Título: Viramos garotas?

Autora: Serennity Winner LeFay

Casais: 1x2, 3x4 e, influenciada pela fic da Say-chan e da Goddess-chan, 5X13

Avisos: comédia e flufly. Se você odeia ver os pilotos Gundam em situações constrangedoras, eu aconselho a não ler essa fic.

Disclaimer: por mais que eu ame os pilotos gundam, eles não me pertencem. E esse é um trabalho de ficção sem fins lucrativos (imaginem se a gente ganhasse por fim que escreve?)

Sinopse: Por algum motivo inexplicável, os G-boys se transformam em garotas. Enquanto descobrem como e porque estão nessa situação, eles tem que fingir serem garotas. Conseguirão eles realizar mais essa missão?

Capítulo 1- A mudança

Não sei como aconteceu. Não sei mesmo, já que isso é cientificamente impossível de acontecer. Só sei que aconteceu. Parece besteira, idiotice minha. Devo estar até ficando maluco. Ou isso tudo é um sonho doido? Não pode ser. Não deve ser. Já bati minha cabeça na parede inúmeras vezes, e tudo o que eu consegui foi um galo na cabeça. O fato é: eu virei uma garota.

Pois é. Eu, Quatre Raberba Winner, agora sou uma garota. Parece maluquice. Nem nos meus piores pesadelos eu imaginei tamanha tragédia! Minha aparência não sofreu alterações tão drásticas assim. Quer dizer, na medida do possível. Meu corpo ficou bastante feminino, com belas curvas e seios fartos. Meus cabelos continuam loiros, mas ganharam uns bons centímetros a mais, chegando até mais ou menos a minha cintura, e apresentam leves ondulações. Minhas unhas parecem estar mais compridas agora, e muito bem cuidadas. Meus olhos continuam azuis como antes, mas parece-me que meus cílios estão mais longos. Pode ser só impressão minhas, mas acho que minhas mãos parecem mais delicadas do que antes. Conseqüências da mudança, imagino. É difícil olhar-me no espelho e acreditar que a imagem que vejo sou eu mesmo. Ou eu mesma. Isso confunde a cabeça da gente, sabe? Eu só gostaria de saber como é que isso aconteceu.

Saio da frente do espelho e me dirijo ao banheiro. Sinto que meu pijama agora está muito largo em alguns pontos, e mais justo em outros, como o quadril e o busto. Chego ao vaso sanitário e abaixo minha calça. Com um susto, lembro-me que também isso mudou. Abaixo a tampa do vaso e sento-me. Com um suspiro, percebo que vai ser complicado me adaptar. Mas por quanto tempo? Não sei.... Nem ao menos consigo entender como cheguei a ficar assim!

Dou a descarga, lavo minhas mãos, abro o armarinho do banheiro e pego minha escova de dentes. Coloco a pasta nela e começo a escovar os dentes.

Será que os outros pilotos também estão assim? Quero dizer, também se encontram nessa incômoda condição feminina? Riu sozinho, ao imaginar qual será a reação de cada um. Mas sou cruelmente tirado dos meus pensamentos por uma voz que reconheço como sendo uma versão feminina de Duo, gritando a plenos pulmões:

- Pelo amor de Deus, o que houve comigo???

É, pelo visto eles também mudaram bastante durante essas horinhas de sono. Volto para o quarto e vou atrás de minha escova de cabelo. Pelo visto muitos nós se formaram durante a noite, é difícil tirá-los. Agora eu sei como o Duo sofre. Ou sofria..... Depois de ajeitar meu novo cabelo comprido, desço as escadas para me deparar com três moças na sala de estar. Todas elas com alguma semelhança com os meus amigos.

- Pelo visto nem o Quatre escapou dessa... - resmungou uma moça oriental com cabelos pretos e lisos amarrados num rabo de cavalo que ia até o meio de suas costas. Seus olhos escuros demonstravam hostilidade e repulsa.

- Bom dia, Quatre!! Dormir bem?

A garota a minha frente era pouco mais alta do que eu, tinha brilhantes olhos violetas e cabelos castanhos e também lisos que iam até o joelho. A tradicional franja ainda cobria a testa de meu amigo, mas agora ela parecia mais arrumada e jeitosa.

Estranhei um pouco a pergunta, e me virei para uma garota de cabelos castanho-escuros todo repicado, indo pouco abaixo do ombro, sentada de braços e pernas cruzados no sofá, encarando o tapete da sala.

- Hey, Heero. Porque o Duo tá assim?

O japonês deu de ombros.

- É que eu estou achando o máximo ser garota! - respondeu-me o próprio - Por causa do meu cabelo, a maioria das pessoas achava que eu era uma menina. Sempre morri de curiosidade de saber como seria ser uma.

Comecei a rir junto com ele, sob o olhar de reprovação de Wufei, até que uma voz que eu conhecia muito bem perguntou, do alto da escada:

- Estão rindo por que?

Assustado, voltei meu olhar para a escada, e vi Trowa, alto, com seus olhos verdes faiscando, e seu cabelo castanho até a altura do queixo, com a franja virada de lado, de modo a mostrar seu rosto inteiro.

Fiquei admirando-o boquiaberto por alguns instantes, até que Heero se levantou.

- Agora que já estão todos acordados, podemos conversar sobre isso. Trowa, qual a sua opinião sobre o que aconteceu?

- Sinceramente, Heero, eu não faço idéia. Não é normal acordarmos e descobrirmos que por algum motivo estranho mudamos de sexo. E isso não pode ter acontecido naturalmente. Tampouco temos cicatrizes de cirurgias.

- Eu não sei quanto a vocês, mas esse pijama está me incomodando. Precisamos de roupas femininas. - disse Duo alegremente

Todos nós concordamos. Tomamos um rápido café da manhã, vestimos as roupas mais femininas que encontramos em casa e fomos ao shopping.

Como nenhum de nós sabia dirigir algo que não fossem Mobile Suits, Duo sugeriu que pegássemos o metrô (1). A estação era aqui perto, e, duas estações depois, ficava o shopping. Parece fácil, mas nenhum de nós imaginou onde isso ia dar. Aliás, nós nunca havíamos usado meios de transporte público. Chegamos na estação e vimos que as pessoas se dirigiam diretamente às catracas. Sem esperar, fomos para lá e forçamos o aparelho, como todas as pessoas ali faziam. Mas o nosso nem se mexia. Wufei começou a xingar Deus e o mundo, atraindo a atenção de um guarda, que nos explicou que primeiro deveríamos comprar um bilhete.

Envergonhados, demos meia volta e Heero foi comprar os tais bilhetes. Realmente, quando se enfia-o na máquina, ela funciona perfeitamente.

Passadas as catracas, descemos pela escada rolante e vimos duas plataformas. Duo queria ir para uma, e Wufei insistia na outra. Enquanto os dois brigavam, eu e Trowa fomos até um mapa que tinha ali perto verificar para que lado tínhamos que ir. Duo estava certo, afinal.

Entramos tranqüilamente no trem, e não demorou muito para Duo começar a provocar.

- Hey, Wuffy! Eu estava certo, você viu?

- Certa, Maxwell, certa. - sussurrava-lhe Heero

- Okay, okay, Hee-chan. Eu já entendi. Mas isso não muda o fato de que eu acertei e o Wuffy errou.

- Errei, ora seu imbecil!

Meu amigo (ou amiga) chinês ia partir para cima de Duo, quando Trowa segurou-lhe fortemente o braço e sussurrou-lhe algo que nem eu consegui ouvir, fazendo com que ele se acalmasse e sentasse num banco, ajeitando displicentemente a saia que vestia (então você se pergunta: onde achamos uma saia? Relena tinha esquecido uma lá outro dia).

Dentro do veículo, muitas pessoas nos olhavam atravessado. No começo, eu não conseguia compreender o porquê, mas depois de um tempo, percebi que éramos um grupo meio estranho, devido às roupas que conseguimos achar.

Duo vestia uma calça jeans e uma blusa preta de manga curta cortada para deixar sua barriga a mostra. Seu cabelo fora trançado como de costume, com a única diferença que a trança estava agora mais comprida. Heero usava sua tradicional bermuda escura e regata verde, e seus cabelos estavam soltos. Wufei usava uma blusa justa de meia-manga e uma saia longa que Relena esquecera lá em casa outro dia, mantendo sempre o cabelo preso no rabo de cavalo. Trowa usava uma calça justa azul clara e uma camisa branca de manga comprida. O cabelo estava muito bem penteado como hoje pela manhã. Eu... oras, eu acho que era a catástrofe do grupo. Por falta de outras roupas que parecessem femininas, eu usava uma calça de moletom e uma blusa normal de manga curta. O problema é que essas roupas foram emprestadas por Trowa, que é um tanto quanto mais algo que eu. Tive que dobrar a barra e a cintura da calça para ficar razoável, e a blusa escorregava o tempo todo, deixando meu ombro a mostra (2). Preferi deixar meu cabelo solto, pois tinha me apaixonado por ele.

Quando o motorista anunciou a primeira estação, eu respirei aliviado. Metade do caminho tinha passado sem nenhum problema aparente. Duo e Wufei tinham parado de discutir e fazer caretas um para o outro, e agora se comportavam como duas garotas que agora eles eram. Heero, Duo e Wufei estavam sentados nos bancos (Heero entre Duo e Wufei, para impedir que eles continuassem a discutir, e se dirigissem a eles no masculino), e eu e Trowa estávamos de pé, perto deles.

É tão estranho olhar para eles, enxergar garotas, e saber que aqueles são os meus amigos. Apesar de não parecer muito, nós estávamos nos esforçando para parecer garotas. Era difícil, mas íamos nos habituar.

- Por quanto tempo, Trowa? - perguntei eu ao meu amigo - Quanto tempo ficaremos... assim?

Ele deu de ombros, não sabendo como me responder. Estávamos todos confusos, e não fazíamos idéia de como isso ia acabar. Se fosse acabar.

Eu estava distraído olhando meus tênis (que agora estavam largos), quando um homem feio, com a barba por fazer, roupas sujas e rasgadas, um hálito terrível de cerveja e um brilho malicioso nos olhos se aproximou de mim.

- Olá, garotinha. Está sozinha? - ele falava de um jeito que deixava claro que estava bêbado.

Tive vontade de gritar para ele que eu era homem, e não uma garotinha. Oras, já tenho 16 anos! Mas então me lembrei de dois pontos importantes. Primeiro: não sou mais homem. Segundo: Heero bem que nos advertiu que tanto eu quanto Duo tínhamos adquirido uma aparência angelical que nos fazia parecer mais jovens. Antes que eu conseguisse verbalizar meus pensamentos ou fazer qualquer outra coisa, o homem voltou a falar, e avançava, com a intenção de passar seu braço imundo pelas minhas costas.

- Por que não vem comigo ao meu apartamento e....

Antes que ele conseguisse terminar, um soco certeiro atingiu-o no rosto. Virei-me para ver quem o atingira e só enxerguei Trowa sorrindo para mim com um olhar ao mesmo tempo preocupado e aliviado. Ouvimos o motorista anunciar a estação e as portas se abriram. Trowa tomou minha mão e disse:

- É melhor você não se distanciar. Pode ser perigoso.

Sorri para ele e saímos da estação, indo em direção ao shopping.

Continua no próximo capítulo....

(1) Eu nunca vi como são as estações de metrô no Japão, portanto, para escrever essas cenas, eu me baseei nos metrôs brasileiros, okay?

(2) Vocês já leram Chobits? Sabe no primeiro volume, quando o Hideki leva a Chii para a casa do Minoru? Eu me inspirei nas roupas que a Chii tava usando para o vestuário do Q-chan.

N/A: E aí, o que acharam? Eu espero que tenham gostado. Eu tive essa idéia repentinamente, quando eu tava lendo uma fic (Love Hina, da lua-chan) em que, para uma missão, o Hee-chan se fantasia de mulher. Aí eu pensei em fazer uma fic em que todos eles viram garotas, sem mais nem menos. Eles começam a pensar como garotas e tem até certos problemas uma vez por mês. sorriso maléfico
Vou continuar no mesmo esquema da minha fic de Sailor Moon: sem reviews, sem capítulos novos. Eu vou escrevendo, mas só posto se receber reviews.