer!" – Concluiu James, animado novamente.

"É o que eu acho. Ela usa, pelo que o Charlie me falou, para falar com o namorado na prisão, sem os pais dela saberem, ninguém sabe que eles ainda namoram."

"Filha da puta!" – Ty praguejou alto. Não deu para segurar, quando viu já estava na última sílaba, então... que saísse tudo de uma vez.

"Então, agora temos que ganhar acesso aos números discados. Não tem como saber o número da linha ou pegar esse aparelho?" – questionou James.

"Esse é o problema... não acho que o juiz vá dar um mandado de busca e apreensão sem termos prova de que esse aparelho existe, não vou pedir pro Charlie pegar, ele já está muito assustado com tudo isso, e por que é ilegal, vão dizer que nós nos aproveitamos da inocência dele, e como não temos ordem para pegar esse celular pode até caracterizar apropriação indébita. É prova ilícita. Não vão admitir isso em julgamento." – Constatou Bosco. Sua cabeça já doía de tanto pensar naquilo.

"Bosco, e se você pedir pro Charlie depor sobre isso?" –Questionou Ty, mas Maurice tinha outras pessoas para proteger naquela situação. Não seria tão simples.

"Não dá... vão querer saber como eu fiquei sabendo disso. Só que a professora que levou o Charlie até lá, pediu sigilo, por que é contra as regras da escola, o que ela fez, não quero complicar ninguém a menos que não tenha outra saída."

Bosco se sentiu mal em negar isso, mas não podia deixar Charlie nem a professora em situação difícil. Lembrava-se do pavor do menino na simples idéia de que seu segredo viesse à tona.

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CONTINUA...

Será que eles vão conseguir pegar esse celular? Esperem até o próximo Sábado!

Beijos da Kika-sama (autora malvada!)