A Invasão

Nota:

Tudo que estiver entre significa que o personagem esta falando a língua Kdar ou pensando em Kdariano.

K medida de tempo Kdariana:

§ 1 kx equivale a 1 segundo

§ 1 kr equivale a 1 minuto

§ 1 k equivale à 1 hora

§ 1 ano terrestre equivale a 63 anos em Kdariano

§ 1 dia terrestre equivale a 5.25 dias em Kdariano

Epílogo

Parte – Reencontros

Na parte anterior:

Foi então que sentiu. Como a caricia suave de um amante, uma energia forte e vibrante penetrando em seu subconsciente. Dxmaell ofegou ao reconhecer o dono de tal energia. Fechou os olhos, temendo estar enlouquecendo ao sentí-la tão próxima, tocando-lhe o braço de forma tão íntima. Bem como o suave sussurro daquele que amava soprar junto a seu ouvido fazendo a pelugem de sua nuca arrepiar-se, diante da pergunta feita com volúpia e calor.

- Espero que eu ache digo de desposá-lo.

0 ..

Dxmaell apertou os olhos ao ser virado suavemente de encontro a seu parceiro. Devia estar sonhando, ele não poderia estar ali, mas era a voz dele que ouvia, na língua pelo qual os humanos se comunicavam e que sonhava ouvir todos os dias. Deixou que uma lágrima caísse de seus olhos, para ser colhida pelos dedos de Heero de seu rosto, enquanto este lhe pedia que abrisse os olhos para ele.

- Abra os olhos meu amor.

Dxmaell apertou ainda mais firme seus olhos, com medo de abrí-los e descobrir que sonhava.

- Tenho medo de abrí-los e descobrir que tudo não passa de uma ilusão.

- Eu sou real meu amor. Abra os olhos e permita que eu veja meu amor por você espelhado neles.

Dxmaell abriu os olhos lentamente, encontrando a íris azul cobalto de Heero lhe sorrindo. Ele ofegou e Heero tomou-o em seus braços o beijando, diante das vozes surpresas dentro do salão. Quando viu os olhos dele brilhando, esqueceu-se completamente do protocolo ao qual fora instruído, tudo que pensava era em tocá-lo. Dxamell se perdeu no calor dos lábios daquele que lhe era tão familiar e acolhedor quanto o céu da noite. Ele ouviu um leve pigarrear e afastou-se de Heero, tendo seu rosto coberto por um rubor assim que notara os sorrisos no rosto dos presentes a cerimônia. Abaixou a cabeça ao pensar que esquecera por completo o protocolo, de que não deveria deixar Heero tocá-lo antes de aceitá-lo verbalmente na presença de todos como seu parceiro. Heero sorriu diante do embaraço de Dxmaell, colocando uma mecha atrás da orelha esquerda do Kdariano, lembrando-se de que deveria ter obtido uma resposta a sua pergunta, antes de tê-lo tomado nos braços e o beijado. Mas não pudera resistir ao vê-lo tão perto e tão belo, como em seus sonhos.

- Você ainda não respondeu a minha pergunta. Acha-me digno de desposá-lo?.

Dxmaell levantou o rosto sorrindo, ao ouvi-lo perguntar em kdariano se o achava digno de desposá-lo. Teria gritado sim, se soubesse que isso não era nada apropriado, já bastava terem se beijado antes de aceita-lo formalmente. Abaixou a cabeça novamente por alguns instantes, procurando esconder a excitação e o sorriso abobalhado que insistia em permanecer em seu rosto. Ao finalmente erguer a fronte, seu rosto possuía o semblante sério que lhe era esperado, embora ao responder seus olhos brilhassem de forma intima e familiar ao humano.

- Sim. Eu o aceito como meu parceiro.

Os presentes sorriram felizes diante da aceitação do governante. Não que o beijo trocado entre eles oferecesse alguma dúvida quanto a sua decisão. Dxmaell e Heero deram as mãos, diante dos presentes, enquanto as palavras de união eram proferidas pelo representante religioso. Apesar de repetirem as palavras de união, seus olhos e pensamentos se encontravam perdidos na presença um do outro. Dxmaell corou quando Heero tomou-lhe a mão, depositando em seu dedo o símbolo da união deles. Ele repetiu o gesto na mão do humano, e sorriu quando tiveram suas mãos atadas simbolizando o término da cerimônia. Eles eram um só agora, pertenciam a mesma casa e possuíam a mesma posição perante os habitantes do planeta. Perante a sociedade a palavra dele seria a de Heero e a de Heero a sua, em qualquer situação. Heero tocou-lhe o rosto suavemente, ganhando seus pensamentos novamente.

Heero viu Dxmaell sorrir suavemente perdendo-se no brilho suave dos olhos do agora seu esposo. Era fascinante para si, ver o quanto o Kdariano podia lhe dizer com um simples olhar, havia tanto calor em seus olhos que era possível senti-lo o envolvendo suavemente. Aproximou-se dele estreitando o espaço entre seus corpos, seus lábios pararam a poucos centímetros dos de Dxmaell, sentindo a respiração quente e suave alcançar seu rosto, assim como o perfume de sua pele entorpecendo seus sentidos. E foi com incrível deleite que o viu fechar os olhos, poucos antes de vê-los escurecer.

Os lábios de Heero estavam tão próximos que Dxmaell quase podia sentir-lhe o gosto. Sentiu que seu corpo tremia levemente diante da proximidade. Ele estava tão perto e ao mesmo tempo não encontrava forças para tocá-lo tamanha a incapacidade física que o atingiu ao ter os lábios dele tão perto sem realmente tocá-lo. Fechou os olhos incapaz de controlar a ansiedade que o preenchia, o queria com todas as forças e sentia que não agüentaria manter-se assim sem que o beijasse. Foi então que Heero inclinou-se ligeiramente tomando os lábios cheios de Dxmaell em um beijo cálido. O ofegou que escapou dos lábios do Kdariano foram engolidos pelos lábios que o tomavam de forma ardente diante do aplauso de todos. Eles se afastaram quando o ar lhes faltou e o beijo começara a se tornar mais intimo e ardente do que conseguiam conter, diante da carência e familiariedade que sentiam em relação ao parceiro.

Heero tocou o rosto de Dxmaell que mantinha os olhos fechados e respirava de forma ofegante, enquanto mordia levemente os lábios vermelhos e cheios. Ele demorou-se em sua apreciação, notando o quanto Dxmaell estava belo, os cabelos estavam mais longos desde a última vez, o corpo mais torneado, mesmo escondido por sob as roupas seus olhos podiam perceber as suaves mudanças. Dxmaell abriu os olhos, vendo o olhar de seu marido percorrendo seu corpo em apreciação, permitiu-se correr os olhos pelo corpo que conhecia tão bem e se permitia lembrar em seus sonhos. A roupa que vestia apenas o tornava mais belo, realçando a cor dos olhos que tanto o cativava. Os fios desordenados estavam ligeiramente mais cheios, e haviam crescido um pouco desde o último encontro a quase dois anos. Os ombros pareciam mais largos e mais fortes e mal conseguia espera para vê-los e tocá-los. Seus olhos brilharam diante do pensamento o que não passou despercebido a Heero, uma vez que seu olhar era o reflexo do de Dxmaell.

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Dxmaell sentiu os olhares sobre eles e finalmente lembrou-se que ainda se encontravam no salão cerimonial e rodeado de pessoas e não sozinhos. Ele inclinou-se ligeiramente para Heero sussurrando em seu ouvido.

- Nós devemos sair agora. Devemos nos recolher e...

Dxmaell não completou o que dizia, envergonhado demais para isso, simplesmente começou de puxar Heero para que deixassem o salão cerimonial em direção ao lugar onde seriam levados para o ritual nupcial. Ele se deteve em frente ao filho e o abraçou fortemente, beijando-lhe o rosto e enxugando as lagrimas que escorria pela face infafntil.

- Eu disse que não o decepcionaria papai.

- Eu sei querido. Obrigado por traze-lo, mas está de castigo.

Dhaxtha arregalou os olhos e balançou a cabeça suavemente, deveria imaginar que seu pai iria deduzir que ele pegara sua nave para ir atrás de Heero, uma vez que era a mais veloz do planeta. Heero sorriu e piscou o olho para o filho, antes de beija-lo no rosto se deixando ser conduzido por Dxmaell, meneando a cabeça a cada recebimento de felicidades e prosperidades a casa de Klaryos, agora então sua casa. Ao chegarem do lado de fora do salão, ele tomou a mão de Dxmaell o ajudando a subir no transporte o fazendo corar diante do gesto. Ele sentou-se então a aguardou que Heero ocupasse o lugar a seu lado para tomar-lhe a mão novamente. Contando os minutos em que estariam a sós. O transporte seguiu o caminho até o arco de pedra se detendo por alguns instantes, quando a guarda anunciou-os perante a população presente.

- Reverenciem os governantes de Nova Kdra. Dxmaell Klaryos e Heero Yuy

Dxamell levantou-se levando um Heero confuso e surpreso consigo. A multidão inteira curvou-se diante dos governantes, como uma massa perfeita. Um por um dos que se encontravam em frente ao local do arco de pedra curvou-se diante deles. Heero olhou para a multidão que se encontrava reunida diante do arco de pedra, sentiu-se estranho ao ver que todos se curvaram diante deles, quando a guarda fez o anúncio. Dxmaell olhou para Heero, que parecia um tanto desconfortável, ele estava acostumado a esse tratamento e não achava tão estranho, era desconfortável admitia, mas estava habituado a verem os outros curvarem-se mediante a sua presença. Ele aproximou-se de Heero sussurrando em seu ouvido, a medida que o transporte pois-se em movimento novamente.

- Eles agora são seu povo Heero. Como eu, você é o governante deles agora.

- É estranho os ver curvarem-se assim.

Dxmaell sorriu segurando-lhe a mão com carinho, acenando para o povo que sorria e exaltava sua presença como se fossem algum tipo de deuses.

- Sei como se sente, mesmo depois de todo esse tempo, eu ainda me sinto desconfortável quando isso acontece, mas essa é a forma deles demonstrarem carinho e respeito pela nossa posição.

Heero sorriu e levou a mão de Dxmaell aos lábios, o fazendo corar diante da demonstração de carinho em público, no entanto ficou ainda mais rubro ao ouvir a voz de Heero junto a seu ouvido. Como amava quando ele lhe falava em sua própria língua e não em kdariano.

- Você fica lindo quando envergonhado.

- Heero ...

- Aonde estamos indo?

Dxmaell conseguiu corar ainda mais, fazendo-o arquear a sombracelha ao imaginar para onde seguiam. Dhaxtha havia lhe dito por alto, que após a cerimônia eles seriam conduzidos a outro lugar, para o ritual nupcial. Mas o filho não havia dado detalhes quanto ao que seria o tal ritual. Não tinha conhecimento acêrca dos rituais kdarianos, sabia apenas que eles tinham uma certa tendência a ter um determinado rito para cada fase de suas vidas, não muito diferente de alguns povos da Terra.

Dxmaell não sabia porque havia corado. Não era como se fosse a primeira vez que estaria com Heero de forma íntima, ainda assim; pensar no fato fizera-o ficar envergonhado.

Afinal já faziam mais de dois anos que eles não tinham nenhuma intimidade física além dos beijos e abraços trocados a bordo da Asthyãns, uma vez que o médico proibira que tivessem qualquer contato mais íntimo, dada as circunstâncias de que acabara de dar à luz, e acabaria por desprender uma energia que não podia. Seu corpo mudara pouco depois do nascimento. Tornara-se um pouco mais torneado, mas não feminino. Olhou para Heero, que o observava em silêncio, admirando a beleza avivada pelo rubor em sua face. O humano começou a imaginar o que deveria seguir-se ao cerimonial. Pela atitude de Dxmaell tinha uma ligeira idéia... o que o fez sorrir de forma maliciosa, deixando que sua voz soasse no mesmo ritmo que seus pensamentos.

- Se for o que imagino, mal posso esperar para estar a sós com você.

- Eu...eu... também não.

Dxmaell sorriu antes de virar o rosto para o outro lado, fugindo do olhar escurecido de Heero. Mesmo tendo se passado tanto tempo, ainda conseguia compreender o que o humano lhe dizia através do olhar. As promessas em seus olhos eram mais do que conseguia suportar no momento. Temia perder o controle e deixar-se levar por elas ali mesmo no transporte. Heero apertou a mão de Dxmaell, ajeitando-se discretamente dentro das roupas. Os pensamentos que povoaram sua mente haviam tornado suas calças desconfortáveis em poucos instantes. Deixou que a paisagem ao redor o acalmasse, fazendo-o esquecer por alguns instantes para onde estavam seguindo, e o que fariam quando lá chegassem.

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Salão cerimonial:

Dhaxtha não continha-se de felicidade. Mesmo com a ameaça de castigo. Embora duvidasse que seu pai realmente cumprisse o que dissera. O olhar que seus pais trocaram durante toda a cerimônia fôra indiscutível quanto a alegria que sentiam. Nunca vira seu pai tão feliz antes. E o fato de saber que havia acertado em sua escolha o aliviava. Sabia que os veria somente em três dias, mas não se importava com isso. O importante era que estariam juntos tão logo terminassem o ritual nupcial. Dhyreean abraçou o neto que sorria. A felicidade de Dxmaell ficou evidente a todos os presentes, que não pouparam elogios quanto a beleza e dignidade do parceiro do governante. Dhaxtha recebeu os cumprimentos, sem realmente importar-se com eles; mas apenas porque era obrigado a ficar e aceitar os cumprimentos em nome de sua casa, como era esperado. Dhyreean levaria Dhaxtha para sua casa até que Dxmaell e Heero retornassem. Embora duvidasse muito que estes voltassem em apenas três dias.

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Aleng sentiu os braços de Trowa enlaçarem-no pela cintura e rencostou-se nele; ignorando os olhares de alguns conhecidos. Sentia-se feliz por Dxmaell. Fôra envidente a alegria em seus olhos, e sentia-se feliz por ter ajudado um pouco em trazer Heero a Nova Kdra. Voltou-se para Trowa sorrindo, afinal também tinha sua parcela de felicidade. O humano estava com ele finalmente. Já o havia levado para sua casa, onde haviam feito amor novamente, planejando sem medo um futuro juntos. Olhou para Tzen, que conversava com a filha de Wufei, enquanto o chinês os observava, tendo o cuidado de não enrusbecer cada vez que o amigo o olhava nos olhos. Nenhum deles havia conversado muito, mas era fato de que eles seriam uma grande família. Sabia que Tzen tinha paixão por crianças, e o único motivo deste não ter tido nenhuma até o momento era não encontrara alguém com que realmente quisesse ter uma. Não duvidava de que o amigo seria o próximo a estar com um filho, isso se Dxmaell não fosse mais rápido, o que não duvidava que aconteceria.

Ele mesmo estava cogitando a possibilidade, uma vez que deveria passar pelo ritual do Cyarpks em alguns meses. E como Dxmaell havia instituído; todos que passavam pelo ritual podiam escolher os parceiros, ou deixar que o ministério os escolhesse. E tinha apenas uma pessoa em mente. Conversaria com Trowa a respeito. Trowa beijou suavemente o nariz de Aleng, que parecia perdido em pensamentos. Conhecer a casa onde este morava fôra algo incrível. Havia tanta paz e tranqüilidade que era impossível não sentir-se relaxado nela. Tanto que acabaram por se amarem, mesmo tendo pouco tempo. Uma vez que o kdariano teria que correr para encontra-se com Tzen, a fim de acompanharem Dxmaell durante a cerimônia. O planeta era lindo, e era possível ver a Terra incorporada em cada parte dele. Quando estavam a caminho do salão cerimonial, Aleng havia-lhe explicado que o único motivo deles agora poderem respirar o ar de Nova Kdra era porque o planeta quase nada tinha de parecido com o antigo. Sendo mais similar a Terra, divergindo apenas no ar, que era apenas de um pouco menos concentrado em oxigênio.

E não foi com surpresa que sentiram um pouco a diferença ao deixarem ao nave. Nada preocupante, além de um ligeiro desconforto, devido a pureza do ar e uma quantidade menor do que que estavam acostumados, era semelhante a escalar uma montanha bem alta, cujo o ar é mais rarefeito. No entanto a temperatura do planeta era um pouco mais quente devido a seus três soís. Entretanto nada insuportável. Sabia que adaptariam-se em pouco tempo. Apenas Meilin parecia sofrer um pouco mais pela diferença; mas nada que o traje que Tzen lhe dera não suprisse. Desviou seus olhos para Wufei que sorria. Foram poucas as vezes em que vira o amigo fazê-lo desde que Meiran morrêra. Sabia que ele estava feliz. Na verdade todos estavam. Haviam reencontrado suas metades, e estariam juntos por um longo tempo, vivendo um futuro que se permitiram viver apenas em seus mais profundos sonhos.

- Você me parece cansado. Vamos para casa?

Trowa voltou sua atenção a Aleng, e sorriu diante do olhar deste. Via claramente que a intenção dele era de apenas ficarem sozinhos, embora não pudesse discordar do fato de que estava realmente cansado. Havia sido uma longa viagem até ali e não haviam tido tempo para descansar apropriadamente. Passou os braços pelos ombros de Aleng, sorrindo ligeiramente antes de responder.

- Descansar? Acho que podemos fazer isso.

Aleng enrusbeceu diante das palavras ditas num tom malicioso. Passou seu braço ao redor da cintura do humano, encostando a cabeça em seu ombro e deixando-se ser encaminhando em direção a saída. Trowa parou em frente a Wufei que se encontrava vermelho, por algo que Meilin dizia a Tzen. Este olhava o chinês de forma intensa.

- Nós estamos indo.

Tzen levantou-se olhando para o rosto de Aleng que estava ligeiramente corado, muito semelhante ao de Wufei, embora de forma menos intensa que o do humano. Conversar com a menina havia sido agradável. Ela era perspicaz, inteligente e nem um pouco inibida, ao perguntar se teria irmãos. Não pôde impedir-se de olhar para Wufei, e dizer que ficaria muito feliz, se o humano também estivesse disposto, fazendo-o enrusbecer tanto, que achou que ele fosse explodir, de tão vermelho que ficara. Sorriu deliciando-se em vê-lo assim, eles não haviam tido qualquer contato mais íntimo, e sabia que o humano sentia-se acanhado quanto a isso; uma vez que o pouco que conversaram a bordo da Arphiansus III, deixara o fato bem claro. Não haviam tido tempo para conversarem sobre o futuro deles, ou para mostrar-lhe o lugar onde gostaria de morar. Sua casa era espaçosa e prática para uma pessoa, mas não para três, e gostaria de começar sua vida com eles de forma completa; escolhendo juntos um lugar para morarem. Voltou sua atenção a Aleng e Trowa, decidindo por fazer o mesmo, uma vez que não havia mais nada a fazerem ali; e não sentia-se muito disposto a participar da pequena recepção que ocorreria em celebração ao casamento do governante.

- Acho que também já vamos, se Meilin e Wufei não se opuserem.

- Não vai haver festa?

Tzen voltou-se para a menina e acariciou os fios negros com carinho, antes de responder.

- Vai haver uma pequena recepção para os convidados. Podemos ficar se quiser, mas gostaria de levá-los para conhecer nova Kdra.

Meilin estava a ponto de responder quando Dhaxtha e os pais de Dxmaell se aproximaram.

- Já vão partir?

- Estávamos pensando em descansar um pouco senhora.

- Entendo.

Dhyreean sorriu e olhou para Dhaxtha, empurrando-o gentilmente para a frente. O menino resmungou suavemente antes de voltar sua atenção à menina que o encarrava de forma divertida. Eles haviam conversado muito durante a vinda para Nova Kdra, e apesar dele ser alguns anos mais novo que ela, era muito divertido conversar com ele.

- Meilin.

- Tente Dhaxtha?

Dhyreean sorriu ao vê-lo enrusbecer quando a menina sorriu e disse seu nome. Dhaxtha sentiu as faces quentes sem entender o motivo disso ter acontecido. Procurou firmar a voz. Não entendia o motivo desta haver repentinamente desaparecido.

- Você... não gostaria de ficar conosco? Vai haver uma recepção em honra a união de meus pais, e infelizmente sou obrigado a ficar. Ficaria feliz em ter alguém com quem conversar, que não fosse meus avós ou alguém do ministério.

Aleng olhou para Tzen, que sorriu ligeiramente. A menina olhou para o pai sorrindo. Queria muito ficar para a festa, e assim deixar ele e Tzen sozinhos um pouco. Wufei ficou tentado a dizer não, mas sabia que ela estaria segura com os pais de Dxmaell. Concordou com um ligeiro menear de cabeça. Viu-a pegar a mão de Dhaxtha e correr com este para fora do salão, como que temendo que mudasse de idéia. Estava a ponto de chamá-la e dizer para se comportar devidamente, quando Dhyreean sorriu, tranqüilizando-o.

- Não se preocupe, ela ficara bem. Dhaxtha com certeza vai circurlar com ela e apresentá-la a todos os ministros. Ele simpatizou muito com sua filha... o que é raro.

Tzen sorriu e abraçou Wufei que corou diante do gesto, procurando habituar-se a demonstração de afeto do kdariano.

- É verdade. Dhaxtha tem verdadeiro pavor de meninas, mas ele parece gostar da companhia de Meilin.

- Acho que os veremos correndo de um lado a outro.

- Tzen, nos avise quando for adequado levá-la sua casa.

Wufei corou furiosamente diante das palavras da mãe de Dxmaell. Tzen sorriu, meneando a cabeça e vendo-os afastarem-se. Trowa e Aleng se despediram marcando um novo encontro, quando Dxmaell retornasse do ritual nupcial com Heero. Assim todos poderiam conversar melhor e comemorar a felicidade conjunta. Tzen olhou para Wufei que parecia um tanto deslocado. Inclinou-se em seu ouvido sussurrando, azendo-o arrepiar-se por completo.

- Vamos? Há muito o que mostrar de Nova Kdra.

Wufei foi incapaz de responder, contentando-se-se em seu ouvido sussurrando em apenas concordar, balançando a cabeça. Sabia que estava dando um passo longo, mas havia ansiado por isso a muito tempo. Tomando coragem ele beijou o rosto de Tzen e sorriu.

- Vamos para casa. Você pode me mostrar o planeta outro dia.

Os olhos de Tzen escureceram e ele sorriu, levando o humano consigo para sua casa. Ele tinha razão. Poderiam fazer isso outro dia, em companhia de Meilin, no momento eles precisavam descobrir o que não havia feito antes de se separarem a dois anos atrás.

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Uma hora depois - Casa Nupcial – Cidade Alta:

Dxmaell encontrava-se abraçado a Heero pela cintura. Haviam levado mais ou menos vinte minutos para chegar à outra cidade. De onde se encontravam podiam observar a cidade ficar cada vez mais distante. Eles seguiam para a parte mais alta da cidade, próxima a região onde ficava o salão cerimonial. Era uma construção erguida no meio das montanhas, o que na visão de Heero parecia-se com um hotel luxuoso cercado pela natureza, onde casais apaixonados seguiam para a lua de mel após casados. Dxmaell explicara que apenas os gorvenantes podiam ocupar a construção onde estavam, na verdade; toda a cidade ao redor girava em torno apenas dessa função. Proporcionar conforto ao governante e seu parceiro. Pelo tempo que estes ali permanecessem, e sempre que decidissem voltar. Ela era erguida por sobre a cidade; quase acima das nuvens. Era como se pudessem esticar o braço e pegar um punhado entre as mãos. Heero olhava assombrado para a construção. Jamais vira uma monhanta tão alta e uma construção tão bela construída no meio das rochas. Até ficaria propenso a descobrir mais sobre como eles a construíram se não tivesse uma criatura tão bela e cativante junto a si. Mordiscou a parte que conseguia ver do pescoço de Dxmaell. Este ronronou seu nome, inclinando ligeiramente a cabeça para trás.

- Huummmmmm ... Heero ...

Heero estava a ponto de beijá-lo quando o veículo parou. As portas foram abertas, sendo imediatamente recepcionados por uma mulher de longos cabelos negros e olhos verdes, que os aguardava com ansiedade. Era a primiera vez que receberiam um governante com seu parceiro, e tudo tinha que ser perfeito. Antigamente a construção que recebia os governantes para o rito nupcial ficava às margens dos lagos Thuvian e Thalaryan. Quando o planeta fora reconstruído, fora determinado pelo ministério que a nova casa seria entre as construções rochosas, mas que o costume de se receber o governante e seu acompanhante seriam os mesmos. Ela curvou-se ligeiramente, tendo o cuidado de não encarar o governante, nem seu parceiro. Todos na casa haviam assistido a cerimônia, e não conseguia se lembrar de nenhuma que houvesse sido mais bela. Nem um casal tão perfeito quanto eles.

- Os aposentos estão prontos para recebê-los. Venham comigo.

Dxmaell sorriu para Heero que retribuiu o gesto. Seguiram a mulher por um longo corredor, recoberto por um tapete de pétalas de Xhyars. A mulher parou em frente a uma porta alta, feita de um mineral que Heero desconhecia, mas que se não estava enganado era semelhante ao da porta do salão cerimonial.

- Se precisarem de algo, basta me chamar. Eu sou Lanya e estou aqui para serví-los.

Dxmaell e Heero menearam a cabeça para a mulher, que sorrindo retirou-se. Dxmaell estendeu a mão, fazendo a porta abrir-se ao captar sua energia. Olhou para dentro do quarto por alguns segundos. Era a primeira vez que entrava num lugar assim. Já havia lido historias a respeito da casa nupcial, mas nunca imaginara-se dentro de uma delas. Sua exploração visual não demorou muito, pois em segundos Heero o tomou nos braços e entrando no quarto.

Heero não resistiu a tentação de tomar Dxmaell em seus braços ao vê-lo tão distraído, observando o quarto na penumbra. Adentrou o quarto que lhes fôra reservado com Dxmaell em seus braços. Observou que apenas uma clara luz emanava do centro do aposento, onde vislumbrou o que parecia ser uma cama.

Sobre ela como que pendendo do nada, estavam véus transparentes, rodeando todo o leito. Duas mulheres encontravam-se próximas à cama. Assim que os viram, cada uma tomou uma ponta do véu, abrindo-os como uma passagem, e dando-lhes então a visão de onde deveria se dar a consumação da união deles. Heero olhou para o rosto de Dxmaell que corou diante do olhar de seu parceiro. Jamais pensara que um dia, estaria fazendo isso. Sendo carregado para o leito nupcial pelo homem que o tomara como seu, mesmo sendo seu inimigo e que ainda lhe dera um filho. Heero ficou observando as mulheres por alguns instantes. Elas pareciam aguardar a aproximação deles. Em sua mente ficava imaginando, se elas permaneceriam no quarto durante o ato. O que fêz com que permanecesse no mesmo lugar, até que a voz rouca de Dxmaell chegou a seus ouvidos.

- Você deve me levar até a cama e deitar-se comigo, para que elas fechem a visão de nós.

- Elas...

Dxmaell sorriu e beijou o queixo de Heero, aproximando seus lábios de seu ouvido.

- Elas nos deixarão a sós assim que nos deitarmos.

Heero deu um meio sorriso e beijou-o suavemente, antes de caminhar até a cama. As mulheres abaixaram suas frontes assim que eles se encontraram próximos a elas, sussurrando algo em Kdariano antigo; o que fez Dxmaell sorrir suavemente e menear a cabeça.

- O que a casa de Klaryos prospere por longos anos.

Heero não compreendeu muito bem o que elas disseram. E na verdade não se importava muito com isso. Tudo o que desejava era ficar a sós com Dxmaell e matar a saudade de seu corpo. Ajoelhou-se na cama, depositando Dxmaell no centro desta e unindo-se a ele. Assim que ambos encontravam-se no centro do leito, as mulheres fecharam o véu, como se o selasse, e começaram a dançar ao redor deste, enquanto suas vozes preenchiam o quarto. O som suave da melodia ecoou pelo aposento e Dxmaell tomou os lábios de Heero entre os seus, iniciando o ritual que simbolizava a união nupcial. Heero sentia-se como que dopado, na medida que a melodia penetrava seus sentidos. Esta possuía um tom suave que parecia ter um efeito estranho e confortador em seus sentidos e corpo.

Escuro mostra niktar vazuanni

Irrinturar nestvir balunder, sothir na tur

yur KDRA daindar cesvur

mais ignorados.

Galathur Liphian sernithurar,

CESN yuar liphian.

Narin, tuarder onthon ...

Dasgarditer tengot, enegalen

CESN yuar liphian

Nir manithunloq eshuan

Nacviliaren.

Mryees CESN gíria

Inthuriaen qaontyr lanvkar.

Quando os astros no universo

irradiarem seu brilho pálido, sobre o céu

de Kdra anunciando o levantar

da nova aurora.

O que Liphian chegar para guiar,

os filhos de Liphian.

Que seja concebido, a prole...

Durante o ritual, no momento em que os

filhos da estação de liphian

se deitarem sob os véus de

Nacviliarien 4 .

Que Mryees os ilumine

E faça crescer vossa casa.

Heero sentia-se como se estivesse queimando. O beijo era quente, e a melodia que era entoada no quarto parecia contribuir para a excitação, que parecia dominá-lo. Afastou-se ligeiramente, olhando dentro dos olhos de Dxmaell, que parecia tão inebriado pelo canto quanto ele. Ainda podia ouvir a melodia ecoando pelo quarto, mas não conseguia ver as mulheres dentro do aposento. A verdade era que não enxergava nada além do véu ao redor deles, era como se estivessem cercados por uma barreira. Pensou em puxá-lo e verificar, mas Dxmaell tomou-lhe a mão impedindo-o, falando enquanto beijava-lhe o queixo e o rosto.

- Elas já se foram, não se preocupe. O som é apenas um reflexo da voz delas em nossas mentes. Não é permitido presenciar o ritual nupcial.

Heero olhou para o rosto de Dxmaell, que tinha um ligeiro sorriso malicioso nos lábios. Embora tal sorriso fosse tentador e lhe prometesse o paraíso, ainda sentia-se propenso a puxar os véus ao redor, e ter certeza de que estavam sozinhos.

- Porque não vejo nada através do véu? Ele me parecia bem transparente do outro lado.

- E ele é, mas apenas do outro lado.

Heero estreitou os olhos ante o comentário, procurando ignorar a excitação que crescia ante os beijos de Dxmaell.

- Quer dizer que qualquer um pode ver o que fazemos?

Dxamell estava achando adorável a forma com que Heero se preocupava se alguém veria o que estavam para fazer. Mas ele sabia que ninguém seria tolo o suficiente para isso, uma vez que poderia sentir a energia de qualquer um, mesmo durante o ato. Teria que certificar Heero de que estavam sozinhos se quisessem fazer algo.

- Apenas se quiser ser morto. Ninguém ocupara este aposento além de nós. Bem como ninguém nos verá. Não se preocupe... amenos que deseje ir para outro lugar...?

Heero olhou para o rosto do esposo e sorriu. Não conseguiria esperar para tê-lo, e a simples idéia de ter que se afastar do corpo sob si era-lhe por demais penosa e inconcebível. Tomou os lábios de Dxmaell em um beijo faminto, que só foi apartado quando ambos estavam sem fôlego.

- Teriam que me matar para tirar-me de perto de você.

- Então compartilhamos da mesma opinião.

Dxmaell puxou a cabeça de Heero, tomando-lhe os lábios novamente. Sentiu as mãos do humano acariciarem as laterais de seu corpo de forma possessiva. Como havia sentido falta disso. Dos toques firmes e carinhosos. Seu nome sendo sussurrado de encontro a seu ouvido. Mas tinha uma coisa que perturbava sua mente. Mesmo sentindo seu corpo corresponder a Heero de forma passiva. Apartou o ósculo, olhando preocupado para o marido. Não sabia em que condições Heero havia vindo para Nova Kdra. E se Dhaxtha o houvesse obrigado a vir? E se ele já tivesse alguém na Terra? Com a voz baixa e receosa expôs a Heero seus temores, na esperança de que estes fossem infundados.

- Heero... Dhaxtha não... não o forçou a vir não é? Quero dizer ele pode ser um pouco...

Dxmaell não conseguia lembrar da palavra humana que explicaria de forma especifica a personalidade do filho. Heero sorriu e tocou a face de seu esposo, auxiliando-o na descrição de seu filho.

- Petulante? Autoritário? Genioso?

Dxmaell sorriu e sacudiu a cabeça, fechando os olhos e gemendo deliciado ao sentir os lábios de Heero sobre os seus. Havia tanto calor nos lábios do humano que era impossível não sentir o desejo crescer ainda mais dentro dele. Heero não conseguiu evitar-se de tomar os lábios do Kdariano. Os lábios macios e vermelhos pareciam pedir para serem tomados com carinho e foi o que fez. Lentamente apartou o beijo, fascinado pela forma como os olhos de Dxmaell pareciam mergulhados nos dele. Jamais perderia a chance de viver ao lado do Kdariano. Mesmo que o filho deles fosse um tanto quanto insistente quando queria.

- Acha que eu perderia a chance de conhecer um novo planeta e me casar com a criatura mais bela dele?

- Heero ...

Dxmaell corou diante do elogio e do olhar do marido. Não se achava assim tão bonito como o humano dizia, sabia que possuía uma aparência marcante, mas estava longe de achar-se belo. No entanto não iria retrucar. Não quando poderiam fazer coisas bem mais interessantes. Ainda mais diante das palavras possessivas do humano.

- Eu não deixaria que alguém mais o tocasse. Você é meu Dxmaell.

Heero viu os olhos de Dxmaell escurecerem rapidamente, ao mesmo tempo em que seu rosto avermelhava-se diante de suas palavras. Sabia que havia soado possessivo, mas fôra impossível não fazê-lo. Beijou-o mais uma vez, recebendo a mesma reação ardente dele. Foi com muito custo que apartou o beijo e respondeu-lhe com a voz enrouquecida pelo desejo, acêrca do filho.

- Mas devo confessar que nosso filho é um tanto quanto persuasivo... e decidido em suas escolhas, para alguém tão jovem.

- Acha que o criei mal?

Heero notou o receio nos olhos de Dxmaell e procurou desfazer a impressão que dera. Dhaxtha era maravilhoso e não poderia imaginar um filho diferente do que ele era. Sabia que Dxmaell vinha tendo problemas na educação do filho, uma vez que Aleng e Tzen lhe haviam contado sua versão dos fatos. No entanto, mesmo com as dificuldades de Dxmaell, Dhaxtha era um menino maravilhoso. Um pouco genioso demais; mas ainda assim maravilhoso.

- Não meu amor, ele é perfeito, embora ache que devemos ensina-lo a não ser tão petulante. Mas não quero falar sobre a personalidade maravilhosa dele no momento, tenho outros planos para nós dois.

- Outros... planos?

- Sim, e eles não envolvem falarmos de nosso filho.

Dxmaell corou diante das palavras implícitas de Heero e da forma como este o olhava. Já imaginava o quê o humano tinha em mente e mal conseguia esperar por isso. Tocou a face de seu parceiro com carinho, puxando-o logo em seguida para beijá-lo. Os lábios de Heero desceram de forma faminta sobre os do Kdariano, fazendo-o gemer e buscar um maior contato entre eles. Suas mãos desceram pelas costas de Heero, procurando tocá-lo por baixo das roupas. Podia sentir as mãos de Heero apertando-o contra si, como se tentasse fundí-los em um só. A ânsia de se tocarem cresceu, e eles se perderam entre os toques e caricias que sentiam e proporcionavam a seu parceiro. Heero levou sua mão à perna direita de Dxmaell, trazendo-a para trás das suas. Dxmaell deixou que o humano erguesse-se sua perna direita e a passasse por trás das pernas dele de modo que seus membros aprisionados dentro das roupas, tivessem um maior contato. Heero começou a mover-se sugestivamente sobre Dxmaell, que ofegou gemendo incoerentemente seu nome.

- Aaaaahhhhhhhhhh .. um ... um ... ro ...

Heero sorriu diante do abandono de Dxmaell. Procurando firmar sua voz, indagou-o:.

- Quanto tempo...mmmmmm...temos...aaahhhhhh... antes que volte...aaahhhhhhhh...mmmmmmmmm... a suas responsabilidades?

Dxmaell obrigou-se a responder, embora fosse difícil pensar de forma coerente, com Heero movendo-se sobre el, e mordiscando a curva de seu ombro.

- Aaahhhhhhh...três...três dias.

- Três dias!

- Si...sim...mmmmmm...o...o...aaaahhhhhh...me…mesm…mesmo tempo...de...aaahhhhhh...Heero...de duração...do...do..cy...cyarp...cyarpks...

Heero supreendeu-se diante do tempo que teria-o para si. Não imaginava que o kdariano ficaria a seu lado por tanto tempo. Era bom demais pra ser verdade. M tinha que verificar se era realmente o tempo que ouvira. Dxmaell mantinha-se agarrado ao braço de Heero, que distribuía beijos em seu corpo a cada palavra, minando-lhe o raciocínio.

- Huummm...isso significa três dias...na cama...apenas eu e você?

- Aahhhhhh a partir de ... de ... Heero ...

Heero sorriu deliciado. Dxmaell encontrava-se agarrado a seu braço. A pele sedosa arrepiada diante de seus toques. Sugou o pescoço do Kdariano, excitando-se em ouví-lo gemer e morder a curva em seu ombro. Três dias na companhia de Dxmaell. Três dias tocando-o e amando-o... como em seus sonhos.

- Seguido!

Dxmaell sorriu diante da surpresa e excitamento na voz de Heero, imaginando o que se passava em sua mente.

- Sim, mas...não se preocupe...aaaahhhhhhhh... é meu dever providenciar para...mmmmmmmm...que se mantenha forte e alimentado.

- Interessante ...

Heero deteve seus movimentos antes que ambos gozassem. Ouviu um suave protesto por parte de Dxmaell por conta disso. Seus dedos desenharam o contorno dos lábios macios, que entreabiram-se tentadores, em busca de ar. Em seguida enfiou os dedos por entre os longos e sedosos cabelos. Inclinou-lhe a cabeça para trás, fixando o olhar na boca sedutora.

- Como ansiei por este momento novamente. Poder senti-lo em meus braços, sua pele...

- Eu ...

A paixão crescia tão incontrolável entre os dois que Heero nem ao menos registrou o fato de que passara a falar em Kdariano. E antes que Dxmaell pudesse completar o que dizia, os lábios de Heero tomaram os dele, numa sutil sugestão de um beijo fazendo-o ansiar desesperadamente por mais. Heero sorriu suavemente diante da ânsia que via nos olhos do Kdariano.

- Quando nos encontramos novamente... quando nosso filho nasceu... quando o encontrei desmaiado... achei que o perderia.

- Eu também achei que nunca mais o veria. Tudo que eu queria era vê-lo mais uma vez. Ou que nosso filho vivesse por mim e pudesse um dia encontrá-lo.

- Ele me achou... e me trouxe até você...

Heero roçou-lhe novamente os lábios. Dessa vez demorando-se algum tempo, até que Dxmaell suspirasse e começasse a tremer em seus braços. Os lábios ganharam o pescoço macio, descendo pela garganta acetinada e demorando-se na curva suave entre o pescoço e o ombro. Dxmaell inclinou ligeiramente a cabeça para o lado dando melhor acesso ao marido a seu pescoço, enquanto ele mesmo explorava com os lábios o pescoço dele junto a si. Foi com prazer que ouviu um suave gemido de Heero, quando sugou-lhe a pele dourada. Sua língua deslizou com sutileza, da mesma forma que os lábios de Heero fizeram a pouco com ele. Apenas uma leve sensação, para dar a ele a dúvida quanto a real certeza dos atos que recebia.

Heero segurou-lhe o queixo, e numa caricia ávida, seus lábios tomaram os de Dxmaell, deliciando-se com o sabor tão conhecido e doce. Sem deixar de beijá-lo suas mãos passaram a explorar também o corpo, sentindo através das roupas os contornos suaves da cintura. Os quadris estreitos e não menos desejáveis. Em sua mente pensava como um guerreiro poderoso como Dxmaell podia ser tão desejável e entregue em seus braços. Suas mãos voltaram aos ombros, afastando o tecido da blusa, deslumbrando-o com a visão da pele clara e macia, semelhante a pétala de uma flor. Pousou os lábios ardentes na curva do ombro, deliciando-se com o suspiro de prazer que escapou dos lábios dele. Continuou distribuindo beijos sensuais por toda extensão do pescoço até o colo, que se expunha através da abertura da roupa.

Com inifinta ternura, beijou as pálpebras cerradas sentindo-o agarrar-se a ele com abandono, como sempre acontecia quando estavam juntos. Continuou a trilhar seu caminho pela face aveludada, tomando-lhe o lóbulo da orelha por entre os dentes e mordiscando-os, antes de mergulhar a língua em seu interior, fazendo-o contorcer-se de prazer. Dxmaell sentia-se tão perdido. Cada vez que Heero o tocava era capaz de esquecer-se de tudo, exceto sua presença. A forma como ele o tocava com os lábios era capaz de deixá-lo em brasas em poucos segundos. Suas mãos tremiam ao tocá-lo, procurando livrá-lo do desconforto das roupas. Queria sentir sua pele contra a dele, roçá-la de encontro a si e sentir-lhe a presença viva e vibrante que apenas ele possuía.

Heero procurou ajudá-lo, quase rasgando as vestes no processo. Sentia a mesma necessidade de Dxmaell.

Beijaram-se com intensidade, tão logo se encontraeam despidos. Um desejo igualmente selvagem a gritar em seus corpos. Heero abraçou-o pela cintura, sentindo os músculos contraírem-se ao seu toque. Com um gemido rouco, Dxmaell girou seu corpo, invertendo a posição deles sobre a cama. Intensificando o beijo, introduziu a língua no interior da boca quente e convidativa do amante. Heero era o único a arrancar-lhe tal reação. Suas mãos aventuraram-se numa exploração lenta pelo corpo nu do humano. Explorou com os lábios o peito firme, deliciando-se com os tremores que percorriam aquele corpo viril. Cada vez mais livre dos medos e insegurança, passou a explorá-lo, assim como Heero explorava com maestria seu corpo com as mãos firmes.

Heero jamais pensou que Dxmaell fosse capaz de tal reação. Tão apaixonada... e ao mesmo tempo ardente. Não sabia se era a saudade que sentiam, ou o amor que os guiava a serem ousados. Passou sua perna pelas de Dxmaell firmando-o de encontro a si. Girando o corpo e o deitou-o de encontro aos lençóis macios novamente. Percorreu o peito da mesma forma que Dxmaell fizera a pouco. Circundando os mamilos com a língua até que estes tornassem-se rijos. Continuou a lambê-los e mordê-los, até vê-lo contorcer-se e gemer seu nome com prazer.

- Heero ...

Dxmaell arqueou o corpo, enterrando as unhas nos ombros largos de Heero. Sua respiração foi tornando-se cada vez mais ofegante, à medida em que os lábios e a língua de Heero moviam-se por seu corpo; numa exploração por deveras excitante. Heero o fez virar-se de bruços, fazendo com a língua o caminho da coluna do Kdariano. Numa exploração lenta, seus dedos delizaram suavemente por entre as nádegas macias fazendo o outro arquear o corpo para trás. Heero sentiu-o enrijecer-se quando deslizou a língua em sua intimidade. Dxmaell encontrava-se entre extasiado e temeroso. Afinal fazia tanto tempo que não o sentia dentro de si, que foi impossível não lembrar-se da dor da primeira entrega. Mas ao sentí-lo sugar-lhe e empurrar a língua contra a entrada apertada, todos os vestígios de apreensão imediatamente foram varridos, diante do prazer que a carícia causava. Precisava dele. Precisava que o tomasse. Não agüentava mais apenas os toques. Precisava completar-se em Heero.

- Heero ... por favor ... me tomo ...

Heero soltou um gemido esganecido diante do som rouco da voz de Dxmaell e seu pedido desesperado. Retirou as peças que ainda o cobriam, procurando por algo que o ajudasse a penetrar seu agora esposo. Encontrou no extremo da cama uma pequena vasilha, sabendo muito bem o que deveria encontar-se dentro dela. Abriu-a diante do olhar ardente de Dxmaell e untou com o óleo de aroma adocicado os dedos da mão esquerda. Sentou-se sobre os joelhos, abrindo as pernas ligeiramente. Estendeu a mão direita ao kdariano.

- Vem cá...

Dxmaell arrastou-se sobre a cama tomando a mão de Heero. Este o puxou, colocando-o sentado sobre seu colo com as pernas ladeando seu corpo. Com a mão direita manteve-o seguro pelas costas, enquanto seus dedos da mão esquerda percorriam o caminho por entre as nádegas tenras do kdariano. Dxmaell sentiu-se endurecer ao sentir a ereção de Heero pressionada contra seu ventre. Sua entrada retraiu-se ao sentir o toque suave de um dos dedos do humano. Procurou acalmar-se e permitir que seu marido o preparasse. Heero podia sentir a leve tensão que apossou-se do corpo de Dxmaell quando ele circundou com o dedo sua entrada. Acariciou-o de leve nas costas procurando acalmá-lo. Notou que o kdariano procurava relaxar e que inclinara o corpo ligeiramente para frente procurando dar-lhe mais espaço. Gentilmente empurrou um dedo contra a passagem apertada, procurando manter os olhos no rosto de Dxmaell procurando algum sinal de dor. O kdariano mordia levemente os lábios, e mantinha os olhos fechados fortemente.

- Abra os olhos meu amor.

Dxmaell ouviu a voz rouca de Heero, pedindo que abrisse seus olhos. Procurou atender-lhe o pedido, e encontrou-se mergulhado na íris escurecida do humano que o observava com amor e desejo. Sentia o dedo dentro de seu corpo, movendo-se de forma circular e suave. Um leve fisgar dizia-lhe que a penetração não seria tão dolorosa quanto acreditava. E mesmo que esta fosse; o simples cuidado com que Heero o tratava compensaria qualquer tipo de dor.

Heero podia sentir as paredes cedendo, e resolveu que a intimidade dele já poderia receber mais um de seus dedos. Ele o retirou completamente, para novamente introduzí-lo pelo canal, juntamente com mais um. Dxmaell segurou-se nos ombros de Heero ao sentir dois dedos a invadí-lo. Eles moviam-se da mesma forma, sendo que com mais precisão e empenho. Uma camada fina de suor começava a formar-se em seu corpo e seu quadril já se movia intuitivamente para trás, procurando empurrar os invasores em seu canal, mais para dentro de si.

Heero mordeu os lábios procurando conter um gemido, ao sentir Dxmaell movendo-se de encontro a seus dedos, puxando-os ainda mais para dentro do canal quente e apertado. Pensar nas paredes aveludas ao redor de seu membro como se fossem garras, estava levando-o ao limite de sua excitação. Olhou para baixo e viu que o leite branco de seu gozo vazava, escorrendo um pouco para o lençol branco. Os movimentos do kdariano faziam com que o ventre dele, friccionasse seu membro tornando-o ainda mais duro. Quando seus dedos avançaram mais pelo canal, acabaram por tocar o ponto de prazer de Dxmaell que ofegou e começou a buscar ainda mais contato; enterrando a cabeça na curva do ombro de Heero, sugando-lhe a pele junto ao pescoço.

Heero puxou os dedos quase os retirando, para voltar a empurrá-los, agora acompanhado por mais um dedo. Dxmaell ofegou e puxou a cabeça de Heero beijando-o fortemente. Ele sentia a ereção de Heero ficar mais firme e isso o fazia querer esfregá-la contra seu ventre cada vez mais; procurando sentir sua força e imaginando-a adentrando seu corpo. Podia sentir a umidade contra seu ventre e deixou que uma de suas mãos viajasse por entre seus corpos e envolvesse a cabeça gotejante. Deslizou o dedo pela glande, ouvindo Heero gemer seu nome, enquanto o apertava ainda mais contra si.

- Dxmael ...

Heero achou que estava morrendo ao sentir a mão de Dxmaell, apertar-lhe a cabeça do membro e deslizar os dedos suaves pela glande. Encontrava-se em seu limite, e sabia que se o outro fizesse aquilo novamente certamente gozaria em sua mão e não dentro dele. Empurrou os dedos mais profundamente, tocando vezes seguidas o ponto de prazer de Dxmaell levando-o a loucura.

- Aaaaaaahhhhhhhhhh...Heero...mmmmmmmmm ...me possua...por favor...não posso esperar mais.

Heero retirou os dedos ouvindo um leve ofegar frustrado de Dxmaell. Esticou o braço para pegar o óleo e cobrir sua ereção, quando sentiu as mãos de Dxmaell fecharem-se por sobre ela, cobrindo-o de forma lenta e estimulante. Foi impossível não acompanhar os gestos precisos e firmes do kdariano em seu membro. Sentia que gozaria em poucos segundos se não se detivesse.

- Aaaaahhhhhhhh ... cidade ... protecção ... Espero ... jovem.

Dxmaell sorriu maliciosamente tentado a continuar; mas desejava sentir o prazer de Heero inundá-lo por dentro, e sentí-lo escorrer por sua passagem e por entre suas nádegas. Relutantemente retirou sua mãos do membro do humano, sendo agarrado pelo mesmo, que o beijou famintamente. Ele o fez recostar-se na cama, enquanto o cobria com seu corpo forte e firme.

Heero sentia-se queimando, tamanho o fogo que o contato de sua pele com a de Dxmaell lhe causava. Ajeitou-se entre as pernas do kdariano descendo sobre o corpo já preparado e receptivo. Penetrou-o, afundando sua carne no canal estreito e quente do Kdariano.

Dxmaell ofegou ao sentir o membro de Heero entrar em seu corpo. Arqueou o corpo segurando-se nos ombros do humano firmemente, ajudando-o a aprofundar-se dentro de si, polegada por polegada.

Heero parou por um segundo quando sentiu-se completamente dentro de Dxmaell. Ambos respiravam pesadamente. Seus corpos encontravam-se suados pela tensão que o desejo e a excitação contida causava. Ergueu-se ligeiramente, apoiando-se em um dos braços, retirando alguns fios do rosto de Dxmaell que tinha a face corada e os olhos brilhantes pela luxúria. Encararam-se por alguns instantes, deliciando-se um no olhar do outro. Dxmaell sorriu suavemente, antes de erguer seu corpo para que seus lábios tocassem os de Heero de forma íntima e lenta.

Heero sugou os lábios de Dxmaell como se fosse uma fruta madura. Sua língua adentrou a caverna úmida e quente, sabendo que sua entrada era aguardada ansiosamente. Suas línguas tocaram-se e dançaram juntas. Uma buscando mais da outra. A cumplicidade do beijo, fez com que o desejo aflorasse fortemente, fazendo-os se moverem um contra o outro, como se tentassem fundir seus corpos.

Apartaram o beijo em buscar de ar, enquanto seus corpos moviam-se como um só; assim como a intensidade do prazer que os abraçava mais a cada movimento. Heero ouviu, ou pensou ouvir Dxmaell ofegar, mas não soube dizer se fora o kdariano ou ele mesmo quem gemera, tamanho o prazer que sentia trespassar-lhe o corpo e a alma. As mãos de Heero deslizaram pelas pernas de Dxmaell erguendo-as, fazendo-o circundar sua cintura com elas. Suas mãos seguraram os quadris do kdariano, enquanto ele mergulhava ainda mais profundamente dentro de seu corpo.

- Aaahhhhhhhhhhhhhh ...

Dxmaell fincou os dedos nas costas de Heero ao sentí-lo invadir ainda mais fundo seu corpo. Estavam tão juntos que era como se sempre houvesse sido assim. Inclinou a cabeça para trás ao sentir os lábios de Heero descerem sobre seu pescoço. Os dentes arranhando levemente sua pele em chamas. Sentia como se algo dentro dele estivesse prestes a explodir. Mas faltava ainda o estopim, que foi acesso quando uma das mãos de Heero fechou-se sobre seu membro, massageando-o na mesma velocidade e intensidade das estocadas em seu corpo.

- Aaaahhhhhhhhhhhhhhhhh Heeeeerrrrrooooo ...

Heero deu um meio sorriso diante do grito de Dxmaell clamando seu nome. Podia sentir que ele estava quase no ápice; bastava um único pedido o qual ele não se deteria em fazer.

- Venha ... Dxmaell ...

- Aaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh ...

Dxmaell não conseguiu conter-se diante do pedido de Heero para que ele viesse. Sua cabeça ergueu-se do travesseiro diante da energia que desprendeu-se de seu corpo; para logo em seguida deixar-se cair novamente entre os travesseiros, quando seu prazer explodiu forte e quente nas mãos de seu amante.

Heero assistiu com verdadeiro deleite o rosto de Dxmaell perder-se no prazer do ato entre eles. O kdariano gozou em sua mão, banhando-os com seu prazer, ao mesmo tempo em que seu corpo era sacudido levemente, diante da energia liberada pelo sexo. Sentiu que estava para passar pelo mesmo, quando as paredes fecharam-se firmemente ao redor de seu membro, enquanto lançava-se contra o corpo macio ainda algumas vezes mais antes que sua mente nublasse diante do gozo que surgiu forte.

Dxmaell ainda encontrava-se meio que entorpecido pelo prazer quando sentiu o líquido quente de Heero invadir-lhe o corpo, marcando-o como seu novamente. Sorriu deliciado ao sentir a visgosidade e o calor da semente do humano escorrer por entre suas pernas. Abraçou Heero fortemente quando o mesmo desfaleceu sobre ele, diante das emoções fortes. Permaneceram assim durante alguns momentos, até que ambos re-obtivessem o controle sobre suas mentes e corpos.

Heero retirou-se do corpo de Dxmaell, deitando-se ao seu lado e o puxando para que se deitasse sobre seu peito. Ficou olhando para os véus que os cobriam durante alguns segundos antes que sua voz saísse levemente divertida e maliciosa.

- Acho que teremos dias interessantes pela frente. Mas não sei se conseguiremos andar por algum tempo.

- Não se preocupe... eu disse que é meu dever cuidar para que você se mantenha disposto e descansado.

Heero sorriu ao ter seu peito beijado e mordido por Dxmaell, sentindo que seu corpo já dava mostras de voltar a cumprir seus deveres de casado. Girou o corpo, depositando Dxmaell deitado nos lençóis sujos da entrega de alguns instantes antes.

- Neste caso acho que devo demonstrar minha profunda gratidão.

Unindo gestos às palavras, beijou Dxmaell profundamente, sentindo-o enrijecer-se novamente sob si; enquanto aprofundava o ósculo. Seriam com certeza dias bem ocupados e prazerosos.

.

Sete meses e meio depois – Cidade das Nuvens – Centro Médico:

Heero segurava a mão de Dxmaell, que tinha o rosto banhado pelo suor. Não estavam prontos para este imprevisto. A gestação ainda não estava completa; embora o médico houvesse dito que havia a possibilidade dela acontecer antes da data prevista, dada as circunstâncias da gravidez. Era para ser mais uma manhã ensolarada, onde o único compromisso era a pequena celebração que decidiram realizar diante da notícia de que finalmente Treize e Wufei teriam um filho depois de tanto tempo tentando. Heero havia conseguido algumas horas longe do ministério; uma vez que havia assumido as funções de Dxmaell, quando médico o proibíra de trabalhar devido a gravidez.

Aleng e Trowa também estariam presentes, pois haviam retornado à cidade a alguns dias; após um longo período afastado devido ao trabalho de ambos. Como Aleng, Trowa havia aceitado o convite para lecionar na escola Militar, onde Dhaxtha; após muita insistência; havia finalmente conseguido ingressar. Mesmo que seus pais não aprovassem 100 sua entrada na instituição. Sendo assim ficara acertado de que ele estudaria apenas por metade do período, na escola militar continuando a frequentar a escola civil ao mesmo tempo. A chegada do amigo já havia sido planejada a algum tempo, uma vez que Aleng desejava que o filho que carregava, nascesse em casa. Junto aos amigos. O que deveria ocorrer em pouco mais de três meses.

Sendo assim, foi com surpresa que durante o encontro, Dxmaell começasse a sentir as dores provenientes do parto; fazendo seu padrão de energia oscilar assustadoramente; preocupando não apenas Heero, como também Dhaxtha. Rapidamente o socorro médico chegou e ambos foram levados ao hospital que já os aguardava, juntamente com Mhtryukres, uma vez que este cuidara da gestação de Dhaxtha e já se encontrava mais familiarizado com uma gestação desse tipo.

- Aaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhh Kuso ...

Heero teve seus pensamentos interrompidos ao ouvir Dxmaell gritar mediante a dor; juntamente com um palavrão que aprendêra no dia em que ambos haviam perdido a paciencia com Dhaxtha, diante do que o filho aprontara na escola. Havia sido uma situação difícil de ser resolvida, uma vez que algumas crianças ficaram machucadas e os pais dos respectivos alunos exigiram que Dhaxtha não mais freqüentasse a escola; uma vez que não era a primeira vez que ele perdia o controle daquela forma. Embora o motivo fosse outro. Mas não seu principal causador. Mesmo que o fato dele ter machucado um aluno fosse em defesa de Meilin. Era fato que o filho andava impossível por causa da filha de Wufei, tomando para si o posto de seu protetor, achando-se no direito de castigar qualquer um que a ofendesse.

Dxmaell sorriu diante da carícia de Heero em seu rosto, e diante do olhar preocupado do marido. Sentia-se como se estivessem abrindo seu ventre com uma faca cega e enferrujada. A dor era quase que insuportável. Bem mais que a do nascimento de Dhaxtha. Mesmo que o fato de estar esperando gêmeos o alegrasse; no momento tudo o que desejava era expulsar de alguma forma as crianças de seu corpo. Mas elas não pareciam dispostas a deixar o ventre quentinho onde se encontravam.

Mhtryukres olhou para Dxmaell que ofegava em dor, e para o humano que parecia a ponto de desmaiar diante do esforço que fazia para manter sua energia fluindo para o esposo. Aumentou a carga de energia que mantinha a energia de Dxmaell sobre controle afim de que ele não exaurisse demais o humano. Heero sentiu como se uma pesada carga fosse retirada de seus ombros e olhou para o médico que sorriu suavemente antes de falar.

- Senhores, eu preciso que reúnam a maior quantidade de energia que conseguirem. Dxmaell assim que Heero lhe passar sua energia você deve concentrá-la e uní-la a sua, de forma a fazer as crianças nascerem.

Dxmaell balançou a cabeça e apertou a mão de Heero, vendo-o fechar os olhos e concentrar sua energia da forma como Mhtryukres o ensinara a fazer quando descobriram que Dxmaell estava grávido de gêmeos.

Heero concentrou sua energia o máximo que conseguiu e enviou-a de uma só vez antes, de sentir-se atordoado e ser amparado por Dhyreean. Dxmaell concentrou sua energia e elevou-a, envolvendo seu corpo completamente e expulsando as crianças de seu ventre. Fechou os olhos esgotado, apenas para abrí-los ao ouvir a voz de Heero chamando-o.

- Você está bem...meu amor?

Esforçando-se para abrir os olhos, Dxmaell sorriu levemente. Sentia-se horrivelmente cansado, mas estava bem. Estava prestes a responder ao marido quando o som de um choro o fez voltar a atenção para um canto da sala. Olhou para Heero que sorriu, respondendo a pergunta silenciosa escrita em seus olhos.

- Eles estão bem meu amor. Mhtryukres está cuidado deles agora, juntamente com sua mãe. Mas como você está?

- Cansado...e você?

- Um pouco tonto, mais estou bem.

Heero depoistou um beijo nos lábios ressecados de Dxmaell, que acariciou o rosto do humano. O contato entre ambos foi quebrado quando Mhtryukres aproximou-se com os bebês em seus braços.

- Governantes... parabéns! Eles são perfeitos e sadios. O menino e a menina.

- Menina!

Dxmaell sorriu radiante ao ouvir que havia tido uma menina também. Acolheu as crianças em seus braços, olhando pra Heero que sorria ternamente para os filhos. Dxmaell esfregou o rosto contra as faces rosadas dos bebês. Ele tinha três filhos agora. Todos com uma parte humana. Heero não cabia em si de felicidade. Nunca imaginara que sua vida mudaria tanto. Estava ao lado da pessoa que amava. E esta acabava de presentear-lhe com mais dois lindos filhos. Voltou sua atenção a Dxmaell que o chamava já a algum tempo.

- Heero.

- Sim amor.

- Temos que escolher um nome para eles. E avisar Dhaxtha que deve estar preocupado. Ele vai adorar saber que tem dois irmãozinhos para cuidar.

- Sua mãe disse que o avisaria e aos outros. Quanto ao nome, acho que a sugestão de Dhaxtha é perfeita.

Dxmaell pensou durante alguns segundos nos nomes. Lembrava perfeitamente que haviam se sentado uma noite quando descobriram que eram duas, e não apenas uma criança que nasceria, e que deveriam já ter um nome para ambas. De todos os nomes pensados apenas o de Dhaxtha fora o mais aceitável no caso do nascimento de um casal. O quê o filho tinha a mais perfeita certa de que seria. Dxmaell abriu os olhos e acariciou o rostinho dos bebês que sugavam a mãozinha, de olhos parcialmente fechados.

- Então eles se chamarão Aliandrya e Aliandryus Yuy Klaryos. Obrigado amor..

- Não... eu é que o agradeço por me dar seu amor, e filhos maravilhosos.

Após presenciar a cena e o nome das crianças, Dhyreean deixou a sala na companhia de Mhtryukres, procurando deixá-los sozinhos. Eles se encaminharam até a sala de espera, onde todos aguardavam notícias. Assim que entraram Uowans aproximou-se, abraçando sua esposa; enquanto todos os olhavam receosos e preocupados. Dhaxtha foi até sua avó com os olhos lacrimejantes, querendo saber de seus pais. Ele ficara feliz em saber que seus irmãos estavam nascendo, mas preocupado ao ver a dor nos olhos de seu pai e a preocupação nos gestos de seu kthapan.

- Vovó...meus pais estão bem? E meus irmãos?

Dhyreean ajoelhou-se na frente de Dhaxtha enxugando as lágrimas que conseguiam passar pela resistência do neto em não querer chorar. Ela sorriu e balançou a cabeça fazendo o menino sorrir. Ela levantou-se e abraçou-o pelos ombros. Seu olhar voltou-se para Mhtryukres que dirigiu-se a todos na sala ao dar a notícia. Alguns ministros também encontravam-se no local. Uma vez que a notícia de que o governante estava para dar a luz havia se espalhado.

- Os governantes estão bem, deveram ficar em repouso algum tempo. Aliandrya e Aliandryus Yuy Klaryos, ambos são saudáveis e deveram ficar algum tempo em observação.

Aleng olhou para Trowa apertando-lhe a mão suavemente. Dxmaell havia tido um casal. Instintivamente acariciou o ventre inchado, imaginando a alegria que os amigos deveriam estar sentindo. Meilin levantou-se a abraçou Dhaxtha. Estava feliz em saber que seus irmãozinhos estavam bem, e que seus pais haviam lhes dado o nome que escolhera. O menino retribuiu o abraço da amiga que sabia o quanto ele havia ficado feliz ao saber que teriam não apenas um, mais dois irmãos.

Wufei olhou para Treize que lhe sorria. Em alguns meses, eles também teriam a alegria de terem um filho com a carga genética de ambos. Havia tentado tanto, e quando estavam prestes a desistir chegara a noticia de que finalmente seriam pais de uma criança só deles.

Os ministros desejaram felicitações a Dhaxtha, que recebeu os cumprimentos em nome de sua casa. Assim que conseguiu, deixou a sala sem ser visto, e procurou descobrir para onde seus pais haviam sido levado, o que não fora difícil. Dirigiu-se então ao quarto onde estavam. Assim que entrou os viu deitados e abraçados na cama, observando em silêncio a pequena câmara de energia onde seus irmãozinhos descansavam. Heero voltou seus olhos para a porta, assim que sentiu que era observado; encontrando o filho mais velho parado a observa-los. Estendeu a mão para que viesse até eles, o que foi feito imediatemente.

Dhaxtha aproximou-se devagar, com medo de acordar os irmãos. Subiu na cama com a ajuda de Heero. Aninhou entre eles, se permitindo chorar nos braços de Dxmaell, que o apertou contra ele, procurando acalmá-lo. Heero deixou a cama e aproximou-se da câmara de energia. Pegou os dois filhos pequenos e levou-os para que conhecessem seu irmão mais velho.

- Aliandrya, Aliandryus este é Dhaxtha seu irmão mais velho... Dhaxtha estes são seus irmãos.

Dhaxtha enxugou o rosto e tocou a face dos irmãozinhos com carinho. Deslizou o dedo pelas bochechas rosadas, detendo-se nos lábios que começaram a sugar-lhe o dedo em busca de alimento. Dxmaell retirou Aliandrya dos braços de Heero, dando a ela o alimento que buscava, enquanto Heero encarregava-se de alimentar Aliandryus com sua energia. Dhaxtha sorriu ao ver ambos os irmãos abrirem os olhinhos. Virou-se para Heero que tinha lágrimas nos olhos ao notar a tonalidade dos olhos dos recém-nascidos. Ametistas observavam a ele, Dhaxtha e Dxmaell com curiosidade. Os dois haviam nascido com a cor dos olhos de Dxmaell. Dhaxtha olhou para seu kthapan, abraçando-o firmemente; antes de falar com a voz embargada.

- Somos uma família agora papai.

Dxmaell olhou para Heero e sorriu, acariciando os fios castanhos de Dhaxtha que mantinha o rosto afundado no peito de Heero.

- Sempre fomos uma família Dhaxtha, ela apenas se completou agora.

Heero olhou para o rosto de Dxmaell, que tinha lágrimas nos olhos. Ele tinha razão. Sempre foram uma família, mesmo que estivessem separados; em pontos distantes do universo. Encontraram-se na Terra, apaixonaram-se e viveram o que o destino lhes havia reservado. Foram separados para que o que sentiam um pelo outro se tornasse mais forte. Depois se reencontraram em Nova Kdra, para viverem o resto de suas vidas. Não mais em metades, mas completos. O que a vida lhes reservava agora, apenas o destino poderia dizer. Mas eles viveriam cada dia como se fosse o primeiro encontro deles e sabiam que muito viveriam ainda. Antes que se juntassem aos antigos que um dia governaram a antiga Kdra.

Owari

Sim ... sim ... sim ...

Acabei finalmente…

A todos que acompanharam esta fic, meu mais profundo carinho e amor.

A todos que colaboraram para que ela terminasse.

A todos que incentivaram e apoiaram minhas loucuras.

Carinhos especiais, a Mami, a Dee-Chan, Misao-Chan, Goddess, Lien Li, Daphne, Litha-Chan, Rei-Owan, Dhandara.

Espero sinceramente que todos tenham apreciado a fic e tenho conseguido termina-la a contento de todos.

Sem mais até a proxma empreitada.

1 Parunatuq bebida quente feita de flores de Xhyars ( para quem não lembra é uma flor do planeta Kdra muito usada na forma de incenso tem a capacidade de acalmar e relaxar. Utilizada durante o Cyarpks.), Eteyl (substância extraída das raízes das Ábotaz, espécie de árvore) e Tynnotam uma espécie de mel produzido pelos Nnotam, uma espécie de abelha de cor azulada.

2 Glarunq e como se fosse pique esconde, sendo que a pessoa a se esconder diminuiu seu nível de energia a tornando quase imperceptível.

3 Hianthury fio parecido com a seda, sendo que mais brilhante produzido pelos Liphianthurys, de acordo com o tempo de maturação dos fios eles adquirem cores e texturas variadas. Apenas os governantes que passam pelas leis da estação de Liphian tem seus trajes bordados por esse tipo de fio, uma vez que os Liphianthurys os produzem apenas uma vez por ano durante um período curto de dois meses. Normalmente os meses que antecedem o inicio da estação de Liphian, por isso o nome.

4 Nacviliarien segundo os kdarianos, seria a deusa da fertilidade. Uma jovem de longos cabelos ruivos, vestida com véus simbolizando cada uma de suas virtudes como amor, inocência, lealdade, fertilidade, sensualidade, honra e coragem.