Pessoal, não estranhem a formatação com aspas antes dos travessoes no início de cada frase de diálogo. Foi o unico jeito de sairem travessoes por aqui. No fosff não está assim, se quiserem, é só irem até meu perfil e clicarem na minha homepage.
Xeque
"- Severus !
"- Albus.
"- Você não fez isso !
"- O que, Diretor ?
"- Diga-me apenas que você não cometeu essa insanidade ! Por favor, diga-me que você não passou a noite sem as correntes !
"- Realmente,eu não as usei, Diretor. Deveria usá-las ?
"- Severus... até para você, isso é imprudência demais ! Eu o julgava suficientemente lúcido e coerente para saber que tinha de usar as correntes, Severus !
"- O Immobulus Perpetuum foi o suficiente também hoje, Diretor. Junto com a Mata-Cão e a Morto-Vivo alterada, foi o suficiente.
Pois nem você, Albus Percival Dumbledore, deverá saber que o Lobo percorreu Londres quase inteira essa noite.
"- Severus... já se olhou no espelho ?
"- Não acho necessário, Albus.
"- Você não ficará com Remus essa noite.
O gesto antes do pensamento, e o punho cerrado de um Comensal da Morte em torno das chamativas vestes azul-bebê quase enforca um apreensivo Albus Percival Dumbledore. Ele não iria se deter pelo que quer que fosse. Ele não se separaria de Remus.
"- Sim, vou. E nada nem ninguém vai me impedir disso. Nunca mais ninguém me impedirá disso !
"- O custo é alto demais, Severus !
"- NADA no Universo inteiro é caro demais para... eu vou ficar com ele, Albus.
Hoje. Amanhã. Sempre.
"- Severus... você ainda está sob o poder do encanto do Lobo... descanse e conversaremos mais tarde.
"- Como quiser, Diretor. Conversaremos, sim... mas eu passarei a noite com Lupin.
Como passarei o dia também, e todo o resto de meus dias e noites. Com Remus. Meu Remus e seu Lobo. Indecifrável, mas firme. Aguardei qualquer manobra sua, caro Senhor da Fênix, mas nunca as palavras que se seguiram ao seu suspiro cansado :
"- Pelo visto, vou ter de enfrentar os conselheiros de Hogwarts antes do que previa, e sem o prêmio que eu esperava ostentar. Mesmo agora, não vai ser fácil convencê-los a deixar um Lobisomem ser professor novamente em Hogwarts.
"- Diga o que ele fez, apenas. E quanto ao "prêmio"... tudo farei para que o ostente adequadamente enfeitado para toda a bruxandade "do bem".
"- Já disse e direi novamente, Severus... mas como em outras ocasiões eles só verão o rótulo que a pessoa ostenta, e não a pessoa.
"- Você não deveria se preocupar antes do tempo. Talvez ao invés de um tenha de procurar dois professores para Hogwarts. Ou acredita que eu o deixaria fazer aquela missão suicida sozinho ?
"- Não é suicida.
"- Então faça-a você.
"- E quem lhe garante que Remus estará sozinho, Severus ?
Então era isso. O tempo todo havia o plano por trás do plano, bispos e torres articulando-se na surdina enquanto os peões apenas faziam o possível e o improvável para manterem-se vivos, para serem boas e plausíveis iscas. É, bem típico da Ordem da Fênix : segredo e artimanhas, sacrifícios e desespero para superar a crueldade do Senhor das Trevas. Quem seria o cruel, afinal ? E com esses pensamentos uma raiva fria subia das minhas entranhas e cristalizou-se no meu olhar duro e em uma frase de uma única palavra :
"- Melhor.
E sem preocupar-me com olhares e preconceitos,subi movimentando-me ameaçador como nunca diretamente para o quarto de Remus e trancando a porta. Era hora de ser verdadeiro. Se tínhamos de morrer, que morrêssemos depois de termos nos amado. E foi sem mais delongas que me atirei na cama onde meu amor descansava,e sem mais preâmbulos que dediquei-me com toda a habilidade de um Mestre de Poções a fazer a fórmula perfeita, onde os ingredientes eram apenas nossos corpos.
Severus entrou como um ciclope enfurecido,trancou a porta como se a ira dos deuses estivesse prestes a cair do lado de fora do quarto e sem qualquer palavra jogou-se na cama como se saltasse um abismo para recuperar sua alma perdida.
Bom, sussurrou o Lobo dentro de mim. Mau, pensei eu ao receber – com agrado, admito,mas com preocupação – aqueles beijos famintos e carícias nada delicadas. Algo tinha acontecido lá embaixo, e eu não poderia deixar nada de errado acontecer. Não agora. Não a partir de agora.
"- Severus... pare!
"- Parar por quê ?
"- Porque eu preciso saber o que Dumbledore disse para deixá-lo assim.
"- Não, não precisa. Precisa (e uma mão cúpida lançou-se sem piedade diretamente ao meu membro semi-ereto : ah, esse meu corpo que gritava tão alto o seu desejo !) ... relaxar.
"- Severus... (maldição, esse homem nunca parava ? Ainda BEM, respondeu minha outra metade.) Severus, calma !
E por mais que eu quisesse continuar ali, era necessariamente urgente que eu soubesse o que tinha sido dito lá embaixo, embora já intuísse do que se tratava. Levantei-me com menos agilidade do que gostaria enquanto dizia :
Se não me disser o que foi dito, saia daqui.
A fúria com que você tinha se aproximado antes voltou-se contra mim, e sem outra palavra você me tomou de novo e puxou-me para a cama, calando-me a boca com beijos cada vez mais cúpidos, enquanto me agarrava o sexo com voracidade como eu nunca vi. E o Lobo respondeu na mesma linguagem, mordendo seu pescoço exposto e também brutalmente arrancando das roupas seu membro totalmente ereto.
Mesmo em meio a essa loucura, eu ainda pude dizer entre arfadas e gemidos:
"- Fez ... um feitiço ... silenciador ?
"- Não.
"- Animal.
"- Olha quem fala.
"- Severus ?
"- Cala a boca e abre as pernas.
"- Eu sabia.
Você parou e só me olhou nos olhos... eu não sabia se você me esbofetearia ou me penetraria naquele minuto, sem nem terminar de tirar as nossas roupas. Aguardei, juntando o que tinha de forças para suportar sua ira, quando você fez a única coisa que eu não esperaria : riu.
E, rindo ainda, pegou a varinha e fez, finalmente, o feitiço silenciador.
Triplo.
