Os dias passaram e Gina permaneceu na casa da amiga por algumas semanas, só indo embora quando Draco já estava em condições de andar e, conseqüentemente, de cuidar dos filhos.
Por uma estranha razão, que nem mesmo ela conhecia, não tinha mais raiva de Draco, talvez isso fosse apenas porque o homem agora não tratava mais os filhos como animais.
Certo domingo, quando passou na casa de Malfoy para pegar as crianças encontrou tudo fechado. Imediatamente preocupou-se com a saúde das crianças, pegou o celular e discou o número de Draco. Depois de vários minutos ouviu a voz do homem do outro lado da linha e disse:
"Malfoy, o que houve?"- dizia aflita
"Como assim?"
"Onde está você? E as crianças?"
"Ah... nós estamos bem. Eu trouxe as crianças para o shopping, elas queriam passear."
"Graças a Deus. Como você me assusta desse jeito, Malfoy?"
"Mas não foi minha intenção, Gina... você quer falar com a Mandy? Ela está aqui do meu lado."
Minutos depois uma voz de criança surgiu do outro lado da linha.
"Tia Gi?"
"Oi, querida. Você está bem?"
"Estou! Tia, eu andei de cavalinho! E também meu pai pegou um monte de ursinhos para mim na máquina. Eu pedi que ele tirasse um para a senhora, é tão lindo, tia, é um ursinho com um coração."
Coração? Draco tinha enlouquecido?
"Ah, querida, obrigada... e seus irmãos como estão?"
"Eles estão aqui, a senhora quer falar com eles?"
"Não, querida. Depois eu falo com vocês."
"A senhora vai brincar comigo hoje?"
"Hm...vou sim, querida. Agora vou ter que desligar. Tchau."
Quando desligou o telefone sentia-se mais confusa do que antes. O que significava aquilo? Draco tirando ursinhos com coração para ela?
Voltou para casa e somente de noite foi para a casa de Luna. Entrou sem nem mesmo cumprimentar Draco, o quanto mais longe dele seria melhor. Brincou algum tempo com as crianças e logo depois foi embora, sem nem dar a chance ao homem de dar o pequeno "mimo" que ele lhe trouxera.
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Nos dias em que ficou de repouso em casa, Draco percebeu o quanto seus filhos eram crianças maravilhosas e como ele fora idiota em não ter dado a assistência necessária para eles. Percebia que Alex, sua filha mais velha, ainda o culpava pela morte da mãe e talvez ela tivesse razão. Reconheceu que sempre fora um safado, que traía Luna discaradamente, muitas vezes na frente dela. Além de dar uma quantia mensal a ela que não era suficiente para comprar um pirulito. Por causa dele a mulher andava maltrapilha, suja e gorda. Foi um imbecil safado que agora recebia seu castigo: o desprezo da filha.
Não podia voltar ao passado porque não conhecia nenhum objeto que fizesse este tipo de magia. A única solução que encontrou foi a de mudar o presente. O primeiro passo dado foi reduzir a sua jornada de trabalho no escritório, trabalhava só pela manhã, quando as crianças estavam na escola e o resto do dia ficava com elas, ora brincando, ora ensinando as suas tarefas. Depois, contratou uma moça para cuidar da casa e fazer a comida das crianças, ele podia ter mudado, mas uma coisa sempre seria igual: o seu fracasso nos assuntos domésticos.
Não falou mais com Parvati depois do acidente, era como se ela não o interessasse mais. A única mulher em que ele conseguia pensar era Gina e nem mesmo sabia o porquê. Talvez porque a admirava, ela era uma mulher forte que não precisava de ninguém para sobreviver. Vivia sozinha e tinha a vida que queria. Talvez tivesse namorados, mas não gostava de imagina-la com ninguém. Para ele, o lugar dela seria na sua casa, o ajudando a cuidar das crianças.
Mas não estava apaixonado. Ou estava? Queria pensar que não, além de Gina ser a melhor amiga de sua falecida esposa, ela nunca ia querer algo com ele, odiava-o e sobre isso ele não tinha dúvidas. Teve a resposta da sua dúvida quando a viu fugindo, literalmente, dele. Isso o magoou profundamente, estava tentando ser um homem melhor, por que ela não entendia? Realmente os dois nunca iriam ficar juntos.
Mas ele não sabia que isso mudaria dentro de alguns dias...
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Chegou do trabalho mais cedo. Recebera a notícia de que Mandy estava com febre alta e por isso teve que voltar para casa antes do término da aula. Quando entrou no quarto da filha viu Gina fazendo compressa de água na menina. Aproximou-se da mulher e disse:
"O que houve?"
"Não sei. A professora me ligou e disse que de repente ela tinha ficado com febre muito alta."
"Você já chamou o médico?"
"Já."
Depois de alguns minutos o médico chegou e Draco e Gina foram expulsos do quarto. A espera lá fora era muito pior. Estava com medo de que algo muito ruim acontecesse com a sua filha. Sabia que fora um péssimo pai, mas não podia viver sem a sua caçulinha, a alegria da casa e, principalmente, da sua vida.
Minutos depois, que pareceram mais horas, o médico saiu do quarto e o seu rosto já expressava o quão grave era o caso de Mandy.
"Draco, nós temos que transferi-la agora para o hospital."
"Por que, Jack?"
"Porque o caso dela é grave."
"Pelo amor de Deus, diz o que a minha filha tem!"- dizia gritando.
"Ainda não dá para saber, mas suspeito que seja meningite. É melhor transferi-la, antes que seja tarde demais."
O médico saiu com Gina para os dois providenciarem a ambulância, enquanto isso Draco chorava desesperado do lado do corpinho adormecido de Mandy. O rostinho corado agora era pálido e trazia uma expressão de dor. Seu anjinho estava sofrendo e por culpa dele, ele estava sendo castigado da forma mais cruel.
A ambulância chegou e Draco teve que ser tirado à força do lado da cama. Gina decidiu acompanhar a criança, enquanto o homem ia para o hospital no seu carro.
Uma vez na emergência do hospital, exames foram feitos e o resultado não deu meningite, mas o quadro de saúde da criança aumentava a cada minuto que passava. Os médicos a levaram para a Unidade de Terapia Intensiva, pois não conseguia mais respirar por conta própria, era necessária a ajuda dos aparelhos.
Draco via tudo sem poder fazer absolutamente nada. Sabia que era questão de tempo, perderia a sua filha. Chorou sem se importar com a presença de Gina. Não estava preocupado se ela poderia acha-lo fraco, ele não era, apenas sofria por sentir a morte se aproximar mais uma vez daquela família.
Sentiu braços envolverem seu pescoço e assustou-se. Viu Gina abraçada a ele e não pôde deixar de sentir uma sensação de paz, de repente a esperança tinha voltado. Ela também chorava, mas dizia, repetidas vezes:
"Tudo vai ficar bem, Draco."
Apertou mais o abraço quando ouviu seu primeiro nome ser dito por ela.
Não sabia dizer ao certo quanto tempo ficaram daquele jeito, abraçados, só podia dizer que quando se afastou dela as lágrimas de ambos tinham cessado e que ele sentia-se mais esperançoso.
O dia de espera do lado de fora foi longo. As visitas estavam proibidas e eles viam os médicos entrarem e saírem do lugar, sem nem mesmo dar chance de fazer algum tipo de pergunta.
Somente de madrugada, quando já estavam exaustos pela espera, o médico saiu da UTI e disse:
"Conseguimos estabiliza-la. Não aconselho vocês a ficarem aqui."
"Não, doutor, eu não vou embora."- disse Draco
"Nem eu."- disse Gina rapidamente.
"Certo. Mas eu aconselho que vocês descansem. Eu posso ceder um quarto aqui do hospital para vocês dormirem."
"Não, eu não posso sair daqui. Quero saber notícias de Mandy."
"Draco, faça o que eu estou dizendo. Se algo acontecer..."- vendo a cara do homem, o médico falou- "o que eu garanto que não vai, eu aviso a vocês."
Alguns minutos depois, Draco cedeu e ele e Gina foram para o quarto.
Era um cômodo pequeno, com duas camas, um frigobar e duas mesinhas de cabeceira.
Deitou-se em uma das camas e ficou olhando o teto.
Percebeu que Gina também estava acordada, porque a mulher se mexia sem parar.
Não estava muito certo se tinha enlouquecido quando saiu da sua cama e foi para a cama de Gina. Deitou-se ao lado da mulher e sentiu o corpo dela enrijecer com apenas a sua presença.
Ficou olhando-a durante algum tempo, admirando a beleza dela, mil pensamentos, de todos os tipos, passaram por sua cabeça. Queria aquela mulher, mas não sabia se ela também o queria. Tocou em sua mão como forma de pedir permissão, ao que ela respondeu entrelaçando seus dedos nos dele. Então agora ele sabia que ela também o desejava.
Viu Gina virar-se para ele, os dois frente a frente, assumindo os sentimentos. Queria prova-la, queria sentir o gosto daquela boca tão rosada. Aproximou-se mais um pouco até o contato entre os dois ser inevitável. As bocas unidas em um beijo há muito desejado pelos dois. Os corações unidos batendo descompassados. E as almas que se procuraram por muito tempo, agora estavam juntas mais uma vez.
Amaram-se loucamente como desejavam há muito tempo. Naquela noite não existiu ódio, vingança ou morte que os separassem, porque agora eles eram uma só alma.
Nota da Autora: Oiiie! Mais um capítulo, espero que gostem e me mandem um milhão de reviews, hein? Heueheueheueeuheue E eu sinto em dizer que próximo capítulo é o penúltimo...heheheheehehehhe :D
E desculpa não comentar os comentários, eh que to com dor de cabeça, gente, mas eu juro por Dios, que o próximo eu comento.
Beijocas p/ quem comenta, amo vocês:P
Manu Black