Capítulo 4 – Conclusões Apressadas

- Boa tarde, Weasley. – a cabeça de Draco apareceu por cima da divisória. Ele falou com desdém – Muito trabalho?

- Não enche, Malfoy! – ela falou, organizando mais uma pilha de papéis.

- Ora, ora...Não seja mal-educada com seu chefe – ele sorriu – Assim você pode não conseguir receber uma promoção e nunca vai sair e tirar a barriga da miséria, Weasley.

- Cala a boca, Malfoy. Não preciso de uma promoção pra viver. – ela falou, rapidamente, juntando uma pilha de papel e pegando outra. – Se você me der licença, eu poderei trabalhar melhor.

- Melhor? Você só pode tá brincando. – ele gargalhou – Cuidado para não sujar esses papéis com suas patinhas imundas, porque quando você terminar eu vou ter que vê-los. E então você verá um bom trabalho.

- Então por que você não vai fazer o seu bom trabalho na SUA sala e me deixa aqui fazendo o meu? – ela falou, já controlando o ódio.

- Dá pra parar com isso!?! Já basta a Eliza gritando com o Andrew! Eu preciso de S-I-L-E-N-C-I-O. – a voz de Nathalie veio do compartimento ao lado, bastante irritada.

- Foi o Malfoy que começou! – Gina bufou

- Ah, Cala a Boca, Weasley! – ele vociferou e saiu irritado pro fim da sala.

- DRACO, SUA DONINHA MALDITA! – ela escutou um grito lá de trás e não pode deixar de rir. Já estava se re-acostumando a escutar Eliza reclamando com as pessoas. Quando elas eram monitoras juntas, ela era o demônio em pessoa. –São DUAS horas da tarde e você chegou AGORA! – ela não conseguiu escutar o resto, mas depois de um tempo viu Draco sair emburrado do gabinete dela, bufando em fúria, e entrar na própria sala, como um garoto de castigo.

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Gina estava deitada em seu sofá no pequeno apartamento. Tinham se passado duas semanas desde que ela fora transferida para o novo Departamento e já não agüentava mais a "Fuinha Maldita" na sua frente, sempre lhe provocando. Não que ela não revidasse, mas era desgastante. Imaginou como seria passar o resto da vida lá. Não iria agüentar! Ela tinha rezado tanto para essa mudança, e, quando acontece, ela vai logo para o pior departamento.

Mas, em compensação, quando Malfoy não estava por perto, tudo era divertido. O pessoal era gente boa, apesar de alguns serem estranhos. Eliza sempre gritando com Andrew e Malfoy. Nathalie saindo da sala periodicamente. Morgana e Edward se beijando quando achavam que estavam sozinhos. Andrew sempre provocando Eliza mais e mais. Ainda tinha uma secretária, meio estranha, que Gina só conhecera no seu 2o dia de trabalho. Se chamava Sophia. Ela, talvez por causa da idade, sempre esquecia dos recados que tinha que dar. Gina achava que ela deveria ter uns 60 e poucos anos. Não entendera porque ainda trabalhava. "Só o Malfoy mesmo para explorar velhinhas que nem ela!", pensou com certa revolta, indo dormir. No dia seguinte teria mais um longo dia de trabalho. E bota longo nisso.

"Oh, Droga", ele não pode deixar de pensar, enquanto entrava na banheira. "Cada vez fica pior", ele imergiu na banheira. Não conseguia, agora que ela trabalhava junto dele, tira-la da cabeça. "Não é 'ela', Draco. É o Beijo. O problema é que você precisa continuar...", dizia constantemente para si mesmo. E aquilo não era o pior. Os sonhos com aquilo eram o de menos. Ele estava começando a lembrar daquilo até acordado. Não acreditava que tinha pensado nela enquanto saia com uma das mulheres mais bonitas do mundo mágico. Precisava falar disso com Eliza.

- Eu to indo, Draco - a voz dela o tirou dos devaneios – se você chegar atrasado hoje acho que a Eliza te mata ou te capa, o que ela achar mais doloroso. Aquela semana ta chegando, você sabe – ela tinha humor na voz.

-Eu acho que não vou hoje – ele falou, indiferente à entrada da mulher no banheiro – Nathalie, você poderia dizer a Eliza que eu preciso falar com ela?

- Claro, Draquinho – ela passou batom e deu um beijo na bochecha de um Draco irritado.

-Nathalie! – ele olhou raivoso para ela e ela riu.

- Tchau, Draconzinho!– ela fez biquinho e saiu pela porta.

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Era o fim de uma tarde quente, cheia de trabalho. Todo o pessoal jovem do ministério estava ali no Comensal Esfolado, inclusive Gina. Não que ela quisesse ir, mas não teve muita opção. O pessoal, principalmente o "pentelho" do Andrew (era como Eliza o chamava. A dupla dinâmica: "Doninha Maldita" e "Pentelho do Ano") havia insistido.

Estavam bebendo e rindo, se divertindo bastante. Eliza já devia estar no 4o whiskey de fogo e tombava em cima de Andrew. Edward estava "conversando civilizadamente" com Morgana enquanto Nathalie e Andrew incentivavam Gina a beber. Malfoy encontrara uma mulher muito bonita e estava conversando com ela.

Mais pro final da noite, quando Draco já estava pensando em levar a mulher para casa, Nathalie os interrompeu.

-Oi gente – ela falou, muito sorridente – desculpa interromper mas a gente ta precisando de uma ajuda aqui.

- Não vê que eu estou ocupado? – ele falou, ironicamente, lançando um olhar mortal para ela.

- É sério, Draco. A Weasley bebeu demais e está passando mal. A gente precisa levar ela para casa.

- E daí? O que eu tenho com isso? Problema dela se bebeu demais.

- Malfoy! – repreendeu Nathalie- É sério, ela nem consegue abrir o olho direito!

- Ah... manda o Andrew ou o Edward levar ela! – disse ele, irritado.

- Ninguém está em condições, ta todo mundo bêbado, menos eu e você. E eu não posso leva-la sozinha! - ela o repreendeu ela já adivinhando o que ele ia falar.

Ele bufou e se levantou. Despediu-se da mulher e foi resmungando com Nathalie.

- Saiba que só vou ajudar porque não gosto de ver mulheres bêbadas na rua – ele falou fazendo a mulher rir – Pare de rir, Nathalie! A culpa é da sua aposta idiota, sabia? Você e o Andrew apostando com a ratinha Weasel para ver quem bebe mais – ele bufou de novo ao ver a mesa dele e o estado das pessoas nela.

Edward gritava "Meu Olho" e Morgana ria incontrolavelmente. "Ele deve ter derrubado vodka no olho de novo. Idiota." Eliza estava aninhada nos braços de um Andrew vermelho, que também ria de Edward. Ela parecia dormir. E Virgínia estava deitada em cima da mesa, falando coisas sem sentido. Havia garrafas e copos em volta dela e ela estava em cima de uma poça de algo que Draco não ousou imaginar o que fosse.

- Vem! Ajude-me aqui! – chamou Nathalie indo à direção de Gina. Um "pouco" relutante, Draco foi atrás dela.

- Eu me recuso a tocar na Weasley, Nathalie. Principalmente com essa coisa em volta – ele falou com cara de extremo nojo.

- Deixa de ser ridículo! Isso é Whiskey!

Com uma cara de quem está prestes a vomitar, ele pegou ela no colo.

- Vamos logo – ele saiu com ela no colo, com cara de nojo, seguido por Nathalie.

- Er... aonde ela mora, Draco? – ela sorriu amarelo.

- O QUÊ!?!? VOCÊ NÃO SABE AONDE ELA MORA!?!?! – ele gritou em fúria vendo a mulher a sua frente ficar sem graça.

Ah... eu tava pensando em levar ela para a sua casa, Draco... a sua mãe viajou e...

- QUÊ!? VOCÊ TÁ LOUCA POR ACASO? ELA É UMA WEASLEY!

- Draco Lucius Malfoy! Pare de gritar, AGORA! – ele começou a ter um tique nervoso com o canto da boca – Ela vai para a sua casa e pronto!

- Que droga, Nathalie – ele reclamou uma ultima vez e foi em direção a lareira que tinha no fim do salão do Bar. Se tinha que ser assim, que fosse logo. Não agüentava mais a idéia de ter a ruiva em seus braços. Ele pegou o pozinho do pote e com Gina bem firme em seus braços, jogou ele no fogo e entrou:

- Mansão Malfoy!

Tudo começou a rodar muito rápido em volta deles e Draco teve o instinto de abraçar Gina para protege-la. Em instantes apareceram numa sala na mansão Malfoy e Draco a deitou no sofá. Nathalie surgiu um pouco depois.

- Ué... Tá tudo rodando mais! Ui... Que legaaaal! Eu consigo sentir o mundo giraaando... – Gina falou, com a voz embargada. Nathalie riu e a ajudou a sentar.

- Calma Gina. Você bebeu demais, doçura. Agora eu vou cuidar de você com o Malfoy – ela falou como quem fala com uma criança.

- Malfoy!? Ele é um bruxo das trevas... Ele é mal, muito mal! Eu não gosto do Malfoy... Ele é bobo, fica me enchendo o saco – ela parecia uma criança.

- Sua pirralha! Vê se cala a boca... Eu to aqui te ajudando e você ainda me chama de bobo... – ele parecia irritado.

- O Malfoy ta aqui? Como? – Gina olhava bobamente para ele.

- Weasley, você está na minha casa, então mais respeito! – ele começou novamente com o tique nervoso.

- Venha Gina... Eu vou te dar um banho enquanto Draco arruma uma roupa para você – Nathalie ajudou Gina a se levantar e ela começou a rir.

- Eu não vou dar uma roupa da minha mãe para ela - ele falou, cuspindo cada palavra com ira.

- Então dê uma sua. Você sempre empresta uma blusa para a Eliza quando ela dorme aqui. – Nathalie ajudava uma Gina trôpega a andar.

- Mas Eliza é diferente dessa... Weasley! – ele cuspiu novamente as palavras.

- Então ta, Draco. – ela perdeu a paciência e quase gritava. – Eu me viro. Nós estamos no seu quarto. Não nos incomode até eu o chamar! – ela saiu, lançando um olhar mortal para um Draco irado, antes de bater a porta.

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Nathalie entrou na sala com uma cara de cansaço.

- Pronto Draco. Ela tá dormindo na sua cama agora. E eu já estou indo embora.

- Como assim indo embora? Eu não vou ficar aqui, sozinho com aquela Weasley nojenta!

- Draco – ela lhe lançou um olhar ameaçado – Já são 3:00 da manha e eu to cansada, e eu vou para casa. E você vai cuidar dela, ok?

Draco lhe lançou um olhar de criança contrariada.

- Você ainda me paga, Nathalie – e saiu estressado para seu quarto deixando uma Nathalie risonha na sala.

Entrou no seu quarto, evitando olhar para a ruiva em sua cama. Amaldiçoava Nathalie por tudo aquilo. Pegou seu pijama e, antes de sair do quarto, lançou um olhar para a garota.

"Ela é tão bonita...", ele não pôde resistir. Largou o pijama numa poltrona e se aproximou da sua cama.

Nathalie tinha feito um bom trabalho. Os cabelos de Gina se espalhavam pelos travesseiros e ela vestia uma camisa branca de Draco, que parecia um vestido curto nela. Dormia graciosamente.

Ele tirou uma mecha de cabelo do rosto dela e se aproximou. Encostou a mão no rosto da ruiva e ela sorriu, dormindo. "Deve estar sonhando com o maldito Potter... Quê!?! EU ESTOU ADMIRANDO A RATINHA WEASEL? Cadê a sua educação, Draco Malfoy?" Ele tirou a mão bruscamente e se virou, bufando e fechando a porta com um baque.

"O que pensou que estava fazendo, Draco? Seu imbecil! Imbecil!"

- Draconzinho cuti-cuti popô!

Ele olhou para baixo, na direção de onde vinha a voz, e achou Lubinky, a elfa doméstica louca da casa, agarrada a sua perna.

- O que você pensa que está fazendo, Lubinky? – ele falou com extrema raiva.

- Draconzinho trouxe namoradinha vermelha para casa! – a elfa falou sorrindo.

Draco gelou.

- Se você falar algo disso para a minha mãe ou para qualquer pessoa, eu te liberto, está ouvindo Lubinky? – ele sibilou, ameaçador.

- AH! Lubinky não quer ser libertada! Não!! – e saiu correndo pelo corredor.

"Esse bicho é louco!" Draco não pôde deixar de pensar. "Por que será que ele ainda ta aqui? Se eu fosse a minha mãe já tinha matado ela". Ele pensou se divertindo com a idéia.

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"Noossa! Que cama macia!" Gina pensou ao acordar. Nunca havia deitado numa cama tão boa, nem em Hogwarts! Então ela parou. "Por Merlim! Onde eu estou???". Abriu os olhos e se deparou com um quarto ricamente mobiliado. Sua cabeça doía muito, mesmo com a pouca claridade proporcionada pela brecha entre as cortinas verdes. "Ah! Agora eu me lembrei! Eu bebi demais ontem!"

- Já era hora, não acha Weasley? – a voz arrastada a fez olhar para o lado com uma cara de pânico. – Já é meio dia!

- Ma...Ma...Malfoy!? – ela perguntou em uma voz fraca – O que você faz aqui??

- O que eu faço aqui? – ele perguntou rindo sarcasticamente – A pergunta correta seria o que você faz aqui. Essa é a minha casa. Ou melhor, Mansão.

- Hã!? – Gina se sentou em pânico tirando o cobertor de cima dela.

- Belas pernas para uma Weasley – Draco falou sorrindo maliciosamente.

Ela sentiu um frio nas pernas e reparou que estava só de camisa. Uma camisa de Draco que, no máximo, lhe cobria metade das coxas. Gina ficou totalmente roxa de vergonha e se cobriu novamente com os lençóis de cetim verde.

- SAI DAQUI! – ela gritou, cobrindo o corpo.

- Não saio, esse é o meu quarto.

- SAI! – ela ficou vermelha e se escondeu – Sai! Sai! Sai! – ela esperneava.

- Não saio! - falou irritado, com uma voz firme.

A ruiva começou a choramingar embaixo das cobertas.

- Sai, Malfoy... por favor... – ela tinha voz molhada.

- Tá, não enche o saco também... eu to indo. – ele falou meio contrariado. Odiava ver mulheres chorando. – E as suas roupas estão no banheiro. Pare de chorar!

Gina gemeu debaixo das cobertas. "O que aconteceu? Será que...", ela se encolheu ao pensar, "que não sou mais virgem?"

Ela se levantou. Precisava sair daquele lugar e apagar isso da mente. Foi até o banheiro e lá encontrou suas roupas limpas e dobradas ordenadamente.

Trocou de roupa, ajeitou os cabelos, passou um pouco de maquiagem para esconder a cara de choro e saiu do quarto.

­- AI... Droga! - Gina colidiu com algo sólido.

- Não olha por onde anda, Weasley?

- Como eu ia adivinhar que ia ter um Malfoy ridículo na porta do quarto? - ela falou revoltada.

- Na porta do MEU quarto, você quis dizer, né? – ele falou soltando um sorriso de superioridade.

- Como eu saio daqui? – ela suspirou, tentando controlar a raiva. Sabia que em uma casa grande como a de Malfoy era fácil se perder.

- Não sabe aparatar, Virgínia? – ele sorriu desdenhoso.

­- Não se pode aparatar na sua casa, eu sei disso. Me leve para os jardins para eu poder partir. – ela olhava irritada para ele.

­- Oooh! Você sabe bastante sobre a minha casa, hein? Andou me espionando?

- Não, Draco – ela falou sorrindo maldosamente – Eu apenas faço a lição de casa!

Draco bufou e fez sinal para ela o seguir.

­- Lição de casa?

- É, não sei se você sabe mas você era o principal suspeito dos aurores em tudo... não sei como não foi preso!

- Você não sabe de muita coisa.

­ - O quê, por exemplo? – ela falou irritada. Andavam há um bom tempo e ainda não tinham descido as escadas.

- O que aconteceu na noite passada – ele sorriu maliciosamente – Agora desça as escadas e saia por aquela porta – ele apontou para a conhecida porta de vidro – e estará nos jardins.

- Até segunda, Malfoy.

- Espere – ele segurou a mão dela, a impedindo de partir.

­- O que quer? – ela perguntou contrariada.

- Apenas um beijo de despedida, Weasley. Afinal, depois dessa noite você não pode simplesmente ir embora sem um beijo de despedida.

­- Quê!? – antes que ela pudesse fazer algo seus lábios já encostavam os lábios gelados de Draco. Ele passou as mãos na cintura dela e a aproximou dele. Os lábios dela cederam ao loiro e, incrivelmente, ela retribuía. As mãos geladas que repousavam na cintura dela começaram a subir. "Virgínia! Pare com isso!!!!", uma voz gritou na cabeça dela. Ela se tocou, como se acordasse de um sonho, que estava beijando Draco Malfoy.

- Me larga, Malfoy! – Ela o empurrou e pode ver um sorriso triunfante no rosto dele quando ele a largou.

- Para uma Weasley até que foi bom – ele sorriu maliciosamente e a garota lançou um olhar assassino para ele enquanto descia as escadas correndo e saia pela porta.

N/A: Aqui é só a Beli nessa nota. A Nath tá viajando, e eu viajo no Sábado, então o capítulo 5 só será postado no final de Janeiro. Espero que tenham se divertido com esse capítulo e que considerem isso um presente de Natal! Eu particularmente gostei muito desse capítulo, mas eu prefiro mto mais o 5 em termos de ação. Então podem imaginar o que acontece, não é?

A gente mudou de Beta por alguns probleminhas, então agora a Beta eh a Katrina Malfoy! Aliás, muito obrigada E Feliz Natal!

No Capítulo 5

"- Como assim mais um transferido? - ele bufou - Outro auror!? Eu não acredito nisso... Quem vai ser o sortudo? - ele sorriu sarcástico

Harry se levantou na hora, fazendo Draco quase cair pra trás... (continua XD)"