CAPÍTULO 5

Reprimindo a paixão

Peterson ajeitou o penteado moderno e começou a descer as escadas da mansão. Estava perfumado e arrumado para o jantar do último dia na casa dos pais. No dia seguinte, o Magic Rock abria uma turnê de shows em Portugal.

Ele desceu as escadas, refletindo sobre a sensação que sentiu ao encontrar Gina na festa de Estelle. Após um tempo longe, ele achou que não sentiria mais nada... Mas sentiu. Tão forte. Tão intenso como sempre. Não sabia o que fazer para batalhar contra aquilo...

Peterson encontrou o pai na sala, sentado na poltrona de sempre, feita de couro preto, próxima à lareira. Ele atravessou a sala e sentou-se sobre o tapete, com as pernas cruzadas, em frente ao pai. O Sr Tribbes levantou os olhos do jornal que tinha nas mãos e encarou o filho.

Aconteceu alguma coisa? – perguntou ele. – Na última vez que você se sentou sobre o tapete, na minha frente, com as pernas cruzadas, você tinha treze anos e quebrara o meu cinzeiro de ouro puro.

Peterson engoliu em seco.

É. Aconteceu, mas não é comigo...

É com quem?

Com o... Ray! É, o Ray... O baterista... Ele está com um problema dos grandes! Um problema relacionado com... mulher.

E o que você tem a ver com os problemas do Ray?

Bom, é que ele pediu a minha ajuda. Meu conselho. Mas é uma situação tão complicada, pai, que eu não sei nem o que aconselhar... Por isso achei que seria bom conversar com o senhor, que já tem mais experiência de vida...

Então diga, filho. Que problema é esse com mulher que o Ray está passando?

Ele está apaixonado... Quero dizer, não sei se essa é bem a palavra. Deve ser... Porque ele já saiu com várias fãs, mas não sente por nenhuma o que ele sente por essa. Quando ele a vê, parece flutuar... O chão some dos seus pés... O coração dispara dentro do peito, a respiração... A respiração torna-se rápida, ele fica sem fôlego... – Peterson percebeu que estava exagerando nas descrições, e poderia demonstrar que estava descrevendo os próprios sentimentos, por isso, pigarreou e disse: - Isso tudo foi ele que me contou... Essas sensações...

Mas, se ela causa todas essas sensações nele, por que ele não a pede em namoro?

Aí é o ponto onde as coisas desandam – falou Peterson, olhando momentaneamente para o tapete. – Ele sente que ela é a mulher que ele gosta... Só pode, por tudo o que ela causa nele... Mas, ao contrário de qualquer apaixonado, ele não pode dizer a ela que a ama. Nem a pedir em namoro...

Por que?

Peterson levantou os olhos castanhos para o pai.

Porque ela é comprometida – respondeu ele, tentando controlar a angústia na voz e denunciar ele mesmo. – Comprometida... Mas, como se não bastasse, ainda há outra coisa...

O que?

Ela não é comprometida com qualquer pessoa... E sim com um dos melhores amigos dele.

O Sr Tribbes respirou fundo. Dobrou o jornal, colocou-o sobre a mesa ao lado da poltrona, acendeu um charuto e, após a primeira baforada, falou:

Um caso muito complicado – ele deu outra tragada. – Tenho pena do Ray. Pobre coração. Imagino o quanto deve estar sofrendo. Apaixonou-se pela mulher errada...

Mas ele não tem culpa – disse Peterson. – Não escolheu apaixonar-se por ela. Foi algo que simplesmente aconteceu.

Sim, não estou o culpando. Ele está num dilema terrível. Dividido entre uma amizade e um amor. Eu até o admiro. Pois, se está pedindo ajuda, isso quer dizer que ele está pensando duas vezes no que fazer. Por que? Porque realmente é amigo do... O que o amigo dele é da mulher?

Noivo – mentiu Peterson, com medo de que, se dissesse a verdade, o pai percebesse.

Noivo... Estão próximos do casamento... É, Ray deve estar sofrendo. Tentando reprimir o sentimento, temendo que estrague o futuro casamento dos dois...

E o que você acha que ele deve fazer, pai?

Eu o aconselharia a seguir o bom senso. A esquecer a noiva do amigo. Existe um ditado popular, filho, entre os trouxas, que diz: "mulher de amigo meu é homem". Isso quer dizer que deve ser ignorada, por mais bela e irresistível que seja.

Peterson balançou a cabeça. Memorizou o ditado, para que, quando as sensações causadas por Gina Weasley surgissem, ele pudesse lembrar dele. Seguiria o conselho do pai. Ignoraria, guardando o sentimento para si próprio, para sempre.

Obrigado pai – disse ele. – Agora tenho ótimos conselhos para passar ao Ray.

Naquele instante a campainha soou. A enorme porta de mogno não era longe da lareira, por isso Peterson resolveu atender antes que o elfo doméstico aparecesse. Girou a maçaneta dourada da porta e a abriu.

Era Gina.


-Atenção funcionários do Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos. Favor proibir a saída de qualquer paciente. Atenção...

Harry estava sentado ao lado da cama da filha e o Curandeiro Bright estava diante de sua mesa. Os dois se encararam, confusos pelo aviso da voz amplificada da bruxa que soou por todo o prédio.

Ainda bem que já faz meia hora que Gina saiu – falou Harry.

Isso é muito estranho, Sr Potter – observou o curandeiro. – Não é comum por aqui proibirem a saída de qualquer pessoa. Deve ter acontecido algo muito sério para tanto.

Harry franziu a testa. Por mais chocado que estivesse pelos acontecimentos daquele dia, sentiu que talvez precisassem de um Auror para ajudar. Talvez realmente fosse algo grave. Decidido, levantou-se e encaminhou-se para a porta.

Vou ver o que está acontecendo.

O Curandeiro Bright o seguiu, movido pela curiosidade. Harry caminhou apressado pelos corredores, à procura de alguém que pudesse lhe dar informações concretas. Encontrou uma funcionária do St. Mungus andando alarmada e a parou.

Harry Potter, Auror – anunciou ele. – Preciso saber se aconteceu algo grave.

Sim – respondeu a bruxa com voz fraca. – Assassinato.

Aonde?

No vestiário feminino, nesse mesmo andar.

Harry soltou a bruxa e começou a caminhar, seguindo as coordenadas de Bright. Num dos corredores em que entrou, um doente gritou, apavorado:

MALDIÇÃO DA MORTE NUM HOSPITAL! ESCONDAM-SE TODOS.

Harry continuou com passos firmes, até chegarem à porta de madeira do vestiário feminino. Funcionários do hospital a cercavam, impedindo a passagem de curiosos. Harry se apresentou e sua passagem foi admitida, assim como a de Bright.

Ao entrar no vestiário ele não conseguiu ver nada, pois alguns funcionários do Hospital fechavam um círculo. Harry pediu licença a eles, e finalmente viu.

Seu estômago rodopiou numa sensação de mal-estar. O Curandeiro Bright soltou uma exclamação de susto, levando as mãos à boca. Afinal, era Lolita Spencer, a pobre Lolita Spencer. Harry logo notou, pela expressão no rosto dela, que Lolita fora morta por um Avada Kedavra.

Pobre bruxa... Até pouco tempo estava viva, cuidando de Estelle, colaborando com o Curandeiro Bright, com perspectivas de futuro. Tão jovem... Assim como Estelle. Uma trajetória de vida interrompida no meio do percurso, um percurso que se apontava como promissor.

Harry olhou para Bright. O bruxo estava com os olhos arregalados, fitando a pobre colega de trabalho.

Eu não posso entender, Harry – falou ele. – Lolita era... Uma moça tão boa. Sem inimigos. Como alguém poderia querer mata-la?

Harry apenas suspirou. Não tinha a resposta que Bright queria. Colocava a varinha no bolso quando foi chamado por um dos funcionários que estava presente no local.

Sr. Potter creio que você não tenha reparado...

O que?

Mas o bruxo não precisou responder. Ao virar, a primeira coisa que os olhos de Harry encontraram foi o aviso cravado na parede. Não era bem um aviso, apenas uma palavra com oito letras, mas uma palavra que significava muita coisa naquele momento.

VINGANÇA.

Então já sabemos porque Lolita foi morta – disse ele, olhando para George Bright. – Por mais que o senhor pense que ela não tinha inimigos, acredito que tivesse sim. E um grande inimigo. Capaz de mata-la por vingança, como ele fez questão de deixar escrito.

Por que ele deixaria escrito o motivo de mata-la? – perguntou Bright.

Não sei... Esses assassinos são todos uns loucos. Não dá pra saber o que passa pela cabeça deles. Talvez aumentasse a honra dele se deixasse bem claro que se vingara de Lolita... Bom, mas agora é o momento de procurarmos o assassino... Alguém notou algum suspeito? – perguntou ele aos funcionários.

Eu – uma bruxa gorda com uniforme de faxineira levantou a mão. – Eu vi, há alguns minutos, um bruxo saindo do hospital com o uniforme. Estranhei, porque, além de ele estar muito apressado, nunca o tinha visto antes, e o horário de saída dos faxineiros do nosso turno é muito mais tarde.

Faz muito tempo que você viu?

Uns dez minutos.

O perdemos – falou Harry, decepcionado. – Droga! Podem avisar aos outros que liberem as pessoas. Não adianta segurar ninguém. O assassino não está mais aqui.

Os funcionários saíram. Harry e Bright ficaram a sós. O Curandeiro segurava a pálida mão da assistente, com um afeto de pai. Harry pousou a mão no ombro dele.

Vamos, Sr Bright.

O bruxo levantou-se lentamente. Antes de sair, Bright lançou um último olhar para o corpo da jovem. Harry, antes de sair, lançou um último olhar para a palavra VINGANÇA.


-Aqui está! – exclamou Brad aos colegas Spike e Ted, apontando para o canto da primeira página do Profeta Diário. – O endereço da redação do jornal.

O trio estava reunido numa cabana deserta. Spike já relatara aos dois o que descobrira com Lolita, o recado que deixara a Harry na parede do vestiário e como eles atrapalhariam a vida do auror. Bastava achar o endereço da redação do Profeta, o que Brad tinha acabado de conseguir.

Quem vai até lá? – perguntou Spike. – Precisa estar disfarçado, eu acho melhor...

Nesse caso, acho melhor que seja o Ted – sugeriu Brad. – Ele consegue "interpretar" bem. Pode mudar a voz com facilidade.

Ótimo. Ted levanta a gola desse casaco – o bruxo obedeceu. – Agora recapitulamos o que você irá fazer...


-Gina! – exclamou Peterson, assustado.

Gina estava ali na sua frente, mas o estado dela era péssimo. Os olhos estavam inchados e vermelhos, a face mais pálida do que o normal e a expressão com que ela olhava para ele demonstrava uma grande tristeza. Ele conseguiu avaliar rapidamente, pois logo Gina o abraçou forte, envolvendo-o pelo pescoço.

O cabelo de Gina ficou próximo do rosto dele, e ele sentiu o aroma perfumado que emanava daqueles fios brilhantes e avermelhado. Uma cor de fogo intensa... E ele sentia um fogo acender dentro do seu peito, uma onda incandescente de calor, tirando-lhe o ar...

"Mulher de amigo meu é homem", pensou, travando uma batalha interna e silenciosa. "Tenha vergonha na cara, Peterson... Esqueça".

Gina se afastou, e Peterson viu as lágrimas peroladas que corriam pela face dela, cascatas que saíam daqueles olhos tão lindos, mas ao mesmo tempo tão tristes.

Aconteceu algo... Horrível... – falou Gina.

Peterson pediu para que ela entrasse. Ele encostou a porta após a passagem de Gina e depois a encaminhou até a sala, no sofá que ficava próximo a poltrona do pai. Sentou-se no mesmo sofá, mas fez questão de sentar-se bem afastado.

O Sr. Tribbes apagou o charuto, depositou-o no cinzeiro e olhou para Gina.

O que aconteceu? – perguntou, visivelmente preocupado. – Algo com Harry?

Não – respondeu Gina. – Algo com Estelle.

Ela relatou que Estelle fora atingida por um desconhecido Feitiço da Consciência Vazia, que estava sendo mantida viva apenas pela Poção da Vida e que ela e Harry teriam que se decidir se cancelariam a poção ou não.

Eutanásia.

Gina e Peterson franziram a testa para o Sr. Tribbes.

O que? – perguntaram os dois ao mesmo tempo.

Eutanásia – repetiu o bruxo. – É uma palavra pouco difundida no nosso mundo, mas os trouxas a conhecem. Nesse caso, poderá ser utilizada ou não... – os olhares de Gina e Peterson continuavam confusos, de modo que Tribbes resolveu explicar melhor. – Pelo que você nos disse, Gina, Estelle não tem mais cura, não tem mais como retomar a consciência. Mas ainda está viva, de certo modo...

Está viva – pontuou Gina.

Então... Vocês poderão praticar a eutanásia ou não. A eutanásia consiste em abreviar a vida de um paciente incurável, sem que ele sofra ou sinta dor.

Nesse caso se eles pedirem que cancele a Poção da Vida – falou Peterson.

Exatamente.

Mas não é isso que vai acontecer – falou Gina. – Nesse caso não. Nunca que eu abreviaria a vida da minha própria filha...

Eu também acho – opinou Peterson. – Por mais que não haja mais chance de cura, é quase um crime cancelar o elo de alguém com a vida... O que você acha, pai?

Eu também não concordo com a eutanásia. Acho que a decisão sobre a hora da morte não deve estar em nossas mãos. Se existe o mínimo de vida dentro da pessoa, esse mínimo deve ser preservado. E a morte ocorrer só quando não houver mais jeito, assim como todos nós...

Harry não concorda comigo – falou Gina. – Ele acha que devemos cancelar a poção.

Tribbes e Peterson ficaram em silêncio. Os dois não tinham a mínima vontade de, agora que sabiam da divergência de opiniões, se intrometerem.

Ele usa termos técnicos para tentar me convencer... Mas não adianta. Essa tal eutanásia não serve pra Estelle... Pra minha filha não.

Novo silêncio. Só a madeira estalando na lareira.

Eu só peço a vocês que não comentem com ninguém o que está acontecendo conosco – falou Gina. – Por favor. Por que, se essa notícia vaza para a imprensa, se alguém em troca de dinheiro resolve abrir a boca, vai haver uma grande polêmica. Harry é muito famoso... Não quero nem imaginar as conseqüências desagradáveis.

Fique tranqüila – disse Peterson.

Acho que já estou indo – falou Gina, levantando-se do sofá. – E a Sra Tribbes?

Saiu para fazer umas compras – explicou o Sr Tribbes. – Quer mimar o filho, sabe como é, último dia em casa, pra voltar só depois de alguns meses...

Vai sair em turnê de novo, Pet?

É... Vou... Vou sim – respondeu Peterson, ligeiramente embaraçado. – Agora em Portugal. Estamos fazendo sucesso lá...

Fico feliz por você – disse Gina, esboçando um sorriso. – Aproveite a felicidade. Nem todos podem ser felizes...

Não fale assim – pediu ele. – Olha... Sinto muito por você e o Harry. E se precisarem de minha ajuda para qualquer coisa...

Imagine. Pior não tem como ficar. Tchau, Pet – ela beijou-lhe no rosto. Imediatamente ele sentiu o fogo dentro do peito subir para a face.

Gina foi até o Sr Tribbes e também o beijou no rosto, despedindo-se. Peterson dirigiu-a até a porta, e a abriu, sem graça por ter corado e receoso de que ela percebesse. Mas Gina pareceu ignorar. Algo tão insignificante passaria despercebido diante de uma pessoa que estava passando por uma barra tão pesada quanto ela.

Ao sair, ela sorriu novamente.

Tchau, Pet.

Ele fechou a porta, novamente desajeitado e corado. Ficou parado um tempo encostado no mogno, passando os dedos pela bochecha que ela havia beijado. Depois levou os dedos até os próprios lábios e os encostou-se a eles. A única maneira de sentir o sabor dos lábios de Gina... Uma parte do sabor... Usou a imaginação, e nela Gina estava ali, beijando-o... Não eram os dedos dele ali, eram os lábios macios de Gina deslizando sobre os dele...

Peterson abriu os olhos. Tirou os dedos dos lábios e começou a esfregar os cabelos. Ajoelhou-se, ainda os esfregando, tentando libertar-se daquele sentimento pagão, algo que nunca seria correspondido, nunca poderia ser correspondido. Precisava libertar-se.

Parou com tudo aquilo e sentiu um peso amargo... Gina estava passando por toda uma situação complicada, Harry também... Como podia dar-se ao desfrute de imagina-la ali, com ele, logo depois que ela saiu tão triste?

Levantou-se lentamente, e suspirou aliviado ao ver que o pai estava de costas. Encaminhou-se novamente para a sala e sentou-se no sofá, admirando o fogo silenciosamente. De repente a voz do pai soou:

O que aconteceu com seu penteado? Estava todo penteado, mas agora está desarrumado.

Nova moda – respondeu Pet, simplesmente.


-Boa noite, senhor, posso ajuda-lo?

A recepcionista estava se dirigindo a um bruxo baixo e franzino, com a gola do casaco estranhamente alta, ocultando boa parte do rosto, deixando para fora apenas os olhos apertados.

Sim. É que eu tenho uma informação muito... Digamos... Interessante ao jornal.

É o que todos dizem – falou ela, com desdém, levantando os olhos. – Não posso lhe dirigir a uma entrevista se o senhor não me provar que realmente trata-se de uma informação interessante.

Sim, entendo... – falou Ted. – É sobre o conhecido auror, Harry Potter.

O nome do auror impressionou a recepcionista. Mas ainda assim ela não pareceu muito convencida, de modo que Ted resolveu esclarecer mais:

A filha dele – disse ele, em tom de cumplicidade. – Está no hospital... Feitiço da Consciência Vazia... Coitada...

Suba as escadas, quinta porta à esquerda, Jornalista Simmons – disse ela rapidamente.

Ted correu escada acima. Ansiava por dar essa declaração, ansiava por vingança ao chefe Garganta. Não via a hora de ser entrevistado. Perdeu-se por um momento, ao esquecer-se qual era a direita e qual era a esquerda. Arriscou uma e confirmou o acerto, ao ler numa placa de madeira o aviso Seção de Entrevistadores.

Ele procurou por Simmons e logo lhe indicaram um bruxo loiro com óculos quadrados.

Quero dar uma declaração muito importante sobre Harry Potter. Uma verdadeira bomba!

Sim, pode falar – disse Simmons, enquanto pegava uma pena e um pergaminho.

Ted falou tudo o que Spike lhe mandara dizer. Quando terminou a entrevista, foi cumprimentado com ânimo pelo jornalista, que lhe pagou cinco galeões pela informação e declaração.

Amanhã, primeira página – falou o jornalista, sorrindo. – Pode ter certeza disso.

Ted sorriu maldosamente.