(….) – Intervenções minhas

(itálico) – Flashback

(negrito) – conversa no MSN


Sakura olhou para a senhora. Qual não foi a sua surpresa quando viu a Madame Smith, a senhora que lhe aconselhara esta tarde…

-"Olá querida!" – disse a Madame Smith

-"Olá…" – disse Sakura, ainda se recuperando da surpresa.

-"Eu sou a Elisabeth Smith, madrinha do Shaoran. Podes-me tratar por Beth, ok?" – disse ela docemente.

-"Ok" – respondeu uma Sakura confusa. Porque é que ela não a cumprimentou normalmente? Afinal, já se conheciam…

-"E qual é o teu nome querida?" – perguntou a senhora, embora já soubesse a resposta.

-"Sakura Kinomoto. Muito prazer!" – ela disse com um pequeno sorriso. Não entendia nada do que se estava a passar, mas resolveu alinhar. Ela deve saber o que está a fazer.

-"Prazer querida! Wei, quando é que se come nesta casa?

-"Agora mesmo" – disse o senhor, bem disposto. Aquela senhora alegrava qualquer um com a sua presença.

§§

-"Bom, eu vou levar os pratos para a cozinha. Ajudas-me Wei?" – perguntou Shaoran.

-"Claro, menino Shaoran."

-"Eu também ajudo" – disse Sakura começando a agarrar no seu prato.

-"Tu ficas aqui com a Beth. Vocês são minhas convidadas." – dito isto, Shaoran e Wei foram para a cozinha.

-"O rapaz que tu gostas é o meu afilhado, não é Sakura?" – perguntou a Madame Smith

-"É sim" – disse ela corada, depois de um momento de reflexão.

-"Fico muito contente que assim seja. Pude ver que és muito boa pessoa sabes? Só te preocupas com o bem-estar do Shaoran. Tiveste a oportunidade de fazeres com que ele gostasse de ti, mas tu só fizeste o correcto. Nem sabes a quantidade de pessoas que vão lá à minha loja a pedirem-me feitiços de amor. Nem se dão conta que as pessoas enfeitiçadas têm de gostar delas pelo que elas são e não por feitiços. Posso ver que compreendes o que te estou a dizer…"

-"Sim. O amor deve surgir naturalmente. Eu não me iria sentir bem, sabendo que o Shaoran estava comigo por causa de um feitiço e não por amor verdadeiro."

-" Nós ainda nos vamos dar muito bem Sakura. Espero ver-te mais vezes." – Disse ela com um sorriso doce.

-"Eu também" – ela respondeu ao sorriso com outro – "Mas Beth… podia-me explicar melhor o seu conselho?"

-"Fui muito vaga não fui querida? O conselho é para a vida amorosa. Pude ver que tu terás de enfrentar uma situação dolorosa, daí que eu te disse para pensares positivo, que depois de uma tempestade vem a bonança. Pensa que tudo vai correr bem e não te deixes abater" – ela disse, na expectativa de dar força à rapariga.

-"Obrigado Beth"

-"De nada minha flor! Não te esqueças que tens muita gente a torcer para que fiques com o Shaoran e se Deus quiser, tu vais conseguir"

-"Muito obrigado" – disse Sakura. Deu um grande abraço na Madame Smith – "…mas Beth, porque fingiu que não me conhecia?"

-"Se eu dissesse que te conhecia, o Shaoran iria querer saber de onde. Aí, eu teria de dizer que era da minha loja e ele iria querer saber o que foste lá fazer e o que te disse e sinceramente querida, não irias querer que ele soubesse pois não?"

Sakura negou com a cabeça e fez sinal à Madame Smith para que tomasse atenção pois Shaoran e Wei vinham ai.

-"De que estavam a falar?" – perguntou Shaoran enquanto se sentava a mesa.

-"A Beth estava-me a falar de Hong-Kong" – disse Sakura, piscando o olho a Madame Smith sem que nenhum dos dois reparasse.

-"Olha querido, tens falado com a tua mãe?" – perguntou a Madame mudando logo de assunto.

-"Tenho sim. Ela disse-me que está tudo bem por lá"

-"Já conheces a Yelan, Sakura?" – perguntou Beth

Sakura negou com a cabeça.

-"Mas a minha mãe disse que queria conhecer-te" – disse Shaoran

-"Bom, meus queridos, vão desculpar-me mas tenho de me ir embora." – Disse Elisabeth

-"Sendo assim, eu também vou" – completou Sakura

-"Óptimo querida. Assim acompanho-te a casa. O meu carro está aqui perto."

-"Sakura, eu precisava falar contigo antes de ires" – disse o rapaz dos olhos âmbares.

Sakura olhou para a madame Smith e esta disse que esperaria por ela. Shaoran levou a rapariga para a cozinha.

-"Olha Sakura, eu comprei isto para ti. Quando ia a passar pela rua, vi-a e lembrei-me de ti. Queria agradecer-te por teres vindo cá a casa hoje" – disse Shaoran com uma rosa na mão.

-"É linda Shao… Mas não era preciso incomodares-te" – disse a raparigas aceitando a rosa.

-"Não foi nada Sakura!" – disse ele corado.

-"Bom, vou-me embora. A tua madrinha está à minha espera" – Sakura tinha de evitar qualquer tipo de conversas muito próximas. Se não o fizesse, criaria falsas esperanças.

-"Ok! Vemo-nos amanhã então" – disse Shaoran. Aproximou-se de Sakura e beijou-lhe a face.

Dirigiram-se para a porta, onde Wei e Beth conversavam alegremente.

-"Podemos ir querida?" – disse Elisabeth reparando na rosa

-"Claro." – Concordou a rapariga.

-"Então adeus meu afilhado querido. Passa lá na minha loja um dia destes" – disse a feiticeira enquanto dava um enorme beijo cheio de ternura na face do rapaz. Depois, saiu pela porta acompanhada por Sakura.

-"Foi o meu afilhado que te deu essa rosa?"

-"Foi" – disse Sakura com um largo sorriso.

'Realmente as cartas não mentem. O amor não existe só da parte de Sakura…'

-"É muito bonita. Olha querida, manténs-me informada? É que agora também já és minha afilhada e eu quero saber o que se passa. … Se precisares de falar com alguém, podes telefonar-me" – disse Beth enquanto oferecia um cartão à rapariga.

-"Eu também a considero como uma madrinha" – disse Sakura, enquanto aceitava o cartão. Em tão pouco tempo, já tinha desenvolvido um amor enorme por aquela senhora.

Sentiu uma vontade de abraça-la e foi o que fez.

-"Quero que tenhas muita força daqui para a frente. Não deixes que as pessoas más levem a melhor, 'tá bem querida?"

Sakura concordou. Largou a senhora e entrou dentro de sua casa. Subiu as escadas e entrou no seu quarto. A sua cabeça estava cheia de informações que ainda não tinha conseguido "processar". Deitou-se na cama.

Sentia-se cansada. Olhou para a rosa que Shaoran lhe tinha dado. Estava tão confusa… Não sabia se o havia de esquecer ou lutar por ele. Não sabia se Shaoran estava mais amável com Azusa pelo feitiço ou por vontade própria. A rapariga tinha demasiadas dúvidas.

Levantou-se da cama e dirigiu-se à janela. Espreitou para o quarto se Shaoran. Avistou-o e corou violentamente. O rapaz estava sentado ao computador, sem camisa. Ficou a admirar o físico do rapaz, os músculos bem desenvolvidos. Resolveu ligar o seu computador, não para falar com Shaoran, mas com Tomoyo. Tinha de lhe contar aquilo que vira.

Entrou no Messenger e viu que Tomoyo e Shaoran estavam on-line.

Sakura diz: Olá prima…

Tomoyo diz: Tenho estado à tua espera. Diz-me o que se passou!

Sakura diz: Eu vi uma conversa no MSN entre o Shaoran e a mãe.

Sakura diz: Lá, ele perguntou à mãe como poderia interromper o noivado

Tomoyo diz: NOIVADO?

Tomoyo diz: Achas que a Kawamura é noiva dele?

Tomoyo diz: Eu não acredito!

Tomoyo viu que a prima demorava muito a responder.

'Ela deve estar a sentir-se pessimamente – pensou a rapariga de cabelos cinzentos.

Tomoyo diz: Prima, faz assim: toma um bom banho e vai dormir.

Tomoyo diz: Amanha será um novo dia, verás como te sentes melhor.

Tomoyo diz: Chega mais cedo à escola amanhã. Aproveitamos a ausência de todos para falarmos.

Tomoyo diz: Beijinhos Saki! Anima-te

Sakura diz: Ok… até amanha.

Sakura fez o que a prima lhe disse. Amanhã teria as ideias organizadas e decerto pensaria melhor.

Tomoyo viu a prima ficar off-line. Abriu a página da Internet e tentou reunir toda a informação que conseguiu sobre os Li.

§§

Da janela, Tomoyo conseguiu ver Sakura a atravessar o pátio da escola.

Viu-a cabisbaixa. Sentiu revolta em vê-la assim. Porque é que ele não lhe contou sobre o noivado? Uma coisa era certa. Shaoran não amava a Kawamura e pelos vistos ele finalmente tinha percebido, porque afinal, tentou saber como desmanchar o noivado.

Mas Sakura, como sempre, não tinha reparado nisso. Ela era muito cabeça no ar, e não era lá muito perspicaz. Só reparava em algumas coisas, chegando até a prejudicar-se com isso.

Pela informação que tinha recolhido ontem, conseguiu perceber um pouco o Li.

Na sua grande família, as crianças eram educadas de uma forma diferente. Shaoran tinha sido treinado para ser um guerreiro, para ser um bom gestor das contas da família e para ser um bom marido. Mas nada lhe ensinaram sobre sentimentos, daí a sua ignorância sobre o que sentia.

-"Bom-dia Tomoyo" – disse Sakura desmotivada.

-"Bom dia Saki… Senta-te aqui, temos muito que falar" – disse a rapariga de olhos ametistas, indicando-lhe uma cadeira. – " Então… já tens as ideias organizadas?"

-"Pensei muito, sabes… visto que ele tem noiva, eu não tenho que me meter entre os dois. Iria ser egoísta se o fizesse. Decidi que vou desistir dele. Acompanho o Li ao baile e depois afasto-me dele o suficiente para o esquecer sem que ele perceba que há algo de errado" – disse enquanto fixava um ponto ao acaso no chão. Sentiu os seus olhos ficarem húmidos, mas não tentou esconder da sua prima que estava a chorar.

Como Tomoyo uma vez lhe dissera, não devemos ter vergonha de mostrar os nossos sentimentos. Ao se aperceber da situação da prima. Tomoyo levantou-se da sua cadeira. Pegou na cabeça da rapariga, encostou-a ao seu ventre e começou a fazer festinhas no cabelo dela.

-"Não desistas Sakura. Não agora… Vais ver que o Li ainda vai corresponder aos teus sentimentos…" – disse Tomoyo. Não iria ser difícil, pois Li já amava Sakura. O que iria ser difícil era faze-lo aperceber-se disso. – "As coisas parecem más agora, mas tens de pensar que vai correr tudo bem." – Ela continuava a acariciar o cabelo da prima, com o intuito de a fazer sentir-se melhor. – "E agora Sakura… o que vais fazer?"

-"Vou fingir que não sei de nada. Se ele só me contou metade, é porque não queria que eu soubesse do resto, e eu vou respeitar a vontade dele." – Disse a rapariga com os olhos ligeiramente vermelhos de tanto chorar.

-"Mas Sakura…" – Tomoyo calou-se rapidamente. Li tinha acabado de abrir a porta.

-"Bom-dia! O que fazem vocês aqui tão cedo?" – perguntou ele, enquanto pousava um pano na mesa do professor e um balde no chão.

Sakura levantou-se da cadeira e foi para a janela. Não queria que Shaoran a visse chorar. Tomoyo percebeu isso e foi para um sitio próximo de Li, tentando distrai-lo até Sakura estar devidamente "apresentável".

-"Viemos estudar um pouco antes das aulas" – mentiu Tomoyo – "E tu Li? O que estás aqui a fazer?"

-"O professor ontem pediu-me para fazer a limpeza. O Takeshi está doente"

-"Ah… e o que é que o Takeshi tem?" – perguntou Tomoyo, falsamente interessada no Takeshi. O que ela queria mesmo atrair a atenção de Li.

-"Varicela…" – disse ele rapidamente enquanto olhava para a rapariga que observava o pátio através da janela – "O que se passa com a Sakura?"

-"Não passou bem a noite" – disse Tomoyo instintivamente.

-"Com licença Tomoyo" – ele disse, indo agora, em direcção de Sakura.

Tomoyo fez o que pôde. Resolveu ir à casa de banho (ou banheiro). Não que le apetecesse mas queria deixa-los à vontade.

Sakura continuava a olhar através da janela. Shaoran apareceu por trás dela e pousou as suas mãos nos ombros da rapariga. Sentiu um arrepio vindo da rapariga.

-"O que se passa contigo?" – sussurrou-lhe ao ouvido.

Ela não se moveu. Continuou de costas para o rapaz.

-"Não passei bem a noite" – Mentiu. Menos-mal que tinha ouvido a desculpa de Tomoyo.

-"Então, porque não vais para casa?" – perguntou ele preocupado.

-"Não é preciso. Já estou a sentir-me melhor" – ela finalmente virou-se para encarar o rapaz.

Shaoran reparou nos traços da rapariga. O seu rosto era formoso, distinto. Apesar de só os ter tocado uma vez, o rapaz arranjaria 1001 adjectivos para os lábios da rapariga e para as sensações que esses lhe proporcionaram.

Sakura observava o rosto de Shaoran com toda a minuciosidade. Como é que ele a fazia experimentar sensações tão diferentes num único momento? Veio-lhe uma imagem de Kawamura vestida de noiva. Que raiva que sentia, de tudo e de todos, mas principalmente de Shaoran. E com esse pensamento quebrou imediatamente o contacto visual.

Ao aperceber-se disso, o rapaz respondeu:

-"Ok. Vou confiar em ti." – Disse piscando o olho a ela.

'Que ironia… agora é que ele confia em mim '

-"Já tens a roupa para o baile?" – perguntou ela, tentando mudar de assunto. Se continuassem com aquela conversa, talvez ainda dissesse algo que se haveria de arrepender mais tarde.

-"Tenho. A que horas passo cá na tua casa para te buscar?" – perguntou ele. Afinal, o baile era dentro de dois dias. Queria que fosse tudo perfeito.

-"Ás 21:30 'tá bom?"

-"'Tá óptimo!" – disse ele – " Olha, vou acabar a limpeza antes que os outros comecem a chegar."

-"Eu ajudo-te."

§§

-"Xiao Lang, vamos para casa juntos?" – perguntou Azusa interrompendo uma conversa entre Shaoran e Sakura.

-"Como queiras" – disse ele. Não sabia o porque, mas já não lhe apetecia ser simpático com ela. Tinha sentido uma enorme necessidade de estar com ela, toca-la, beija-la, mas agora essa necessidade tinha passado.

'Talvez eu tenha ficado enlouquecido temporariamente ' – ele pensou, e um pequeno sorriso apareceu na face do rapaz.

-"Kawamura, tu vives onde?" – perguntou Sakura.

-"Ela mora longe de nós" – disse Shaoran

-"…mas vou sempre para a casa do meu Xiao Lang, sabes…. Para namorarmos um bocado" – disse Azusa tentando provocar ciúmes a Sakura.

Esta controlou-se. Sabia o que Azusa queria e não lhe iria dar essa satisfação. Iria mostrar para ela que era superior aos seus comentários, ignorando-a.

-"Bom, até amanhã então…" – disse Sakura abrindo o portão da sua casa. Porém, antes de entrar na sua casa, virou-se para contemplar o rapaz uma ultima vez. Ficou surpresa pois ele olhava para ela fixamente. Azusa reparou na longa troca de olhares.

-"Vamos Xiao Lang" – disse Kawamura enquanto empurrava o Shaoran para a frente, quebrando assim o contacto visual entre eles.

Kawamura e Shaoran caminhavam agora em direcção da casa do rapaz.

Sakura andava distante, com os pensamentos noutro sítio. 'Quantas vezes lhe havia chamado a atenção? ' – Perguntou-se.

Tentou saber o porquê de ela se encontrar assim, mas a rapariga arranjava sempre maneira de mudar de assunto ou então arranjava uma desculpa como "passei mal a noite".

O olhar dela também estava diferente. Parecia que por detrás dos seus olhos encontrava-se uma grande tristeza. Doía-lhe muito ver ela assim. Sentia saudades da Sakura antiga: era meiga, terna, doce e tinha sempre um sorriso no rosto. Contagiava qualquer um com a sua felicidade. Não que ela não continuasse a ser o que era mas havia outra coisa que também havia mudado: o sorriso. Parecia que fazia um grande esforço para abrir um simples sorriso.

Algo a mantinha triste. Tinha de haver uma razão para ela estaria assim ou então alguém a fazia sofrer. 'Mas quem? ' – Perguntou-se.

A ausência do seu irmão Touya, por exemplo. Embora inconscientemente, Touya também a fazia sofrer. Mas quando conheceu Sakura, Touya já estava a trabalhar em Tóquio e Sakura nessa altura ainda estava feliz.

'Talvez Sakura está apaixonada por alguém ' – pensou.

Mas a mesma pergunta mantinha-se. Quem? Por quem, estaria Sakura apaixonada?

'Sim, talvez ela esteja mesmo apaixonada…. Ou então não. ' - Pensou

Levou as mãos ao cabelo. Estava confuso demais, tinha muitas dúvidas sobre a sua amiga, mas de uma coisa tinha certeza: iria esforçar-se para ajudar a pessoa mais importante para ele. Abriu um pequeno sorriso. Amava Sakura com todo o seu coração. Era como se ela fosse sua irmã.

Pensando isto, o rapaz olhou para Azusa que falava sem parar. Só esperava não se estar a enganar a si próprio...

-"Xiao Lang…. Xiao Lang…. XIAO LANG! 'Tou a fazer-te uma pergunta!" – disse Azusa enervada com o rapaz – "Vais ao baile?"

-"Vou…" – disse ele vagamente, ainda enleado nos seus pensamentos.

-"Então encontramo-nos lá, ok?"

-"Ok…" – o rapaz concordou, totalmente indiferente ao que a rapariga tinha combinado.

§§

-"Olá Shaoran, entra!" – disse ele dando passagem ao rapaz.

-"Olá senhor Fujitaka! A Sakura já está pronta?"

-"Ainda não. Senta-te"

-"Então senhor Fujitaka, como foi a sua última viagem?"

-"Correu tão bem que estou de partida outra vez. Vou para umas escavações na Grécia. Estou só à espera de ver a Sakura e depois vou a correr para o aeroporto" – disse esboçando um pequeno sorriso – "Por falar nela, SAKURA, O LI JÁ ESTÁ À TUA ESPERA" – berrou para o andar de cima.

-"JÁ VOU!" – respondeu ela. Podia-se ouvir os passos apressados da rapariga no segundo andar (No Japão, o rés-do-chão é o primeiro andar).

-"Li…" – O senhor Fujitaka chamou – "Tomas conta dela enquanto eu estiver fora?"

-"Claro senhor… mas ela sabe tomar conta de si própria. Vai ver que quando voltar ela estará bem" – disse Li, confuso com aquela pergunta do Sr. Kinomoto.

-"A Sakura é muito responsável, sabe cuidar de si, mas ultimamente ela tem andado em baixo e eu não me queria ir embora sabendo que a minha filha encontra-se nesse estado, e sozinha em Tomoeda." – Disse Fujitaka com um semblante preocupado.

-"Eu vou tomar conta dela, prometo" – disse Li, finalmente percebendo a pergunta do homem que se encontrava à sua frente. Compreendia-o, pois ele próprio também estava preocupado.

-"Muito obrigado Li." – Disse O homem com um sorriso sincero no rosto.

-"Estou pronta" – disse Sakura que tinha acabado de entrar na sala.

Shaoran observou cada pequeno detalhe da rapariga. Sakura levava um vestido azul escuro, comprido. Quando ela despediu-se do pai, Li pode ver um pequeno decote que mostrava as costas da rapariga. Sentiu uma vontade enorme de se aproximar dela e beija-la. Não só os lábios doces que possuía mas também todo o resto do seu corpo.

Sacudiu a cabeça para afastar aqueles pensamentos. Já começava a desconfiar de si mesmo. Teria que falar com Eriol para confirmar as suas suspeitas.

-"Então até depois!" – disse Fujitaka. Depositou um beijo na face de Sakura e piscou o olho ao rapaz.

Sakura acompanhou o seu pai à porta e quando fechou-a, voltou à sala.

-"Agora só falta o Eriol e a Tomoyo" – disse ela enquanto sentava-se ao lado do rapaz.

-"Pois…" – sentiu outra vez, as sensações que experimentara há pouco. Ficou-se por um elogio.

-"Estás linda Sakura" – Linda… uma palavra que não expressava nem metade da beleza da rapariga.

-"Muito obrigado Shaoran. Tu também estás muito elegante" – disse ela com um sorriso doce.

Dlim Dlom (isto era a campainha hehehe)

-"Olha, devem ser eles" – disse Sakura que caminhava agora para a porta.

Shaoran estava impaciente, agitado. Teria que falar com Eriol, fazer perguntas para obter as suas respostas.

-"Olá Shaoran" – disse Eriol enquanto entrava na sala de estar.

-"Oi!" – disse Tomoyo enquanto entrava na sala – "Este vento despenteou-me toda"

-"Queres ir lá acima? Eu posso dar um jeitinho no teu cabelo" – disse Sakura com um sorriso doce.

-"Ai prima… Farias isso por mim?"

-"Claro. Vá anda lá!"

-"Até já" – disse Tomoyo e ambas saíram da sala, com destino ao quarto de Sakura.

Shaoran olhou para a sala onde ele e Eriol permaneciam. Estava vazia. Queria aproveitar aquele momento para fazer as perguntas mas como iria ele inciar o assunto? Olhou para a janela.

-"Já viste o tempo? Cá para mim ainda vai chover" – disse Shaoran. Sentia-se estúpido. 'O tempo… Belo assunto Shaoran ' – pensou

-"É capaz. Então, caro Shaoran, como vai o teu namoro com a Kawamura?"

-"Vai indo, e o teu com a Tomoyo?" – Óptimo! Estava a aproximar-se do tema que queria.

-"Agora vai bem. No começo do namoro, a Tomoyo era muito possessiva, perfeccionista. Parecia que estávamos a ter um namoro "Planeado". Mas ultimamente ela tem andado mais liberal e o nosso namoro ficou no caminho certo outra vez" – disse Eriol com um enorme sorriso.

Shaoran fitava o rapaz, perplexo. Não estava nada à espera que ele contasse a vida toda.

Resolveu fazer as suas perguntas mas de forma subtil, sem que Eriol desse conta.

-"Eriol, como foi que soubeste que gostavas da Tomoyo?" – 'Lá se foi a subtileza '

Depois de um momento de reflexão, Eriol respondeu:

-"Eu apercebi-me que gostava da Tomoyo quando tremia a cada aproximação dela, quando sentia arrepios pelo corpo todo a cada toque seu, quando cada vez que fechava os olhos, a primeira coisa que me vinha À cabeça era ela, quando pensava nela a toda a hora, quando a sua ausência me fazia infeliz e quando a sua presença me fazia sentir o homem mais feliz do mundo. Sem a minha Tomoyo eu seria um ser incompleto."

Shaoran fechou os olhos e apoiou a cabeça na sua mão. Tudo batia certo agora. Mas o que iria fazer dali em diante?

-"Mas diz-me meu amigo, porque queres saber isto?" – era óbvia a resposta. Quando Shaoran lhe fez aquela pergunta, ele decidiu dizer a verdade, abrir os seus sentimentos, para que o amigo pudesse ver que possuía inconscientemente um dos melhores sentimentos do mundo.

Não queria dizer-lhe directamente. Achou aquela situação muito propícia para dar um empurrãozinho, queria fazer com que o rapaz dos olhos âmbar notasse as situações e sensações tão confusas para ele e que ao mesmo tempo descobrisse a causa de tudo isso.

-"Por nada! Foi só curiosidade" – sorriu envergonhado.

Shaoran ficou calado, preso nos seus sentimentos. Várias imagens começaram-lhe a aparecer na cabeça. Gostava muito de Sakura, mas o que sentia por ela não era o que sentia pelas suas irmãs, pela sua mãe ou por Wei… O que sentia por ela era diferente e igualmente forte. Conseguiu associar as imagens às frases ditas por Eriol. Talvez ele… Talvez… Sim, é bem possível… Não é possível, é certo.

Agora tinha a certeza. O que sentia por Sakura não era amor fraterno, materno ou amizade. Era Amor, amor de querer ficar com a pessoa para o resto da vida, amor de querer beija-la e toca-la.

Ele… amava Sakura. Sim, amava ela. Não conseguiu evitar de abrir um largo sorriso, o que não passou despercebido por Eriol.

-"Porquê esse sorriso, meu amigo?"

'Será que finalmente caiu a ficha? ' – Pensou Eriol. (obrigado Anuska, sem ti não me teria lembrado desta frase )

-"Nada de especial" – mentiu – "Elas ainda vão demorar muito?"

-"Sabes como são as mulheres Shaoran… Elas demoram muito para se arranjarem mas vale a pena. A Sakura estava muito bonita" – mudou de assunto.

'Sakura… como é que eu vou olhar para ela agora? Que vergonha…'

-"É, estava…" – nesse momento, as duas raparigas apareciam na sala – '…perfeita…'

-"Desculpem a demora. Vamos?" – disse Tomoyo, já devidamente penteada. Estendeu a mão a Eriol, que se ajoelhou e beijou-a com toda a ternura.

-"Vamos minha violeta" – disse Eriol, dando o braço a Tomoyo.

Já Li, continuava estático. Olhava para Sakura com outros olhos. Não tinha a certeza dos sentimentos dela por si, mas resolveu agir normalmente para ela não notar diferença.

-"E nós? Vamos?" – disse ele por fim, dando o braço para que ela o acompanhasse.

-"Sim senhor!" – disse ela com o sorriso mais doce que tinha e aceitou o braço do rapaz, entrelaçando o seu no dele.


Continua...
Oi! Bom, não demorei muito a postar este capítulo, mas o 7º é capaz de demorar pois ando a perder a inspiração. (começam a aparecer novas ideias e tira-me a atenção desta historia).

Bom, o casamento correu super bem e o vestido da Sakura é baseado no que eu levei (só que inventei um 'cadito pois o meu não tinha um decote nas costas, infelizmente).

Ainda vos vou deixar à espera do baile (hoohoho) resolvi acabar o capítulo por aqui para vos deixar na expectativa.

Eu no capítulo anterior queria dizer tanta coisa, mas estava com tanta pressa que nem escrevi metade do que queria. Ia dizer que fazia anos no dia 30 (queria muitos reviews para me darem os parabéns mas ate do dia dos meus anos me esqueço…)

Criei um espaço novo, para os interessados nesta fic e nas minhas futuras, possam ver e terem notícias sobre elas. No final de cada capítulo digo o endereço para ninguém esquecer.(hohoho)

Agora, as respostas para as reviews:

Kaena Zeho: Oi, brigado por leres a minha fic. Então e a tua sobre os digimons? Ainda continuas sem ideias? Tou aqui à espera tá? Beijinhos

AnUsKa: minha bela! Tão kida a minha manita a ler a minha história! Fico muito contente que estejas a gostar. Até pus ali uma pequenina nota de agradecimento, por causa da dica da ficha lololol… só tu… Tou xeeeeeeia de saudades tuas linda! O que vale é que temos um ano inteeeeirinho para mata-las . Beijinho linda e espero que gostes deste capitulo postado à pressa só para não te deixar à espera. Beijinhos

littledark: Oi! Pois é, a Madame Smith é a madrinha do Shaoran… No final, vocês vão todos saber o que ela andou a fazer às escondidas. Eu no capitulo anterior pus aquela pequenina "cena" só para fazer a Saki (e eu) sentir-se melhor… tadita, tinha de a vingar de alguma maneira. beijinhos e obrigado pelo teu review.

SBy Li: ai… obrigado por leres a minha fic! E para aceder ao teu pedido, aqui está a continuação. Espero que gostes.

Bom, já deixei um comentário enorme, é quase uma página (eeeh exagero)!

Obrigado a todos e espero que continuem a gostar do meu trabalho.

Para mais informações ou para dar uma vista de olhos:

Htt(:)/spaces(.)msn(.)com/members/kalilah/

kalilah