Na prisão ela foi interrogada mas não abriu a boca diante das perguntas do chefe do regimento. Irritado ele ordenou que pela manhã ela fosse torturada. Ele suspeitava que aquela era a filha do líder da rebelião contra o shogun daquelas terras e pretendia arrancar de sua boca maiores informações.
Amarrada a uma cruz de madeira ela mal conseguia se mexer. Durante a madrugada porem ela tentou mover o pescoço para olhar o motivo do barulho que vinha do corredor da cadeia escura. Só pode ver um dos guardas cair aos seus pés todo ensangüentado. Um brilho semelhante a uma adaga passou frente a seu rosto e seu corpo caiu inerte e exausto nos braços de um desconhecido. Ao levantar o olhar entretanto ela reconheceu o seu salvador.
- ... seu... você...
- Quieta! – sussurrou ele asperamente – quer acordar todo o exercito do shogun?
Inuyasha a pôs de pé.
- Consegue correr?
Ela riu com desprezo.
- Pois se eu não consigo nem ficar de pé idiota...
Ela havia sofrido nas mãos dos guardas. Inuyasha suspirou e rosnou em seguida.
- Então vou ter que te carregar, mas cuidado para não sujar a minha roupa com o seu sangue ouviu?
Ele a pôs sobre as costas e segurou-a pelas coxas. Ela quis reclamar mais ele a cortou.
- Silêncio! Quer ser pega de novo é?
Com um salto Inuyasha alcançou uma pequena janela no alto da cela e com um golpe certeiro arrancou as grades que a bloqueava. Foi ai que eles ouviram o soar do alarme. Tinham sido descobertos.
- Maldição! Já devem ter achado os cadáveres daqueles malditos! Temos que nos apressar senão...
Ele corria feito o vento pela floresta escura, até que não podia mais sentir o cheiro dos seus perseguidores. Parou em frente a uma caverna e adentrou nela, com Gin Li desacordada nos ombros. Delicadamente ele a deitou numa fenda coberta de relva e farejou ao redor certificando-se da segurança do local. Olhou o rosto daquela menina e suspirou. Mulher idiota, pensou ele sorrindo em seguida. Poderia fazer o que quisesse com ela agora. Saiu para pegar gravetos e os juntou no fundo do abrigo, acendendo o fogo, que começou a trepidar fazendo surgir sombras fantasmagóricas por toda parte. Ele se aproximou dela silenciosamente e se abaixou para tocá-la. Quando seus lábios estavam próximos dos dela sentiu o frio aço da Tessaiga em seu pescoço. Ao abrir os olhos viu os dela fitando-o divertidamente.
- Nem pense nisso seu atrevido!
Ele se afastou devagar e sorriu.
- Você não é fácil ein sua garotinha...
Inuyasha sentou-se diante do fogo e seus olhos dourados refletiam as chamas da fogueira, observando-a. Realmente ela era a filha de Higurashi como havia pensado. Gin Li se sentou e jogou para ele a espada, que ele aparou e a guardou novamente na bainha.
- E não pense que estou desarmada. – ela sacou a mesma espada da luta anterior e a pousou a seu lado.
- Ora, pensei que os guardas haviam deixado-a desarmada. Então porque não fugiu antes?
- Se tivesse tentado mais cedo eles me capturariam novamente. Esperei pelo momento certo, mas você apareceu antes. Por que me ajudou a fugir?
- Curiosidade talvez. Pensei que você talvez fosse... a filha de Hiroshi Higurashi.
O sobressalto dela confirmou as suspeitas dele.
- E não minta para mim. Deve ter notado que sou um youkai e percebo quando mentem para mim.
- Você não me parece um youkai dos mais importantes. – ela zombou dele. Ele sorriu.
- Sou um andarilho, alguém que não tem nada que o prenda a lugar algum. Mas...
Ele mostrou-lhe as garras afiadas.
- ... sei me defender muito bem de quem quer que seja. Mas porque a filha de Higurashi estava atendendo homens em um prostíbulo?
Ela ajeitou o kimono rasgado o melhor que pode e respondeu.
- Por que acha que sou a filha de Higurashi?
Ele apontou a jóia que mesmo sobre o tecido irradiava um estranho brilho.
- Só Kagome Higurashi possui a jóia de quatro almas.
A mocinha levou a mão ao talismã que estava em seu pescoço e suspirou.
- Você conhece a lenda dessa jóia?
- Nessas terras as pessoas contam muitas historias aos viajantes que passam. Essa foi uma delas.
- Entendo. E o que vai fazer agora que sabe quem eu sou? Me entregará ao Shogun?
- Por que acha que faria isso?
- Porque é um youkai como ele.
- Um Hanyou.
- O que?
- Eu sou um meio youkai. E pessoas como eu não são bem vindas entre os youkais. – dizendo isso ele se deitou e fechou os olhos. – além do mais se quisesse que você fosse mandada ao Shogun eu a teria deixado lá não é mesmo?
Ela o olhou incrédula. O que eu estou fazendo, devia matar esse homem e fugir mas... algo a impelia a acreditar nas suas palavras. Ele continuou.
- Eu admiro a causa de Higurashi. Por isso resolvi viajar com você. Odeio aquele shogun tanto quanto você, acredite. Agora descanse, amanhã partiremos.
Gin Li, ou melhor Kagome suspirou e deitou-se, tentando dormir. Levantou o olhar mais uma vez para o hanyou que estava a poucos metros dela, respirando tão devagar que quase não ouvia. Estava dormindo. Ela resolveu fazer o mesmo, mas, com a espada na mão, vigilante. Amanhã comprovaria se o que ele lhe dizia era verdade ou mentira. Quando o sol nascesse.
E esta hora chegou assim que os primeiros passarinhos gorjearam nos galhos das matas ao redor do covil onde eles se refugiaram. Ela abriu os olhos e levantou o pescoço devagar, tentando ver se Inuyasha ainda dormia. Seus olhos arregalaram quando não o viu deitado no mesmo lugar de ontem. Levantou-se sobressaltada, tinha cometido um erro e não tinha notado que ele saira. Pegou a espada e se encaminhou até fora da caverna. Foi quando ela viu algo que não esperava. O hanyou estava jogando uns gravetinhos secos numa pequena fogueira distraidamente. Ao seu lado havia uns peixes e algumas frutas silvestres. Ele levantou o olhar ao perceber a presença de Kagome e sorriu.
- Ora, você é muito dorminhoca garota! Até que enfim acordou.
Ela se aproximou colocando a espada novamente na bainha. Ele percebeu o gesto mas não comentou.
- Pensei que tinha ido embora – ela começou – porque ainda está aqui?
- Já tinha falado antes – ele espetou um peixe num espeto feito de bambu e o colocou sobre o fogo – quero me juntar a causa de Higurashi. E escoltarei você até onde quiser.
Kagome se sentou e sua face era incrédula. Não podia acreditar que ele, mesmo sendo um mestiço, poderia apoiar uma revolta contra os de sua espécie.
- Eu não sei onde meu pai está. Não posso garantir nem que ele ainda esteja vivo. Como sabe lorde Sesshoumaru é um youkai poderoso e influente nessas terras do oeste.
- Sim. Eu sei disso.
Inuyasha tomou ar sombrio e Kagome pôde ver que ele não era realmente simpático ao shogun. Na verdade isso era obvio para qualquer um que visse sua expressão naquela hora. Ele a seguir sorriu jovialmente.
- Claro que você quer se refrescar e se limpar das marcas da prisão não é mesmo? Veja, providenciei roupas limpas e dentro da caverna há um poço, onde entra luz por uma fresta.
Kagome realmente se sentiu tentada a aceitar a proposta mas relutou. Ele se levantou e sacou a Tessaiga.
- O único inconveniente é que são roupas masculinas e ... o que foi, porque essa cara?
- Nada... – ela falou virando o olhar, depois o fitou com ar desconfiado – quem não me garante que você não vai tentar me agarrar como fez na casa de chás?
- Bem, isso é fácil – ele ergueu a espada no ar e deu lhe um peteleco, o que provocou um pequeno tilintar – enquanto ouvir isso saberá que estou longe.
Inuyasha sorriu e se afastou, dando petelecos na Tessaiga. Ela se levantou suspirando. Realmente desejava tirar de seu corpo toda a sujeira, a que podia ser vista e a que não podia. Fora tocada injuriosamente por aqueles guardas da prisão e isso a enojava, pois para ela humanos que serviam a um shogun odioso e vil eram escoria da pior espécie. Calmamente se encaminhou ao fundo da caverna onde viu maravilhada uma fonte de água morna, que jorrava levemente por entre as pedras, e ia se acumular em uma piscina natural, que brilhava azulada através dos raios do sol que entravam por um buraco. Ela se despiu dos trapos sujos que uma vez eram sua veste lindamente bordada e entrou nas águas azuis, suspirando profundamente. Ainda podia ouvir o tilintar da Tessaiga, não muito longe dali. Kagome sorriu ao pensar naquele hanyou atrevido. Sua face corou mas ela fingiu não perceber o olhar dourado dele a observando logo ali, detrás de uma pedra. Imaginava como ele estaria fazendo a espada tilintar e riu divertida ao pensar nisso. Como os homens eram tolos, ela segurou o riso que ficava mais evidente.
- Como você faz a sua espada vibrar de tão longe, tem poderes psicocineticos?
Inuyasha deu um salto ante o comentário dela. Como percebeu que estou aqui, ele pensou rapidamente. Kagome riu e jogou o cabelo para trás, o que ocasionou uma chuva de gotas azuis contra a luz. Ele sentou-se de costas para ela, sem sair do esconderijo.
- Erm... isso não é... difícil para mim...
- Estou curiosa.
- Bem... – ele respondeu meio sem graça - ... amarrei ela num galho ao vento e ... bem, ela bate contra a arvore e ...
- Pelo que vejo conhece muitos truques. Mas ainda não me disse o seu nome.
Ela saiu da água e vestiu as roupas limpas. Ele porém e sem entender direito não se virou para olhá-la.
- Inuyasha. Esse é meu nome.
- Bem Inuyasha – ela disse acabando de ajeitar a faixa sobre a cintura. – estou agradecida pelo que fez por mim mas acho que é hora de seguirmos nossos caminhos. Viajar com uma fugitiva não é recomendável em tempos de guerra.
Ele se levantou e a fitou.
- Já disse a você que pretendo escoltá-la no seu caminho.
- E a troco de que quer me seguir?
- A minha vida é vagar por ai sem rumo certo – ele suspirou – de repente senti vontade de seguir um caminho, e me parece que este seu é bastante interessante.
Inuyasha se aproximou dela e a sua reação foi se afastar, mas ele a segurou pela cintura.
- Alem do mais, me parece que você só se mete em encrencas e decidi que vou protegê-la.
Kagome se desvencilhou dele e sorriu tocando a espada escondida.
- Não preciso de proteção.
Ele num movimento rápido a agarrou e tirou dela a pequena espada e a segurou contra a garganta da moça sorrindo.
- Tem certeza?
Ela engoliu seco. Ele afastou a espada e a entregou na mão de Kagome sorrindo.
- Mesmo que não queira irei segui-la. Agora mais do que nunca. Então é melhor viajar comigo. Estará mais segura e eu posso te levar mais rápido do que imagina.
Kagome pensou um pouco. Se ele quisesse matá-la ou a entregar já teria feito. Talvez ela faria o que ele dizia. Por enquanto.
Eles saíram da caverna e comeram. Inuyasha insistiu em carregá-la nas costas e ela a contragosto aceitou. Como o vento ele correu com Kagome, que se agarrou a Inuyasha, fato este que não desagradou ao meio youkai. Eles seguiram rumo ao leste.
Aeeeeee obrigada pelos elogios recebidos! Porém meus caros (Lucero essa é pra você ein?) não se esqueçam de deixar reviews ok?
Oi Biba Evans! Adorei o seu coment, continue lendo pois minha imaginação não tem limites! ah e leia também meus outros fics... que tem aqui no site ok? Beijosssss
