Stage 1 - O Chamado
Após o terrível combate, três semanas se passaram em extrema paz. Nada de Weil. Nada de conflitos. Difícil de acreditar. Mas como a maioria esperava, a tranqüilidade é quebrada com grande facilidade. Há três horas atrás, Ciel detectou uma presença estranha, algo que apresenta os mesmos padrões de uma Cyber Elf, porém possuindo algumas propriedades bastante diferentes. A presença envia um sinal, um chamado. Ela quer que alguém a liberte. Um grupo de soldados da Resistência foi enviado e, guiando-se pelo sinal enviado, três horas mais tarde encontraram a entrada de uma enorme caverna.
O líder deles para, encarando a escuridão da entrada. Ele sempre foi do tipo sensitivo, agora prevê a morte os esperando na caverna, embora no começo todos achassem que nada de ruim iria acontecer. Deixando escorrer gotas de suor frio pelo rosto, ele puxa do bolso o seu comunicador, na tentativa de fazer contato com a base da Resistência e pedir por reforços. Inútil, alguma interferência impossibilita a comunicação. O que esse homem menos quer fazer é arriscar a vida daqueles a sua volta, mas agora não lhe resta escolha. Hesitante, ele dá os primeiros passos junto dos outros soldados.
Na base, Ciel nota muito bem a interferência, algo que a deixa nervosa e inquieta. Sem pensar muito, a jovem corre em disparada para a sala de comando, tão desesperada que quase chega a intencionar derrubar a porta de seu laboratório. Lá, ela pede para que algum dos oficiais chame Zero, provavelmente localizado no andar mais superior da base. Como de costume, Zero está lá, de pé e imóvel, olhando o horizonte e deixando os ventos fazerem seus longos cabelos loiros esvoaçarem, imerso em seus pensamentos. Pensamentos que cessam ao ouvir a voz do soldado o chamando.
Soldado – Zero! Precisamos de você na sala de comando!
Minutos depois, Zero já se encontra no 4º andar e segue para a porta CMD em passos acelerados, já ciente da situação. Dentro da sala, o reploid encara a garota, esperando que ela lhe explique a situação, o que não demora muito.
Ciel – Zero! Os soldados que eu enviei na direção do sinal que recebi hoje... Há uma terrível interferência, não sei o que está acontecendo. Você precisa resgatá-los!
Zero – Eu entendi. Então me leve até lá, rápido.
Zero então se posiciona no centro da sala, esperando pelo teletransporte. Enquanto começa a ser envolvido pela luz, o reploid sorri e olha para Ciel, querendo fazer com que a jovem se acalme com o gesto. O Herói Lendário então some, sendo materializado em frente à caverna, a origem do sinal.
Zero não está nada confortável. Ele sente uma presença muito forte, estranha, familiar demais. Uma grande quantidade de vozes de indivíduos que ele conheceu por todo esse tempo rasga seus pensamentos, se não fosse uma máquina com grande concentração, provavelmente enlouqueceria. Entrando na grande caverna, só há o silêncio e um pouco de escuridão, a iluminação vai ficando mais intensa a cada passo dado pelo herói. Após cerca de cinco minutos de caminhada, Zero finalmente avista algo: O corpo de um reploid, um soldado da resistência. Aproximando-se da grande poça de sangue, ele agacha para dar uma rápida examinada. O pobre ser estirado no chão está morto.
Zero – Grrr... Droga!
Inconformado, Zero se levanta e prossegue pela caverna em passos mais acelerados, já se mantendo preparado para entrar em ação caso algum inimigo apareça. Mais corpos são encontrados, todos também mortos, mas agora há algo mais: Uma pequena máquina com um canhão se encontra flutuando no ar, mirando o reploid. Correndo na direção dela, o Herói Lendário rapidamente ativa a lâmina de seu Z-Saber e então salta, violentamente cortando o inimigo ao meio com um golpe horizontal, antes que possa pensar em atirar. Temendo ainda mais pela segurança do restante dos soldados, Zero sai correndo com muita pressa, seus cabelos sendo arrastados pelo ar por não conseguirem acompanhar a velocidade do corpo do reploid. Com o passar do tempo, mais inimigos exatamente iguais são encontrados, em quantidade proporcional ao número de corpos dos soldados. Zero despedaça todos os inimigos com sua arma, porém, infelizmente não pode fazer o contrário com os reploids estirados no chão.
Zero – Estão todos mortos... Foi inútil...
A presença chama-o com mais força, cada vez mais perto. O Herói para de correr, para prevenir qualquer surpresa. Eventualmente ele chega ao fim do caminho: Há apenas uma enorme parede rochosa. Não escondendo a expressão de raiva em seu rosto, Zero dá meia-volta e vai saindo do local, considerando que tudo foi em vão.
Antes que se afaste muito, o reploid escuta um barulho de atrito metálico cada vez mais forte. Por fim, surge um tipo de painel eletrônico muito estranho que se move constantemente pela parede. Zero tenta se aproximar para identificar o objeto, mas se surpreende ao ver o surgimento de rastros de plasma na parte inferior da máquina, seguido dos ruídos de energia sendo concentrada. Ele salta para o lado o mais rápido que pode, mas um disparo concentrado o atinge com toda a força e leva até algumas rochas, originando uma larga explosão que consome tudo o que toca. Parece o fim para o Herói Lendário, mas no meio da pilha de rochas destruídas, a presença escarlate novamente se ergue, apenas com alguns arranhões. Puxando o cabo de seu sabre com toda a determinação possível, Zero ativa a lâmina do mesmo e corre como um raio na direção da máquina. Ela, percebendo que está prestes a ser destruída, começa a disparar pequenas esferas de energia elétrica. Isso não é nada para o antigo Hunter, ele apenas calmamente saltita para os lados e termina próximo do inimigo, totalmente intacto. Saltando para a parede e ficando acima do alvo, Zero crava a lâmina de plasma na estrutura e vai descendo. A falta de mobilidade condena o inimigo: Não podendo se mover para os lados, o painel é dividido ao meio. Porém, Ainda não acabou.
Logo que ela deixa de ser funcional, um som muito macio de uma porta se abrindo ecoa pelo local, vindo da parte superior da caverna. Zero espera, atento e com sua arma ainda empunhada, imóvel. Da origem do ruído, várias Cyber Elfs surgem voando em alta velocidade rumo ao caminho da saída do local, todas reluzindo em um tom verde. Uma delas, porém, não acompanha o restante do grupo, apenas encarando o reploid. Não demora muito e ela começa a crescer, mergulhando a caverna em uma forte iluminação enquanto assume a forma de alguém que o Herói Lendário conhece muito bem.
Zero – Harpuia?
