CAPÍTULO 10
Os espinhos da vida
Harry atravessou o pequeno jardim da casa distraído, mergulhado em pensamentos. Não sobrara nenhum manifestante ao redor, de modo que, pela primeira vez naquele dia, ele podia ter um momento de silêncio para refletir.
Pensou em entrar na casa e falar logo com Gina o que o Ministro passara para ele, mas as imagens da reação da esposa ante tamanha pressão psicológica que passaram por sua mente não foram nada animadoras. Precisava pensar num jeito delicado de dizer.
Mas... Como?
–-Querida Gina, sente-se. Isso. Só preciso lhe dizer uma coisinha, mas, olha, é quase uma bobagem. O Ministro sabe? Claro que sabe, não tem outro! Pois é, ele me falou que a decisão sobre o destino de Estelle é nossa, mas sabe quanto tempo a gente tem pra se decidir? 24 horas! 24 horas para conversarmos. Temos muito tempo, não temos? Vamos nos sentar, tomar um chazinho e nos decidirmos.
Não havia forma de suavizar aquilo. Ele não encontrava termos dóceis para amenizar.
Pensativo, Harry mexia numa das rosas da roseira. Logo mergulhou em novas conjecturas. Como a vida era bela como aquela flor. Seu dedo deslizou suavemente pelo caule, até que encontrou um espinho. O dedo foi espetado e logo o sangue começou a se formar. Harry observou impassível, sem qualquer sinal ou murmúrio de dor.
"A vida é bela, mas tem seus espinhos pelo caminho. Espinhos que machucam, machucam por dentro, ferindo e sangrando".
Sentiu os olhos encherem-se de lágrimas, formadas pela dor interna. A pontada de dor no dedo era insignificante comparada a que estava dentro dele, martelando seu coração com pregos afiados, que machucavam, doíam, doíam muito...
Seus olhos marejados estavam fixos na rosa. Ele não percebeu a aproximação de Gina, que o fitava, preocupada. Somente quando o pé de Gina pisou num galho seco, provocando um estalo, foi que Harry tirou os olhos da rosa e os virou para a sua rosa em forma de mulher.
Era fim de tarde. A brisa fresca mexia os cabelos lisos de Gina, que brilhavam ainda mais, iluminados pelos raios do sol poente. As folhas das árvores mexiam-se com o movimento do vento, lançando folhas coloridas no jardim. Por um momento, eles apenas se fitaram. Os olhos dos dois úmidos, vertendo lágrimas silenciosas, enquanto folhas amarelas, verdes e rosas caíam das árvores e rodopiavam ao redor.
De repente Gina começou a caminhar. Através da cortina de lágrimas, Harry vislumbrou a esposa caminhando lentamente. O cabelo esvoaçando juntamente com o vestido longo que ela trajava. Mesmo triste tão linda, como uma pintura num quadro.
Quando ela chegou perto dele, ficou quieta, apenas o olhando com a expressão terna. O vento trouxe o aroma de seus cabelos, de seu corpo, até as narinas de Harry. Ele levou uma das mãos ao rosto alvo de Gina e começou a acaricia-lo lentamente. Fechou os olhos, sentindo aquele cheiro de folhas misturado com o cheiro doce de Gina, sentindo o vento contra o seu rosto, o uivo do vento, o ruído das folhas caindo no chão.
Ao abrir os olhos, viu que Gina também estava com os olhos fechados. Ela os abriu logo em seguida. Eles ainda estavam úmidos, aquosos. Harry a abraçou forte, suspirou e disse, sem larga-la:
–-Chegou a hora da decisão.
Ele sentiu os braços que o enlaçavam aumentarem a pressão contra o seu corpo e depois relaxarem. Ouviu um suspiro. Gina afastou-se lentamente.
-–Não deu certo, não é? Com o Ministro? – perguntou ela, num leve tom de desespero.
-–Não... Eu não entendi direito, Gina, mas, de alguma forma, ele me disse que sequer esteve no St. Mungus, muito menos no quarto de Estelle. Mas posso jurar para você que eu vi o Ministro lá, em pessoa, ele conversou comigo, disse que passaria por cima da Lei para nos ajudar, pode acreditar, era ele, o Curandeiro Bright também o viu, pergunte a ele...
-–Eu acredito em você – interrompeu Gina, tomando as mãos dele. – Eu acredito. Harry, às vezes parece que você esquece que existe magia. Alguém pode ter se passado pelo Ministro. Usando uma Poção Polissuco.
-–Mas por que alguém faria isso?
-–O "Ministro", entre aspas, que conversou com você no St. Mungus, perguntou sobre qual era as nossas posições em relação ao caso?
-–Sim – respondeu Harry, balançando a cabeça. – Sim, tem razão... Ele me perguntou. Realmente, não era somente Bright que sabia qual a minha opinião no caso. Eu disse para esse Ministro falso, aliás, ele quem me perguntou... – Harry deu um tapa estalado na testa. – Como fui idiota! Como fui abrir a boca?
-–Ele só pode ser aquele bandido da cachoeira, Harry! – falou Gina, assustada. – O que quer se vingar de nós! Ele deve ter tomado a poção e se transformado no Ministro.
-–Então foi assim que ele conseguiu a informação... MALDITO! – berrou Harry, revoltado.
-–Agora temos que resolver as conseqüências – falou Gina, calmamente. – Não adianta nada se revoltar. Agora me diga, de uma vez por todas, o que o verdadeiro Ministro disse para você.
-–Simples. Que vai cumprir a Lei – Harry engasgou-se. – Que, aliás, o prazo estipulado pela Lei já foi estourado. Mas, como ele é uma alma muito bondosa – acrescentou, irônico – concedeu-nos mais 24 horas para decidirmos.
-–É pressão demais – lamentou-se Gina, sentando-se no muro que cercava o jardim. – Manifestação popular, Ministério da Magia... Se bem que não é uma decisão tão difícil assim... Basta dizermos logo que mantemos a Poção que tudo estará resolvido.
-–Por que manter a Poção? – perguntou Harry, apoiando uma das pernas sobre o muro.
-–Para que tudo isso acabe. Para que todo esse circo que se formou ao redor de nossa filha caia por terra. Harry, mantendo a poção, calamos o Ministério, por termos nos decidido, e também a população, que não quer nem pensar em tirarmos a poção que mantém Estelle viva.
-–E, a mantendo, prolongamos o nosso sofrimento?
-–Sofrimento? – indagou Gina, inconformada.
-–Sim, sofrimento – disse Harry, alteando a voz. – Prolongamos os dias em que veremos nossa filha lá, sem consciência, sem nos ouvir, sem poder viver, por causa de um bando de bruxos desocupados que querem se meter na vida alheia?
-–Sim, porque...
-–Ou isso, além de satisfazer a população revoltada, satisfará a sua vontade também?
Gina empertigou-se, com a expressão decidida, e respondeu:
-–Sim, essa é a minha vontade também, você sabe disso. Mas não é somente por isso, Harry. Essa é a melhor decisão em todos os aspectos, com melhores resultados para todos, inclusive para Estelle.
-–Gina, é aí que você chega no ponto que está iludindo você. O Curandeiro Bright, um bruxo com anos de estudo, já nos disse que Estelle não tem mais consciência. Não adianta continuar com a poção...
-–Eu bato o pé na mesma tecla do outro dia – insistiu Gina. – Harry, é a nossa filha que está lá. Eu não posso, e você também não, mata-la...
-–Ninguém vai mata-la. Ela já está praticamente morta. Ela não vê mais nada, não pode nos reconhecer, todas as emoções, todos os momentos bons que passamos juntos, desapareceram da mente dela!
-–Como alguém pode saber isso? – desafiou Gina. – Como vou acreditar que toda a essência de minha filha, todas as imagens de sua vida, se apagou por que um amontoado de neurônios foi afetado?
-–É isso mesmo o que você disse. A essência da nossa filha. A essência de Estelle. Gina, a consciência é a essência do ser humano. Sem ela, viramos simples bonecos, praticamente sem alma.
-–Ela tem alma sim. Por isso está lá. Ainda viva.
-–Gina, cancelando a poção, Estelle não sentirá nada. Ela não tem como sentir qualquer coisa. Agora, deixando-a lá, o sofrimento continuará para nós. Iremos sofrer vendo Estelle crescer numa cama de hospital. Isso pode inclusive abalar o nosso casamento...
-–Está querendo sepultar o nosso problema, não é? – Gina perdeu o controle. A voz estava alta, estridente. – Cancela a poção, enterra a nossa filha, e a sete palmos debaixo da terra ela não mais causará problemas para você...
Harry também perdeu o controle. Furioso, segurou os braços da esposa, com força.
-–Não diga que eu quero matar a minha filha.
-–É isso mesmo que você quer fazer. Temos a alternativa de deixa-la viva. Uma alternativa. O destino nos concedeu essa alternativa, temos que aproveita-la. Colocar o dedo no destino é um crime...
-–Será que esse dedo já não foi colocado com a poção? – perguntou Harry, soltando-a. – O ciclo natural da morte foi interrompido com essa poção. Pra mim, Gina, isso é mexer no destino.
Harry começou a se afastar, afastando as folhas coloridas que tomavam o solo com os pés. O vento ainda uivava, despenteando seus cabelos. Ele afastou a franja da testa com a mão e depois se virou para Gina, que continuava sentada no muro, aos prantos.
-–Apenas um dia para decidirmos. Lembre-se disso.
Ele entrou na casa, fechando a porta atrás de si. O uivo do vento cessou, a ventania também, e, finalmente, as lágrimas vieram fartas aos olhos de Harry. Pela cortina da janela, ele podia ver Gina, também chorando, compartilhando da mesma dor, mas com uma solução oposta para ela.
George Bright abriu a porta da enfermaria. Lá dentro, encontrou um jovem sentado, com uma expressão ansiosa, à sua espera.
Ele apertou a mão do jovem, cumprimentando-o com um sorriso.
-–Finalmente um candidato! – exclamou, indo, em seguida, para a sua mesa.
Enquanto mexia em alguns papéis, seus olhos se levantaram discretamente em direção ao jovem. Parecia um tanto nervoso. Tamborilava os dedos na cadeira, inquieto. Era de fato muito novo, mas a expressão séria transmitia seriedade e compromisso com o trabalho que poderia vir a desempenhar.
-–Qual o seu nome? – perguntou Bright.
-–David. David Alexander.
-–Alexander? – Bright abriu um sorriso. – Filho do grande e famoso Curandeiro Martin Alexander?
-–Sim.
-–Seu pai... Grande Curandeiro. Excelente... Creio que você tenha herdado o talento do pai. Genética, o talento passou do pai para filho. E, se você absorveu todo o talento do seu pai, acredito que poderemos ter em você um respeitado Curandeiro.
-–Obrigado. Mas terei que percorrer um longo caminho para chegar no nível do meu pai.
-–Sabia que eu não aceito qualquer um para Curandeiro assistente? – perguntou Bright. – Sou muito seletivo. Somente pessoas de confiança. Mas fique tranqüilo, filho de Alexander tem minha total confiança... Agora, por favor, pode me passar sua papelada de referência e estudo?
David apanhou o envelope que estava dobrado no canto da cadeira e o passou para Bright. O Curandeiro passou os olhos rapidamente pelos papéis, sempre fazendo sinais afirmativos com a cabeça. Quando levantou o olhar, trazia um sorriso no rosto.
-–Excelente. Grande formação. Sem dúvida, o cargo é seu, David.
Bright estendeu a mão e cumprimentou seu novo Curandeiro assistente.
-–Hoje você pode ir para sua casa. Amanhã começa o seu estágio. Quando chegar, vá até o vestiário, seu uniforme do St. Mungus estará preparado para você. Até amanhã.
David encaminhou-se para a porta. Antes de girar a maçaneta, porém, hesitou. Suspirou em seguida, e, quando finalmente iria girar a maçaneta, a voz de Bright soou pela enfermaria.
-–Alguma pergunta, David?
-–Sim... É que... – ele olhou para a cama de Estelle. – Essa garotinha... É a filha do Auror Harry Potter? Sabe, é que eu li no jornal, e...
-–É ela mesma. Aliás, por favor, David, tudo o que ocorrer nessa enfermaria deve ser mantido no mais absoluto sigilo. Estamos entendidos?
-–Claro – ele respondeu, lançando um último olhar para a garota ruiva que repousava. Finalmente saiu da sala.
Caminhou exultante pelos corredores, imaginando como seria o primeiro dia de serviço, se realmente sairia bem, se conseguiria seguir os caminhos do pai. Por estar tão distraído, levou um grande susto quando duas mãos o puxaram para dentro de uma sala escura.
David foi arremessado contra o chão. Olhou assustado ao redor. Antes que a porta se fechasse, o facho de luz iluminou uma garra metálica, que parecia estar colada a um sapato, ou a uma bota.
Joey, o guitarrista do Magic Rock, estava trancado no quarto, revoltado. Ao invés de chorar, despejava toda a fúria e todo o ódio pelo cancelamento da turnê nas notas da guitarra. O som era estridente, mas não o incomodava. Tampouco incomodava os vizinhos, já que ele enfeitiçara o quarto com uma barreira acústica, que concentrava toda a barulheira entre quatro paredes.
Naquela manhã, a barulheira já começara. Somente quando ele terminou o solo com a guitarra foi que ouviu as bicadas insistentes contra o vidro da janela.
Correu até lá, ainda com a guitarra verde pendurada no pescoço, e abriu o vidro. A coruja, parda, já estava meio tonta. Devia estar a muito tempo ali, implorando por atenção. Joey apanhou o bilhete, e em seguida fechou a vidraça com força.
-–Vai embora, brother, obrigado – disse para a coruja. Como o animal permaneceu estático, ele bateu no vidro com força, obrigando-o a voar.
Joey tirou a guitarra e abriu o envelope, cujo remetente se identificava como Tribbes.
-–Deve ser coisa do Pet, o estraga-prazeres.
Abriu o envelope e começou a ler a carta. Logo percebeu que a caligrafia não era a do colega de banda.
Caro Joey,
Estou escrevendo esta breve carta para lhe informar que descobri o motivo pelo cancelamento da turnê do Magic Rock. Acredito que posso resolver o problema de Peterson, mas precisarei de sua ajuda. Garanto que, resolvido esse problema, nunca mais o Magic Rock será prejudicado. Encontre-me no Porky's Pub, as oito da noite.
Mark Tribbes.
A sobrancelha de Joey se ergueu e ele abriu um sorriso, enquanto passava os dedos lentamente pelo piercing do queixo.
-–Onde estou? – perguntou David, olhando para a cabana pobre e imunda onde fora parar, logo após ter sido obrigado a encostar-se a uma lanterna, que nada mais era que uma chave de portal. – Por que me trouxeram aqui?
Ele estava caído no chão. As botas com garras surgiram novamente. David levantou os olhos e, ao ver o dono das botas, sentiu o coração quase sair pela boca. Era o bruxo mais sinistro que já vira.
-–O que quer comigo?
-–Nada de mais – respondeu o outro, com uma voz carregada em rouquidão. – Apenas confirmar uma coisa: você é o novo assistente da enfermaria de George Bright?
-–Sou – respondeu David, com a voz fraca. – Mas... O que querem comigo?
-–Nada de mais – disse o outro novamente. – Simplesmente... – ele abaixou-se, aproximando o rosto de David. Um hálito podre invadiu as narinas do jovem. – Eu quero me transformar em você.
Com o coração aos pulos, David observou a mudança de expressão do bruxo. O rosto dele tornou-se concentrado, ele fixou o olhar em David, depois fechou os olhos, ainda em profunda concentração, as dobras formando-se na testa. Num repente, a voz rouca soou novamente:
-–Metamorfocorpo.
E o bruxo começou a se transformar. A cor da pele mudou, o cabelo, as sobrancelhas, tudo... E David teve a impressão de encarar um espelho, pois, ali, onde antes estivera o bruxo tenebroso, estava... Ele mesmo.
As diferenças eram a roupa, a máscara que cobria parcialmente o rosto, as botas, e as duas marcas nos braços: a tatuagem de uma língua e um G feito em brasa.
-–Incrível – murmurou o jovem.
-–Eu sei – concordou Garganta, com a voz de David. – A partir de agora, eu serei David Alexander, o novo Curandeiro assistente de George Bright...
-–Estelle Weasley Potter agradece – zombou Spike, conjurando cordas para amarrar o verdadeiro David Alexander.
A noite chegou. Harry e Gina, após a breve discussão, não trocaram sequer uma palavra. Até mesmo quando Rony e Hermione os visitaram, não houve conversa entre os dois. Rony e Hermione nem perceberam, achando que o estado emocional do casal limitava-se ao incidente com a filha e a pressão que estavam sofrendo.
Ao se deitarem, também não conversaram. Cada um ficou no seu canto, calado, mergulhado nos próprios pensamentos, logo depois mergulhando no mundo dos sonhos, sonhos em que ainda eram uma família feliz, uma família unida, com um futuro ansiado por cada um, um futuro próspero.
Sonhos onde tudo era melhor. Sonhos que eles fariam de tudo para que se tornassem reais.
Mas toda a ilusão de um sonho terminava ao abrir dos olhos. Harry acordou com os raios de sol contra o rosto. Levantou-se, tomou um rápido café da manhã na cozinha e depois se arrumou para ir até o serviço. Andara faltando demais e, por mais terríveis que fossem os andamentos do caso, ele precisava trabalhar.
–-Bom dia – a recepcionista olhou para o jovem ansioso parado em sua frente. – É meu primeiro dia de emprego aqui... Estou meio perdido.
–-Qual o seu nome?
–-Alexander. David Alexander.
-–Trabalhará em qual enfermaria?
-–Poythro Mjaety. Curandeiro assistente de George Bright.
-–Sim – ela passava os olhos por uma lista. – OK. Vá até o vestiário masculino do quarto andar e apanhe seu uniforme de serviço. Pelo que me consta na atualização da minha lista, o uniforme acaba de ser colocado lá.
-–Obrigado – ele sorriu e saiu, com um andar desengonçado, um olhar ansioso que examinava cada canto do saguão.
Abaixou mais as mangas da veste, com medo de que alguém pudesse ver as tatuagens dos braços.
-–Como vai, Curandeiro Bright? – perguntou Gina, estendo a mão.
-–Muito triste – respondeu ele, com sinceridade. – Muito triste por você e pelo Harry. A situação já era muito complicada, e está se tornando cada vez pior. Vocês estão vendo a vida particular que tinham. Uma escolha particular – ele apontou para Estelle – transformando-se numa sensação, numa polêmica.
-–Como ela está? – indagou Gina, ajoelhando-se ao lado da cama e fitando o rostinho da filha.
-–Não haverá evoluções. Eu já os alertei de que evoluções serão impossíveis. É duro de aceitar isso, assim como é duro ter que dizer isso, mas Estelle nunca poderá melhorar.
Um ruído de passos soou pela sala. Gina levantou os olhos. Um rapaz, uniformizado, entrara e começara a organizar os frascos e vidros das prateleiras de Bright.
-–Deixe-me apresenta-los – disse Bright, ao ver que Gina olhava para o rapaz.
O jovem avançou para Gina e estendeu a mão. Ela levantou-se para cumprimenta-lo.
-–David, essa é Gina Weasley Potter – falou Bright. – Gina, apresento-lhe David Alexander. Meu novo Curandeiro assistente.
Gina, tão anuviada que estava, nem percebeu o discreto sorriso enviesado que surgiu na boca de "David Alexander", enquanto trocavam um aperto de mão.
