Capítulo 7- Festa e Bebidas
Se eu estava pensando que a menstruação ia ser o nosso único problema, eu me enganara muito. Aliás, ando me enganando com uma série de coisas desde a fatídica manhã em que acordei e tinha virado uma garota. Mas meu mais recente engano foi quanto ao fato de que só teríamos que nos fazer de garotas na frente da Nielly. Detalhe não comentado é que alguns de nós ainda não perderam a mania de andar nus pela casa. Duo, Wufei e Trowa, para o delírio de meus olhos. Sim, já que resolvi admitir para mim mesmo o fato de estar apaixonado por Trowa. Não é algo de hoje, nem de quando deixei de me parecer com um homem, mas é um sentimento que cresce dentro de mim desde a época das guerras. Nunca imaginei que poderia sentir algo assim, tão forte. Só não entendo o porquê disso só ter vindo à tona agora. Até um tempo atrás eu conseguia esconder e fingir esquecer coisas que agora não consigo mais. É como se... como se as garotas tivessem uma resistência menor, sabe? Como se elas se rendessem mais facilmente ao que sentem, e eu, de tanto agir como uma, estou começando a pensar do mesmo modo.
Mas voltando ao tópico anterior, Heero já proibiu os três de andarem sem roupa por aí. É uma atitude extremamente masculina, e... vai que alguém entra aqui de surpresa? Ou vai que recebemos uma visita, e algum desavisado passa nu por ali? Ia ser extremamente constrangedor.
E voltando ao assunto antes desse, uma garota de nossa sala vai fazer seu aniversário numa boate, e chamou todo mundo. Conclusão: Nielly está morrendo de vontade de ir, mas disse que só vai se formos com ela. E para ela não se zangar conosco, teremos que ir. Duo está feliz da vida, já que adora esses lugares, mas eu não estou a fim não... Por mim, eu ficava em casa vendo TV ou lendo um livro. No entanto... tudo pela missão, certo? Não sou um bom piloto por ficar em casa descansando.
Temos exatamente uma semana antes da tal festa, e os dias parecem passar muito rápido, por menos que eu queira que isso aconteça.
Finalmente em casa! Hoje eu fiquei até mais tarde na escola com a Nielly para "tomar aulas" de física com ela. Tudo parte da missão, porque eu não preciso disso. Quer dizer, eu acho que não... Heero pensa diferente. Mas as estafantes três horas de estudo com aquela sonsa finalmente tinham acabado. Caramba! Aquela menina é um saco, como diria o Duo. Não tem assunto, não sabe de nada o que acontece além dos limites de seu quarto!
Aff... bom, tirando o molho de chaves da minha bolsa, abro a porta e me deparo com Treize e Wufei sentados no sofá lado a lado conversando alegremente. Uma repentina onde de inveja me assalta, vinda das profundezas de meu coração, numa região habitada somente pelo mais belo moreno de olhos verdes. Ou morena, né?
— Oi, gente!
Wufei ruborizou na hora, e Treize me cumprimentou:
— Boa tarde! Você é a...
— Karina.
— Muito prazer.
Ele piscou pra mim, me fazendo rir, e fui para meu quarto, deixando-os a sós. Depositei meus materiais escolares em minha escrivaninha e peguei um livro para ler, mas o fechei em seguida, sem paciência para isso.
— Hey, Qat! – chamou Duo, colocando a cabeça para dentro de meu quarto – Vou ao shopping comprar roupas para a festa da Clarisse, quer ir?
— Dois minutos que eu vou trocar de roupa, Duo.
Entre ficar em casa entediado e ir ao shopping, eu estava quase preferindo ficar em casa. Mas eu estava mesmo precisando de uma roupa para essa festa.
Tirei o uniforme da escola e coloquei uma saia azul clara que vai até o joelho e uma bata azul mais forte, com uma sandália rasteira. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo alto com uma fita e desci até o hall, onde Duo estava me esperando.
— Nós vamos de ônibus? – perguntei
— Nops. Vamos pegar o carro de Treize emprestado.
— Ele emprestou?
— Não, mas vai fazer isso agora mesmo.
A princípio não entendi, mas assim que vi que o comandante ainda estava com Wufei no sofá e o brilho safado nos olhos de meu amigo trançado, compreendi o plano.
Duo respirou fundo e entrou na sala com a cara mais inocente possível.
— Hey, Jin Me... – ele parou de repente, ao "perceber" Treize ali – O que ele está fazendo aqui?
— Ele veio me visitar, Diana querida. – respondeu o chinês, meio encabulado, meio raivoso
— Ah, mas... você se esqueceu que o seu pai só deixa você sair com homens depois dos 20 anos?
Eu tentava abafar minhas gargalhadas do outro lado do aposento, escondido atrás de uma planta e um móvel. Duo era muito cara-de-pau! E Wufei começou a ficar irritando com a intromissão.
— Maaaass... se o rapaz aí me emprestar o carro preu ir no shopping com o... a Karina – consertou ele rapidinho – eu prometo que finjo que não vi nada.
Achei que Wufei ia explodir! Sério mesmo! Mas Treize foi mais rápido e entregou as chaves na mão de Duo.
— Tem mais alguém em casa? – perguntou o homem, para evitar maiores contratempos com a aparição repentina de mais alguém.
— I don't think so... – Duo tem mania de falar coisas em inglês, mas quando percebeu que Treize não entendera, repetiu – Eu acho que não...
Wufei fez um tchauzinho com a mão, como um pedido mudo para que déssemos o fora o mais rápido possível. Puxei meu amigo pelo braço em direção à porta de entrada, trancando a porta atrás de mim.
— Viu? Eu disse que ia conseguir. – gabou-se ele
— Eu vi. Mas você viu a cara do Wufei? Ele vai te esganar quando Treize for embora.
Duo nem me respondeu. Entramos no conversível vermelho parado na porta da nossa casa e o americano logo deu a partida.
No primeiro farol que paramos, um carro prata com dois caras parou do nosso lado.
— Onde as gatinhas vão sozinhas? – perguntou um deles, alto, loiro e musculoso
— E é da sua conta? – retrucou Duo
— Ui! A moreninha aí é brava.
— Queria ver ela na cama... – comentou o outro sujeito, ruivo, não tão alto porém ainda mais bombado que o primeiro.
Os dois começaram a rir da própria piada imbecil, até que meu amigo sacou a arma que levava presa na perna. Ele apontou-a para dentro do carro prateado, fazendo os dois emudecerem de imediato.
— Calma, calma, donzela... guarda isso que era só brincadeira. – disse um deles, absolutamente apavorado
Nessa hora, o farol abriu, e eles aceleraram, desaparecendo de nossas vistas.
— Enlouqueceu, Duo?
— Não... é que eu sempre tive vontade de fazer isso, sabia? Apontar uma arma para um civil que estivesse se achando o melhor, só para ver a reação.
— Pirado... você definitivamente não bate bem...
Ele só riu e continuou a dirigir em direção ao shopping.
— Posso entrar?
Termino de guardar o livro na estante e levanto o olhar para a porta, vendo ninguém mais ninguém menos do que Trowa parado ali.
— Claro! – respondi tentando firmar a voz
Ele usava uma blusa escura, de gola alta, tão justa que delineava todos os músculos bem definidos daquele peitoral maravilhoso. Vinha na minha direção, seu andar sensual me entorpecendo aos poucos. Só quando ele já estava bem próximo a mim, me toquei de que ele voltara à forma masculina.
— Trowa, como você...
Antes que eu pudesse terminar, ele me calou com um beijo suave. Tantas sensações me inundaram, que senti meus joelhos fraquejarem, e me agarrei ao móvel para não cair, sentindo os braços fortes de meu amado me segurando pelas costas. Passei meus braços por seu pescoço, e ele aprofundou ainda mais o beijo, sua língua explorando cada centímetro da minha boca, e deixando que eu fizesse o mesmo com ele.
Quando eu já estava quase sem fôlego, ele se afastou alguns centímetros de meu rosto, mas mantendo meu corpo colado ao dele, perfeitamente encaixado.
— Eu te amo, Quatre... Quatre... Quatre...
Ele repetia meu nome várias e várias vezes. Aos poucos, a cena diante de mim foi se dissolvendo, e me descobri deitado em minha cama, absolutamente sozinho. Mas uma coisa restava: Trowa chamava incessantemente por meu nome, só que ainda na forma feminina. Num impulso, peguei uma almofada que se encontrava ao alcance de minha mão para esconder um provável volume indiscreto em minha calça. Quando percebi meu erro, deixei a almofada de lado, torcendo para que o moreno não tivesse notado também.
— O que foi? – perguntei eu esfregando os olhos
— É melhor já se arrumar para a festa.
Fiz um movimento positivo com a cabeça. Pelo visto eu pegara no sono enquanto divagava sobre alguma coisa relacionada com alguma coisa. Não faz sentido, obviamente, já que eu não lembro sobre o que eu pensava. Mas isso realmente não importa mais, pois terei uma longa noite pela frente.
Tirei minhas roupas e entrei no banheiro anexo ao quarto. Tomei um banho demorado, e saí do chuveiro com os cabelos pingando. Uma segunda toalha foi necessária para secá-los, enquanto eu me decidia o que fazer com eles.
Para ser sincero, eu tinha pensando em usar essa noite como desculpa para me produzir o máximo possível e tentar fazer com que Trowa se interesse por mim. Será que daria certo? De qualquer forma, não custa tentar.
Abri o armário e peguei o vestido preto que eu e Duo havíamos escolhido no shopping. Lá conversamos bastante sobre essa festa, e fizemos um acordo de esquecer amores impossíveis. Apesar de eu nunca ter lhe contado sobre meus sentimentos por Trowa, ele sabe, assim como eu sei sobre os sentimentos dele por Heero (embora ele nunca tenha me dito nada). É como um segredo, um pacto mudo de nunca falar abertamente sobre esse assunto, e tentarmos nos ajudar. O garoto trançado sugeriu um visual mais dark, que iria chocar, mas ficaria legal, segundo ele, porque contrastaria com minha pele e cabelos claros.
O vestido era preto, feito de helanca, de mangas compridas, um decote grande (mas não muito exagerado a ponto de parecer vulgar) e redondo, justo até a cintura, onde ficava mais soltinho, indo mais ou menos até o meio da coxa, e com um detalhe de fitas vermelhas nas costas. (1) Simples, mas bonito.
Coloquei-o, vesti uma meia-calça arrastão preta, uma gargantilha de tecido preta, com um pingente prateado circular, brincos prateados, e botas de couro pretas, de cano alto. Faltava a maquiagem. Abri a porta do quarto e chamei por Duo, para que ele me ajudasse.
Em questão de segundos ele apareceu vestindo uma blusa vermelha regata de uma manga só, com um número "21" estampado em branco e a barra também em branco, uma calça jeans básica, um all star vermelho, uma munhequeira vermelha, amarela e preta, um boné vermelho na frente e azul escuro atrás, e brincos de borboleta. (2)
— Nossa, Qat... eu tinha certeza de que ia ficar muito legal em você!
Ele vinha com uma caixa em mãos, que abriu em cima da minha cama, revelando um quantidade absurda de maquiagem. Provavelmente havia uma interrogação pairando acima da minha cabeça, pois ele logo explicou:
— Peguei com a chata da Relena.
Ele passou uma base bem clara no meu rosto, e uma camada fina de pó, antes de passar o lápis preto em meus olhos. Eu ficava de costas para o espelho, de modo que eu não tinha a mínima idéia de como estava ficando. Depois de lápis, ele passou rímel preto, uma sombra prateada e um gloss brilhante.
— Voalá! – disse ele virando-me para o espelho.
A figura que eu contemplava podia ser qualquer um, menos eu. Mas não podia negar que estava muito bom.
— Adorei, Duo! – disse com entusiasmo. Eu ainda estava chocado, mas com certeza tinha adorado
Ele sorriu de orelha a orelha, pegou as coisas, e falou:
— Vamos descer, então?
— Aham
Fomos até a sala, onde já se encontravam Trowa e Heero.
Trowa vestia uma blusa de lá com gola alta azul clara, uma jaqueta de couro preta, uma saia jeans curta, um cinto preto, uma boina branca de oxford e uma bota de couro preta por baixo da calça. Uma maquiagem básica, mas que o deixava lindo...
Heero por sua vez usava uma túnica vinho com decote em "V" que ia até pouco abaixo do quadril, um cinto fino prata na cintura, uma calça branca , e uma gargantilha de veludo vinho, bem fina. Botas bege, brincos pequenos e maquiagem pesada, como sempre.
Fiquei encantado ao ver que Trowa parecia meio... embasbacado com meu visual. Ninguém proferiu uma palavra, e logo Wufei apareceu, usando uma blusa pink de meia manga, transpassada, com um decote ousadíssimo, uma saia meio cinza até os joelhos, e sandálias beges de salto. Usava um colar de pérolas, e brincos de argolas floridas.
— Vamos, gente? – falou o chinês ao ouvir uma buzina
Saímos dali e entramos na limusine de Nielly, que estava esperando por nós.
Já eram quase duas da manhã e eu estava caindo de sono. Inexplicavelmente, ninguém parecia querer ir embora. Eu estava sentado, exausto, perto do bar, onde o movimento era menor. Havia dançado quase a noite toda com um garoto de nossa turma que pareceu subitamente interessado em mim. Mas ele havia ficado muito bêbado, e achei melhor me afastar dele. Nielly desaparecera, assim como meus amigos, os quais não vi a noite inteira.
Estava observando a multidão que dançava freneticamente naquele espaço, quando vi meu amigo americano se aproximar do balcão, e pedir algo para o barman. Assim que recebeu o copo, entornou-o de uma só vez. Ele parecia feliz. Pediu mais um para o homem.
Eu ia me aproximar para conversar, quando vi que Heero fora mais rápido e estava agora de frente para Duo.
— Quantos desse já tomou? – ele perguntou arrancando o copo da mão do outro
— Ah, Hee-chan, alguns! Hoje é dia de festa, não me perturba!
— E quanto à aquele cara bêbado que ainda te espera no andar de cima?
— Agora deu pra me vigiar, é?
— Alguém precisa tomar conta de você!
— Ora, ora... quer dizer que se importa, é?
Duo pousou o copo no balcão, e passou uma das mãos por trás do pescoço do japonês, aproximando-os consideravelmente.
— Óbvio que não! – respondeu ele, tentando manter a voz firme
O rapaz de olhos violeta aproximou-se ainda mais e sussurrou algo ao ouvido do outro, que eu não pude ouvir, e eu seguida beijou-lhe os lábios com sofreguidão, como se esperasse por esse momento a muito tempo. Não demorou muito e eles se separaram. Duo ia sair andando, mas meu outro amigo puxou-lhe pelo braço.
— Você está bêbado, Maxwell. Definitivamente bêbado. E vai para casa agora!
Mesmo sob os protestos, Heero arrastou-o para a porta da boate, provavelmente indo esperar um taxi.
Nesse momento me ocorreu que os outros já poderiam estar em casa, e só eu pensara em esperar por eles. Por sorte Nielly aparecera nesse exato momento, novamente resmungando que queria ir embora.
— Então vamos, oras! – falei.
Em dez minutos eu estava deitando no sofá macio da minha sala.
Aparentemente eu me equivocara, e nenhum deles estava em casa ainda. Só que eu precisava dormir, e com certeza não iria esperar por eles. Mandei um torpedo para o celular de Wufei dizendo somente "Estou em casa", para avisá-los, e ia até o banheiro escovar meus dentes par dormir, quando olhei-me no espelho e lembrei que deveria retirar a maquiagem antes. Abri o armarinho e procurei ali, mas não havia nada. Talvez no quarto de Duo houvesse um demaquilante.
Fui até lá, e comecei a olhar dentro das gavetas, até me lembrar que ele colocava produtos desse tipo no armário. No momento em que abri a porta, ouvi passos e, assustado, me meti dentro do armário, deixando apenas um fresta aberta para ver quem era.
Heero entrou com Duo nos braços, adormecido. Deitou-o na cama, cobriu-o, e sentou-se ao seu lado.
— É claro que eu me importo com você, baka.
O japonês depositou um beijo carinhoso nos lábios do garoto adormecido, e saiu do quarto, fechando a porta atrás de si.
Eu peguei o demaquilante e saí de fininho, já que não era da minha conta o que ocorrera ali.
Fui para o meu quarto, retirei a maquiagem, coloquei meu pijama e dormi.
Acordamos no dia seguinte lá pelas quatro da tarde. Todos nós sofríamos de uma ressaca enorme, até mesmo eu. Estávamos na cozinha, tomando uma xícara de café com panquecas quando a campainha tocou. Heero se levantou murmurando apenas um "Hn" e foi abrir a porta.
Ouvimos um agudo grito feminino vindo da sala, e fomos ver o que era.
Parada na porta, havia uma menina de longos cabelos castanho-claros que iam até o quadril, com finas mechas rosa-pink colorindo as madeixas, pele clara, olhos castanhos, magra e de estatura média. Ela vestia um blazer de moletinho azul céu, uma calça jeans com brocados coloridos, uma blusa branca de lã e tênis conga azul claro.
— Eu-não-acredito! Nem em meus sonhos esperei encontrar Heero Yuy assim! Por que você é Heero Yuy, certo? – ela dizia empolgada
— Hn
— Óbvio que é! – ela começou a bater palmas de tanta empolgação
Ela entrou na sala, e depositou uma grande bolsa tipo indiana no nosso sofá. Ajeitou o cabelo, e só então pareceu notar a nossa presença ali.
— Oiê! Vocês devem ser... – ela tirou um papel do bolso do blazer – Quatre Raberba Winner, Trowa Barton, Chang Wufei e Duo Maxwell, né?
Fiquei ainda mais confuso do que já estava, e, olhando para meus companheiros, percebi que eles entendiam tanto quanto eu daquela situação.
— Quem é você? – perguntou Trowa
— Ah, me desculpem! Esqueci de me apresentar! Sou Serennity LeFay (3), e vim aqui a mando dos doutores.
A garota continuava sorrindo, mas a névoa ainda não se dissipara em nossas mentes. Dava no mesmo. Ou até nos confundia ainda mais. Porque os doutores nos mandariam uma menina? E porque uma tão histérica? Será que eles achavam que não estávamos indo bem na missão e precisávamos de ajuda?
Heero foi o mais energético de todos nós.
— Explique-se.
Um olhar daqueles teria aterrorizado qualquer um, mas a tal garota não parecia nem um pouco abalada.
— Nhaa... por onde começar... sou sobrinha do doutor J, e a alguns meses descobri que ele e os outros estavam fazendo pesquisas para mudar o sexo das pessoas. Me interessei pelo assunto e ajudei-os a fazer tudo. Depois que os transformaram, meu tio me afastou do projeto, e eu fiquei sem saber de nada, até que encontrei fitas gravadas com todos os passos de vocês desde o dia da transformação. E devo dizer que eles não estão muito felizes com o desempenho de vocês.
— Como assim?
— Oras, Wuffy, você não tem sido convincentes o suficiente! E tem sido lentas demais! Já detém da confiança da filha do sujeito, porque não começam com o interrogatório? Ficam mais preocupados com o que outros vão pensar ou como vocês estão nesse novo corpo, que não levam a missão a sério! E eu estou aqui para colocar vocês na linha antes que seja muito tarde.
A tensão era palpável na sala de estar. Como aquela desconhecida conseguia das um sermão na gente sem tirar o sorriso do rosto? Ela estava mais feliz em nos ver, ou em criticar-nos como pilotos? Oras... odiei-a no mesmo instante. E olhando meus amigos, acho que pensam como eu.
— Não temos quartos. – disse eu
— Ah, isso não é problema. Posso dormir no quarto do Duo-love! – a menina deu uma piscadela, e pegou suas malas, subindo as escadas.
Eu costumo ter paciência com as pessoas, e não julgá-las logo de início, mas essa garota... ela não vai durar muito aqui em casa. Vamos chamar os cientistas, e dizer que não a queremos.
(1) Eu não sabia o que dar pro Q-sama vestir, e achei que algo diferente seria legal, pra chocar o Trowa. E ontem eu recebi um catálogo de roupas, e lá tinha esse vestido, que eu achei que seria legal.
(2) Outra vez o meu catálogo. Ele me salvou, pq eu não tenho muita imaginação para roupas. E tem um monte de conjuntinhos fofos lá, que eu usei para vestir os garotos durante esse capítulo inteiro. Procurei pegar roupas que não fugissem muito da personalidade deles, mas foi difícil.
(3) Outro dia eu estava conversando com a Goddess-sama pelo MSN, e ela me sugeriu colocar uma garota na fic (eu mesma, ou alguém inventado) para dar uma ajuda pra eles, quando eles precisassem, tipo na situação da menstruação. Como o objetivo não é a menina (no caso eu mesma) ter um destaque muito grande, eu achei legal deixá-los odia-la um pouco, para que ela tenha que conquistar a confiança deles. Assim ela faz alguma coisa.
N/A: Eu sei que esse capítulo demorou bastante. Mas eu estava mais concentrada na minha outra fic (Meus Sentimentos), e deixei as outras um pouco de lado. Mas até o fim dessa semana quero atualizar Amnésia e quem sabe Horizonte Perdido. Peço mil desculpas pela demora. Espero que tenham gostado do capítulo. Tentei dar um enfoque maior aos sentimentos dos outros pilotos, o que é bem difícil fazer sendo a fic em Quatre POV. O romance do Treize-kun e do Wuffy ainda vai dar muuito pano pra manga, assim como o do Duo-love com o Hee-chan. Esperem e verão!
Gostaria de agradecer às reviews de: Duo Maxwell, Menininha das Trevas, Mayara, Otaku-chan, Aryam, Lady Une, Youko Julia Yagami, Goddess of Death GW, SophieOswalddoidinha, Yuukii, Yume Sangai e Pipe. Muitíssimo obrigada, gente! São os comentários de vocês que me fazem continuar escrevendo. Não me lembro agora quem disse uma coisa que é mais do que certa: Dedinhos felizes digitam mais rápido. Quanto mais reviews, mais rápido vem o próximo!
