Capítulo 5 – Ataque ao Santuário!

Os primeiros raios de sol iluminam o sagrado Santuário, dourando-o com insuperável beleza e anunciando um novo dia de batalhas para seus dedicados habitantes. Na casa de touro, silenciosa como sempre, suas grossas paredes protegem dois cavaleiros dourados que repousam tranqüilamente. Sentado em uma rústica cadeira de madeira está Dante, italiano portador da armadura de Touro, de braços cruzados e fitando um ponto fixo na parede, aguardando com grande impaciência o despertar de seu companheiro. Sobre uma aconchegante cama antiga repousa Ryutaro, o cavaleiro de Leão, com os olhos fechados no mais profundo sono, abraçado, como uma criança, na terna coberta de algodão.
Os olhos castanhos do japonês finalmente se abrem, após muito tempo de sono. Ele ergue o corpo lentamente, gentilmente colocando a manta ao lado e sentando-se no leito, e pousa a mão no rosto, levemente atordoado e sequer percebendo que seu braço lhe foi restaurado. Ao som de um leve rangido metálico, Dante se levanta da cadeira e encara Ryutaro, ainda cruzando os braços.
- Finalmente. Estava dormindo há dois dias... – Com um ar orgulhoso e autoritário, o italiano dá a graça de sua voz.
- Dois dias... – Ele chacoalha a cabeça e olha o companheiro. Reconhece-o, mas não demonstra medo algum, ausente de rancores e sentido a alma do touro pesar em arrependimentos. – Me perdoou?
- Ryutaro... – Ele desvia o olhar, tentando esconder o amargo, e descruza os braços. – Quando sua armadura veio lhe proteger, eu, pela primeira vez na vida, senti medo. Na minha mente... Não... No meu coração, a voz ecoava, rugindo mais intensa que uma tempestade. "Se ousar mata-lo, sentirá a pior das dores.". – O gigante faz uma breve pausa, fechando os olhos e abrindo um pesado sorriso de canto. – Você foi escolhido. E só agora eu puder entender seus motivos.
Eles desviam olhares por alguns segundos, sem saber exatamente o que dizer. Ryutaro, querendo evitar constrangimentos, se volta para Dante e muda de assunto, o que transformará o clima profundamente:
- E o meu discípulo? Ele já chegou?
- Discípulo...? Você tem um discípulo? – O touro fita-o em um descarado tom de gozação. – Céus... Espero que ele não seja teimoso e idiota como o mestre...
- Teimoso e idiota! – O japonês olha torto e se levanta furiosamente da cama, jurando-o de morte com o punho. – E QUEM É QUE FOI A ANTA QUE FEZ ISSO COM O MEU BRAÇO? – Ele aponta o membro que havia sido danificado, mas quase cai de surpresa ao notar a ausência de feridas, apalpando o braço incansavelmente. – Huh? Cadê?
- Huh? O que? – Dante se curva levemente para observar, franzindo o cenho e sorrindo no mais perfeito cinismo. – Eu não fiz nada não...
- Você se saiu bem desta vez, mas na próxima...! – As mãos dele tremem, mais do que tudo querendo apertar o pescoço do italiano.
- Mais importante que isso... – Dante pausa, limpando a garganta. – Durante esses dois dias, a Lien não parava de te visitar. Estava te olhando com uns olhos... – Ele cruza os braços e fecha os olhos, fazendo cara de quem entende absolutamente tudo sobre o assunto. – Acho que ela gamou em você.
- Nossa... Eu não sabia. – O japonês apenas olha, esquecendo a raiva e descontraindo os olhos, um pouco surpreso.
- E então... O que você fará?
- Oras... Não farei nada.
- O QUE? – Dante ergue Ryutaro pela gola da camisa. – Idiota, você não vai beijar ela?
- É CLARO QUE NÃO, TARADO! – O leão segura os braços do touro e começa a encará-lo, rangendo os dentes.
- IMATURO!
- NÃO ERA VOCÊ QUE TAVA COM O MAIOR DOCE, DIZENDO QUE EU ERA UM TRAIDOR E BLÁ, BLÁ, BLÁ? AGORA TÁ QUERENDO QUE EU DESRESPEITE UMA LEI DO SANTUÁRIO? – Eles se fitam tão furiosamente que de seus orbes começam a lançarem-se pequenos raios.
De repente, sons de passos ecoam pela casa, tão suaves e profundos que a agitação se desfaz em um piscar. Os dois cavaleiros param e olham para o lado, se deparando com uma visão de pura beleza. É Lien, a amazona de câncer, mirando-os com a serenidade que lhe é eterna aos olhos, como sempre com os longos cabelos negros caídos às costas, brilhando com tanta vida quanto a de sua armadura sagrada. Ela apenas os observa, com uma face gentil, de quem não escutou nada da conversa.
- Y-Yo, Lien-san! – Ryutaro, ainda erguido por Dante, acena, sorrindo bobo. O italiano apenas olha, até esquecendo que o mantém no ar, de tanta vergonha.
- Gente... Nós temos uma missão, lembra? Deveriam estar se posicionando... – A chinesa pousa a mão direita sobre a cintura, fitando com a neutralidade do vento.
- Missão...? – Ryutaro fica curioso, acabou de acordar e não sabe de nada.
- Ah! A missão! – Sorrindo desajeitado,o italiano coloca o companheiro ao chão, pousa a mão sobre seu ombro e vai caminhando com ele para fora da casa, apressado como se fugisse do inferno. – Vamos Ryutaro, eu te conto no caminho. Temos que ir!
Sozinha ali, a garota vira-se de costas para onde eles partiram, pensativa. Na conforto da solidão, uma leve brisa se acomoda no local, esvoaçando-lhe com a fluidez das águas os longos fios negros. Os cabelos bloqueiam os olhos, escondendo-lhe o estado de mistério e tristeza que domina os orbes negros. Baixando a cabeça e abraçando a si mesma, um profundo sussurro:
- Homens...

Enquanto isso, em um vilarejo próximo ao Santuário, as pessoas seguem com suas vidas na mais profunda paz, sem grandes preocupações, como o perigo de destruição do planeta. É um lugar que ainda apresenta muitas tradições de milênios anteriores, mas, pouco a pouco, vai adotando a tecnologia em seus lares. Em meio ao seu ventoso entrelaço de vozes, passos firmes e decididos anunciam a chegada de um visitante muito especial: um rapaz de estatura média e possuidor de vistosos cabelos esverdeados, com seu olhar vívido e confiante lhe destacando uma gigante energia. É um asgardiano, Eric, aquele que carrega a caixa de pandora do sagrado Cisne. Um cavaleiro de Athena. Ele caminha tranqüilamente, procurando um lugar para se sentar e descansar da exaustiva viagem, sempre com aqueles orbes rosados, amplos ao nível do céu, mirando a todos com grande gentileza.
Não tarda para que ele encontre um tão almejado banco, em um vilarejo tão pequeno, mas, junto a isso, também observa algo que lhe coloca ao rosto uma descontraída feição de surpresa: uma garota, longos e brilhosos cabelos loiros, olhos azuis grandes e vívidos, salto alto, blusa branca com belíssimas mangas largas, saia, enfim, uma visão de elegância e beleza, sentada de pernas cruzadas e lendo um pequeno livro. No entanto, não é só isso que atrai o jovem cavaleiro, mas também a caixa de pandora ao seu lado, pertencente à constelação de Andrômeda. Percebendo que é uma ótima chance para começar a fazer amizades no Santuário, Eric sorri e vai calmamente até a moça, que no momento se encontra tão concentrada na leitura que nem o nota se aproximar.
- Oi! Meu nome é Eric! Posso te pagar um sorvete? – Como sempre direto demais ao ponto, ele fica parado, sorrindo, como se já tivesse obtido sucesso. Mas irá quebrar a cara.
- Olha, Eric... – Ela nem olha para ele, continua lendo, fria a ponto de dar arrepios. – Se você quer um pouco de distração, eu conheço um ótimo lugar! – Sorri.
- Ah é? Qual?
- Você pode ir empilhar coquinho nas rampas do Santuár... – Antes de terminar a frase, ela finalmente ergue o rosto e olha o asgardiano. Na hora seus olhos arregalam. Quando reconhece a caixa de pandora em suas costas e nota o quanto o rapaz é bonito, arrepende-se até à alma.
- Oh... – O rapaz, decepcionado, vai se afastando. – Desculpe, eu não queria incomodar.
- Ah! Desculpaaa! – A jovem se levanta como um foguete e aproxima-se de Eric, pousando as mãos sobre seus ombros. – Eu não sabia que você era tão lind... DIGO, que você era um cavaleiro! – Um enorme sorriso de sem jeito se abre no rosto dela, que coça a cabeça, de tanta vergonha.
- Ah... Então você vai aceitar? – Confuso, ele suspira, começando a se perguntar com quem é que acabou se metendo.
- Claro, claro! – Balança a cabeça positivamente com muita força, vermelha como um tomate.

No Santuário, suas principais localidades já se encontram bastante movimentadas, repletas de soldados, cada um deles posicionado para qualquer coisa que ousar aparecer. No entanto, entre essa tensão ainda existe um único lugar de sossego, um pequeno pátio, que no momento guarda seu conforto a duas almas, e apenas elas. Ali, sentado sobre um fragmento de pilar derrubado, se acomoda um japonês de olhos castanhos e curtíssimos cabelos negros, fitando um ponto fixo no chão, pensativo, preocupado. Ele traja uma armadura dourada cujo luzir dourado pode ofuscar o sol, cujas asas, mesmo encolhidas às costas, expandem sua sagrada e infinita imponência. É Hayato, o cavaleiro de Sagitário. Ao lado dele, aguardando de pé, um jovem grego de volumosas e bagunçadas mechas amarronzadas mira, ao horizonte, um brilhante olhar castanho que carrega as esperanças de vigorosos 16 anos de idade.
- Gyles... Você sabe que o cavaleiro de Pegasus carrega a missão mais importante de todas... Não é? – Hayato indaga.
- Derrotar Hades... Eu sei.
- Mas não é isso que você quer fazer.
- Aceitar que estou preso a um destino é algo que eu nunca farei. Vou provar que controlo minha vida, que trilho meu próprio caminho. Você também, não acha que é errado jogar tudo nas costas do Pegasus? Todos nós, independente da constelação, temos a responsabilidade de lutar, de juntos salvarmos o mundo...
- Você acredita mesmo em suas palavras?
- Do fundo do coração, mestre...
- Então eu lhe apoiarei. – Ele levanta-se, abrindo ao céu as majestosas asas douradas. O mais puro símbolo da liberdade humana. – As asas de Pegasus e Sagitário se expandirão para mostrar que não há destino... Exceto aquele que escolhemos para nós mesmos.

Outra vez no vilarejo, Eric e sua nova amiga, agora bem mais em paz um com o outro, dividem um banco de madeira, juntos saboreando dois grandes sorvetes. No entanto, eles ainda não trocaram muitas palavras, e o rapaz está ansioso para uma conversa. Olhando com otimismo para o céu, ele decide arriscar.
- Posso saber seu nome?
- Claro, ele não é nenhum segredo. Eu me chamo Lilyan. – Ela sorri gentilmente.
- Lilyan... Sabe, você fica muito fofa quando está sem jeito!
- Humf! – Lilyan vira a cara, escondendo um leve rubor em sua face macia, e fecha os olhos, forçando uma cara amarrada. – Todos dizem isso... E eu odeio!
Eles se gostaram, não restam dúvidas, e queriam continuar com um momento tão feliz. Isso, no entanto, prova-se não ser possível, quando repentinamente uma pressão terrível alastra-se por cada canto do vilarejo. Os dois jovens, suando frio, tentam localizar com os olhos a origem dessa força, quando passos atritando em metálico começam a ecoar aos ares. Os orbes energéticos dos dois guerreiros simplesmente travam, assim que eles vêem a figura ganhando visibilidade e se aproximando: um sujeito alto e forte, coberto por um manto de tecido mórbido e rasgado, encarando-os com o mais intenso olhar de morte. Emanando um imenso cosmo negro, ele pára e pousa a mão sobre o pano, arremessando-o ao longe para revelar seu misterioso corpo. Moldando a forma esbelta, uma sapuris cobre-lhe com um brilho gélido e mortal, também refletido por seu largo par de asas, ao que ele abre os olhos e arremessa um raio de impiedade.
- Humanos... Tão deploráveis e fracos. Eu, Minos de Griffon, mostrarei minha generosidade, enviando-lhes ao descanso eterno.
Assistindo com um gostoso sorriso o desespero dos moradores que correm desesperados por suas vidas, o kyoto ergue o braço, lentamente. E então, tão simples como apagar uma vela, ele decide o destino de todos: da palma de sua mão ventos de maldade começam a fluir, correndo pelo vilarejo para colocar tudo ao fogo. O local se torna um verdadeiro inferno, coberto por um impiedoso mar de chamas que consome cada uma das casas, usando como música os gritos de dor e desespero daqueles que não tiveram força o suficiente. Nada acontece à Lilyan e Eric, mas seus olhos arregalados refletem uma outra dor, igualmente profunda: a de não terem tido tempo para impedir. Nesse momento, surpresa, medo, indecisão, tudo some, exceto a fúria que brota nos corações dos guerreiros de Athena, ao presenciarem tamanha crueldade. Ambos pousam a mão sobre as urnas, rangendo os dentes e firmando os olhos na seriedade de seus orbes infinitos, e queimam o cosmo ao máximo.
- VOCÊ IRÁ SE ARREPENDER! – Um grito de sincronia perfeita, ao que eles puxam as alças de suas Caixas de Pandora, abrindo-as ao mundo.
Em um eco imponente, as armaduras erguem-se de seus lares ao guiar de luzes de esperança, desmontando-se no ar, na mostra do fulgor de suas estrelas. As peças se jogam na direção dos guerreiros, encaixando-se ao corpo e cobrindo-lhes com o brilho vívido da explosão de universos. Dois cavaleiros, Eric de Cisne e Lilyan de Andrômeda, agora posicionam-se diante o inimigo, prontos a atacarem com todas as forças.

No Santuário, em um local próximo à entrada, um potente batalhão de 25 soldados monta guarda, todos de olhos atentos a qualquer detalhe. No entanto, sem imaginar que suas vidas estão próximas do fim. De súbito, eles começam a escutar passos velozes metralhando o chão, e só têm tempo de olharem o vulto negro que passa por todos. Ao fim de uma chuva de gemidos, 25 corpos desabam exatamente ao mesmo tempo. Agora só há um homem ali, portando uma ameaçadora sapuris de pequenas asas, Aiacos de Garuda, que de braços cruzados observa, decepcionado, os guerreiros mortos.
- Tsc... Tão frágeis. Como esperam proteger esse lugar?
- VOCÊ NÃO IRÁ PROSSEGUIR! – Uma voz agressiva rasga o silêncio.
Sobre um alto pilar, um jovem chinês salta e desce como um raio com sua armadura esverdeada, que brilha como um grande diamante, e desfere um chute contra o kyoto, utilizando o poder do rugido do dragão. É Shing de Dragão, que acaba de chegar ao Santuário. O juiz, vendo o ataque chegar quase em câmera lenta, apenas sorri, segurando o calcanhar do cavaleiro.
- Você é um pouco mais forte. Mas ainda não passa de um camundongo. – Dito, Aiacos arremessa Shing violentamente contra uma parede, derrubando-a em uma nuvem de poeira.
Garuda sai andando, tranqüilo de que seus problemas acabaram. Um leve engano. Outra presença acaba de adentrar neste local sagrado, e ela corre veloz na companhia do vento. É Kou, o cavaleiro de Fênix, já munido de sua imortal armadura, que avança ao violento cosmo obscuro que sentira ao se aproximar do Santuário. Quando visualiza a figura de armadura negra, o japonês salta, girando no ar no exato esplendor do pássaro de fogo, e puxa os punhos.
- Houyoku Tenshoooo! – Ele grita, desferindo com ambas as mãos um soco contra o ar.
Um majestoso raio de fogo em forma de ave forma-se, varrendo o local em direção ao kyoto. Este, tendo há muito percebido o ataque, apenas vira-se para o japonês, e, absurdamente poderoso, anula o ataque apenas com um gesto da mão direita. Shing, vendo tudo, levanta-se lentamente dos destroços, erguendo um olhar de agressividade.
- Não importa quantos sejam. Nada vai mudar. – Aiacos sorri confiante, no meio de dois cavaleiros de bronze que o encaram com a explosão de seus cosmos.

E finalmente chega a hora do momento mais esperado pelo Santuário: a luta para decidir quem ficará com a armadura de Pegasus. Em meio à euforia de uma enorme arena, os dois candidatos se encaram. Gyles olha com neutralidade, até gentileza, sem qualquer nervosismo. O outro, um americano de grande porte, lança um sorriso desafiador, tão confiante quanto o grego. Acima das arquibancadas, o Grande Mestre observa ambos atentamente com os olhos sábios que a máscara esconde, e lança sua voz firme e ampla, para que a disputa se inicie.
- Vocês dois, Gyles e Max, foram os únicos a agüentarem o duro treinamento imposto. E agora chegou o momento de ver qual dos dois é o mais apto a utilizar a sagrada armadura de Pegasus. Esse é um dos momentos mais importantes de nossa luta contra Hades. Desejo boa sorte aos dois. COMECEM!
Não é preciso dizer duas vezes. Dado o sinal, os dois lutadores avançam de punhos erguidos e, em um grito que alcança os céus, transpassam-se socando raios que quebram estrelas, e param de costas um para o outro, distantes. Gyles, certo de que venceu, fica parado, tentando sentir a vibração da multidão, mas não há nada, apenas impera o silêncio. Vira-se devagar para ver seu adversário e nesse momento sua espinha gela, seus olhos arregalam: o americano não tem mais sua cabeça, pelo pescoço saem fortes jatos de sangue, que descem tingindo o chão de vermelho. O corpo cai ao chão e Gyles começa a se perguntar se foi ele que fez isso, incapaz de conter sua força, mas a verdade surge momentos depois. Do nada, Radamanthys de Wyvern, o último kyoto, surge onde Max caiu, girando sobre o dedo indicador a cabeça do mesmo, como uma bola de basquete, apenas para deixar o grego irritado.
- Esse grandão foi patético. Vamos ver se você seria digno de possuir a armadura.
Gyles, engolindo o susto, firma os orbes em seu infinito espírito de luta, e posiciona-se para atacar. Abrindo os braços e concentrando seu cosmo na reluzente aura azul que lhe envolve, ele vai desenhando a constelação de Pegasus no ar, com uma expressão de fúria e seriedade fixas no semblante. Wyvern sorri, desprezando.
- Que direito você tinha, de tirar a vida dele? – O jovem grita, enquanto deixa pequenas lágrimas cristalinas escorrerem pelo canto do rosto, sentindo a agonia do espírito de seu falecido rival.
Em uma das arquibancadas, Hayato se encontra de pé, observando tudo. Sua posição como Cavaleiro de Ouro lhe dá o dever de descer para enfrentar a ameaça, mas ele não pode fazer isso. Encarando a cena com uma pesarosa expressão, ele cerra os punhos. Para que seu discípulo cresça, não poderá interferir.
- Gyles, sinto muito, mas não posso te ajudar. Seu verdadeiro teste começa agora. Sobreviva a isto e poderá mudar seu destino...