Capítulo III

Primeiros Passos

Catapora de Dragão é uma doença que não oferece riscos mais sérios, mas é bastante contagiosa e pode deixar marcas no rosto se não for bem tratada. Na opinião de Draco, quem escolhera essa doença para justificar sua ausência demonstrara conhecer muito bem Narcissa Malfoy.

A mãe mandara-lhe doces, bilhetes, mas não fora vê-lo, temendo o contágio que poria em risco a beleza cuidadosamente conservada de sua própria pele. Draco não estranhou quando ela perguntou mais das possíveis marcas no rosto dele do que sobre o estado geral de sua saúde.

O desligamento e a futilidade da mãe lhe foram muito convenientes nessa hora. Se seu pai não tivesse de permanecer escondido, Draco teria problemas. Lucius não deixaria de ir ver seu herdeiro e perceberia de imediato que havia algo errado.

Draco saiu do seu isolamento, depois do jantar do sétimo dia, levando uma considerável pilha de cartões de seus colegas da Sonserina desejando sua pronta recuperação e uma desculpa perfeita para passar a ter um quarto sozinho: Snape queria agradar seu pai, dando-lhe um privilégio extra. Ia haver uma crise generalizada de ciúmes dentro da Casa, mas eles já estavam acostumados a verem Snape protegendo Draco.

Parado no meio do quarto que seria o seu até o final do ano, Draco tentava vencer a pertinente sensação de estranheza que o oprimia desde que saíra do quarto onde se transformara de vez na aberração que ele era, e onde passara uma semana praticamente isolado.

Os elfos já haviam guardado suas coisas, menos a pequena sacola de roupas íntimas femininas que Madame Pomfrey lhe entregara e que ele agora segurava firme junto ao peito, como se fosse sua âncora com a realidade. Sua nova e assustadora realidade.

A lareira deu sinal e, instantes depois, o Diretor da Sonserina emergia do fogo.

-Malfoy.

-Professor Snape.

Snape parecia encher o espaçoso dormitório com sua presença, e Draco conseguiu respirar livremente pela primeira vez desde que entrara ali.

-O quarto ficou razoável. - Snape sentou-se à mesa que havia junto à lareira e olhou em volta. – Creio que estará seguro aqui. Sente-se, Draco. Precisamos conversar.

Deixando nos pés da cama o pacote que ainda agarrava com força, Draco obedeceu, sentando-se na cadeira em frente à do Professor.

-Draco, estive com seu pai. Ele ficou furioso com sua suposta catapora, e eu usei sua raiva como desculpa para lhe proporcionar um quarto individual. Ele não desconfia de nada e lhe manda lembranças.

-Sim, senhor.

-Disse a ele que você estava aborrecido e entediado devido à doença, e que havia lhe mandado uma lista de pedidos bugigangas caras e inúteis. – Snape pôs um saco de galeões em cima da mesa. – Sei que não está habituado a economizar. Mas seja muito parcimonioso com esse dinheiro. Quando no final do ano letivo você não voltar para casa, Lucius vai desconfiar de que algo está errado, e você pode precisar desse dinheiro. Tem bastante aí.

Draco olhou admirado para o professor. Nunca lhe teria passado pela cabeça começar a juntar dinheiro. Ele sentiu-se incrivelmente transparente ao ver a sombra de um sorriso passar rapidamente pelo rosto de Snape antes de o mago continuar:

-Amanhã você retorna às aulas e inicia o seu treinamento comigo. Deverá usar essa lareira todos os dias depois do jantar para ir até minha sala, onde treinaremos. Assim como esse quarto só permite sua entrada, a minha e a de Dumbledore, minhas salas têm algumas proteções que foram modificadas para permitir sua passagem. Dumbledore explicou exatamente do que se trata esse treinamento?

-Mais ou menos, Professor. Ele só me disse que é o oposto do que o Ministério faria.

-Exato. É lamentável desperdiçar um talento tão útil, mas as conseqüências do seu uso estão além da nossa capacidade de controle. Portanto é melhor para você discipliná-lo e ficar apenas com seus subprodutos.

-Como assim, Professor?

-Você manterá sempre uma percepção intuitiva aguçada. Quase um sexto sentido. Que poderá se enganar eventualmente, mas que, na maioria das vezes, será bem confiável. Mas não poderá dizer, como faria se fosse treinado pelo Ministério, o que a pessoa está sentindo em detalhes. Os anais ministeriais falam de Interrogadores Hermafroditas que chegavam a descrever o que estava na mente de poderosos oclumencistas. Isso você não fará. Mas aprenderá a bloquear os sentimentos dos outros. Diga-me, Malfoy: quando Pomfrey se aproxima de você, o que ela sente?

Draco surpreendeu-se com a pergunta, mas, após um instante de reflexão, respondeu com segurança:

-Simpatia, alguma pena, preocupação e uma gama de sentimentos menores que eu não consigo identificar.

-Ela incomoda você?

-Se fica muito tempo perto de mim, ou se algum desses sentimentos ficam muito fortes, incomoda um pouco.

-Pomfrey é uma mulher bastante controlada. Uma pessoa mais descontrolada daria mais dor de cabeça em você. E o Diretor? Quando esteve com ele, o que captou?

-Preocupação, solidariedade e também... carinho? – Draco surpreendeu-se ao constatar essa ultima parte.

-Incomodou você?

-Não. A aura de sentimentos do Professor Dumbledore era menos intensa. Não me afetava tanto.

-Você a percebia de forma menos intensa. O Diretor sente com intensidade, mas é um excelente oclumencista e, assim, consegue bloquear sua percepção, pelo menos parcialmente.

O Professor deteve-se uns instantes, parecendo dar tempo para que Draco assimilasse tudo o que dissera.

-Imagine como pode ser seu dia amanhã. Andando pela escola, no meio de centenas de pessoas, algumas bem histéricas, e captando toda a gama de emoções.

Draco empalideceu só de imaginar o martírio que seria.

-Para amenizar esse problema, eu vou lhe ensinar hoje uma técnica básica de bloqueio. Mas evite aglomerações amanhã, evite os grifinórios, evite brigas e, se sentir alguma coisa, me procure, ou à Madame Pomfrey. De pé agora, Draco.

E durante duas exaustivas horas Draco treinou até conseguir bloquear um pouco sua percepção. Estava exausto quando Snape enfim o deixou sozinho.

Draco trocou-se rapidamente para dormir, evitando olhar seu corpo, quer diretamente, quer pelo reflexo no espelho.

Só quando estava deitado é que percebeu que o Professor Snape perguntara sobre os sentimentos de Pomfrey e os de Dumbledore, mas não falara nada sobre o que Draco captava dele próprio.

Focando sua atenção, Draco deu-se conta de que não sabia o que captava em Snape. Sabia apenas que estava tão bem camuflado quanto os sentimentos do Diretor, e que o que Snape sentia faria com que o Professor de Poções o defendesse e protegesse.

No meio daquilo tudo, foi um alívio perceber tão intensa proteção. Esse alívio trouxe um pequeno sorriso aos lábios de Draco à medida que ele mergulhava no sono.

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Na manhã seguinte, antes mesmo da primeira aula, Draco não imaginava mais nenhum motivo para sorrir. Ele estava usando tudo que aprendera com Snape na véspera e, mesmo assim, já estava com dor de cabeça e náuseas.

Só conseguiu chegar ao almoço razoavelmente bem porque teve aula de História da Magia, e a habitual sonolência na classe o ajudou a descansar.

À tarde, Trato de Criaturas Mágicas fez a turma ficar dispersa por uma grande área, os grifinórios procurando distância dos sonserinos e vice-versa. Mas a aula de Poções logo depois não prenunciava nada de bom.

Na sala fechada, Draco procurava concentra-se no Professor; suas emoções controladas eram um bálsamo para ele. Surpreendentemente havia um outro foco de calma no caos emocional que assaltava a mente de Draco.

Oclumência! Só podia ser isso. Havia mais algum oclumencista na sala. Era ainda mais forte que o Diretor ou Snape. Nenhuma emoção transparecia.

Draco levou algum tempo para identificar Potter como o inesperado oásis de silêncio no meio daquela Babel emocional.

Concentrando-se ora em Snape, ora em Potter, ele chegou razoavelmente bem ao final da aula.

Draco jantou o mais rápido que podia e refugiou-se no seu quarto. Então era assim que seria a vida dele agora. Dor e solidão.

Foi com o espírito perturbado pela lembrança dos inúmeros venenos que conhecia que Draco dirigiu-se à segunda sessão de treino com Snape.

Uma hora depois, ele não pensava mais em tomar nenhum veneno. Pelo menos não antes de fazer Snape engolir algum. Estava cansado, com dor de cabeça e tinha certeza de que, se não saísse dali logo, ia começar a chorar.

Sabia que Snape estava usando todo o seu limitado estoque de calma e paciência, e que o que tentavam fazer era realmente difícil. Mas Draco só queria se enfiar debaixo das cobertas e chorar a noite toda.

Quando mais uma vez ele deixou-se afetar pelas emoções parcialmente liberadas de Snape, o Professor enfim perdeu a paciência:

-Malfoy, é questão de disciplinar a mente. Concentre-se.

Draco sentiu que seu queixo começava a tremer e cerrou os lábios com força para conter a explosão de soluços que sentia estar se formando dentro dele.

-Preste atenção. Você deve esvaziar totalmente sua mente enquanto cria a barreira que manterá as emoções dos outros fora dela.

Draco não olhava mais para o Professor. Ele tinha as mãos, lábios e olhos fortemente fechados e a cabeça baixa. Parado no centro da sala, sentia-se a mais patética das criaturas.

-Malfoy, olhe para mim.

O tom irritado do Professor foi a gota d'água que faltava. O jovem hermafrodita caiu de joelhos ao chão e, escondendo o rosto entre as mãos, deixou o pranto fluir.

-Draco! Draco, o que você tem?

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Ele simplesmente caiu de joelhos e começou a chorar. Assim, do nada. Na minha frente!

Eu tentei falar com ele, mas o garoto não respondeu.

Está cada vez mais encolhido no chão, com o rosto escondido, e não pára de soluçar.

Mas que inferno!

Eu me abaixo e tento puxar as mãos dele de frente do rosto, para ver o que ele tem, afinal de contas, mas ele não deixa, e se encolhe até a posição fetal.

Acabo por tomá-lo nos braços e me sentar com ele ao colo.

Draco se agarra à frente das minhas vestes e, com o rosto enterrado nelas, continua a soluçar.

Sem ter o que fazer, me resta niná-lo como a um bebê. Seu corpo é tão frágil, e treme sacudido pelos soluços que ele não consegue conter. É difícil acreditar que ele conseguiu sobreviver à metamorfose pela qual passou.

-Vai ficar tudo bem, Draco. Vai ficar tudo bem – eu prometo, para acalmá-lo, sabendo que nada vai estar bem por um longo tempo. Eu só quero remover a dor dele. – Vai ficar tudo bem.

Eu o balanço nos braços como minha mãe fazia comigo depois das surras que meu pai costumava nos dar, e faço a mesma promessa vazia que ela fazia esperando que ela acalme Draco do mesmo modo como me acalmava.

Aos poucos o choro cessa, e só os soluços sacodem seu corpo. Ele esconde o rosto no meu peito. Imagino que esteja embaraçado pelo descontrole.

-Tudo bem, Draco. Foi um dia difícil.

Ele faz que sim com a cabeça e começa a erguer-se, tentando limpar o rosto. Ele parece ter sete e não dezessete anos agora.

Eu indico a ele o banheiro e uso os minutos que ele leva para se recompor para tentar me acalmar também.

Que eu me lembre, as únicas lágrimas que já me comoveram antes foram as da minha mãe, há muito tempo atrás. É estranho sentir esse abalo todo por causa da dor de Draco.

Quando ele volta, a velha máscara Malfoy está quase perfeitamente ajustada ao rosto, como esteve o dia todo, apesar de tudo o que ele sentia. Mas a máscara se desfaz no momento em que ele me olha, e o que eu vejo é uma jovem pessoa totalmente embaraçada à minha frente.

-Sente-se, Draco. – Eu indico uma poltrona, flutuo a outra até em frente à dele e sento-me, olhando-o nos olhos. – Fale.

-Falar, Professor?

-Sim, Draco. Fale o que está sentindo.

Ele não consegue ocultar a surpresa e me olha como se eu tivesse perdido o juízo. Mas que inferno! Por acaso ele pensa que eu sou algum insensível?

-O senhor está bravo.

Droga. Ele está totalmente indefeso.

-Eu sei, Draco. Mas eu não pedi que me analisasse, eu pedi que me dissesse o que está acontecendo. Com se sente?

-Eu não sei. – Por um instante terrível eu pensei que ele fosse chorar novamente. – É como se eu não coubesse em mim mais. Foi um dia horrível!

Eu destampei o poço! Draco dispara a falar, descrevendo-me detalhadamente cada emoção que captou durante o dia e o eco dessas emoções dentro dele.

Inferno! Eu perguntei o que havia, não pedi um diagnóstico emocional da escola inteira!

Como, em nome de todos os demônios inferiores, a cor das unhas da Parkinson pode deixar Draco deprimido?

E ele ainda não chegou ao almoço!

-Certo, eu já entendi, o dia foi um inferno - eu tento interromper o fluxo verborrágico, mas ele simplesmente não pára.

Anda por toda a sala, agitado e falando sem parar. Pelo menos o fôlego dele é muito bom.

Agora descobri que Goyle se sente rejeitado! É claro que o imbecil é rejeitado: é feio, burro e fede. Dane-se que Goyle é rejeitado.

-Mas o que tem Potter? – ele pergunta de chofre.

-Como o Potter surgiu nessa conversa, Malfoy?

-Como o estúpido Potter consegue se controlar tanto? Ele não sente nada?

Antes que eu responda, ele continua enumerando cada sentimento captado hoje.

Qualquer outra pessoa que tivesse um ataque desses na minha frente eu já teria estuporado. Eu me contenho porque começo a crer que se Draco não falar ele vai chorar de novo, e duas crises de choro é mais do que eu posso suportar.

-E então eu me descontrolei, Professor. E foi horrível ficar chorando como um idiota, mas obrigado por ... sabe... sei lá ... me escutar. Ajudou muito.

-Certo, então. Draco. Espero que você entenda que estou exigindo tanto é para seu próprio bem. – Tento retomar a conversa lógica que eu intentara manter desde o início.

-Eu sei, Professor – ele me responde, sorrindo alegremente.

Eu me perco por instantes na expressão dele. Draco está ainda mais bonito do que antes.

-Você está bem? – sou obrigado a perguntar. Ele estava aos prantos, depois descontrolado, e agora está sorridente.

-Sim, senhor.

Acabo por dispensá-lo sem saber como continuar a conversa.

-Vá para seu quarto descansar. Continuamos amanhã.

Ele sai, parecendo não ter nenhum problema no mundo.

Preciso verificar a relação de insanidade e hermafroditismo. E um copo de firewhisky sem gelo.

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Severus praticamente invadiu a enfermaria, dando um susto em Pomfrey.

-Que tipo extravagante de medicamento você anda dando ao Malfoy? Pretende enlouquecê-lo com alguma poção mal feita?

-Severus!

-Anda mulher, o que diabos você mandou Malfoy beber?

-Severus Snape, componha-se. E pare de tentar me intimidar, que não sou um dos seus alunos e o conheço muito bem.

Severus contraiu os olhos e encarou Pomfrey, ainda intimidador. Aquela velha irritante não se abalava facilmente.

-Qual a medicação dele? – Severus usou sua voz mais glacial e seu olhar mais mortífero.

Pomfrey apenas deu um leve sorriso e pegou lentamente a ficha de Draco. Desfez os feitiços protetores que impediam que qualquer pessoa não autorizada lesse a ficha, ajeitou os óculos sobre o nariz e começou a folheá-la lentamente, desde o registro da primeira vez que Draco entrara na enfermaria, ainda no primeiro ano, por causa de uma leve indigestão.

-Está tentando me irritar? – O tom de voz gelado de Severus teria feito qualquer outra pessoa desistir da idéia.

-Não, Severus. Estou lhe dando um tempo para que se acalme, sente-se e me diga, tranqüilamente, qual o problema.

Era exatamente isso que Severus sempre apreciara em Madame Pomfrey. O fato de ela não se deixar abalar por nada, distinguindo perfeitamente uma emergência real de uma imaginária. Não que algum dia ele fosse dizer isso a ela. Não que, naquele momento, ele estivesse em condições de apreciar essa característica.

-Acho que Malfoy está enlouquecendo.

-E por que pensa isso, Severus?

-Ele estava deprimido no início dos treinos, depois teve uma crise descontrolada de choro, depois falou histericamente sem parar nem para tomar fôlego, e depois parecia a mais feliz das criaturas.

-Certamente você puxou bastante no treino, mesmo vendo que ele não estava bem.

-Ele precisa aprender o mais rapidamente possível!

-Severus, ele está passando por muitas mudanças; forçá-lo agora só vai feri-lo mais.

-Está tentando me culpar por seus remédios malucos estarem enlouquecendo o garoto?

-Severus, Draco não está tomando nenhum remédio.

-Deveria estar! O garoto parecia outro.

-Ele é outro, Severus. Outra pessoa totalmente diferente. E tem de se adaptar a isso, aos hormônios femininos, a um corpo parcialmente feminino, e tem de lidar com todo o medo do futuro que deve estar sentindo agora. Eu sei que não é fácil, mas você precisa ter paciência com ele.

-Eu tenho.

-Severus...

-Tenho paciência, sim.

-E o que você fez quando ele chorou? Berrou com ele ou o estuporou?

-Eu o consolei – Severus falou o mais brevemente possível, imaginando uma forma de mudar de assunto., Mas a expressão de Pomfrey chamou sua atenção. – E não faça essa cara. Não adiantaria nada gritar com ele.

-Você se importa mesmo com Draco, Severus.

-Isso não vem ao caso agora. O que vem ao caso é essa aparente insanidade dele.

-Severus, Draco ficou aliviado porque você o ouviu. Ou não ouviu?

-Eu teria de realmente estuporá-lo para fazê-lo calar a boca.

Severus não gostou nem um pouco da risadinha de Pomfrey.

-Ele só precisava disso naquela hora, meu jovem. Que você o ouvisse. Draco não está louco, e você lidou muito bem com ele. Da próxima vez ouça-o antes que ele chegue no limite.

Severus ergueu-se, fazendo as vestes largas rodopiarem à sua volta.

-Eu vou dormir que ganho mais. Boa noite, Pomfrey.

-Severus.

O Mestre de Poções se voltou já quase da porta.

-Draco não está sozinho nisso, vocês não estão sozinhos. Eu e Albus estamos aqui para o que vocês precisarem.