Capítulo 2 – Decisão! Vida ou Morte?
Tóquio, Japão. Nada mudou tanto na terra do sol nascente, as cidades continuam as mesmas. Em um apartamento muito simples, uma mera estrutura de Classe-B, reside uma pessoa muito importante para um dos novos cavaleiros de Athena. É uma linda garota de longos cabelos prateados, aparentando possuir 16 anos. Apesar de todo dia se entristecer esperando que seu irmão Kou apareça e bata em sua porta, ela não se abala e sempre mantém uma postura alegre e energética.
Enquanto assiste TV, sentada em sua poltrona, o que ela sempre esperou finalmente acontece: As batidas na porta. A vibração é a mesma de Kou, ela lembra perfeitamente mesmo após tanto tempo separados. Praticamente pulando e correndo quase como um raio na direção da entrada, ela abre a mesma e não contém as lagrimas de alegria ao ver o irmãozinho à sua frente.
Nami – KOU? VOCÊ VOLTOU!
Após um longo e caloroso abraço, a garota enxuga as lágrimas, olhando seu irmão mais novo, com um grande sorriso. Após entrar no apartamento e deixar a Caixa de Pandora no chão, a primeira coisa que o cavaleiro nota é os cabelos prateados de sua irmã, da última vez que a viu eles eram negros.
Kou – Huh... O que aconteceu com o seu cabelo?
Nami – Eu tingi há uns dias! Não ficou ótimo?
Ela responde em seu tom empolgado de sempre, acariciando uma das mechas. Kou apenas fica olhando, meio confuso.
Kou – Huh... Claro!
Nami – Então, você cumpriu aquilo que queria?
Kou – Claro, eu prometi que voltaria assim que conseguisse, não?
Nami – Disse sim... Hey, o que é essa caixa que você estava carregando?
Kou – Ahn... Ah, um dia eu te conto, hehe!
Nami – Sei... Mas o que você vai fazer agora?
Kou – Eu tenho alguns deveres a cumprir, mas no momento nada é mais importante do que passar algum tempo com minha irmã.
Enquanto isso, na Sibéria, dois irmãos com cabelos verdes que batem nos ombros, ambos de origem asgardiana, se olham em silêncio em frente a uma enorme parede de gelo. O adulto cruza os braços, confirmando com o mais novo, de aparentes 15 anos, se ele quer mesmo fazer o teste.
Oliver – Eric, tem certeza de que é isso que quer? Você tem chances de morrer.
Eric – Eu não me importo. Tenho que tentar.
Oliver – Tudo bem... Boa sorte, irmão.
Oliver, mais conhecido como o Cavaleiro de Aquário, ergue seu braço direito e começa a concentrar o cosmo. Em segundos o corpo de Eric começa a ser envolvido por gelo, não demorando muito para que ele seja totalmente congelado e faça parte da grande muralha de gelo. Aquarius então sai andando, com uma expressão indiferente, mas no fundo sendo esmagado por um grande pesar.
Oliver – Me desculpe Eric. As batalhas estão ficando cada vez mais difíceis e violentas, agora há a necessidade de qualquer guerreiro de Athena pelo menos se comparar a um dourado. Se você se lembrar do motivo da nossa luta até agora, poderá quebrar esse gelo, aquele feito com o poder do Zero Absoluto.
Dentro da sua sepultura de gelo, o jovem asgardiano tenta queimar seu cosmo ao máximo para romper sua prisão, mas parece inútil. O frio de seu irmão é monstruosamente poderoso. Por ser quase um cavaleiro, a luta dura algumas horas, mas o inevitável momento acaba chegando: Suas forças passam a se esgotar. Ele começa a desistir, a se entregar ao frio que no momento parece tão confortante. Só resta esperar, calmamente, a morte chegar. Seu coração passa a bater cada vez mais fraco, imagens de toda sua vida vão passando de modo cruel. Uma das lembranças, porém, o faz lembrar de uma promessa.
Eric vê seu irmão e a si mesmo, ainda crianças, segurando as mãos da mãe moribunda, no meio da forte tempestade. Ela então pronuncia as suas últimas palavras, palavras que ficaram marcadas para sempre no coração de ambos: "Eu logo morrerei, mas nunca chorem. Logo que nasceram, eu vi em seus olhos que vocês têm um grande destino a cumprir, uma grande batalha a travar. Nunca desistam, nunca deixem de lutar. Estejam sempre juntos, como verdadeiros irmãos. Adeus, meus queridos filhos...". Logo que sua mãe partiu desse mundo, Eric prometeu que faria tudo isso. É a promessa mais importante de sua vida, e agora surge a decisão mais importante: Lutar e viver, ou desistir e morrer? Sua escolha agora é óbvia.
Despertando, de algum lugar oculto, o seu cosmo mais poderoso, o garoto realiza um milagre, ao explodir por completo toda a enorme parede de gelo. Se erguendo dos pedaços destruídos da parede, Eric olha o céu, mais precisamente para a constelação de Cisne. De súbito, surge atrás do jovem uma caixa emanando uma forte aura de luz. Quando ela se abre, a sagrada armadura de Cisne surge e se monta no corpo do rapaz, dando origem a um novo cavaleiro.
Várias semanas depois, nas Doze Casas do Santuário, a casa de Áries se encontra vazia, já que seu cavaleiro precisou partir em uma emergência. Sem ninguém saber, Ryutaro finalmente voltou ao Santuário depois de tantos anos e agora segue pela longa escadaria rumo à casa de Touro. Assim que adentra no local, ele se depara com o enorme Dante, o olhando com surpresa e ao mesmo tempo raiva.
Dante – O que faz aqui, Leão?
Ryutaro – Vim pegar minha armadura, Touro.
Dante – Só por cima do meu cadáver.
Ryutaro – Tem certeza?
