CAPÍTULO 13

Temporal de emoções

O tribunal prorrompeu em comentários. Gina levantou-se, furiosa, da cadeira. Ia avançar em direção ao Ministro. Harry, alarmado, a segurou.

–Deixe-me acabar com esse mau caráter! – exclamou ela, esperneando nos braços de Harry, tentando libertar-se. – Ele é um assassino.

–Gina, não adianta mais – falou Harry, fazendo um esforço descomunal para segura-la. – Ele é o Ministro da Magia... Não um assassino...

Gina soltou-se, mas, ao invés de avançar para o Ministro, ela virou-se para Harry. Lentamente, bateu palmas.

–Claro que você não liga... Até tinha esquecido... Meus parabéns, Harry. Você conseguiu. Pode preparar o funeral de nossa filha. O atestado de óbito dela acaba de ficar pronto, e foi assinado com o seu testemunho!

Descontrolada, Gina saiu do tribunal, batendo a porta. Harry saiu em seguida, para tentar conte-la, mas, ao sair, Gina já tinha desaparecido.


Gina foi até a Toca. Ao chegar lá, todos estavam aguardando, ansiosos, na cozinha, inclusive Rony, Hermione e Peterson. Quando Gina apareceu, toda a ansiedade terminou. A resposta do veredicto foi obtida pela aparência da mulher. Pelos olhos vermelhos, pela feição cabisbaixa.

Ela permaneceu parada na entrada. Molly Weasley foi até a filha e a abraçou.

-– Eu sinto muito – falou ela, enquanto Gina soluçava. – Mas não podemos fazer nada.

-– Podemos sim – manifestou-se Peterson, surpreendendo a todos.

-– Como? – perguntou Gina, desesperada, aproximando-se dele. – De que jeito Pet? Como faremos para passar sobre a decisão do Ministério?

-– Uma manifestação, Gina! Houve uma hoje, a favor da Poção da Vida. Não deu muito certo, mas também não tinha muitos adeptos... Mas com o cancelamento da poção, garanto que muitos aceitarão participar de uma nova manifestação. A maioria vai achar que foi errado... Se conseguirmos o advento de uma grande parcela de bruxos, o Ministério pode recuar na decisão.

-– É... Pode ser que dê certo...

-– É a forma de lutarmos contra essa decisão absurda – afirmou Peterson.

-– Devemos, primeiramente, divulgar a manifestação – opinou Rony. – Entregarmos panfletos nas casas de bruxos conhecidos, ou pedirmos a divulgação pelos jornais...

-– Jornais não – discordou Gina. – Não podemos esperar a edição de amanhã. O efeito da Poção da Vida é muito importante para Estelle. Temos pouco tempo para reverter essa decisão.

-– Então divulgamos pela rádio – falou Mione.

-– Essa rapidez... Quer dizer que a manifestação tem que acontecer hoje mesmo? – perguntou Fred.

-– Ou hoje ou nunca mais – disse Gina. – Se o efeito da última dose da poção ministrada em Estelle passar, a perderemos para sempre.

-– Então, o que estamos esperando? – apressou Jorge. – É agora ou nunca! Eu vou até a rádio fazer o pedido de divulgação. Talvez eles cobrem, por isso vou preparado com algum dinheiro...

-– Mas acho difícil, com a popularidade do caso, eles vão gostar de noticiar o protesto – disse Mione.

-– Mesmo assim, é melhor ir preparado... Bom, enquanto eu vou à rádio, vocês podem ir avisando aos bruxos conhecidos, que forem a favor da Poção, claro...

-– Somente avisos – disse Peterson. – Não dá tempo de prepararmos panfletos.

-– Vai dar certo – disse Rony. – Com ou sem panfletos. Essas notícias sobre protestos se alastram como pólvora... Uma verdadeira multidão vai comparecer, podem apostar.

Jorge já ia desaparatar quando se lembrou de um detalhe importantíssimo:

-– Qual será o horário da manifestação?

-– Marque para... Quatro da tarde – respondeu Peterson, comandando a situação.

-– Local?

-– O único lugar da Grã Bretanha que é inteiramente bruxo é Hogsmeade... Basta aparatarmos lá. É longe do Ministério, mas eles ficarão sabendo da manifestação, e garanto que enviarão olheiros.

-– OK – disse Jorge, desaparecendo num craque.

-– Vamos, Rony e Fred – falou Peterson. – Precisamos convocar o maior número de bruxos possível.

Antes que eles desaparecessem, Hermione aproximou-se.

-– Vocês têm consciência de que estão indo contra o Harry, ao organizarem essa manifestação?

-– Sim – respondeu Rony.

-– Eu também – foi a resposta de Peterson, que a incrementou: – Mas não acho que estou fazendo errado. O tribunal ouviu a opinião de Harry. Ele teve o direito de manifestar o seu ponto de vista. Agora, pela liberdade de expressão, é a nossa vez de manifestar o nosso.

Mione concordou com a opinião de Peterson. Eles desapareceram, deixando as três mulheres sozinhas.

-– Será que isso vai dar certo? – indagou Gina para Mione.

-– Ora, Gina, foi o que você me disse ontem. Que prefere perder após batalhar a perder sem batalhar... A batalha ainda pode acontecer, minha amiga. Com toda a população entrando no campo de batalha armada de faixas e gritos de protesto, podemos vencer essa luta.

-– A batalha ainda não está perdida – disse a Sra Weasley, com um sorriso emocionado. – Enquanto tivermos armas, enquanto tivermos Estelle viva, vamos lutar.


Bright, furioso e confuso ao mesmo tempo, avançou pelos corredores do St. Mungus a passos rápidos. A frase que Gina Weasley dissera no tribunal não saía de sua cabeça:

-– Nem todo curandeiro concorda com ele... Perguntem a Alexander!

Alexander... Seria possível que o filho de um curandeiro tão conceituado como Martin Alexander fora capaz de dar uma opinião tão absurda para Gina? O que David tinha na cabeça para aconselhar erroneamente a pobre mulher, se ele sabia o que os curandeiros pensavam sobre o estado vegetativo?

Furioso, e decidido até a demitir o jovem, Bright empurrou a porta da enfermaria.

Estava vazia. Nem sinal do rapaz. A fúria de Bright aumentou. Além de aconselhar mal, indo contra a opinião curandeirísta, David tinha a ousadia de abandonar a enfermaria no horário de trabalho?

Bright procurou relaxar. Aproximou-se da cama de Estelle. Passou a mão no rosto delicado da pobre criatura, depois apanhou o frasco de Poção da Vida e, com um suspiro, o trancou no armário. Sabia que era a decisão mais correta, mas, de alguma forma, ao tirar a poção, sentia-se como um assassino.

Poderia se considerar um assassino? Mas... Não havia mais vida em Estelle... E, de qualquer forma, ele estava seguindo as ordens da Lei. Com pesar, pensou quanto tempo a pequenina ainda teria de "vida", vida entre aspas, uma vida de corpo, mas não uma vida de alma.

Ao passar novamente a mão sobre a testa da garota, percebeu que havia um bilhete sob o travesseiro.

Lentamente, Bright puxou o pedaço de papel. Havia um desenho nele.

Três batidas na porta o despertaram e fizeram com que ele tirasse os olhos da estranha figura. Harry estava lá, querendo entrar.

-– Pode entrar, Sr Potter – disse Bright.

Harry entrou na enfermaria, parando ao lado da cama da filha e a olhando. Depois, ao virar-se para Bright, percebeu que o Curandeiro examinava algo nas mãos. Bright percebeu o interesse do auror e comentou, balançando o papel.

-– Que estranho... Encontrei esse bilhete debaixo do travesseiro de Estelle...

-– Bilhete? – perguntou Harry. – Debaixo do travesseiro... Como assim? Pra que colocaram um bilhete debaixo do travesseiro? Está escrito alguma coisa?

-– Não... Tem só um desenho.

A palavra desenho já prenunciou para Harry o que estaria no papel. Ele sentiu uma leve tontura, mas manteve-se de pé.

-– Que... Desenho? – perguntou, pausadamente, com a mão sobre a testa.

-– Uma língua cortada por uma varinha...

O coração de Harry ficou apertado.

-–...E a varinha vira uma faca... Muito estranho. E está assinado com a letra G. Olhe!

Harry olhou para o papel. Era ele mesmo. O desenho... A marca daquele terrível assassino...

-– Ele esteve aqui... – balbuciou Harry. – AQUELE MALUCO ESTEVE AQUI!

-– Maluco? Que maluco Sr Potter?

Harry, alarmado, olhou para os quatro cantos da enfermaria. Bright, sem entender nada, o observou, preocupado.

-– Ele pode estar aqui – disse Harry, puxando a varinha e abaixando-se para verificar o vão sob as camas. Estavam vazios. – Em algum lugar, ele está – disse, aproximando dos armários e abrindo as portas. Nada. Apenas frascos e mais frascos de poções e medicamentos.

-– Pare de mexer nas minhas coisas, por favor – pediu Bright. – Sr Potter, estou ficando assustado com a sua reação.

Harry aproximou-se dele.

-– Você devia estar assustado com a possibilidade de ele estar aqui!

-– Ele quem?

-– Simplesmente o bruxo que deixou Estelle daquele jeito.

Os olhos de Bright cresceram como se uma bola de tênis se transformasse numa bola de futebol. As lentes grossas dos óculos do curandeiro provocaram o aumento, que transmitia o susto do bruxo em versão ampliada.

-– O bruxo que usou... O feitiço desconhecido? Ele?

-– Pois é. Essa é a marca dele. Ele esteve aqui – disse Harry, utilizando o verbo no passado, já convencido de que Garganta não estava mais ali.

-– Não pode ser...

-– É sim. Pode estar circulando por aí nesse mesmo instante. O pior é que nem sair à caça desse maluco eu posso...

-– Por que?

-– Porque ele pode estar transformado em outra pessoa...

A informação entrou com tudo nos ouvidos de Bright. Juntando aquela frase com os últimos acontecimentos, ele só pôde chegar num nome:

-– David!

-– David?

-– Sim, Potter. David Alexander. O meu novo curandeiro assistente. Ele era esse tal Garganta – Bright disse tudo isso num tom de voz que beirava o pânico.

-– Como pode dizer isso? Onde está esse safado?

-– Onde está, não sei, mas... A sua esposa, digo, ex-esposa, no tribunal, deixou escapar que nem todos os curandeiros pensavam como eu. Citou o nome de Alexander como o opositor.

-– Ele deve ter manipulado a mente de Gina – opinou Harry. – Deve ter garantido para ela que Estelle ainda pode estar viva. Por isso ela se empenhou tanto em lutar contra mim no tribunal, a ponto de acabar o nosso casamento.

-– Não duvido nada... Nossa, estava convivendo com um criminoso sem saber. Só assim mesmo para ele ter acesso à enfermaria e deixar esse bilhete... Mas como poderia suspeitar, não é? Essa metamorfose dele é totalmente inacreditável. Passou horas aqui como David Alexander. Uma Poção Polissuco não garantiria tanto...

-– Ele tem outra forma de se transformar em outras pessoas. Já fez isso antes. Alguma maneira desconhecida, assim como o feitiço desconhecido que ele lançou em Estelle.

-– Que coisa estranha. Tanto conhecimento em coisas antigas e desconhecidas... Se eu fosse um bruxo que acreditasse em lendas diria que ele encontrou o Manual das Trevas.

-– Encontrou o que?

-– O Manual das Trevas – repetiu Bright. – Uma compilação de feitiços dos bruxos medievais. Dizia-se que os bruxos daquela época tinham escondido os pergaminhos com esses feitiços, para protege-los dos bruxos das trevas da época, interessados em usar os feitiços para o mal...

-– Mas...

-– Não se interesse por isso, Sr Potter, é uma besteira antiga, que só os bem velhos se lembram – falou Bright. – Temos muitas coisas concretas para nos preocuparmos. É besteira dar atenção para essas historinhas... Bom, vou comunicar o desaparecimento de David para o pai dele. Espero que esse tal Garganta não faça mal ao pobre coitado...

-– Eu posso comunicar os outros aurores...

-– Não precisa, Potter. Respeitarei o seu momento. Fique aí com a sua filha.


Gina tinha um sobressalto a cada brilho dos relâmpagos que começavam a cortar o céu, anunciando a tempestade.

-– Espero que o tempo não intimide ninguém – falou ela, preocupada.

-– Claro que não – garantiu Fred. – Todos os bruxos que eu, Rony e Peterson contatamos se mostraram entusiasmados e revoltados com a decisão do Ministério.

-– Todos estão querendo reverter a decisão – garantiu Rony.

-– E, para isso, sabem que é hoje ou nunca – lembrou Peterson. – Um temporal não segurará a manifestação.

-– Acho que já está na hora – disse a Sra Weasley, tendo que aumentar a voz para sobrepor-se ao trovão. – Vamos?


Harry escutou a trovoada e resolveu ir embora. Quando estava indo até a porta, Bright entrou, assustado.

-– Aonde vai, Sr Potter?

-– Embora. Já fiquei praticamente a tarde inteira aqui. Talvez dê uma passada no serviço...

-– Acho melhor o senhor ficar por aqui mesmo...

-– Por que?

-– É a notícia do momento... Haverá uma grande manifestação contra a decisão do Ministério.

Harry, pasmo, sentou-se na ponta da cama de Estelle.

-– E, como você sabe, muita gente acha que o senhor está errado. Existem muitas pessoas te repudiando. É melhor ficar aqui, isolado, por enquanto.

Harry balançou a cabeça afirmativamente. Bright saiu da enfermaria, deixando-o a sós com Estelle.

Harry, lentamente, leva a mão ao rostinho da filha, acariciando-o. Como podem acusa-lo de querer o pior para a filha? Ele não queria o pior... O pior, infelizmente, já tinha acontecido, e ele nada podia fazer para reverter aquele quadro desanimador.


Após repassar ambos os momentos, com a boneca das Esquisitonas na mão, os momentos de dor e os de felicidade, ele percebe que os de felicidade parecem muito distantes...

Ele pode ouvir, dentro da cabeça, os gritos de protesto, acusando-o de assassino, criminoso, mau-caráter. Não, ele não era nada disso...

Se houvesse uma forma de trazer Estelle de volta, ele lutaria por ela com unhas e dentes.

Se não houvesse, pelo menos os culpados ele prenderia, mostrando que não era nada do que aquelas pessoas pensavam.

Decidido, lembrando-se do Manual das Trevas citado por Bright, Harry levanta-se, dá um beijo na testa de Estelle, e desaparata, com um craque inaudível perto da fúria do trovão que acabara de cair.


Gina sentiu-se emocionada ao chegar em Hogsmeade.

O tempo estava totalmente fechado. Nuvens escuras tomavam todo o céu. A cada momento, novos e novos trovões, cortando o céu com luminosidade. Mas, mesmo assim, milhares de bruxos, tomando, praticamente, todo o povoado.

Faixas levitavam, destacando-se da multidão. Frases de apoio à opinião de Gina, contrárias a opinião do Ministério.

"QUEREMOS VIDA, NÃO MORTE", "ABAIXO A MORTE, VIVA A VIDA!"...

O temporal desabou de vez. Vários bruxos criaram campos impermeáveis para se protegerem da chuva. Gina, ainda emocionada pelo apoio, não se preocupou. Suas lágrimas misturaram-se com a água da chuva. Ela nem podia distingui-las.

Os bruxos reconheceram Gina. Ela, os Weasley, Hermione e Peterson se agruparam na frente da enorme massa de pessoas. Uma enorme faixa foi trazida até eles pelas mãos de uma garotinha magricela.

-Para vocês segurarem – disse ela, passando a faixa, que estava enrolada. – Feita especialmente para manifestar a nossa revolta.

Gina deu um beijo na testa da garotinha, enquanto Rony, Peterson, Fred e Jorge desenrolavam a faixa. Eles a abriram e se organizaram. Gina leu a faixa:

MINISTÉRIO OUÇA OS NOSSOS PROTESTOS. OUÇA A VOZ DA POPULAÇÃO.

POÇÃO DA VIDA PARA ESTELLE.

Peterson apontou a varinha para a faixa, que se ergueu lentamente. Com passos decididos, eles começaram a caminhar, sendo acompanhados pela aglomeração.

Como eles esperavam, as chamadas para a manifestação chamaram a atenção da imprensa. Fotógrafos se posicionavam, uns sobre os outros, para conseguirem o melhor ângulo.

Gina era o centro das atenções. A mãe que lutava para reverter a Lei. A mulher imponente, debaixo da chuva, sem se preocupar, afastando a franja molhada de vez em quando. O olhar decidido, a crença em reverter o que achava errado.

Os flashes se confundiam com os relâmpagos. Gina não podia discernir cada explosão de luz.

O coro se iniciou.

-– VIDA! VIDA! VIDA!

Nem os trovões eram páreos para o coro. Ele se sobrepunha aos estrondos, mostrando o vigor e a força daquela população revoltada. Cruzando os dedos, Gina acreditava que aquilo daria um resultado. O povo, que não se intimidara pelo mau tempo, teria a força de derrubar aquela decisão absurda.


Harry percorreu os corredores da Seção de Aurores, aflito. Finalmente, chegou na sala que queria. A porta estava encostada. Harry deu três batidinhas e a abriu.

-– Moody? – perguntou.

Olho-Tonto estava de pé, perto de uma janela, observando o temporal. Virou-se para Harry, com uma expressão bem séria.

-– Vou ir direto ao ponto, sem rodeios – disse Harry, rapidamente. – Esse bruxo que deixou minha filha naquele estado conhece uns feitiços estranhos e desconhecidos... Bright, o curandeiro que cuida dela, citou um certo manual, que compila feitiços de bruxos medievais... Um certo...

-– Manual das Trevas...

-– Isso. Queria que me falasse mais sobre esse manual.

Moody, com seu olho mágico fitando o chão, começou a caminhar pela sala.

-– Pensei que seu interesse era sobre outro manual...

-– Outro manual? – indagou Harry. – Como assim?

-– Por que está querendo saber sobre o Manual das Trevas?

-– Não sei... Mas quero encontrar uma forma de chegar até esse criminoso. Cansei das pessoas me acusarem de querer o mal de minha filha. Capturando-o, provarei o contrário... Já que não posso traze-la de volta, eu...

-– Quem disse que você não pode traze-la de volta?

A luz de um relâmpago iluminou o rosto misterioso de Moody. O coração de Harry disparou. Estaria ouvindo direito?

-– O que quer dizer? Que existe um modo de fazer a consciência de Estelle retornar?

-– Sim. Poucos sabem, mas existe sim. E a solução está bem perto da raiz do problema...

-– Uma solução... – murmurou Harry, emocionado. – Qual é, Moddy? Qual?

n/a: Qual é? Só no próximo capítulo!