VISITANTE

PARTE III - OS PLANOS DE HECTOR

Na varanda da casa dos Marsh, que estava abandonada desde que Eric havia sido detido e seus pais mudaram para Metropolis por uns tempos, Hector e seus comparsas recém-chegados em Smallville conversavam.

"Aqueles idiotas do Wild Coyote nem tiveram a ousadia de contar à policia que fomos nós que fizemos aquele estrago todo", disse Slash, rindo, enquanto Hector estava pensativo sentado numa cadeira.

"É verdade", comentou Didier, outro membro dos Demônios da Noite. "A polícia já devia estar aqui, para nos prender".

"Eles ficaram com medo do que somos capazes de fazer", explicou Slash, tirando do bolso do casaco um frasco com um líquido verde luminescente, que ele ficou admirando por alguns instantes antes de ingerir.

"Não despedice", avisou Hector, que até então não havia se manifestado. "Não podemos causar muito alarde nessa cidade. O Wild Coyote já tem fama de ser um lugar cheio de encrencas, por isso nos demos bem. Mas essa droga de cidade nunca mais foi a mesma depois que o velho Ethan foi preso e outra xerife entrou no seu lugar".

"E o quê vamos fazer?", perguntou Slash.

"A primeira coisa, é pegar aquele filho da mãe que foi responsável pela prisão do meu irmão Eric", disse ele, com o olhar perdido, talvez imaginando a satisfação que teria ao faze-lo. "Depois sim, vamos acabar com essa cidade idiota".

Todos riram e levantaram suas latinhas de cerveja, como se estivessem brindando. Mas Hector era o único que permanecia imóvel, lembrando do dia que foi visitar Eric no reformatório. Ele jamais lhe contou como Clark Kent o havia surpreendido, mas lhe deu todo o segredo da kryptonita, e como ela podia faze-lo ficar incrivelmente forte. Aproveitando-se dessa descoberta, Hector também fez um anel com a pedra esverdeada para ele, que agora era a sua grande arma secreta, e na qual ele confiava veementemente. Seus planos de maldade eram incalculáveis. E destruir a cidade natal, era o primeiro.

...

Clark ajudava Lana a fechar o Talon naquele final de tarde de sábado quando Chloe chegou.

"Oi, pessoal", disse ela. "Querem ajuda?"

"Não, na verdade já estamos acabando", respondeu Lana, colocando a última cadeira sobre uma das mesas.

"Onde esteve o dia todo, Chloe?", perguntou Clark, que antes de ir ao Talon, passou pelo The Torch, para ver a amiga e não a encontrou.

"Pois é", explicou ela, "houve uma confusão no Wild Coyote ontem à noite. A polícia foi chamada, mas Mike Tunney disse que foi um bando de arruaceiros qualquer. Fui lá para tirar umas fotos. Parecia um campo de batalha. Um sujeto ficou paralítico e outro está em coma. Um dos garçons me disse que os caras eram enormes e que eram muito fortes. Foi um verdadeiro estrago".

"A xerife tem alguma pista?", perguntou Clark, intrigado.

"Tentei perguntar à ela alguma coisa, mas ela me tratou mal, como sempre", respondeu Chloe. "Mas notei que alguns policiais examinavam marcas de pneus de motocicleta. Voltei para o The Torch e descobri que uns motoqueiros arruaceiros andaram passando por Greenville nesses últimos dias e que quase acabaram com um bar, provocando duas mortes".

"Nossa, então é sério", comentou Lana, preocupada.

"Será que eles ainda estão por aqui?", perguntou Clark.

"Não sei", respondeu Chloe. "Podem ser um nômades que levam destruição por onde passam. Devem ter pego a estrada e já estaão longe, mas naa impede que resolvam ficar por aqui".

"Todo cuidado é pouco", disse Lana, fechando a caixa registradora.

"Lana disse que vocês vão para Metropolis hoje à noite", comentou Clark com Chloe, enquanto Lana ia buscar suas coisas nos fundos.

"É, ganhei dois ingressos para um Congresso para pequenos Empresários. Achei que podia escrever um bom artigo sobre isso para o The Ledger. Mas ainda não acredito como consegui convencer Lana Lang a ir comigo, talvez por causa do Talon ela tenha tido um pouco de interesse", respondeu Chloe, sorridente. Clark também sorriu, e ela continuou: "Pensei em convidar você, mas lembrei de uma vez que combinamos de ir a um Simpósio de Jornalismo e você me deu um bolo".

Constrangido, Clark tentou disfarçar o desconforto da situação, até que Lana voltou com seu casaco de sua bolsa.

"Vamos, Chloe?", perguntou ela.

Todos os três caminharam até a porta e antes de se despedirem, Clark perguntou:

"Vão mesmo perder dois dias de aula?"

"Tá brincando?", indagou Chloe. "E perder um evento desses?"

"Já andamos pesquisando, e podemos colocar como atividade extracurricular", explicou Lana, entrando no carro de Chloe.

"Então nos vemos só na terça-feira?", perguntou ele às duas, olhando as suas mochilas no banco de trás, deduzindo que já estavam indo para a rodoviária, onde pegariam o ônibus das sete horas.

"É isso aí", respondeu Chloe, sorrindo, e dando a partida.

Enquanto saíam, Clark pôde ver o olhar carinhoso de Lana, como se quisesse dizer mais alguma coisa. Mas ele estava tranqüilo naqueles dias. Seu relacionamento com ela já não parecia mais tão conturbado como antes, quando ainda tinham um forte vínculo. Desde que decidiram colocar um ponto final, o único problema era um ter que fingir para o outro.

Depois de ver o carro de Chloe sumir na esquina, virou-se e foi para casa com a caminhonete dos pais, já que teve que fazer uma entregas das tortas da sua mãe naquela tarde.

Não muito longe dali, num beco, os Demônios da Noite os haviam observado. E quando Chloe e Lana passaram por eles, Hector sinalizou para seus comparsas para que eles as seguissem, enquanto ele ficava olhando Clark Kent, de longe. Quando a caminhonete vermelha sumiu rua abaixo, ele seguiu seus colegas.

Quando Chloe parou num cruzamento, ao sinal vermelho indicad no semáforo, notou, pelo retrovisor, um certo movimento. As duas escutaram, então, o ruído de motocicletas que se aproximavam. Lana e Chloe se entreolharam, preocupadas.

"Oi, gatinha", disse para Lana, um motoqueiro que parou ao lado do carro de Chloe.

Ao mudar a cor do semáforo, Chloe arrancou e dirigiu o mais rápido de pôde.

"Pega o celular e liga para a xerife, Lana!", gritou ela, sem tirar os olhos da rua e do espelho retrovisor, percebendo que eles realmente as seguiam.

Desesperada, Lana deixou o celular escapar e se abaixou para pegá-lo, Chlo olhou para baixo para tentar ajudar e quando voltou os olhos na estrada, freou bruscamente. Lana bateu a cabeça e desmaiou. Hector estava parado com sua motocicleta bem no meio da rua. Desesperada, vendo que não tinha outro meio de escapar, Chloe apenas se virou para Lana, tentando reanimá-la.

Continua...