Capítulo III
Gina voltou para casa no dia seguinte. Resistiu aos pedidos e choros das crianças, mas o que ela podia fazer? Não ia ficar mais um dia naquela casa, enquanto Draco sonhava que ela cuidasse de vez dos meninos. Além disso, a lembrança da amiga ainda estava muito viva naquele local, sempre pensava ver a amiga pelos cantos da casa.
Na noite anterior à sua partida, Draco fez um pedido à mulher:
"Ginevra, eu posso falar um instante com você?"
Ela estava sentada na sala de estar com as crianças. Pediu que os garotos subissem e disse:
"Pode, mas não me venha com aquela ladainha..."
"Não... aliás... é um pedido, mas só por um dia. Sexta-feira tenho que viajar."
"Com sua amante?"
"Claro que não! É uma viagem de negócios."
"Certo... e quando você volta?"
"No domingo à tarde."
Gina o olhou desconfiada por alguns instantes, até responder:
"Tudo bem, mas eu só fico com as crianças porque não vou deixa-las sozinhas."
"Eu sei. Muito
obrigado Ginevra."
"Já disse, eu não faço
isso por você, logo não me agradeça."
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Gina podia ter aceitado ficar com as crianças, mas para Draco, a decisão dela de voltar para casa não passava de vingança. Era como se ela o punisse pela morte de Luna. E ele não tinha culpa. Não tinha culpa se a mulher era uma demente, aluada que não olhava para os carros quando ia atravessar.
No dia seguinte acordou como de costume, às oito horas da manhã. Por um minuto pensou ter ouvido a voz de Luna falando com as crianças. Ao lembrar-se das crianças percebeu que elas já estavam atrasadas para a Escola. Desceu as escadas correndo e quase morreu de susto quando viu os três filhos sentados à mesa, tomando café.
"Alex, Gina está aqui?"
"Não, papai, a tia Gina foi embora ontem, lembra?"
"Sim, mas quem fez o café de vocês?"
"Foi eu mesma quem fez."
"Como assim? Você não sabe que é perigoso mexer no fogão?" – ele disse tentando parecer severo.
"Mas eu não tinha escolha. O senhor estava dormindo feito uma pedra e se eu não fizesse, ninguém faria, afinal, mamãe está morta." – a menina dizia isso com ressentimento, como se também culpasse o pai por todo o sofrimento que estava passando.
Será possível que todos iam culpa-lo? Quantas vezes seria preciso repetir que não foi ele que empurrou Luna em cima do carro? E muito menos, passou com o carro em cima dela (embora tenha pensado nisso algumas vezes). O olhar da filha, o fez sentir o pior homem do mundo. Ele era o culpado pelo sofrimento daquela criança...
Acordou do devaneio quando lembrou que tinha que ir para o trabalho. Subiu as escadas correndo, tomou um banho rápido e desceu logo em seguida para tomar o café. E ele até tomaria, se tivesse... Alex estava agindo como a tia, pensou em brigar com a filha, mas não tinha tempo, estava atrasado.
Saiu correndo em direção a garagem, quando ouviu a voz de Alex:
"Pai, quem vai deixar a gente na Escola?"
"Vocês não sabem ir sozinhos?"
"Alô, papai? São 16 quarteirões."
"Ah, Alex, é bom para fazer exercício."
"A mamãe nunca deixou a gente ir sozinho. Ela sempre ia com a gente e de táxi."
Teve que ir deixar os filhos na Escola, mas isso só seria possível se eles decidissem quem iria na frente.
"Papai, manda o Andy sair do banco! Eu que tenho que ir!"- dizia Mandy, a mais nova, fazendo birra.
"Por que, papai? Ela é pirralha, tem que ir no banco de trás!"
"Papai, ele me chamou de pirralha!"- choramingava a caçula.
Se aquilo era uma tentativa de enlouquece-lo, ele diria que não estava muito longe. Os menores brigavam de um lado, enquanto Alex dizia o que a mãe fazia que ele não fazia. Agora entendia o porquê de Luna ter se suicidado, seus filhos eram umas pestes.
"PAREM! OS TRÊS! AGORA!"
Silêncio.
"Agora, Alex, eu não sou sua mãe, sou seu pai e estou fazendo o possível para satisfaze-los, a mãe de vocês morreu, entenderam? MORTA! Ela está morta e NÂO é minha culpa."
A menina mais velha apenas abaixou a cabeça e entrou no carro.
"E vocês dois, Mandy você é muito pequena para andar na frente, mesmo assim, vamos fazer um acordo, na ida, o Andy vai na frente e na volta você é quem vai, ok?"
A garotinha apenas balançou a cabeça e entrou no carro.
Depois de meia hora, Draco deixou as crianças no Colégio, prometendo voltar ao meio dia para busca-los. Quando chegou no Escritório já era quase a hora de ir buscar os filhos. Estava arrasado, cansado, aquelas pestes iam mata-lo.
Mais uma vez, perdeu o cliente mais importante do dia, se continuasse assim, iria à falência. Na hora marcada, estava de volta para buscar as crianças, ao contrário da ida, os filhos estavam calmos, pareciam até ter tomado algum calmante, agradeceu a Deus, pelo menos um pouco de paz.
Quando chegaram em casa, Mandy disse:
"Papai, o que tem para o almoço?"
E ele sabia?
Não, porque não tinha almoço!
Saiu no carro em busca de um restaurante bom, mas o máximo que achou foi fast food. Depois do que duraram horas, voltou para casa e alimentou os pequenos monstrinhos. Decidiu não voltar mais para o Escritório, queria relaxar, se no dia seguinte ia enfrentar tudo de novo.
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Sexta-feira chegou e junto com ela chegou a viagem de Draco. Enfim teria paz! Nada de choro de criança, nada de gritos de criança, nada de CRIANÇAS, agora era só ele e sua amada Parvati.
Arrumou as malas no dia seguinte e logo quando acordou viu que Gina já estava em casa, brincando com seus filhos. Despediu-se de todos, só obtendo resposta de Mandy e Andy que o abraçaram e o beijaram (ou babaram todo).
Pegou Parvati em casa e juntos foram para um hotel em uma cidadezinha afastada. Sentia que algo estava muito estranho, sentia o carro balançar, mas não dizia nada à moça, ela podia se assustar e não querer viajar mais. Chegaram na cidade quando já era quase noite.
Draco entrou na casa e achou tudo tão bonito sem pestinhas. Andou alguns passos até sentir algo como um puxão, como se alguém tivesse lhe derrubado. O fato é que ele tinha caído, mas sem ninguém derrubar. A primeira coisa que sentiu foi uma dor muito forte no pé. Logo que tentou se levantar viu que tinha quebrado e com isso, acabara sua viagem.
Um médico foi chamado, por Parvati, o homem disse:
"Repouso, Sr. Malfoy, é tudo o que o senhor precisa."
"Como vou repousar? E como vou voltar para casa?"
"Não seja por isso, estou indo para Londres amanhã e posso leva-lo. O carro a gente manda buscar depois."
E assim, no dia seguinte, logo pela manhã, Draco estava de volta. Primeiro pediu ao homem que deixasse Parvati em casa, para Gina não suspeitar de nada. Sentia-se arrasado. O seu fim-de-semana perfeito acabara com uma perna quebrada. NO fim do dia, Draco estava sentado no sofá (sua nova cama, já que não podia subir as escadas), quando Gina veio com duas muletas improvisadas, feitas de cabos de vassoura.
"Tome, Draco."- ela disse estendendo as muletas.
" Obrigada, Gina."- disse o homem muito surpreso.
"Bem, eu vou dormir, mas se você quiser ajuda para ir ao banheiro, pode me chamar."
"Não, eu prefiro fazer aqui."- ele disse num sussurro.
"Ah, Malfoy, não seja besta. Eu estou oferecendo minha ajuda porque sei que isso foi grave, mas se você é infantil o bastante para não aceitar, eu não posso fazer nada."
"Tudo bem...se precisar eu chamo..."
"Hm...ok... e..bem, e ainda está doendo?"
"Um pouco, sabe como é, não posso andar..."- ele disse irônico
"Sei...Então, tchau. Qualquer coisa, chama."
E subiu. Depois, Draco adormeceu, mas a uma certa hora da noite, o que Gina disse aconteceu: ele sentiu vontade de ir ao banheiro, mas não ia pedir ajuda da mulher.
Pegou as muletas que ela fizera para ele e tentou se levantar. A dor voltou com toda a força, fazendo soltar um grito de dor. Sentou-se novamente no sofá e ouviu o que menos queria: passos na escada.
"Malfoy, Malfoy, como você é teimoso."
"Não sou..."
"Viu? Olha, eu ajudo. Anda, segura aqui"- disse apontando o ombro.
A vontade de ir ao banheiro era mais forte do que o orgulho, por isso segurou os ombros de Gina, como se estivesse abraçando-a com um braço, enquanto com o outro se apoiou na muleta.
A mulher o levou até o banheiro, deixando o sozinho para ficar mais à vontade. Depois de alguns minutos, os dois voltaram para o sofá e Draco disse:
"Obrigada."
"De nada. E qualquer coisa, você já sabe."
Subiu de novo e ambos dormiram, mas dessa vez só acordaram na manhã seguinte.
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Nota da Autora: Diz aí se eu não me superei...hauhauahua... esse capítulo ta maior que o outro (pelo menos isso)...gente, comenta. Olha, hj não vou colocar os agradecimentos, pq já eh tarde e amanha tenho aula, mas agradeço a todos que comentam, que lêem e não comentam, valeu mesmo por me dá atenção...hauahauahauhaua E eu acho que em breve tem surpresa p/ quem leu A Mediadora...hihihihihihi
Comentários são bem vindos, heeeeinnn
Beijos
Manu Black
