Cantemos para espantar os males da vida.
Cantemos para trazer um sorriso aos que se encontram no mais profundo abismo negro da depressão.
Cantemos para transmitir o nosso protesto e dizer em voz alta para todo o mundo saber o que nos incomoda.
(ñ é de minha autoria... só ñ sei d qm é!)
Capitulo L.
Ela foi para a cama cedo, mas só conseguiu dormir bem mais tarde. Então era isso... Remo era um lobisomem... Por isso ele sempre desaparecia...
"Todos os tipos de lembrança, mesmo dolorosas, não devem ser esquecidas" ela pensou.
Era engraçado como ele havia ensinado algo a ela sem saber. Ela tinha muitas lembranças dolorosas que quisera esquecer por muito tempo, mas sabia que não devia. Um dia ela se tornaria forte e conseguiria superá-las.
-Vovô...
-O que foi Lily?
-Eu ouvi... Antes de vir... Ouvi minha mãe dizendo... Ela e o meu pai discutindo... Ela estava com medo por que, segundo ela, coisas estranhas estavam acontecendo comigo. E era por isso que ela ia me deixar com o senhor.
O velho homem em frente a ela sorriu.
-Nós não sabemos o que realmente está acontecendo, Lily, mas você não concorda comigo que fazer um enxame de abelhas sair da boca de uma garota é estranho?
-Concordo... Mas era a Juliette Stripes! Ela fica me gozando e me humilhando o tempo todo!
-Nada justifica a violência Lily, lembre-se disso...
Ele foi o único que me apoiou...
-Olhe só, Lily, as sementes que nós plantamos estão brotando para fora da terra!
-Nossa
-Nós sempre colhemos o que plantamos Lily.A vida é o melhor exemplo parar provar essa frase.
Meus pais estavam do meu lado... Mas nos momentos mais difíceis era com ele que eu podia contar, só com ele...
-Olha que lindos os lírios do campo! Delicados como você, Lírio.
-Vô, eu não sô delicada!
-É sim... Toda flor do campo, por mais rígida tem sua beleza...
Quando ele sorria era capaz de derreter meu coração de gelo. Aqueles meses na Irlanda com ele foram perfeitos.
-Lily, você está uma mocinha! Linda e delicada como os Lírios que nós plantamos ano passado!
Quando eu errava, ele não passava a mão na minha cabeça, mas ele também não me crucificava. Ele sempre tentava saber o motivo e me julgava só depois disso.
-Por que você partiu pra cima da garota Lily? Pobre menina.
-Vovô! Não a defenda! Ela que começou. Ela provocou! Ela jogou areia nos meus olhos e eu pulei no pescoço dela, mas não estava enxergando nada!
Se fosse com os meus pais já tinha levado uma surra antes deles saberem que a garota havia me cegado temporariamente. Na Irlanda, nem tudo foi flores, mas era melhor do que tudo que eu já havia passado na Inglaterra.
-Eu tenho que ir mesmo vovô?
-Tem sim...
-Por que?
-A Inglaterra é o seu lugar, Lily.
-Não! Aqui é o meu lugar! Eu não agüento papai e mamãe sussurrando pelos cantos que eu sou esquisita!
-Eles não vão mais fazer isso, Lily. Eles descobriram o porquê de você ter conseguido fazer todas aquelas coisas estranhas. E vão te contar quando você chegar.
Eu voltei pra Inglaterra ansiosa para saber o que era, e então descobri que eu era uma bruxa e viria pra Hogwarts. Minha mãe me abraçou, chorando aliviada. Meu pai também, mas Petúnia continuava impassível, e arruinou o resto de meus dias como trouxa. Em compensação em pouco tempo, fui pra Hogwarts.
-Vovô, quando você vem me visitar?
-Ah eu não sei... Que tal se nas férias você vier para cá?
-Eba! Agora eu tenho que desligar o telefone, vô, por que a mamãe ta dizendo que vai ficar muito caro...
E quem disse que em Hogwarts eu me salvei das pessoas que implicavam comigo? Parecia que eu não me encaixava em lugar nenhum...
-Ih olha a Sangue-Ruim passando!
-Passa longe viu? Não estou a fim de me contaminar com seu sangue trouxa!
Eu me lembro até hoje daquele dia... Eu saí correndo para o banheiro e não parei de chorar. Uma garota conversou comigo de trás da porta do Box.Nós ficamos bem amigas e ela me apresentou umas garotas bem legais da Grifinória e elas viram que eu não mordia. Tinham até outras pessoas lá na Grifinória que eram nascidas trouxas como eu...
Mas então ela me decepcionou. Ela fora muito falsa.E então Potter veio me consolar por causa do que houve. Mas então ele também despedaçou meu coração.
Ele começou a sair com garotinhas fúteis e sem nada em mente, e me esquecia. Um dia eu marquei com ele de irmos a Hogsmeade juntos, mas ele me deixou esperando por horas, e quando adentrou o três vassouras estava agarrando outra. Nós não nos falamos mais e nos reaproximamos quando minha amiga, Alice, virou monitora. Era muito trabalho e eu resolvi ajudá-la. A maior parte do trabalho era levar Potter e os amigos para a detenção.
Ele começou a me achar atraente do nada e a dar em cima de mim. Eu nunca correspondi. Mas...
Lily acordou zonza. Sentou-se na cama lentamente, lembrando o sonho que teve. Sua vida toda resumida em uma palavra: Solidão. Ela sempre se sentira sozinha. Tinha duas boas amigas, que eram mais amigas entre si do que dela. Ta legal, elas sempre a incluíam em uns programas e essas coisas, mas Lily era possessiva, queria alguém para ela. E não ia deixar que Potter despedaçasse seu coração novamente. Ela tinha até esquecido do avô, por instantes. Quando pensava em Potter esquecia de tudo...
Mas em seguida lembrou dele... Só de pensar que nunca mais tiraria uma daquelas férias maravilhosas pra Irlanda e passaria dias e dias com o avô aprendendo mais sabedorias antigas. Nunca mais iria plantar no jardim dele, nunca mais... Nunca mais ela veria seu sorriso. Às vezes era muito doloroso lembrar do avô sorrindo...
Ela foi para as aulas ainda um pouco triste. Foi com a cabeça baixa em quanto o resto das pessoas a sua volta riam e sorriam. Remo não estava entre eles. Ela não o encontrou em lugar nenhum. Mas Potter estava, e estava indo falar com ela.
-Oi Evans. – ele disse.
Ela ignorou.
-Notei que você está um pouco triste hoje...
Ela ignorou novamente.
-Poxa Evans, não vai mesmo falar comigo?
Ela bufou.
-Olhe só. – ele disse olhando ao seu redor. – Olha que dia lindo.
-É... – ela finalmente disse algo. – O dia estava realmente lindo daquela vez em que você estragou a minha vida. Depois, eu nunca mais parei para olhar o dia.
Tiago parou de andar. Ela olhou para trás.
-Que é? Agora vai ficar com peninha da rejeitada? – ela perguntou com ironia.
-Lily... Me dê outra chance.
-Eu sei que nada vai mudar! Nada mudou Potter! Você continua o mesmo moleque de sempre! – Lily respondeu um pouco histérica.
-E você sempre se divertiu com o mesmo moleque de sempre...
-É eu me divertia até você resolver me dar o bolo pra se agarrar com uma qualquer que no outro dia não sabia nem o nome! Até você resolver fingir que eu não existia. Até você resolver se mostrar indiferente a mim! – ela apressou o passo. Não agüentaria continuar.
Tiago, entretanto, parou de andar. Era verdade. Tudo o que ela dizia era verdade. Mas agora não havia como voltar atrás. Ele tinha que conseguir o perdão dela.
Ele correu atrás dela e segurou-a pelo braço.
-Eu sei. – ele admitiu. – Sei que te machuquei. Sei que errei. E é porque eu sei de tudo isso que agora estou lhe pedindo perdão. Por que eu admito. Admito que fui um idiota depois que eu comecei a sair com as outras garotas. Sei que te deixei de lado. Sei que te fiz passar por algo horrível. E sei que me arrependo mortalmente. – ele fez uma pausa. – E sei que se você não me perdoar, eu não sei o que vou fazer da minha vida.
Ela parou. Soltou a mão dele delicadamente de seu braço. Ficou parada por um bom tempo. Ele realmente sabia falar bonito. Mas por alguma razão inexplicável, suas feridas não estavam curadas. Ela não podia aceitar.
-Eu não quero nada com você, Potter. – disse com frieza. E saiu correndo. E enquanto corria suas lágrimas escorriam sem pedir nem ao menos licença. Quando ela parou de correr já estava perdida. O que havia de errado com ela?
Lily Evans era muito orgulhosa. Jamais aceitaria tão fácil. Mas ela queria. Ela queria com toda sua força. Mas ela era fraca. Tão fraca que não seria capaz de passar por cima de seu orgulho para aceitar o perdão dele.
-Ei. – chamou alguém.
Ela se virou.
-Você é bem estranha sabia?
-Me deixe em paz. – ela disse escondendo o rosto. Não queria que o garoto a visse chorando.
-Por que está escondendo o rosto? Suas lágrimas só mostram que você é humana.
-Quem está ai?
-Sua consciência. – zombou ele. – Brincadeira Evans...
O garoto foi se aproximando dela.
-Black? O que está fazendo aqui?
-Não estou a fim de ir pra aula de Transfiguração. Algo contra? – ele respondeu.
-Não, nada.
-E você Evans, o que faz aqui?
-Não é da sua conta.
-Eu sei que estava chorando. E posso adivinhar por quem.
-Adivinhe. – ela desafiou.
-Pelo Pontas.
-Quem?
-Pon... Quero dizer, Tiago.
-Por que acha que estou chorando por ele?
-Por que estavam os dois, discutindo agora a pouco. – ele respondeu.
-Seu amigo é um idiota.
-Você também.
-O que você disse?
-Disse que você é uma idiota. Que deveria parar de fazer doce e cair nos braços do Tiago. Ele não agüenta mais. O cara ta todo angustiado. Você o enfeitiçou Lily. Ele está apaixonado. – disse Sirius, sério.
-Parabéns para ele. – ela disse. – Então quer dizer que ele possui sentimentos...
-Você deveria parar de perder tempo. Ou parar de querer torturá-lo. Nunca se sabe. – ele disse.
-Nunca se sabe ... ?
-Você deve achar que o Pontas teve um passado fácil... Mas nunca se sabe. O passado persegue a muitos.
-O passado te persegue, Black?
-Já num deu na vista? – Sirius respondeu.
-Eu vou indo pra aula... – disse Lily se levantando e enxugando o rosto.
Ela correu para a aula e pediu desculpas à professora pelo atraso. Se sentou ao lado de Potter ( não havia outro lugar vago), que estava sentando sozinho, pois Black tinha faltado. Ele permaneceu calado a aula inteira.
-Potter... – Lily chamou quando ele ia embora da sala. – Espere.
Ele se virou, nervoso e esperou-a.
-Olha... Eu sei que você não tem culpa, mas não estou nos meus melhores dias pra perdoar alguém, então fica pra próxima, ta? – ela disse e começou a andar em direção a porta.
Ele queria chamá-la, até tentou, com a voz fraca, mas ela não escutou.
Qual era seu problema? Qual era o problema de Lily Evans?
Por que ela tinha que ser tão... estranha? Tão orgulhosa?
Lily foi direto para o jardim em que estivera com Remo no dia anterior, e o encontrou lá, no mesmo lugar.
-Remo... – ela disse.
O garoto se virou, surpreso de que alguém tivesse o encontrado naquela parte do jardim e naquela hora, pois a aula de Feitiços estava prestes à começar.
-Lily...
Ela se sentou ao lado dele.
-Eu não entendo. – ela começou. – Não entendo como você supera todas essas lembranças...
Ele riu pelo nariz.
-Melhor tê-las aqui do que esquecê-las.
Ela também riu.
-É verdade... que tipo de história de vida eu teria se os esquecesse? – Lily comentou, mais para si mesma.
-Eles?
-Eu estava me referindo ao meu avô, uma garota falsa que conheci quando cheguei aqui e ao...
Ela fez uma pausa. Não sabia se deveria falar. Não sabia se Remo iria esconder isso de seu próprio amigo. Mas ele adivinhou.
-E do Pontas, né? – perguntou ele sorrindo.
-Na verdade... – ela disse, pretendendo mentir. Não arranjou nenhuma desculpa boa. – Não conte a ele, por tudo o que é mais sagrado, Remo...
-Por que não? – ele perguntou.
Lily o olhou com os olhos arregalados, como se a resposta fosse mais do que óbvia.
-Eu acho que já está passando da hora de vocês se entenderem...
Ela olhou para ele ainda mais surpresa.
-Lily...
-Não fale mais nada. Você não entende...
-Então me deixe entender... – pediu ele. E depois quando achou que estava se metendo demais, acrescentou: - Por favor.
Ela examinou o céu. O chão. Pensou repetidas vezes.
-Se você não quiser me contar...
-Por onde devo começar? – ela se perguntou. – Talvez pelo começo... Ah deer, é claro, as coisas começam por um começo. Mas coisas que tem começo, geralmente tem fim. E eu estou esperando um fim – um ponto final – faz muito tempo.
Lily fez uma pausa.
-Hm... Eu não sei por que, mas parece que eu nunca fui um atrativo para as outras pessoas. Eu tenho um amigo remanescente trouxa, mas o resto me odiava. E já me botaram contra ele. Eu não sei o porque, mas os meus colegas trouxas não iam com a minha cara. Zombavam de mim e faziam pouco caso, quando não me ignoravam. Coisas estranhas aconteciam às vezes, quando eles esgotavam a minha paciência e eu me estressava. Isso os afastava ainda mais. Mas eu tive um amigo, que foi o único que ficou ao meu lado. Nós éramos muito amigos, até a minha mãe resolver me levar para Irlanda.
"Eu não entendia por que ela e meu pai estavam fazendo isso, e Petúnia, minha irmã ficava me olhando com cara de nojo. Mas antes de embarcar eu ouvi uma conversa entre meu pai e minha mãe. E descobri o por quê".
Ela fez uma pausa. Sua garganta estava seca.
"Eles estavam com medo. Ela pelo menos mais do que ele. Estavam com medo do meu 'poder sobrenatural'. Falaram com meu avô e ele disse que era pra eu passar um tempo com ele. Por isso estava embarcando. Eles disseram que eu voltaria logo, e ouvi eles conversando que enquanto não descobrissem por que aquelas coisas aconteciam, não iriam mandar me buscar".
"Eu passei os três anos seguintes na Irlanda, com meu avô".
"No começo não gostava de estar lá. Era grossa com ele. Mas ele aos poucos me conquistou. E ficamos muito amigos. Eu adorei o tempo que passei com ele... Mas também não me dei tão bem lá. Irlandeses odeiam Ingleses. Não posso generalizar, mas infelizmente encontrei muitos irlandeses para me odiar".
"Voltei pra Inglaterra quando recebi a carta de Hogwarts. Petúnia continuava impassível comigo, e nunca mais tivemos uma relação decente. Eu vim para Hogwarts e achei tudo mágico e adorei, mas continuavam me enchendo. 'Olha a sangue-ruim passando!' E outras coisas mais".
"Esse último
ano estava indo bem... Eu havia me recuperado e me tornei mais forte.
Foi quando recebi a notícia de que meu avô havia
morrido".
Ela parou de falar. Sua garganta estava totalmente
seca. Várias lágrimas escorriam pelo seu rosto.
-Quando eu me tornarei forte o suficiente para superar? Será que eu vou superar? – ela perguntou ao amigo, com a voz fraca.
-É impossível se recuperar totalmente sem sobrar nenhum resquício de tristeza. – falou Remo, finalmente. – Mas é possível tentar superar, Lily. Mesmo que as feridas sangrem exageradamente no início, elas vão se fechando, elas cicatrizam. O que você não pode fazer é se fechar junto. E mesmo que a ferida se feche, ainda sobra a cicatriz.
"Não é algo tão ruim. Você pode olhar para ela e ver o quanto avançou. A gente deve estar sempre avançando. Não há como andar para trás para resolver algo que faz parte do passado. Não há como, pois ás vezes já é tarde demais".
Os dois permaneceram ali por um tempo, calados. Finalmente, Lily resolveu dizer algo:
-Você está certo. Nós devemos avançar. Não podemos deixar nada para trás. – e se levantou.
-Lily aonde você vai? – perguntou Remo.
-Eu vou falar com Tiago.
E caminhou em direção ao castelo. Remo continuou ali, pensativo... Um dia todos avançariam. Todos iriam superar. Crescer. Já estavam crescendo.
N/A: Nhaah... Segundo cap... Ficou diferente de furuba xP... Apesar de eu ainda usar as filosofias d vida de furuba no dia a dia... hehe... Terceiro cap jah ta quase pronto...
Mazinha Black: Agradecimentos em dobro p/ vc! Por ter deixado uma review aki e em DoA. Eu tava trabalhando na continuação dla, até postei, mas ngm leu. Vou editar pra ver se é do agrado do povão xP... Mantenha o contato pq tlvz eu poste a continuação de DoA.
E que bom q vc gostou de LSTI tb .
Nessa Reinehr: É... ela é muito boba. Mas ela não pensou nele.
Eu também não entendo pq ele se abriu mais pra ela. Agora vc me pegou. Ele estava tentando falar com eles, mas tinha medo de que eles o achassem patético. Eles estavam todo agitados e animados e Remo não encontrou nenhuma brecha pra falar (nenhum pra fazer ele falar, hehe). E quando ele estava com a Lily no jardim encontrou a ocasião perfeita para falar com alguém.
E sobre a Lily se comover, você me deu uma boa idéia. Mas acho que não tem como encaixar na fic. Talvez tenha. Posso usar a sua idéia?
É isso.
Vlw.
