Desventuras em Série
O relógio marcava três em ponto na antiga estação de trem 228, localizada na pequena e fria cidade de Sniect, onde os nossos queridos amigos haviam sofrido uma nova e fracassada tentativa de roubo de sua gigantesca fortuna, por parte do asqueroso magrelo, Conde Olaf.
Após recuperarem-se, os três órfãos Baudelaire se encontravam na estação de trem onde Sr. Poe comprava as passagens para sua nova casa, junto com seu novo tutor, ao qual Violet, Klaus e Sunny não se importavam, pois tinham certeza que seus desgraçados destinos levariam a pouca felicidade que eles poderiam encontrar, embora.
Estação-228
O antigo e empoeirado relógio da estação, marcava exatamente três horas e trinta minutos. Esse era o horário em que o trem dos órfãos partia, e Sr. Poe ainda não havia aparecido com suas passagens.
O guarda apitava longa e impacientemente, para avisar que o trem iria partir e deixar para traz todos aqueles que não estivessem presentes.
Finalmente Sr. Poe aparece "bufantemente" na frente dos órfãos segurando três passagens e um envelope amarelo e encardido escrito "Sr. e Sra. Limon ".
"Bom" disse Sr. Poe após tossir "aqui estão suas passagens, se aprecem para não perderem o trem...Ah! Este envelope e para vocês."
"Qual o conteúdo?" Perguntou Klaus.
"Ora! Não seja curioso menino." Retrucou Sr. Poe rapidamente, "agora entrem no trem antes que fiquem para traz."
Os meninos se apressaram e entraram no trem, despedindo-se com uma saudação.
Eles ficaram animados ao perceberem que o vagão onde se encontravam tinha poltronas acolchoadas, grandes e que se reclinavam quase virando uma cama.
Klaus percebeu que os olhares das pessoas no vagão estavam todos direcionados a ele e suas irmãs, e com certeza não eram olhares de aprovação e foi quando Violet, que segurava as passagens percebeu que os números eram doze, treze e quatorze, e naquele vagão de luxo só se encontravam os números de cinqüenta a sessenta.
Violet se apressou para sair daquele vagão, segurou na mão do irmão e puxou-o em direção a porta. "Vamos Klaus, esse não é o nosso vagão." disse Violet. O irmão afirmou com a cabeça porém a pequena Sunny discordava e disse:
"Nhaba? Balique! "Que em nossa língua seria o mesmo de:
"Porque não podemos ficar nesse vagão? Eu gosto dele!"
Klaus olhou para sua irmã mais velha com cara de quem concordava com Sunny, mas Violet disse firmemente:
"Eu também gosto deste vagão mas nossas passagens não são direcionadas a ele. Nós devemos achar nosso vagão que não deve ser pior do que esse."
Ao dizer aquela frase nem a própria acreditou. Violet tinha certeza de que Sr. Poe não gastaria dinheiro comprando uma passagem mais cara, se tivesse uma mais barata, mesmo que o conforto dos jovens não fosse o mesmo.
Conforme passavam pelos vagões os três Baudelaires perceberam que o conforto dos vagões também passava ficando cada vez pior.
Finalmente chegaram a um vagão onde as cadeiras eram de madeira e pequenas, o vagão era sujo e estava completamente depredado. Foi quando Violet resolveu abrir sua boca para atrever-se a dizer:
"Não tem como ser pior do que isso! Infelizmente esse é o nosso vagão."
Infelizmente tenho que descordar de você irmãzinha disse Klaus com certa ironia "caso você não tenha percebido, o que eu considero relativamente impossível, por que até agora pelo que sei você não é cega! Este vagão esta lotado e de pessoas não muito "legais"."
Naquele vagão só se encontrava pessoas sujas, com a cara cansada e triste, e que não pareciam estar contentes com mais pessoas.
Klaus percebeu que uma velha senhora ao seu lado resmungava alguma coisa, ele se reclinou e chegou mais perto para ouvir o que a senhora resmungava.
"Nheme fius buo paeib" era o que ele ouvia sair da boca velha, então ele perguntou cuidadosamente:
"Por acaso a senhora estaria falando comigo?"
"Sinnnheoh lodigd" foi a resposta que Klaus ouvira
"Como disse?" perguntou novamente.
"Estou dizheuh giov uvu cuoua" foi o som reproduzido, então ele percebeu que o som estava ficando mais nítido.
"Como é que é?" Perguntou com a esperança de ouvir
A velha segurou sua bengala levantou sobre a cabeça de Klaus e começou a bater, batidas fortes e inesgotáveis, que logo partiram para cabeça de suas irmãs forçando-os a irem para o fundo do vagão.
Então a velha parou olhou para o chão, e de repente, ergueu sua cabeça e sua bengala e gritou bem alto:
"Saião da minha nova casa seus meninos atrevidos !"
E voltou com sua bengala para o chão, onde se apoiou com toda a força para voltar ao seu lugar, e continuou a resmungar como se nada tivesse acontecido.
Os três assustados com o que acontecera passaram por uma porta e chegaram a um novo vagão. Mal olharam para o vagão e começaram a rir da pobre e caduca velhinha.
Ao parar das gargalhadas os três se deram conta de suas situações, e que não era nada engraçada por sinal.
O vagão aonde se encontravam não havia cadeiras, parecia mais o vagão do bagageiro, não havia muitas pessoas, alias só havia uma pessoa, um bêbado, um homem com à aparência péssima, que ficava cambaleando de um lado para o outro, segurando firmemente uma garrafa de pinga.
Os Baudelaire se entre olhavam assustados, se perguntando como Sr. Poe os colocou lá.
"O trem devia estar lotado."Disse Klaus tentando entender senhor Poe
"É... Quem sabe...?" Comentou Violet desanimada, "vamos nos sentar ali, bem longe desse cara."
Eles se sentaram em um canto do vagão, enquanto o bêbado, era jogado de um lado para o outro.
Klaus abriu o envelope, pois estava intrigado com o que estava lá dentro, mas apenas encontrou um papel, de muita importância.
"Caros Baudelaire,
Esta carta é de extrema importância para vocês, nela esta escrita em qual estação vocês devem descer, quem são seus novos tutores, e outras informações necessárias.
Vocês devem descer na primeira estação, seus novos tutores devem estar lá a sua espera . A propósito seus nomes são Sr. Déveri Limom e Sra. Lemora Limom, os dois são de idade e nunca tiveram filhos, a propósito não perguntem por que, pois seria muita falta de educação.
Caso seus novos tutores não estejam na estação o que pode ocorrer, já que os dois são de idade e freqüentemente esquecem as coisas, o que ocorreu na minha chegada para informá-los sobre a vinda de vocês.Vocês deveram pedir um táxi para a casa do bosque na colina, não haverá erro quanto a casa, pois é a única de lá.
O Sr. e Sra Limom normalmente não fazem compras ou saem para a cidade por tanto vai ser normal que lhes pesam para ir a feira ou a farmácia...
Anexado a carta esta alguns dólares para o táxi, caso não for necessário mandar de volta para mim, porque é de extrema necessidade.
Qualquer dia apareço levando a suas coisas.
Adeus órfãos Baudelaires.
Ps: Não atormente os pobres coitados com suas loucas histórias sobre o Conde Olaf."
"Como assim loucas histórias sobre o Conde Olaf, todas elas são verdadeiras e o Sr. Poe sabe muito bem disso, pois já o deixou escapar diversas vezes"retrucouViolet muito nervosa.
"Para falar a verdade Violet, eu não estou muito preocupado com o que o senhor Poe disse, mas sim com os nossos novos tutores. E se eles estiverem esquecido de nós, e o táxi não souber chegar lá nós vamos estar muito encrencados, e pior e se eles esquecerem que nós vamos para lá e quando nós chegarmos eles não nos aceitarem!" falou Klaus com um grave tom de preocupação.
"libanh qe Klaus jinhal" disse Sunny o que provavelmente significa "Concordo com Klaus porém acho que ele está exagerando um pouco."
Os pensamentos dos Baudelaires foram interrompidos por um repentino susto com a queda do bêbado no chão, se "estabacando" todo com a freiada do trem.
"Vamos pessoal esta é a nossa estação." Disse Violet se levantando rapidamente e puxando os irmãos, já assustada com o bêbado.
Após descerem do vagão deixando o bêbado soluçando e tropeçando sozinho, os três Baudelaires se depararam com uma pequena estação de trem, aonde não havia muitas pessoas, muito menos um ponto de táxi.
As crianças procuraram insistentemente os seus tutores e logo perceberam que eles os haviam esquecido como avisara senhor Poe. Então eles se dirigiram a beira da rua com a esperança de ver um ponto de táxi mas lá não havia nenhum. Foi quando um táxi passou por uma estranha conhecidencia e parou na frente dos três órfãos.
Eles puderam avistar a sombra de uma pessoa com chapéu dentro do táxi, está sombra logo virou a figura de um homem quando a janela do carro abriu. Ele logo perguntou: "As crianças estão interessadas em ir a algum lugar?"
"Não" Disse Klaus apressadamente "Sim" disse Violet "Você já imaginou se não passar outro carro por aqui." "Mas Violet este carro está aos pedaços e nós nem conseguimos ver a cara do taxista!" retrucou Klaus."Não seja por isso menino."disse o taxista retirando o chapéu e se apresentando "Meu nome é... é... Franklin! Um dos únicos taxistas desta minúscula cidade.E então vocês vem ou não, eu não irei esperar mais tempo tenho afazeres." "Tudo bem então, nós vamos" falou Klaus desapontado "Nós vamos para a casa do bosque na colina, o senhor sabe onde é?" perguntou Violet " Por favor me chame de Franklin. É claro que sei ela é a maior casa da cidade."disse Franklin "Entrem eu os levo." As crianças entraram e se ajeitaram no banco de traz.
"Devo avisar que a viagem será longa, pois a enorme casa fica alem da cidade, dentro do bosque perto de uma colina aliais como já diz o nome." Falou o motorista "Tudo bem" disse Violet, seguido por algum tempo de silencio absoluto.
" Qual o tamanho da enorme casa?" perguntou Klaus quebrando o silencio. " Eu creio que daqui a uns anos ela vai virar um ponto turístico, a casa é imensa. Ela tem dois andares!"falou Franklin "geuli!"disse Sunny o que provavelmente significa " que besta!" "Sunny!" exclamou Violet brava porém Klaus também ria e logo Violet não agüentou e começou a rir discretamente.
"O que a pequena disse? Eu não entendi" perguntou o taxista " Nada" respondeu Klaus sem graça. E então outro momento de silencio se apoderou dentro do táxi por alguns instantes.
Algum tempo depois Franklin resolve puxar assunto interrompendo o silencio "Para que vocês estão indo a casa do Sr. e da Sra. Limom ?" "Eles serão nossos novos tutores" explicou Violet "Ah sim...Daqui alguns minutos chegaremos " disse Franklin virando em direção a uma estrada de terra e entrando no bosque "aqui é o bosque e a sua nova casa fica no final do bosque perto da colina. É uma bela casa."
Após passadas várias árvores de todos os tipos os Baudelaires finalmente chegaram a sua casa. O táxi parou e Klaus que agora segurava o envelope pagou Franklin que sem mais demoras partiu deixando os três órfãos parados enfrente a sua nova casa.
