(….) – Intervenções minhas

(itálico) – Flashback

(negrito) – conversa no MSN

Nota: Quando houver alguma situação nova em relação à pontuação e formatação de texto eu aviso antes de começar o capítulo. Boa Leitura!

Hoje Sakura tinha saído de casa mais cedo. Sabia que Shaoran iria esperar por ela como fazia todas as manhãs e não queria falar com ele. Não agora. Tinha acabado de passar pelo portão quando ouviu alguém a chama-la.

-"Sakura!"

Porém, ela apressou o passo. Era ele. Achou que o evitaria por agora se fosse para a casa de banho das raparigas. Ela entrou. Ele seguiu-a até à porta mas não entrou.

-"Parece que fizeste asneira, não foi Li?" – disse Tomoyo agarrando no braço do rapaz, levando-o para a sala de aula.

-"Foi… eu queria explicar-me mas…. Ela não dá hipóteses" – disse o rapaz visivelmente triste.

-"Li… tens de compreender o lado dela. Ela está muito magoada contigo. Tu não lhe contaste que tinhas namorada e ela concluiu que tu não confiavas nela. Ainda pra mais, tu beijaste-a" – Li tentou interromper mas Tomoyo continuou – "Tu beijaste-a sim, e não foi só um beijinho inocente! Ela achou que a estavas a usar"

Shaoran baixou a cabeça. Apesar da Daiidouji estar a ser um pouco violenta com as palavras, elas faziam todo o sentido.

-"Olha Li, eu sei que estou a ser bruta, que talvez aches que não te devia estar a dizer isto agora mas é nestas alturas que se deve dar um "sermão". Agora estás mais sensível com a situação e por isso as minhas palavras irão sortir um efeito maior em ti. Estou a mostrar-te os teus erros e assim, para a próxima já não os cometes."

-"Daiidouji…o que é que eu faço agora?"

-"Olha Li… não insistas agora. Ela ainda está magoada contigo. Quando conseguires que ela te dê uma chance para falares, explicas-te e mostras o quanto estás arrependido" – disse Tomoyo enquanto de dirigia para a sua carteira.

-"Daiidouji…obrigado!" – disse Li

Tomoyo consentiu com a cabeça. Sakura entrou na sala. Como ela desejava não estar na mesa à frente da de Shaoran.

Dirigiu-se para a sua carteira sem olhar para Li.

-"Bom-dia Tomoyo" – disse Sakura

-"Bom-dia priminha! Olha tu já tens o teu vestido para o baile?"

'O baile… provavelmente o Shaoran vai com a Kawamura'

-"Ainda não e tu?"

-"Tambem não. Queres vir comigo compra-lo?" – perguntou Tomoyo.

-"Quero! Mas quando? Ainda é muito cedo…"

-"Quando estivermos mais próximas do baile!"

Kawamura tinha acabado de entrar na sala juntamente com a Louise, uma francesa com um cabelo loiro, liso e extremamente oleoso.

Sakura mirou Azusa de cima a baixo. Tinha o cabelo pelos ombros, preto e escorrido. Tinha uma voz fininha, irritante.

'Cabra!' – pensou, mas logo se repreendeu. Ela não tinha culpa das acções de Shaoran… Ela tinha sido traída. Apesar de tentar, não conseguia gostar dela.

A professora entrou na sala e a aula começou.

§§

A turma dirigia-se para os campos. Tomoyo, Eriol e Chiharu acompanhavam Sakura. Ao fundo, ouvia-se os risinhos estridentes que Azusa e Louise davam.

-"Eu sou a melhor em desportos!" – dizia Azusa para quem quisesse ouvir.

'Fia-te na virgem e não corras' – pensou Sakura, rezando para que no futebol, ela jogasse na equipa adversária de Azusa. Assim, iria sentir-se um pouco melhor.

-"Olá turma! Hoje como sabem, vamos jogar futebol. Vamos jogar um para um. No intervalo estive a fazer o plano de jogo: a Tomoyo vai jogar contra a Louise, a Chiharu contra a Naoko, a Rika contra a Gumi, a Sakura contra a Azusa…" – Sakura nem acreditou. Olhou para Azusa e viu-a com um sorrisinho de confiança.

'Ri-te, ri-te…nem sabes o que te espera…!'

-"… Contra o Eriol, e o Li contra o Yamazaki."

A professora deu inicio aos jogos. A Tomoyo venceu por dois golos, a Sakura humilhou a Azusa, marcando seis golos. A Azusa marcou apenas um golo (Sakura deixou Azusa marcar um golo de honra) e Li venceu por 2-1.

A turma caminhou para os balneários. Shaoran estava de rastos. Não queria acreditar que Sakura torceu por Yamazaki. Quando Li marcou os golos, ela fez cara feia.

'Meu Deus… ela está tão zangada assim? '

O rapaz tomou uma decisão. Iria falar com Sakura quando saísse dos balneários.

§§

Li tinha ouvido Sakura dizer a Tomoyo que depois das aulas passaria no parque, para estudar um pouco. Aproveitaria essa oportunidade para se explicar.

Acabara de entrar no parque. Ao longe conseguia avistar Sakura encostada a uma arvore. Felizmente estava de costas, caso contrário, tinha a certeza de que ela fugiria dele.

Ajoelhou-se ao lado da rapariga e disse:

-"Por favor ouve o que eu tenho para te dizer…"

-"Dá-me uma razão para o fazer" – disse ela friamente, começando a pôr-se de pé.

-"Podes ir-te embora mas ao menos ouve-me primeiro…"

-"Fala então…"

-"Eu sei que errei. Eu devia ter-te contado sobre a Azusa mas é que…"

-"Mas não contaste" – disse Sakura. Voltou as costas ao rapaz e começou a andar.

-"Espera… deixa-me acabar. Eu quando te beijei…" – Sakura parou de andar e esperou que o rapaz acabasse. Ao menos poderia por fim ás suas duvidas. – "…não foi para passar o tempo…"

-"Então foi porque?" – interrompeu ela, tentando apressar o rapaz a falar.

O rapaz permaneceu calado. E agora, o que iria dizer?

-"Foi coisa do momento, tu mesma o disseste. Foi um erro que não se voltará a repetir." – Sakura sentiu um tristeza repentina. O que ela mais queria que acontecesse, era-lhe negada inconscientemente pelo rapaz. – "Desculpa, a sério… tu fazes-me falta…"

Sakura abriu um pequeno sorriso.

-"Shaoran… eu confio muito em ti e espero que daqui em diante também confies em mim… Sabes que eu odeio segredos."

-"Ok, ok! Acabaram-se os segredos. Prometo."

-"Olha, Shaoran… tu agora vais ao baile com a Kawamura, não é?

-"Porque haveria de ir? Não me digas que arranjaste outro para ir contigo…"

-"Não, não é isso… é que agora tens namorada."

-"Isso não é problema. O convite continua de pé."

-"E ela não vai ficar zangada?"

-"Não… ela vai compreender…"

'Tambem… se não compreender, azar o dela!' – pensou o rapaz.

-"Obrigado Shaoran" – disse ela abraçando o rapaz – " Ai…desculpa!" – terminou, tirando os braços do corpo do rapaz.

-" Vamos para casa?"

-"Vamos" – disse ela.

Shaoran estendeu o braço à rapariga. Ela aceitou e juntos saíram do parque, conversando e rindo alegremente como faziam antes da vinda de Azusa Kawamura para Tomoeda.

§§

Já tinha amanhecido. A rapariga de cabelos negros acabara de sair de casa. Sentia-se feliz apesar de ter tido uma pequena discussão com o seu namorado. Tinha visto pela reacção que a Kinomoto tinha tido no dia anterior, que a amizade deles estava ameaçada.

Não pode evitar sorrir. Era mesmo isso que queria. Que eles se afastassem um do outro. Agora só tinha de se preocupar em por o Xiao Lang louco por si, o que iria ser facílimo. Tinha a sorte do lado dela. Antes de vir para Tomoeda, pediu todo o tipo de roupas e objectos sensuais à sua irmã mais velha. Também pediu que lhe ensinasse as artes de sedução. Daqui a algum tempo, iria ser Xiao Lang a querer casar com ela o mais rápido possível. O que poderia correr mal?

Entrou na escola e ficou petrificada com o que tinha visto. A Kinomoto com o seu Xiao Lang? Mas ontem eles nem se falavam…

Decidiu ir lá.

-"Bom-dia Xiao Lang" – disse Azusa. Preferia chama-lo de docinho mas foi exactamente por isso que discutiram no outro dia.

-"Bom-dia Kawamura. Tudo bem?" – perguntou Sakura de bom humor.

-"Ah… bom-dia Kinomoto!" - 'Cabra!' – "Comigo está tudo mais ou menos e contigo?"

-"Comigo vai tudo bem" – 'Bitch' – "continuando… temos de combinar uns dias para estudarmos para os exames."

-"Ah… mas isso é uma óptima ideia! Quando é?" – perguntou Azusa.

-"Azusa… Tu não foste convidada." – Disse Li tentando parecer sério. A sua vontade era de rir na cara dela. Sakura abafou uma pequena risada.

'Coitada… até mete pena como ela é tratada'

-" Vou ter com a Louise. Adeus" – disse Azusa, enquanto tentava não fazer transparecer a raiva que sentia no momento.

-"Olá Azusa! O que se passa?" – perguntou Louise, vendo a amiga de punhos fechados.

-"Olá Louise…O que achas que se passou?" – perguntou ela irónica. – "A cabra da Kinomoto já está a tentar roubar o Xiao Lang de mim… Ai… mas eu juro… ela não vai conseguir" – disse ela com os olhos cheios de raiva.

-"O que vais fazer?" – perguntou Louise preocupada com aquelas palavras de ódio da amiga.

-"Hoje mesmo… O Xiao Lang vai ser meu." – disse Azusa gargalhado de uma forma macabra.

§§

Depois de sair da escola, Azusa correu para a sua casa. Se houvesse alguém que soubesse o que fazer, esse alguém seria o seu pai. Abriu a porta e correu para o telefone.

-"'Tou pai, sou eu a Azusa! Olha tenho um problema."

-"Olá, minha pequena Zuzu! Então conta lá ao teu pai, que problema é esse?" – ouviu-se uma voz masculina, mas num tom doce.

-"É o Xiao Lang. Eu acho que corro o risco de o perder"

-"De o perder? Não digas disparates! Nós temos os anciões do nosso lado e além disso sabes que para se interromper um casamento é preciso ter razoes muito fortes para o fazer" – rapidamente aquele tom doce que se ouvia na voz masculina, mudou para um tom mais sério.

-"Eu sei disso pai, mas eu acho que ele está a ficar apaixonado. O amor é uma razão forte para se interromper um casamento."

-"Tu sabes disso Azusa… mas ele não sabe" – disse o pai da rapariga de uma forma maliciosa.

Azusa abriu um largo sorriso. Realmente, o seu pai sabia ver tudo de outra perspectiva.

-"Mas pai, isso é muito vago. O Xiao Lang pode ter conhecimento disso facilmente."

-"Então minha querida Zuzu, terás de fazer com que ele goste de ti."

-"E como faço isso pai?"

-"Zuzu… minha querida filha… isso é simples. Só tens de fazer exactamente o que te digo."

§§

Azusa preparou-se para sair. Foi com sua mãe à cidade vizinha.

-"Como se chama a senhora?" – perguntou a mãe de Azusa.

-"Madame Smith. É inglesa. O pai indicou-ma. Disse que ela teria a solução para os meus problemas."

-"E que problemas tens tu Azusa? Ainda és uma menina"

-"Ai mãe! Que coisa! Eu já tenho 17 anos, já não sou mais uma criancinha. Pára de me tratar como se fosse uma."

-"Ai ai…. Esquece o que eu disse então… Anda aqui uma pessoa a criar os filhos para…"

-"É aqui mãe!" – disse Azusa indicando uma loja.

-"Produtos esótericos? Vê lá no que te metes Azusa"

-"Espera por mim aqui" – disse Azusa, saindo do carro. Entrou na loja.

-"Boa tarde" – disse baixinho. Não havia ninguém no balcão. Azusa tocou uma campainha.

-"Seja bem-vinda querida! Hum… vejo que tens um problema entre mãos!" – disse uma senhora baixa, gordinha e com umas vestes roxas, estranhas.

-"Tenho sim. O meu pai, o Sr. Kawamura indicou-me a Madame Smith como resolvente de qualquer problema. Ela está?"

'O Sr. Kawamura?' – pensou a Madame Smith.

-"Está sim. Está mesmo à tua frente. Eu sou a Madame Smith, Olha querida, acompanha-me à sala reservada para falarmos mais à vontade" – disse a senhora indicando-lhe o caminho.

Entraram numa sala pequena. Lá havia uma mesa com umas cartas estranhas. Havia estantes com todo o tipo de objectos bizarros e um cheiro insuportável a incenso.

'É mesmo típico de uma bruxa" – pensou Azusa com cara de desdém, enquanto olhava para a sala.

'É mesmo filha do Takuya' – pensou Smith ao ver a cara de enjoada da rapariga. Iria até ao fim para ver o que pretendia a rapariga.

-"Então minha querida, explica-me o teu problema" – disse a Madame Smith enquanto baralhava umas cartas. Enquanto Azusa explicava a sua situação, a Madame Smith colocava as cartas na mesa. Franziu as sobrancelhas.

-"Madame, o que vê ai?" – perguntou Azusa curiosa.

-"Olha minha querida, as cartas não me dão informações concretas. Dizem-me que os vais conseguir afastar. Estás a ver aqui esta carta? Diz que é por tempo indefinido. Esta aqui junto desta diz-me que o teu sucesso é incerto"

-"E isso significa que…" – disse Azusa confusa.

-"Significa que tu vais conseguir com que se afastem, mas as cartas não me conseguem dizer se é por muito ou pouco tempo. Pode até ser para sempre" – Azusa sorriu – "Mas existe um problema querida. Quando te disse que o teu sucesso é incerto, quis dizer que tanto podem ficar juntos e tu ai fracassarás, ou poderão ficar separados."

-"Não tem nada que me ajude?"

Madame Smith reflectiu uns momentos. Deu uma nova espreitadela nas cartas. Sim, realmente aquilo era a coisa certa.

-"Olha minha querida, só triunfarás se te esforçares. Posso arranjar-te um amuleto que te dará uma pequena ajuda."

Azusa torceu o nariz.

-"E não pode fazer um feitiço qualquer?"

-"Posso querida. Existem muitos feitiços mas eles podem resultar como não. Diz-me querida, é mesmo isso que tu queres?"

-"Quero!" – respondeu uma Azusa convicta

-"Sabes que se ele gostar de ti, poderá ser por ti ou pelo feitiço não sabes?" – Azusa confirmou – "Volto a repetir querida, é mesmo isso que tu queres?"

-"Quero!" – A rapariga repetiu.

A Madame fez um feitiço e deu um amuleto a Azusa. Depois de sair, a Madame Smith baralhou as cartas e deitou-as na mesa. Balançou a cabeça negativamente. Pegou no telefone e discou um numero…

§§

-"Bom dia Shaoran" – disse a menina de olhos verdes.

-"Bom-dia! Já reparaste nos panfletos para o baile?"

-"Já… Mas olha, Shaoran… Tens mesmo a certeza que a Kawamura não se importa que eu vá contigo ao baile?"

-"Tenho, 'tá descansada!" – Na verdade, não tinha falado com Azusa mas isso pouco lhe importava.

-"Bom dia Docinho" – disse Azusa dando um grande abraço ao rapaz.

-"Bom dia linda! Dormiste bem?" – perguntou ele

-"Sim, Sonhei contigo" - respondeu Azusa com todo o carinho.

-"Bom, vou indo. Adeus" – disse Sakura, sentindo-se à parte. Sabia que se ficasse ali teria de presenciar cenas de afecto entre os dois.

Já tinha passado algum tempo desde a vinda de Kawamura para o Japão. Apesar de saber que Shaoran Li tinha namorada, ainda não o tinha conseguido tirar da cabeça. Quando Azusa apareceu, Shaoran não parecia muito interessado nela, parecia até que estava com ela por obrigação. O mesmo não se podia dizer agora. Quando Shaoran estava perto de Azusa, ele ficava totalmente diferente, completamente irreconhecível.

Sakura entrou na sala. Viu Tomoyo sentada e aproximou-se da amiga.

-"Olá Tomoyo!" – disse Sakura desanimada.

-"Olá priminha! O que se passa?" – Tomoyo levantou-se da cadeira, pegou em Sakura e levou-a para o canto da sala.

-"Shaoran…" – ela disse num suspiro.

'Mas será que ele não abre os olhos?' – pensou a menina dos olhos ametistas.

-"O que é que ele fez agora?" – do Shaoran já esperava tudo.

-"Não fez nada. Eu é que já não aguento esta situação. Ele parece que tem duas personalidades" – disse Sakura quase à beira de lágrimas.

-"Porque?"

-"Quando está comigo age normalmente, é o Shaoran que eu conheci. Mas quando ela chega perto, ele muda radicalmente."

-"Sabes do que precisas prima? Precisas de um dia de compras." – disse Tomoyo tentando anima-la – "Não podes ficar presa ao Shaoran Li para sempre, especialmente agora que ele está com os olhos mais fechados que nunca."

-"O quê?" – Sakura não tinha ouvido bem o que a prima tinha dito.

-"Sabes o que podemos fazer prima? Comprar os nossos vestidos para o baile. Podíamos ir a Yotama (é uma cidade criada por mim, a cidade vizinha). Lá há muitas lojas com montes de vestidos. O que achas?"

-"Óptimo. Preciso mesmo de espairecer" – disse olhando para a porta que tinha sido aberta por Shaoran, com Azusa ao seu lado.

Viu-o a abraçar Kawamura e a beija-la. Quando os dois se separaram, Sakura conseguiu ler nos lábios do rapaz, a palavra adoro-te. Ao ouvir isso e apercebendo-se que Sakura estava a ouvir o que o rapaz dissera, Kawamura olhou para a rapariga dos orbes verdes com um brilho de triunfo nos olhos. Ela deveria saber dos seus sentimentos por Shaoran.

O professor entrou na sala e deu inicio à aula. Todos retomaram os seus lugares e Sakura arrancou uma folha do seu caderno e escreveu umas palavras. Dobrou o papel e entregou-o a Tomoyo.

'Viste a maneira como ela olhou para mim? Tenho o pressentimento de que ela fez alguma coisa de errado. Ela não me inspira confiança.' – leu Tomoyo para si. Escreveu umas palavras e entregou o papel a Sakura.

'Vi e não gostei. Qualquer dia dou-lhe uma tareia. Prima, está descansada. Se ela fez alguma coisa de mal, ela irá receber o dobro de volta!" – Sakura dobrou o papel e meteu-o no meio do livro.

Estava ansiosa pelas compras. Shaoran tocou-lhe no ombro e ela sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha. Já estava habituada ao que os toque do rapaz lhe provocavam. Virou-se para contemplar os olhos âmbares de Shaoran.

-"Queres vir jantar lá a casa?" – disse ele baixinho para não ser ouvido pelo professor.

-"Ok… mas quem vai mais?"

-"Eu, tu, o Wei e a minha madrinha. Eu queria que tu a conhecesses."

-"Ok! Eu vou!" – disse Sakura, virando-se para a frente, para prestar atenção à aula.

§§

Finalmente tinha chegado a casa. Tinha agora uma satisfação imensa. Relembrou-se da fatigada tarde que tinha tido.

Flashback

-"Finalmente encontramos o teu vestido… és mesmo esquisita!" – disse Tomoyo para a prima.

-"Agora que já temos tudo o que precisamos, podemos ver o resto das lojas?"

-"Claro. Vamos ver já esta!" – Tomoyo agarrou no braço da prima e entraram numa loja.

Uma senhora saiu detrás do balcão. Tinha umas vestes esquisitas.

-"Olá queridas! Eu sou a Madame Smith. Em que posso ajuda-las?" – perguntou a mulher.

-"A senhora é tarologa?" – perguntou Tomoyo, fascinada com tudo o que a rodeava. Pareceu a Sakura que Tomoyo percebia do assunto.

-"Neste momento eu não deito cartas. Tenho a aura azul sabes…Mas se quiserem eu posso espreitar na bola de cristal e aconselhar-vos, mas aviso desde já que os meus conselhos não serão concretos. Se assim fosse, vocês fariam as vossas escolhas conforme o que eu dissesse. Vocês tiram as vossas próprias conclusões. Aceitam estas condições, minhas queridas?"

Meu Deus… como ela odiava mentir… Mas teria de o fazer. Fora isso que tinha ficado acordado. Tudo iria correr bem, e no final da crise, tudo se iria resolver.

-"Claro. Eu sou primeiro"- disse Tomoyo

-"Passa minha querida. Vamos para uma salinha reservada" – disse a senhora.

Já dentro da sala, sentaram-se em frente a uma mesa.

-"Olha minha querida, consigo ver aqui uns probleminhas mas nada de muito grave. Irás ultrapassa-los se não fores tão perfeccionista, tão calculista. Deixa as coisas acontecerem naturalmente. A vida é para vive-la aos poucos, não faças dela uma agenda." - disse a Madame Smith – " Não tenho mais nada a dizer em relação ao teu futuro. Agora tu, minha querida…" – disse, enquanto fazia de Sakura, o centro das suas atenções.

Olhou para a bola e passou as mãos estrategicamente por ela, tal como tinha feito quando previu o futuro de Tomoyo.

-"Querida, qual é o teu nome?"

-"Sakura Kinomoto."

-"Posso tratar-te por Sakura?" – A madame Smith recebeu uma resposta afirmativa, vinda da rapariga. – "Olha Sakura, o teu futuro não vai ser tão simples como o da tua amiga…"

-"Tomoyo" – respondeu a própria.

-" …Como o da tua amiga Tomoyo. Terás umas complicações que te darão muito sofrimento. Diz-me querida, gostas de um rapaz, não é?"

Sakura confirmou com a cabeça. A senhora pediu gentilmente à rapariga se podia contar a sua "história" resumidamente e foi o que ela fez.

'Tal e qual como eu tinha previsto. É esta a rapariga

-"Olha querida, tem magia metida nesta situação. Provavelmente a culpada é essa rapariga de que me falaste."

-"E não há maneira de mudar a situação?" – perguntou Tomoyo, tão preocupada quanto Sakura.

'É típico da minha prima'- pensou Sakura. Agradeceu aos Deuses por ter uma pessoa como ela tão perto de si.

-"Existe uma maneira. Queres que trate do assunto querida?"

-"Sim, por favor"

Depois de desfazer o feitiço que ela mesma tinha feito, a Madame Smith chamou Sakura à parte e disse-lhe:

-"Olha minha querida, o meu conselho para ti é muito simples. Continua a ser aquilo que és, e quando pensares que está tudo contra ti, pensa que vai correr tudo bem! Deixa que o destino se encarregue do resto." – disse a senhora.

-"Muito obrigado madame." – disse Sakura, juntando-se a Tomoyo e foram embora.

Fim do Flashback

'O que será que ela quis dizer com aquilo?' – perguntou Sakura a si própria. Resolveu pensar nisso mais tarde. Agora teria de ser preparar para o jantar na casa do Li.

Foi tomar banho e quando saiu, teve uns pequenos problemas para escolher uma roupa. Vestiu um top laranja sumido, não muito vistoso (daqueles que estão na moda) e umas calças de ganga.

Estaria confortável e pareceria casual. Escovou o cabelo e deixou-o solto. Estava pronta. Desceu as escadas e saiu. Porém, o conselho da Madame Smith não lhe saia da cabeça.

'…Continua a ser aquilo que és e quando pensares que está tudo contra ti, pensa que vai correr tudo bem. Deixa que o destino se encarregue do resto' – relembrou e voltando a ficar confusa.

Tocou à campainha da casa de Li. Wei veio abrir-lhe a porta.

-"Boa-noite menina Sakura. Entre" – disse o mordomo, dando passagem à menina.

-"Boa noite Wei."

-"Olá Sakura. Então como foi o dia de compras?" – perguntou Shaoran enquanto levava a rapariga para o seu quarto.

-"Foi óptimo" – disse ela. Convidaram Shaoran para ir com elas mas ele recusou, dizendo que teria de preparar tudo para o jantar.

-"Olha, senta-te aqui que eu vou só acabar de me arranjar. Podes ir teclar um bocado no computador, para não ficares aborrecida, enquanto esperas por mim."

Ela sentou-se na cadeira. Viu que Li estava a falar com uma mulher chamada Yelan.

Sakura recordou-se de uma vez ter ouvido falar de uma Yelan… Ah… pois claro, Yelan era a mãe do Shaoran.

Tinha vontade de ler a conversa, mas não podia, não estava certo.

-"Que se lixe… Vou ler"

Xiao Lang diz: mas mãe, eu não a amo

Yelan diz: com o tempo aprenderás a ama-la

Xiao Lang diz: mãe, tu queres o melhor para mim não é?

Yelan diz: Claro, és meu filho…

Xiao Lang diz: Conseguirias viver, sabendo que o teu filho está infeliz?

Yelan diz: Isso nunca. Tu e as tuas irmãs são o mais importante para mim.

Xiao Lang diz: Então diz-me mãe, como posso interromper o meu noivado com Azusa?

Yelan diz: Tu serás o futuro líder do clã e por isso só tens uma hipótese. Só poderás interromper o noivado se gostares muito de outra pessoa. Mas filho, a pessoa que escolheres para ser tua noiva terá de ser do agrado dos anciões, senão nada feito.

Xiao Lang: Obrigado mãe. Nunca me vou esquecer do que estas a fazer por mim!

Yelan diz: Então e como te estas a dar por ai? Já fizeste amigos?

Xiao Lang diz: Fiz uma muito especial.

Yelan diz: Especial? E como se chama ela?

Xiao Lang diz: Sakura Kinomoto.

Yelan diz: Espero conhece-la em breve.

Xiao Lang diz: Olha mãe, vou ter de ir embora. Convidei a madrinha para vir cá a casa jantar comigo com a Sakura e com o Wei.

Yelan diz: Vai lá meu filho. A Futtie está aqui ao meu lado e manda-te muitos beijinhos.

Xiao Lang diz: manda muitos para elas quatro. Diga a elas que tenho muitas saudades e que vos adoro a todas. Beijinhos mãe. (K)

Yelan diz: Adeus Xiao Lang.

Sakura, depois de ler a conversa, entrou na sua sessão e foi falar com Tomoyo.

Sakura diz: Tomoyo, tenho umas coisas para falar contigo. Nem vais acreditar…

Tomoyo diz: Então diz logo prima.

Sakura diz: Agora não posso. Falamos mais tarde. Beijinhos

Tomoyo diz: Beijinhos prima.

-"Já estou pronto. Vamos descer?" – perguntou Shaoran

Desceram os dois e foram para a sala onde aguardavam a chegada da madrinha de Shaoran. Ouviram a campainha tocar.

-"Olá Wei! Está bom querido?

-"Estou óptimo! Entre"

-SHAORAN! Meu afilhado querido" – disse a senhora agarrando Shaoran e abraçando-o. Não resistiu e puxou a bochecha ao rapaz – "'Tás tão crescido"

Sakura olhou para a senhora. Qual não foi a sua surpresa quando viu a Madame Smith, a senhora que lhe aconselhara esta tarde…

Continua…

Oi… aqui estou eu, com mais um capitulo. Acabei de sair do cabeleireiro (vim só postar um capitulo novo e depois vou para o casamento da minha irmã… horário cheio, o meu.)

Sobre este capitulo… Entrou uma personagem nova na fic, a madrinha do Shaoran, que irá ser de grade ajuda para a nossa flor de cerejeira (mais não digo sobre ela)…

Sobre as previsoes dela… já deu para ver mais ou menos o que se irá passar (eu não ia dizer tudo né? Senão perdia o interesse…)

No capitulo anterior recebi poucos mas bons reviews… como é pessoal? Quero ver muitos comentários. Senão comentarem eu não escrevo mais (ò ó) Brincadeira….

Littledark: muito obrigado pelo teu comentário… eu também acho que eles ficam muito fofos juntos mas aqui na minha fic eles vão demorar um pouco para ficarem juntos porque na minha opinião quando eles se entendem, perde um pouco a graça.

Sakura Mars: brigado pelo teu review. Eu também adoro a musica da Mafalda veiga. Alias, ela tem outra musica muito bonita em que ela canta com o Jorge Palma se não me engano. A musica chama-se tatuagens. Ouve e diz-me o que achas

Adorei a tua pequenina nota no final do Cardcaptors, nova era. A tua humilde historia está excelente mesmo. Deixa de ser modesta porque tens ali uma boa historia. Beijinhos

Nadeshico: eu entendo que a tua curiosidade seja muita mas eu não vou dizer nadinha (hohoho)… muito obrigado pelo teu review e acredita… eu também quero matar a Azusa (grrrr)

HikariTenchi: obrigado pelo teu review. Espero que não te tenhas importado com o mail que te mandei… e ainda não te adicionei mas vou faze-lo em breve.

Bom, vou para o casamento da minha irmã. Prometo que quando me passar o bloqueio eu posto o 6º capítulo.

Beijinhos para todos

Kalilah