Nossa, quantas reviews !!! Eu respondo sempre, via email, mas aqui eu sei que sou uma lástima, mesmo... me perdoem. Aliás, me perdoem por mais um motivo : esse capítulo é minúsculo, realmente minúsculo. Porque eu preciso de forças e tempo para escrever o próximo. Merlin, meus sais e sua pena, please !
Marck Evans - eu, torturar meus leitores ? Nunquinha... tudo que eu faço é por amor. Amor a receber essas review maravilhosas... Quem sente mais ? Quem está fora... porque nós, reles mortais, sentimos sede de que eles fiquem juntos. Porque um amor como esse - verdadeiro, lúcido, sincero e que enxerga a realidade - não é coisa de se deixar para trás.
Morticia Sheldon - rindo muito aqui em imaginar La Mort batendo a cabeça na parede. Como vc já viu, era apenas um probleminha de comunicação, e eles vão se entender rapidinho, pode acreditar, palavra de fanfiqueira.
Serim - Será que o lobo quer ser mesmo controlado ? Não, ele não quer... ele quer seu parceiro, ele - como todo mundo - quer ser apenas feliz. Será que isso é pedir muito ? Não... não é, não. Vamos aguardar o que o capítulo nos trará. E teremos ainda vários duelos nessa fic. Porque lucidez nem sempre é o que se espera das pessoas...
SoullessD - obrigada por gostar "do meu jeito", e super bem é exagero seu, linda. Eu sei que ele é torto e estranho, mas eu sou assim... e pelo visto esses personagens também são. Então, nada mais "normal" que a gente tivesse se encontrado,né ?
Ptyx - mais massagem... vai ter mais que massagem. Prometo. Mas eu não sei se ganhar é algo como se encara tradicionalmente, nessa fic. Ser lúcido não significa ser normal. E nada mais normal que um lobisomem falar com seu lobo interno...
Momoni - Esse Sev resmungão é uma coisa,mesmo... espero que goste do Sev desse capítulo. E do próximo,também. Vou tentar escrevê-lo rapidinho.
Paulo Lírio - fico imaginando teu sorriso com os personagens que você gosta, Paulinha... isso me faz bem, também. E pode continuar no pé, que eu vou fazendo esses dois se entenderem. Ou não, vai saber... (risada maléfica de autora de fanfic) Mas poesia quem faz são os bons personagens. A gente só transcreve o que vê.
Ana Granger Potter - O Dumbledore já viveu demais, querida... e ele sabe que "só o amor reconhece o que é verdade." E para quem ama, mas e´ tão mal amado a vida toda, nada mais simples do que achar que não merece ser o objeto de amor de alguém.
Yuko Julia Yagami - calma, menina. O Sev vai enfrentar bem mais que seus fantasmas internos... E você viu a solução que eles encontraram para o Sev passar a noite (ops!) com o Lupin, e foi bem... suave. Cansativa, mas suave. Agora, the day after... é outra história.
Elnara - já te agradeci mil vezes pelo "Bolha Silenciosa" ? Nâo, então, de novo... você me deu o caminho para continuar, Elnara... te adoro, também por isso. Mas principalmente por estar por perto. E a noite deles não é nada comparada ao dia...
Karla Malfoy - Eu, calma e precisa ? Imagina... sou um redemoinho, um vendaval no teclado... sai cada bobagem...(rindo muito) . Mas eu amo esses dois juntos, e acho uma maldade que eles não fiquem juntos (- opa, contando o fim da fic, dona Lilibeth? - Sim, superego, e daí, vai querer encarar, é ?)
Yellowred - acho Severus/Remus como yin-yang, tão proximos, envolvidos, orbitando um ao redor do outro sem se tocarem, contidos e contendo-se mutuamente… mas para fazer o círculo perfeito as partes se misturam, sem deixarem de ser elas mesmas.
xoxoxoxoxoxoxoxoxoxoxoxoxoxoxoxoxoxoxox
The Other Side of the Mirror
"É necessário correr para ficar parado". Lewis Carroll, in Alice no País dos Espelhos
Ele sente dor. Ele está sozinho, mesmo eu estando fisicamente aqui com o que se tornou seu corpo , e - amoroso e terno como eu sou - o que eu faço, Merlin ? Apenas o prendo por alta magia, nem permito que ele se mexa, e digo a mim mesmo que é para o próprio bem dele... e cada uivo do lobo ( tentando lutar contra o encantamento que eu enfadonha e interminavelmente sigo entoando por toda a noite ), e a cada nova e desesperada tentativa de mover-se, alcançar-me e fazer-me uno com ele me comove, e quase me cala.
Porque eu amo Remus. E se amo Remus, eu amo ao lobo também, fato tão certo quanto o que eu sou um bruxo.
Indesejada e intrometida uma lágrima desce pela minha face, um nó quase se forma na minha garganta, mas eu prossigo mesmo ante o impacto avassalador de saber que eu amo também a fera contida - agora incontida - que faz parte da vida do meu doce amor. E, surpreendentemente, como se tivesse percebido toda a onda de amor que me invade, a fera se aquieta. E eu quase me calo.
Mas o espião é mais forte que o amante, e eu prossigo com voz firme.
Observo quase enternecido que o lobo se acalmou definitivamente, e sinto eclodir dentro do meu peito o "mea culpa" de toda uma vida : chorei meus sonhos e desejos mortos, sim, mas foi nesse universo paralelo (que é o porão escuro, empoeirado e deprimente da grande Mansão Black) que me dei conta que é preciso também que chore o meu amor, que teimosamente continua, lua após lua, vivo.
Quando minhas lágrimas finalmente deixam de rolar, quando meus suspiros se calam, meu sofrimento continua gemendo e gritando, entremeado ao encantamento para imobilizar a fera. Pois eu não devo, e nem posso, fraquejar.
Quando o vento que adentra pela janela murmura, escuto se me traz alguma notícia dele; mas nenhuma sombra deste se apresenta a mim. Apenas alguns metros e um universo inteiro me separa daquele que mais amo. Onde estará Remus agora ? Pergunto silenciosamente ao vento que sibila e me eriça os pelos de frio; pergunto às nuvens negras que passam através da janela, queria que algum pássaro noturno viesse me trazer notícias dele. Para onde migrou a alma daquele que eu amo ? Para resgatá-la agora, embarcaria prazeiroso durante um temporal; navegaria com alegria na tempestade. Os marinheiros tremeriam, mas eu não teria medo algum. Se a embarcação se despedaçasse, eu me seguraria a uma prancha e continuaria a viagem; e, se não pudesse agarrar nenhum destroço, chegaria até ele nadando, braçada a braçada, até o infinito, se preciso fosse eu nadaria em meu próprio sangue derramado. Tudo para ter Remus ali, de volta... eu amo a fera, mas eu morreria por Remus.
A despeito da vontade do meu Lobo interno, bem ou mal Severus conseguiu fazer o encantamento a noite toda, e foi com visível alívio que senti as primeiras luzes do novo dia adentrando pela janela, exatamente no mesmo momento que começaram os meus estremecimentos da transformação. O Lobo uivou de exasperação uma única vez, e seu último pensamento para mim foi : "hoje é apenas o primeiro dia... temos vários pela frente. Uma pena você ter me ensinado paciência, John. "
Nunca entendi porque ele me chama de John, e foi nesse único pensamento que minha mente vagou por um longo tempo... novamente eu era arremessado de volta da terra de ninguém que a minha alma sempre freqüentava quando eu estava transformado. E mesmo que a Mata Cão diminuía a distância, permitindo-me ficar por perto vigiando e totalmente alerta, durante a transformação eu me torno poeira de estrelas. Eu temia por mim, claro, mas de agora em diante eu temia ainda mais por ele. Porque eu sabia que tinha de tê-lo comigo hoje. Apenas um dia, ou o Lobo irá fazê-lo seu parceiro de outro jeito.
Mas eu estou falando de seduzir Severus Snape.
Morgana das Fadas, eu não sei como...sem nem mover, terei de tê-lo, hoje. Pois o Lobo não esperará, nem com as tais correntes que Dumbledore quer com que ele me prenda... nada segura o Lobo.
Nada, a não ser a voz suave de Severus Snape.
Mas não para isso.
xoxoxoxoxoxoxoxoxoxoxoxoxoxoxoxoxoxoxox
