N/A.: Antes de começar, eu particularmente recomendo a fic para os fãns de InuYasha que não gostem da Kikyou...Ou que pelo menos gostem mais da Kagome do que dela. É só um aviso, para que os desprevinidos não fiquem com raiva de mim " Não posso dizer que estou escrevendo essa fic neutramente, por que sou cem por cento M.A.K (Movimento Anti-Kikyou). Essa história nasceu de um dos meus muitos sonhos, de uma das minhas muitas viagens ao Mundo da Lua, e resolvi digitá-la exatamente como a imaginei. Ah, bem, chega de explicações! Para quem vai dar uma espiadinha na minha fic...Boa leitura!
Eu estava voltando para casa, tranqüilamente, fazendo o mesmo caminho que faço todos os dias na saída da escola. Tudo bem, que neste dia em especial eu não estava assim, digamos...No meu melhor humor. Na verdade, eu estava mesmo era fula da vida, por que tinha praticamente colonizado o mundo da Lua, de tanto que acampei nele, durante a aula de Matemática. Tá certo, o professor bem teve uma dose de razão quando se aproximou de mim e gritou bem no meu ouvido a pergunta: "QUAL A RAIZ QUARTA DE QUINHENTOS E DOZE EM POTÊNCIA DE EXPOENTE FRACIONÁRIO?" me tirando do completo transe em que estava. Não preciso dizer que levei um tremendo susto -que forma mais má de encurtar a distância da Lua até a Terra! Eu caí aqui de um jeito tão brusco... . . Mas depois que ele viu a margem do meu caderno de Matemática, em que eu fazia distraidamente desenhos e equações do gênero:
InuYasha + Kagome um monte de coraçõezinhos,
InuYasha + Kikyou trovões e muitas machinhas negras,
Sengoku Jidaii - Kikyou Muitas nuvenzinhas de paz, e assim adiante.
É, me parece que o professor não admirou muito os meus dons artísticos. Ele me passou uma página de dever extra, particularmente difícil. "Para te ajudar a se concentrar nas aulas", explicou.
Ora. Muito obrigada, mas eu mesma já tentei, e, logicamente, não consigo me concetrar em Matemática enquanto houver um pedaço de papel e um lápis perto de mim. Me surgem mil idéias de possíveis desenhos, é como se o dito papel fosse o meu ingresso para O Mundo da Lua. Mas como eu não posso evitar papéis e lápis dentro de um colégio -ou pelo menos seria bem difícil- , eu faço o que posso.
As pessoas que não compreendem isso é por que nunca se apaixonaram perdidamente por um anime. Elas que experimentem. Seriam bem mais solidárias...
Pois bem. Lá fui eu, pela rua 39, andando na calçada quase totalmente coberta de flores amarelas e pequenas sementes miudinhas das árvores que circundavam a praça. Era tão calmo ali. Em dias como esse -em que minha auto-estima era massacrada pela Álgebra opressora no colégio-, eu costumava passar por ali, como que para "purificar o espírito".
Purificar. Lembrei imediatamente do poder da Kagome, de purificar os fragmentos da Jóia de Quatro Almas. Viram só? Viram só no que dá nutrir um grande amor pelo melhor anime já passado na terceira maior emissora de TV do mundo? A cada frase que você pense ou diga, lembra na hora de algum fato relacionado ao anime. E quantas vezes por dia eu não voava nestes devaneios deliciosos? Inúmeras.
E lá fui eu, pensando que se a Kagome estudasse no mesmo colégio que eu (ignorem, por favor, a diferença geográfica, temporal e dimensional que nos separava naquele momento), ela talvez também tivesse dificuldade em Álgebra por raciocinar, ao invés de radicais e equações, se o InuYasha ainda se decidiria por ela, como purificar os fragmentos do Narak, e coisas assim.
Parei quando estava quase chegando em casa, duas esquinas antes. Era ali que a praça terminava. Eu sentei num daqueles banquinhos em estilo colonial -aqueles que têm até uma voltinha de concha de caracol em cada ponta do encosto- , coloquei a minha mochila no meu lado, e peguei meu lápis e caderno de desenho.
Eu normalmente fazia isso como parte do "tratamento pós-aula-de-Álgebra". Desenhar me fazia esquecer todos os problemas pelos quais eu estivesse passando. Era algo tranqüilizador, e simplesmente despertava em mim...Paz.
Busquei um modelo para desenhar, como sempre. Qualquer coisa servia: casas, postes, carros, pessoas que parassem perto de mim, os lagos do centro da enorme praça (bem estilo à Quinta da Boa Vista e Jardim Botânico) , animais...
Girei meus olhos em torno até dar com o modelo perfeito, ali, bem no centro da praça: a maior árvore que havia por ali. Peguei de novo a mochila, meio que hipnotizada. Era tão linda. Simplesmente isso: linda. Enorme, maior que todas as outras, tanto largura quanto altura. Puxa, quantos anos ela deveria ter? E como é que raios -como é que raios- eu nunca a havia percebido de fato?
Calma! Não pensem que fadas e duendes se materializaram do nada atrás de mim e criaram aquela árvore gigantesca só para meus olhos. Quero dizer, eu sei que fadas e duendes poderiam estar ali -e que infelizmente eu não podia vê-los u.u-, por que acredito piamente neles. Mas não foi esse o caso. A árvore sempre esteve ali, desde que eu havia nascido (sempre morei no mesmo lugar), mas, por incrível que pareça, eu nunca havia realmente reparado nela. Sabe quando você convive desde pequenininho com um ambiente, e as coisas estão sempre ali, e você está tão acostumado que nem repara nelas? Pois então.
Mas, neste dia, diferentemente dos outros, eu havia realmente visto aquela árvore. Ela parecia quase convidativa. As folhas bailavam ao sabor do vento, estava tudo tão...Perfeito.
Eu me aproximei da árvore, disposta a desenhá-la com todos os detalhes possíveis. Me sentei entre suas raízes salientes, e comecei a decorar o bloco com meus traços.
Súbito, um grito! Antes concentrada na minha paz, larguei o bloco de papel e o lápis; recuei, um pouco assustada. Olhei em torno para ver quem tinha gritado daquela forma, aguda e terrível. No entanto, fiquei ainda mais assustada: não havia ninguém por perto.
Levantei, disposta a descobrir de onde viera aquele grito. Ora, eu não me enganara. Aquilo tinha realmente vindo dali de perto, eu tinha certeza! Pus-me a procurar em volta da árvore. Quem me visse ali, com certeza pensaria que eu estava doida. O local estava com poucas pessoas, é verdade, e a maioria sentada nos bancos ao redor, alguns casais namorando (naquela melosidade de sempre, ught...O único casal que não era meloso de dar dor nos dentes quando estavam juntos era InuYasha e Kagome! E Tom Felton e eu, é claro...Mas isso não vem ao caso agora), umas senhoras passeando com seus cãezinhos shiwawas pelos canteiros de violetas, outros funcionários da praça podando as árvores...Mas ninguém, ninguém mesmo, parecia ter escutado aquele grito medonho. Ora, aí eu pensei: Será que só eu havia escutado?
Diminuí o ritmo da minha busca frenética. Parei, de pé, olhando fixamente para o tronco da árvore. Ela era realmente muito parecida com aquela da história, e se você observasse bem, veria que possuía até aquela mesma marca, onde o InuYasha foi lacrado durante cinqüenta anos...
"Ah, que coisa, lá vou eu de novo!" Me repreendi, sacudindo a cabeça para afastar a idéia. Se continuasse assim, daqui a pouco eu iria ver uma folha caindo e lembrar que o Shippou as usava para fazer ilusões. Eu decididamente tinha que parar de associar tudo que via à InuYasha.
Apoiei a mão direita na árvore, enquanto lembrava de várias outras "associações" destas nos últimos meses: numa pesquisa que a professora de Geografia passara, sobe os Conflitos Armados em Escala Mundial, eu pensara seriamente em colocar uma foto daquela batalha que o InuYasha tivera com o Sesshoumaru, numa das aberturas da série. E ainda iria justificar: foi um conflito, não foi? E armado, sim senhor! Pensa que aquele chicote de energia do Sesshy é o quê? E a Tessaiga do InuYasha não pode ser ignorada, oras...E foi em escala mundial. Quero dizer, a integridade do mundo dependia dessas batalhas...E daí se foi há quinhentos anos atrás? Detalhes, detalhes...para quê se apegar em detalhes...?
Eram justificativas concretas. Mas, enquanto pesquisava, pensei que se colocasse isso, a professora de Geografia também ia ter uma justificativa bem concreta para um grande zero... E resolvi seguir o rumo normal das pesquisas, mesmo...
Enquanto lembrava desse incidente, eu ria um pouco, para aliviar a tensão. Infelizmente, não adiantou muito. Eu escutei, outra vez, aquele grito horripilante, vindo daquela árvore, de dentro daquela árvore! Levantei a cabeça de brusco, e quando já estava pronta para afastar a mão do tronco...
...Uma luz em tom rosa começou a surgir no local onde minha mão estava há um quarto de segundo atrás. Eu ainda não a tinha afastado totalmente, um espaço mínimo a separava da casca da árvore, e, deste espaço, de dentro da luz rosa, algo apareceu...E eu confesso que realmente quis largar árvore, bloco, papel, lápis e praça e sair dali, quando percebi que este "algo" era uma outra mão. Que agarrou a minha num espaço quase nulo de tempo, alargou a abertura da luz rosa, e me puxou para dentro da árvore.
Talvez vocês ainda não tenham percebido. De qualquer forma, eu mesma demorei muito mais tempo para perceber. E mais tempo ainda para aceitar. Mas querendo ou não, essa foi a verdade: Foi assim que eu vim parar no Sengoku Jidaii.
Continua...
