Disclamer: Harry Potter e seu universo não me pertencem, eu doei para a J. K. Rowling, pois ela precisava de mais publicidade do que eu! Acreditou? Eu também não. Então você já sabe que é tudo dela e que eu só estou pegando emprestado, sem fins lucrativos.

Essa é uma fic Slash, isso quer dizer: homens com homens. Sim isso mesmo, dois homens juntos interagindo romanticamente. E mais eu resolvi nessa fic ser um pouco mais apimentada e por isso essa fic vai ter cenas de sexo, muito sexo, entre homens e homens, mais precisamente: sexo entre Harry Potter e Draco Malfoy. Se não quer ler, não gosta, pare aqui.

Eu escrevo por que gosto e você lê porque quer. Não aceitarei reviews mal-educados.

Ok, deixei o fim de semana passar, pois não estava conseguindo concluir essa fic, mas agora parece que eu me empolguei demais e dois capítulos surgiram dentro de minha mente. Um está dentro do outro, de modo que eu não posso começar um sem acabar contando o outro, por isso vou fazer em Itálico o capítulo que apareceu do nada em minha mente.

Lembranças

As Moiras

Severo estava mais uma vez dentro do passado, estava novamente na guerra. A primeira guerra de Voldemort e era um dos mais respeitados e temidos Comensais da morte que o Lorde tinha. Sua missão era simples: espionar a Ordem e saber quem dela participava, bem como seus planos.

Ele se reunira com Alvo Dumbledore, o Líder da Ordem de Fênix, pareceu-lhe que o velho acreditara realmente que ele estava regenerado e queria mudar de lado. Como se ele, Severo Snape, pudesse cometer algo tão indigno quanto trair seus valores, suas origens e seu Mestre.

Fora convidado para uma das reuniões da Ordem, onde conheceria seus integrantes e passaria as informações previamente dadas por seu Lorde.

Sabia que isso lhe daria status de espião entre a Ordem e o Lorde mesmo já lhe havia dito o que dizer. Alguns Comensais iriam ser presos, outros mortos, mas era um preço pequeno a pagar pela oportunidade de exterminar de vez aquela infame Ordem de Fênix que vinha atrapalhando os planos do Lorde.

Estavam na casa de Carátaco Dearborn. E parecia uma ocasião festiva demais na opinião de Severo. Aqueles tolos festejavam enquanto era obvio que seriam mortos e trucidados, quando o tempo deles era curto. "Griffindor, quem pode entendê-los?", perguntava-se Severo ao observar a cena. Tiravam fotos, como se quisessem mostrar as gerações futuras o grupo que formavam. Patético, eles não teriam gerações futuras.

Observava tudo muito discretamente, não queria participar, não queria ser muito notado. Guardava o nome de cada um daqueles ali presente. Iria delatá-los a seu Mestre assim que possível.

Observou os grupos se dividirem, pequenos grupinhos se formando após as fotos. Aurores de um lado, professores do outro, ex-colegas de escola em outros e os Marotos, junto com Lílian Potter em um. Era aquele o grupo que temia. Lembrava ainda muito bem das brincadeiras e humilhações que sofrera na escola. Aqueles ali seriam os primeiros a morrer, isso ele jurava.

Observou a patética amizade que eles partilhavam, os sorrisos cúmplices que trocavam e isso lhe enjoava. Sentou-se a sombra, escondendo-se e ficou observando.

Logo James Potter falou algo que fez todos o olharem rindo. Devia ser alguma brincadeira estúpida, pois parecia que aqueles ali jamais iriam crescer. Viu Remo Lupin, o maldito lobisomem abraçar Lílian, muito feliz. Observando-os, deteve-se no rosto de Black. O homem parecia dar um sorriso maior que o mundo, os olhos azuis escuros brilharam de forma ofuscante enquanto ele abraçava James Potter.

As risadas foram altas e alegres. "O que será que fez Black parecer tão feliz?", se perguntava Severo, sentindo o coração palpitar estranhamente com a visão de Black sorrindo.

Deveria ser alguma coisa relacionada ao calor insuportável que fazia naquela tarde de verão, isso junto com a repulsa por ver tanta felicidade junta, só podia ser essa a explicação para os estranhos sentimentos que tivera.

Observou o Black abraçar Lílian, aquela sangue-ruim nojenta. Como o Black conseguia trair assim tão facilmente seu sangue e criação?

Observou James Potter, seu mais odiado rival abraçar Lílian protetoramente e juntos colocarem a mão sobre o ventre dela. "Então os Potter geraram um mestiço!", pensou Severo. O lorde ficaria muito feliz com essa informação.

Começou a observar os outros grupos, e notou que Dumbledore não tirava os olhos dele. Não o olhava desconfiado, parecia divertido com alguma coisa, o que o louco estaria pensando?

Notou que Dumbledore se dirigia até ele e fechou sua mente para qualquer tipo de invasão. Não queria ser descoberto.

- Parece não estar se divertindo, Severo – falou Dumbledore com voz calma.

- Desculpe se não compartilho de seus gostos peculiares – respondeu Severo ironicamente – não em um dia tão quente.

Dumbledore apenas riu, parecendo saber algo que mais ninguém sabia.

- Se está com tanto calor, por que não se junta aos outros e entra no lago? – perguntou Dumbledore, parecendo muito contente.

Severo imaginou quem teria a infeliz idéia de se despir e cair no lago. Ele é que não tiraria suas vestes para algo tão infantil e repulsivo.

Virou a cara, com claro desdém para a idéia e deparou com Black se despindo.

O corpo do outro homem era forte e vigoroso, ele parecia implicar com o lobisomem por este não estar se despindo também.

Observou, entre fascinado e mortificado, todos os músculos daquele corpo bronzeado, sabendo que não deveria olhar. Observou, com a boca seca, Black terminar de se despir, ficando somente com uma diminuta sunga negra e avançar sobre Lupin e começar a arrancar as roupas do outro.

Era quase erótico o modo como aqueles músculos tencionavam e relaxavam. Era enervante o modo como Lupin parecia tocar o moreno para se afastar.

Sentiu um ódio tremendo pelo lobisomem. Sempre o odiara pelo ser inferior que ele era, mas agora seu ódio triplicava pela força do ciúme.

"Ciúme? De Black com aquele monstro?", pensou Severo confuso, não, ele jamais teria ciúme de um monstro, nem de Black.

Mas era-lhe humanamente impossível desviar os olhos do corpo de Black. "Ele fica ótimo assim, feliz", foi então que o raio da compreensão caiu sobre ele. Ele era apaixonado pelo maldito Sírius Black, sempre fora e por isso odiara tanto James Potter e Remo Lupin. Olhou chocado para Dumbledore.

- Se segredo estará bem guardado comigo, Severo – Dumbledore falou tranqüilo, havia compreensão brilhando naqueles olhos de um azul muito claro – Como você vai levá-lo a morte agora? Como vai poder trair a Ordem sabendo que Sírius vai morrer?

Severo não conseguiu formular uma resposta. Observou, estático, Dumbledore sorrir e se retirar.

Não notou que o objeto de seu desejo se encontrava muito próximo a ele.

Sírius observara discretamente Snape, e vira a forma como o slyntherin o olhara, não entendia ainda o porque da crescente alegria que sentira ao ser observado pelo outro. Deixara seus amigos conversando e se afastara discretamente.

Não sabia o que exatamente ia fazer, mas ele sempre fora conhecido por agir antes de pensar. Chegando bem perto do ouvido do outro, falou:

- Gostou do que viu?

Severo se voltou para ele rapidamente, fazendo com que os rostos ficassem muito próximos. Sírius apenas engoliu em seco, observando a profundidade daqueles olhos misteriosos, sem notar o que fazia, beijou o slyntherin a sua frente.

Severo tentou lutar, tentou se afastar, não entendia o porque daquele ataque, mas rendeu-se a seu próprio desejo. Quando o beijo terminou. Negro e azul se confrontaram assustados e confusos.

Sírius apenas saiu, pasmo com o que havia feito e internamente feliz. Caminhou alguns passos e se virou, dando uma piscadela marota para o outro que ainda o olhava. Sorriu ao ver os olhos de Snape se estreitarem. "Ele fica extremamente charmoso assim", pensou o animago antes de olhar para frente e voltar para junto dos amigos.

Severo acompanhou Black com os olhos, sentindo-se arrepiar com a piscadela e o sorriso, igualmente marotos e letais que o griffindor lhe deu. Sorriu internamente.

Seu destino nessa guerra estava traçado por mãos que não eram as dele. Não podia mostrar a ninguém o que sentia por Sírius Black, nem mesmo ao próprio Sírius, mas também não podia vê-lo morrer. Sorriu sobre as sombras que o ocultavam, "Destino estranho as Moiras reservarão para mim".

Draco sentiu seus pés descalços tocarem a grama unida de Hogsmead, não tinha tempo para pensar e sapatos agora. Ainda abotoando a camisa, ele marchou para a cratera.

Não notou que Ronald Weasley nem Hermione Granger não se encontravam ali, eles não lhe importavam agora.

Tudo o que sabia era o fato de que Harry lhe pedira para ir até a cratera e chamar seu nome. E isso era o que ele faria. Que se explodisse o mundo se isso não trouxesse Harry de volta. Que ele encontrasse a dor de saber que Harry tinha ido embora para sempre. Não se importava mais em proteger-se, não lhe importava mais seu tolo coração, era hora de lutar, não de temer.

Caminhou até o lugar em que a grama verde dava lugar à cratera negra, onde nada crescia. Olhou os dedos dos seus pés e viu que eles estavam a centímetros do começo do precipício. Ali não sentia a presença de Harry, mas isso não era importante.

- Harry! Harry James Potter! – gritou Draco o mais alto e forte que pode – Você me mandou vir aqui, responda, se puder!

Severo Snap acompanhou o ex-aluno caminhar até a cratera e gritar. Caminhou até o lado do loiro que fora seu aluno e silenciosamente se concentrou em Harry James Potter, o menino que perseguira. Dumbledore lhe falar em seus sonhos e lhe exigira que fosse até ali ajudar Draco a guiar Harry.

Era o único que sabia como as coisas iriam acontecer, que tinha uma noção de com que tipo de magia estavam lidando.

Eles estavam lidando com o véu que separa os mundos. Harry e Voldemort haviam sido transportados, assim como todas as coisas que estavam no raio de seu Priori, para o mundo dos mortos. Harry mantinha-se vivo, nisso acreditava, mas precisava de ajuda para sair.

- Harry! - Draco, fixando em sua mente a imagem de Harry, o seu Harry. Não só o herói, não só o amante, mas muito mais e alem disso. Harry Potter, como Harry Potter, sem mascaras e sem fingimento, com seus sorriso quilométricos e suas lagrimas transbordantes. O seu Harry, aquele que não precisava ser sempre forte, aquele que não precisava ser só herói, aquele verdadeiro Harry que não pensaria duas vezes antes de dar sua vida por outra pessoa, aquele que chorava pelos inocentes e culpados que morriam, aquele que nunca superará a morte do padrinho. Aquele que só disse: "A morte é a aventura seguinte de Dumbledore", quando o maior bruxo de todos os tempos foi assassinado perante ele e ele não pode fazer nada para impedir.

Esse Harry, que todos conheciam, mas poucos viam. Esse menino sábio. Esse era o homem em que pensava, era o homem a quem amava.

Severo não se espantou ao ver a superfície da cratera se tornar rósea, e soltar uma espécie de neblina densa. Mas mesmo tendo lido tudo que encontrara sobre isso, não estava preparado para seu poder. Olhou para o homem ao seu lado e viu que ele nem pestanejava, parecia esperar por isso.

- Eu venho aqui chamar Harry James Potter! – Draco falou, elevando sua voz, mas não mais gritando. Sabia que estava perante um poder muito maior que ele, muito maior que a magia. Estava perante o poder que dividia os mundo.

Viu três vultos se aproximando, queria que um deles fosse Harry, mas nenhum era. Harry lhe passava sempre uma aura própria de força e bravura. Aqueles que se aproximavam não eram humanos, nunca tinham sido. Apesar de saber disso, não temeu por isso. Ele estava disposto a tudo por Harry. Não ia parar agora que tinha visto que podia dar certo. Como conviveria com a certeza de que podia ter feito algo e por medo ou fraqueza perdera seu Harry para sempre?

- Eu, Draco Malfoy, chamo Harry Potter. Eu sou o guia, e peço o que me foi tirado – falou, sua voz desprovida de arrogância, mas cheia de autoridade e força.

- Draco, você não está lidando com algo desse mundo – falou muito baixo Severo, queria alertar o ex-aluno sobre o que iria enfrentar.

Observou Draco olhar rapidamente para ele, como se o notasse apenas agora, e soube que Draco Malfoy sentia o poder e a natureza daqueles que vinham das brumas.

As formas se aproximaram mais, e do meio das brumas eles puderam ver que tinham as formas de três lindas mulheres.

Os rostos eram belos, belos demais para serem humanos, perfeitos demais. Cada uma delas tinha beleza diferente das demais, mas partilhavam traços semelhantes e Draco sentiu que eram irmãs. Sabia quem elas eram. Sabia o que elas eram.

Deusas mitológicas, elas eram as Moiras, também chamadas de Parcas. Nas mãos delas estavam os destinos de todos os mortais e imortais. Elas fiavam, mediam e cortavam o fio da vida de todos, elas que decidiam o que aconteceria a cada um.

"As lendas estavam certas", Severo descobriu, o portal entre os mundos era guardado pelas Moiras, Cloto, Láquesis e Átropos. Imortais e inseparáveis, profetisas poderosas. Sentiu que havia mais ali do que a simples volta de Harry Potter.

- Sabemos quem você é, e sabemos quem você vem buscar, Draco Malfoy. Mas e você, sabe quem nós somos? – perguntou a morena de olhos azuis. Ela tinha um rosto cativante, porem frio e calculista, nas mãos segurava uma roca de ouro.

Draco a olhou nos olhos, respeitoso, porem firme.

- Você é Cloto, a Deusa que tece o fio da vida. Essas com você são suas irmãs, Láquesis, a que mede e Átropos, a que corta.

- Sim, você está certo em afirmar isso, também decidimos que alegrias e tristezas haverá em uma vida – Láquesis falou. Ela era loira, os olhos misteriosos tinham o tom do mais puro mel, os cabelos estavam presos no alto de sua cabeça, parecendo uma coroa. A túnica deixava o ombro direito à mostra. O rosto era belo e pensativo enquanto segurava uma régua nas mãos.

- Sim, li a respeito de vocês, embora achasse que eram apenas lendas. Vocês decidem o que acontece na vida daqueles para quem tecem o fio. Isso é propício, pois Harry não teve sua vida cortada, só interrompida.

- Sim, ele não morreu. Minha tesoura ainda não cortou o fio da vida dele, mas ele poderia encontrar o caminho para fora sozinho – era Átropos agora quem falava – Aqui ele encontrou outro como ele, outro que teve a vida interrompida. É por causa disso que ele precisa de sua ajuda, ele guia outro enquanto você o guia.

Draco observou a menor das três irmãs, Átropos parecia fria, quase triste em sua beleza ruiva. Era como se sentisse o pesar pelas vidas que interrompia, pelas conseqüências que isso trazia.

- Sírius Black, esse é o nome do homem que Harry guia, não? – Draco perguntou depois de analisar Átropos.

- Sim, ele mesmo – Láquesis falou – não era o momento dele partir, mas ele não tinha a magia necessária para sair sozinho. Por isso Harry Potter precisa de você.

- Não viemos ajudar, tão pouco atrapalhar. Isso não nós envolve, apenas queremos conhecimento e devolver o que não pertence ao nosso mundo. Viemos até aqui por que queremos saber uma coisa – Cloto falou.

- Nós que decidimos tudo, que medimos tudo o que pode acontecer em uma vida, não medimos esse amor que vocês sentem um pelo outro – Láquesis continuou.

- Demos a você a oportunidade de seguir um rumo certo e ter uma vida mais rica e feliz, mas não previmos esse sentimento – Átropos terminou.

Draco as analisou por um momento. Elas, para as quais nada na vida de uma pessoa era uma surpresa, não haviam lhe dado esse amor que sentia tão forte dentro do peito, que transbordava por seus olhos.

- Mudamos nosso destino. Talvez nem tudo esteja programado, talvez nem tudo esteja escrito – Draco falou, sentindo esse conhecimento novo atingi-lo – Alguns de nós tem a capacidade de mudar o destino, de criar as respostas certas, de seguir por caminhos nunca traçados. Esse amor que eu sinto por Harry e que ele sente por mim, é um desses caminhos construídos pela força do nosso desejo. Esse amor não previsto foi conquistado por nossas forças e fraquezas, por nossa própria vontade de amar.

Severo observou as Moiras olharem para Draco Malfoy como se olhassem para toda ávida dele, como se pesquisassem tudo que tinha sido e tudo que viria a ser. Ficou fascinado ao vê-las sorrir.

- Lembram-se sempre: Eu teço o fio, mas você fará dele o que quiser – Cloto começou.

- Eu marco a extensão, mas você usa o tempo como quiser – Láquesis completou.

- Eu corto o fio, porque nada pode durar para sempre. Não desperdice o que você recebeu – Átropos finalizou. (1)

Com essas palavras, as três Moiras desapareceram, e a nevoa foi se desfazendo. Restando apenas a cratera à frente deles e dentro dela Harry Potter e Sírius Black.

Draco correu de encontro a seu amado, ajoelhando-se ao lado do corpo inerte de Harry. Tranqüilizou-se ao notar que ele parecia dormir. Sua respiração era calma e pausada. Tocou o rosto tão amado e pelo qual ansiara tanto. Observou cada traço daquele rosto másculo e belo. Nem um dia parecia ter passado para Harry.

A pele bronzeada continuava como tinha sido naquela manhã fatídica em que ele duelara com Voldemort pela última vez.

Não notou Severo observar e tocar com mesmo esmero o rosto magro de Sírius Black, nem a ternura com que o frio Mestre de Poções parecia amparar o animago.

Observou os olhos verdes de Harry se abrindo e um sorriso sonolento expandir aquela boca cheia e vermelha.

- Bom dia amor – Harry falou sonolento – eu sabia que você iria conseguir me guiar.

Draco observou os olhos do moreno, via ali o amor que Harry sentia por ele, via também cansaço pela enorme magia usada. Seu Harry não apenas voltara, mas voltara mais forte do que nunca. A tão conhecida cicatriz não passava agora de uma leve marca mais clara na testa do moreno. Draco beijou-lhe a cicatriz que dera tanto poder e tanta tristeza a seu amor.

- Foi você e sua magia quem conseguiram. Eu apenas fiz o que você me pediu para fazer.

Sentiu a mão de Harry segurar sua nuca e o puxar. Selaram com um beijo aquela vitória, tal como deveria ter acontecido naquele dia em que Voldemort fora derrotado para sempre.

- Não há mais ameaças, podemos viver felizes agora. Poderei realmente viver ao seu lado, meu loiro, como sempre sonhei – Harry falou após o terno beijo.

Deixaram Sírius aos cuidados de Severo, que parecia não permitir por nada que Sírius se afastasse de seus cuidados. Harry sorriu enigmático por isso e não mostrou maiores resistências. Apenas informou Severo de que iria aparecer na manhã seguinte para visitar o padrinho.

Severo segurava o corpo adormecido de Sírius Black, feliz por Harry ter-lhe confiado o cuidado daquele homem.

Como amava e ansiara por ele, como se culpara por ter provocado-o durante todo aquele ano. Se não fossem suas alfinetadas mordazes e o fato de Sírius ser tão temerário, talvez o animago jamais tivesse caído dentro daquele véu.

Jamais conseguira declarar seu amor pelo moreno em seus braços, talvez jamais conseguisse.

Nunca conseguira repetir aquele momento mágico em que eles se beijaram, embora não tivesse um só dia em que não acordasse pensando naquele beijo. Amava Sírius Black de todo o coração e isso chegava a doer.

Não sabia como mostra esse amor, nunca fora amado, nem querido, nem desejado. Fizera sexo com outras pessoas, por prazer e por poder, mas nunca sentira o toque apaixonado de alguém, nunca sentira nem uma fração do prazer e sentimento que experimentara naquele beijo.

Carregou o corpo adormecido até o castelo. Agradecendo as Moiras por não encontrar ninguém em seu caminho.

Vagou direto para as masmorras em direção a seus aposentos. Lá chegando, colocou delicadamente Sírius em sua cama, acomodando-o para que dormisse tranqüilo. Velou seu sono por varias horas, até decidir tomar um banho. As vestes sujas e suadas lhe davam náuseas. Deu um ultimo olhar para o moreno na cama e entrou no banheiro, enchendo a banheira com água quente.

Despiu-se rápido e entrou na água que lhe relaxava os músculos. Era bom se sentir limpo novamente. Depois de anos de guerra e culpa, podia enfim se limpar de toda a sujeira que carregara.

Lavou os cabelos com cuidado, relembrando do resto do sonho que tivera, do estranho pedido de Dumbledore para ajudar Draco Malfoy e para aceitar seu destino e fazer as escolhas certas. "E por acaso eu já não as fiz quando trai tudo o que acreditava por um amor impossível e não correspondido?", se perguntava Severo.

Não notou os olhos azuis arregalados que o olhavam da cama, alheio a tudo que não fosse seus próprios pensamentos, saiu da banheira. Praguejando contra si mesmo por ter esquecido a toalha. Em pé, nu ao lado das vestes descartadas, pegou a varinha e convocou a toalha.

Sírius acordara assustado e alerta. A ultima coisa de que se lembrava era de Harry o guiando para fora do véu. Olhou em volta, notando que estava em um quarto. Ergueu-se um pouco ao escutar um suspiro de prazer e viu, pela porta entre aberta, Severo Snape dentro de uma banheira. O vapor saia da água e do corpo de Snape. Os cabelos, costumariamente gordurosos, estavam molhados e limpos. Observava o rosto pensativo do outro enquanto ele se lavava.

Observou, fascinado, o momento em que Snape saíra da banheira e caminhara irritado até suas vestes, viu a toalha branca e limpa ser convocada e Snape começar a se secar de forma tão distraída e sexy que fez o sangue de Sírius ferver.

Ainda lembrava do gosto do beijo do slyntherin. Embora tenha sido apenas um momento fugas perto de todas as ofensas que jogaram um no outro. Constrangido, voltou a se deitar e fingir dormir. Somente agora sentia o cheiro do outro nos lençóis em que estava.

Severo saiu do banheiro com a toalha atada na cintura. Olhou para a cama e viu Sírius ainda dormindo, porem agora ele parecia mais corado. Talvez estivesse finalmente começando a se recuperar. Caminhou até a cama e tocou a face quente do griffindor. Viu, fascinado os olhos azuis se abrindo e o olhando com confusão.

- Está em segurança agora, aqui em Hogwarts – falou Severo.

Sírius apenas concordou com a cabeça. Confuso pela forma quase carinhosa co que o outro o tratara.

Sem pensar, puxou o slyntherin para a cama, beijando-o novamente. Saudoso do sabor que provara há tantos anos. Severo se deixou levar, acabando abraçado ao griffindor.

Sorriram dentro do beijo. A história deles estava apenas começando.

Harry estava parado aos pés da cama que partilhara apenas uma vez com Draco, observava todo o quarto, observando cada pequeno detalhe.

- Você não mudou nada – comentou o moreno.

- Você decorou tudo com tanto amor e perfeição que não precisei me preocupar com isso – Draco sorriu – Fora que me dava certa alegria ver que estava tudo como você deixou.

Harry observou o loiro a sua frente. Era Draco, mas não era o mesmo Draco que ele havia deixado para enfrentar Voldemort.

- Quanto tempo eu fiquei dentro do outro mundo?

- Um ano, dois meses e seis dias – contabilizou Draco, se aproximando de Harry.

- Não tinha idéia de quanto tempo passará – falou Harry, abraçando Draco – Lá o tempo é diferente. Às vezes pareciam que tinham passado apenas horas, noutras parecia que já tinham se passado séculos.

Draco beijou o amor de sua vida, querendo esquecer o tempo que ficaram separados. Querendo apenas aproveitar agora que estavam juntos.

Sentiu que Harry o beijava de forma diferente. Mais terna, mais cheia de cuidado e amor. Podia sentir o desejo e a luxuria do outro, mas também parecia que essas eram mais ternas. Draco respondeu com igual delicadeza.

Despiram-se sem pressa, as mãos passeando pelos corpos um do outro sem urgência, queriam apenas tocar e redescobrir aquele corpo adorado.

Os beijos eram ternos e lascivos, cheios de volúpia e amor. As bocas se afastavam para tocar outras partes do corpo um do outro, ansiosas por redescobrir o sabor, a textura de cada parte do corpo alheio.

Deitaram-se na cama em perfeita sincronia, e vagarosamente começaram a se masturbar, sabendo que aquele pequeno interlúdio de carinho logo daria lugar à compulsão que era o amor físico deles.

Draco foi quem tomou a dianteira, pois parecia que Harry tinha medo de tocá-lo com mais urgência. Sabia o que seu amado estava sentindo, ele também temia tocar Harry e vê-lo se desvanecer em brumas. Mas não era hora de temor, era hora de loucura.

Empurrou delicadamente Harry, de modo que ele ficasse de costas para a cama e pos cada uma de suas pernas em cada lado do corpo do moreno. Olhou aqueles olhos tão amados olharem para ele cheios de malicia e desejo.

Harry esperava uma vagarosa e deliciosa decida até seu pênis, mas Draco não daria isso a ele, por mais que temesse tocá-lo de forma bruta, tinha esperado tempo demais com sonhos frustrantes. Queria Harry, queria sentir Harry. Precisava de seu Harry de volta e com isso em mente, abocanhou de uma vez só o pênis do moreno em sua boca, fazendo Harry gemer de surpresa e prazer.

Sentiu as mãos do morno mais uma vez em seus cabelos, afagando, guiando. A urgência de sentir novamente o gosto do sêmen de Harry era tanta que não fez os costumeiros jogos tão conhecidos entre eles.

A força de seu desejo se ascendeu em seu peito, nada poderia trazer aquele tempo perdido de volta, mas eles podiam aproveitar muito bem o que tinham pela frente. Não ia ser melindroso, não com o seu Harry, não depois de esperar e ansiar tanto por isso.

Sentiu o gozo do moreno em sua boca e isso lhe dava mais desejo. Olhou para Harry, cujos orbes verdes estavam desfocados pelo prazer e sentiu a satisfação de mais uma vez ter proporcionado isso a ele.

Ergueu os quadris de Harry, preparando-se para penetrá-lo. Queria muito aquilo, queria muito sentir-se novamente dentro de Harry e vagarosamente foi penetrando-o. Marcando novamente aquele homem como seu. Sentindo novamente o prazer de entrar em Harry, de ouvir os gemidos emitidos por ele.

Começou a se mover, a principio lentamente até que os movimentos foram ganhando mais ritmo, ajudados pelos quadris de Harry que faziam com que a penetração fosse mais profunda e rápida. Draco se controlava ao máximo para não gozar, não agora, não ainda. Os gemidos de Harry o enlouqueciam, seu próprio prazer o enlouquecia. Era tão doce e tão poderoso estar novamente dentro da pessoa amada, sentir novamente aquele corpo se contorcendo de prazer a seu toque.

Tantas lembranças e sonhos, tantas noites frustrantes, tanta saudade. Agora tinha Harry novamente ao seu lado. Foi com essa sensação lhe queimando o peito que Draco gozou dentro de Harry. Olhando fixo para aqueles olhos que sempre haviam lhe enfeitiçado.

Caiu exausto sobre o moreno que o abraçou apertado, amparando-o. Sentia-se novamente em casa.

- Agora é minha vez – Harry sussurrou no ouvido de Draco.

Draco apenas gemeu ao ouvir aquela voz rouca e maliciosa em seu ouvido, como ansiara por isso, como desejara isso. Sim, queria sentir Harry novamente dentro dele.

Harry via que o corpo de seu amado estava diferente, pequenos detalhes. Draco estava mais magro, mais forte também. Parecia mais cansado. O rosto tão amado tinha mudado nesse ano. O Draco que deixara havia começado a trilhar a idade adulta, esse que encontrava agora já era um homem. Um lindo homem, o seu homem.

Rápido como uma serpente, Harry pos Draco de barriga para o colchão e se deitou sobre o loiro, o seu loiro.

Puxou o quadril de Draco para cima, tocando aquela pele branca e sem nenhuma mácula. Sorriu, parecia que teria de remarcar o corpo do amado. Colocou-se entre as pernas abertas de Draco e começou a penetrá-lo, sentindo a resistência do corpo do outro. Adorou ainda mais essa sensação, era como estar possuindo Draco pela primeira vez. Foi penetrando-o devagar, dando tempo para o corpo de Draco se acomodar e reacostumar com ele. Ouviu o seu loiro gemer, deliciando-se com o que fazia e moveu-se mais devagar ainda. Draco o surpreendeu ao movimentar os quadris de forma a forçar a penetração completa.

- Não quero machucá-lo – murmurou Harry, contendo os quadris de Draco.

- Você me machuca se contendo – respondeu Draco, olhando maliciosamente para Harry.

Todo o controle e boas intenções de Harry viraram pó. O lado mais selvagem de seu amor por Draco o dominou e ele agarrou os quadris do loiro e começou a estocá-lo de forma firme e rápida, deliciando-se com o brilho de surpresa e prazer que apareceram naquelas íris prateadas. Amou-o de forma selvagem, com fúria mal contida e via que Draco apreciava cada vez mais. Acabou por não mais se conter e gozou, dentro de Draco. Sentindo o prazer de fazê-lo seu novamente.

Exausto, saiu de Draco e o abraçou, precisando sentir aquele corpo belo, pálido e suado junto do seu.

Aninharam-se um ao outro, sentindo a satisfação de ter os corpos novamente juntos e temporariamente saciados.

- Descanse um pouco agora, amor – Draco murmurou – depois vamos "batizar" os cômodos que ficarão esquecidos.

Ouviu Harry rir maliciosamente e olhou para aqueles olhos. O Maroto estava de volta. Draco, sentindo o corpo de seu amado junto ao seu, deixou-se guiar para o mundo dos sonhos junto de Harry.

Não haveria nada a temer, estavam juntos novamente. Seu Harry voltara para ele. Para aquele amor não previsto pelo destino.

Nota da Li:

(1) Sim, parafraseei o Romance Três destinos de Nora Roberts.

Nan Cookie : Autora de fic é um terror, nós sempre paramos na melhor parte, é karma. Obrigado pelos elogios e espero que o final dessa fic esteja a contento. Sei que você não queria que eu a terminasse, mas eu já tinha toda a estrutura da fic em minha mente, fora que não sou muito boa em histórias longas. Pelo menos ainda não desenvolvi nenhuma. Obrigado pelo apoio e beijocas da Li.

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AluadaMalfoySnape : Obrigado, muito obrigado mesmo pelo elogio e aqui está o ultimo, espero que goste. Beijocas da Li.

Paty Black : Obrigado, meu ego está nas alturas por causa dos elogios. Espero que você goste desse ultimo, e não se preocupe, assim que a inspiração bater, eu faço outra fic, só espero que seja rápido, né? Obrigado pelo apoio e beijocas estaladas da Li.

Debora Dumbledore : Aqui está o ultimo capitulo dessa saga. Espero que ele esteja à altura dos outros. Tentei criá-lo o mais rápido possível. Beijocas da Li.

Marck Evans : Ok, você matou a charada. Fiquei até sem jeito ao ver sua review, parecia que você tinha entrado na minha mente ou pegado todos os fios soltos que eu deixei na história. Eu também fico especulando os finais e por isso achei legal você ter simplesmente adivinhado todo o meu! O que me conforta é saber que as Moiras não foram profetizadas por ti. Falando nisso, você as conhece, né? Obrigado e beijocas estaladas da Li.

Carlos Bert : Obrigado pelo elogio. Beijocas da Li.

Gabi Potter-Malfoy : Obrigado mais uma vez, é ótimo saber que a fic agradou. É meio confuso criar, eu gosto, mas e os outros, será que vão gostar? Por isso é tão importante receber reviews como o seu. Esse infelizmente será o último sim. Beijocas da Li.

Srta. Kinomoto : Eu é que tenho de agradecer os comentários, e espero sinceramente que você goste desse capítulo. Agradeço mais uma vez e mando beijocas estaladas pra você.

Nicolle Snape : Desculpe-me previamente pela falta de originalidade das cenas calientes desse ultimo capítulo, mas é que já não me sobrava mais muita inspiração. Obrigado por todo o apoio que você me deu nessa fie e na Atração Magnética. Beijocas agradecidas da Li.

Acabou! Finite! The End!

Isso mesmo, acaba aqui essa fic. Não adianta chorar, espernear, gritar ou mandar maldições, ela já cumpriu seu destino, querem culpar alguém, culpem as Moiras!

Na minha imaginação, ao começar essa fic, eu já tinha estruturado ela toda. A idéia de em outro capítulo, sobre Sírius e Severo me ocorreu no meio da criação do ultimo capitulo. Acabei vendo que era impossível eu criar um sem que isso desestruturasse o outro, por isso juntei os dois.

Sei que vão reclamar de Sírius e Severo terem parado na melhor parte e Harry e Draco terem um desempenho muito melhor no capítulo passado, mas essa pobre autora em época de provas não tem condições de criar algo mais original. Sinto muito, dói mais em mim do que em vocês. Por isso eu tenho que esperar a inspiração voltar. Talvez eu venha a desenvolver os relacionamentos descritos aqui em outra fic, com base nessa, mas ainda não consegui formar isso na minha mente. Culpa dos professores que me sobrecarregam com matéria, juro!

Agora eu me despeço, agradecendo a todos os que leram.

Beijos da Li.