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PARTE IV - ENCONTRO FATAL

Quando Clark chegou em casa, sua mãe estava acabando de preparar o jantar, e Jonathan consertava a torneira da pia.

"Oi, filho, por que demorou?", perguntou Martha, colocando a mesa.

"Tive que passar no Talon para dar uma ajuda à Lana", respondeu ele, servindo-se de um copo de limonada. "Ela e Chloe vão para Metropolis hoje à noite".

De repente, o telefone tocou e, vendo que seus pais estavam ocupados, Clark atendeu a ligação:

"Clark Kent?", perguntou uma voz rouca do outro lado da linha.

"Sim", respondeu ele, tentando identificá-lo. "Quem fala?"

"Encontre-me em vinte minutos na Ponte Coughlin (05)", disse ele. "Nada de polícia ou eu mato as suas amigas".

"Isso é um trote?", perguntou Clark, chamando a atenção de Jonathan e Martha que pararam de fazer o que os ocupava para ouvir o filho ao telefone.

"Uma dica: morena de lindos olhos grandes e loira com uma boa fenomenal", disse ele, antes de desligar.

Clark ficou olhando para o fone, e enquanto seus pais perguntavam o quê havia aocntecido, ele ligava apressadamente para o celular de Chloe.

Hector, que havia telefonado para Clark do telefone de Chloe, ao desligar, jogou o aparelho ao chão e pisou em cima dele, destroçando-o. Estavam no porão da casa dos Marsh, e Lana e Chloe o observavam, vigiadas pelos outros Demônios da Noite, enquanto estavam amarradas juntas, com os lábios selados por fitas adesivas.

"Desligado?", perguntou Clark, olhando para o relógio. Era sete horas, exatamente, e Clark saiu em disparada, com sua super-velocidade, em direção à rodoviária. Ainda de longe, podia ouvir os gritos de seus pais, perguntando onde ele estava indo e o quê tinha acontecido. Quando chegou na rodoviária, viu que o ônibus que seguia para Metropolis ainda estava lá. Procurou pelo carro de Chloe, no estacionamento, mas ele não estava lá. Foi até a plataforma de embarque e pediu para o motorista para entrar no ônibus e procurar duas pessoas. Mas depois de olhar para todos que estavam no ônibus, Clark descobriu que Chloe e Lana estavam mesmo em apuros.

"O quê houve, Clark?", perguntou Jonathan quando o filho voltou para casa.

Clark estava transtornado.

"Alguém seqüestrou Lana e Chloe quando estavam a caminho da rodoviária e quer se encontrar comigo na Ponte Coughlin", disse ele.

"Vamos chamar a polícia", disse Jonathan, pegando o aparelho de telefone.

"Não podemos", retrucou Clark, enquanto Jonathan colocava o fone de volta no gancho, ouvindo sua explicação: "Ele disse que se eu chamasse a polícia, matava as duas".

"Desconfia de quem possa ser?", perguntou Martha, preocupada.

"Não, mas vou descobrir", respondeu Clark, com firmeza.

"É melhor não ir sozinho, filho", disse Jonathan, preparando-se para ir junto. "Não sabemos o que esse sujeito quer e nem quem ele é".

"Não, pai", protestou ele. "Pode deixar que eu me cuido".

Jonathan hesitou, mas apoiou a mão no ombro do filho e apenas pediu que ele tomasse cuidado.

...

Vinte minutos depois, Clark chegou à Ponte Coughlin, na caminhonete dos pais. Notou que havia um grupo de motoqueiros montados em seus veículos, parados no meio do asfalto. No entanto, não havia qualquer sinal de Chloe ou de Lana. Clark estacionou no acostamento, deixando a luz dos faróis acesas para ter visibilidade, e foi se aproximando lentamente do grupo, escaneando toda a área com sua visão de raio-x, para ver se era alguma cilada. Depois, parou a poucos metros deles. Um dos motoqueiros desceu de sua moto e se aproximou. Clark deduziu que ele devia ser o líder.

"Onde elas estão?", perguntou Clark, furioso.

"Você é Clark Kent?", indagou Hector, indiferente à pergunta dele.

Clark não confirmou, esperando a rsposta à sua pergunta, mas não era preciso que confirmasse, e Hector tirou do bolso um lenço rosa, largando-o ao chão. Clark reconheceu como o lenço que Lana usava ao cabelo.

"Elas estão bem", disse ele.

"O quê você quer?", perguntou Clark, aproximando-se mais de Hector. No entanto, quanto mais próximo estava dele, mais se sentia enfraquecido. Clark percebeu que havia kryptonita por perto. E tentou olhra à volta para descobrir onde podia estar. Tentou escanear Hector, mas estava um tanto fraco demais para isso e, mesmo asism, não viu qualquer sinal que pudesse justificar aquela fraqueza repentina, que ele só sentia na presença das pedras verdes. Hector sorriu, e coçou a barba com a mão, e foi nesse momento que Clark viu de onde vinha aquela fraqueza. Hector usava um anel com uma pedra verde-esmeralda.

"Quem é você?", perguntou Clark, tentando se afastar.

"Não lembra do meu irmão, Eric Marsh?", vociferou ele, aproximando-se cada vez mais de Clark. "Estou aqui para vingar o quê você fez com ele, seu miserável!"

Hector empurrou Clark para longe, com sua super-força e antes mesmo que Clark pudesse se levantar, ele o alcançou e o levantou para o alto, jogando- o de volta no asfalto.

...

Não muito londe da Ponte Coughlin, uma garota caminhava pela estarada, carregando apenas uma mochila às costas. Ao se aproximar, notou que alguma coisa acontecia no meio do trajeto. Viu motoqueiros, e com a ajuda das luzes dos faróis de uma caminhonete vermelha estacionada por perto, viu um garoto sendo surrado. Ela apenas balançou a cabeça e continuou seu caminho.

...

Clark estava todo machucado, mas não era o bastante para Hector, que, enquanto o via estirado ao chão, tomava uma dose de um líquido esverdeado de um frasco que tirou do bolso do casaco. Os demais Demônios da Noite apenas riam, assistindo ao massacre. Hector, então, pegou Clark pelo pescoço, com a mão na qual ele usava o anel de kryptonita, e ergueu-o para o alto.

"Acabou com o futuro brilhante que o Eric podia ter no baseball, seu maldito!", exclamou ele, furioso, enquanto as veias de Clark ficavam cada vez mais salientes e ele se sentia cada vez mais fraco, a ponto de morrer a qualquer instante.

"Ei, valentão!", gritou, então, alguém que estava do outro lado da ponte. Todos os Demônios da Noite se viraram para ver de onde vinha aquela voz, e Hector também olhou na mesma direção. Viram, então, uma jovem com as mãos nas cinturas, e com olhar desafiador. "Por quê não me mostra do quê realmente é capaz?"

"Não", sussurrou Clark, londe demais para ser ouvido, com as poucas forças que tinha, já que também estava preso pela garganta: "Fuja enquanto pode!"

Hector apenas sorriu, e sem dar importância, continuou a esganar Clark. Slash riu e caminhou na direção da estranha e perguntou:

"Que tal brincar comigo, gatinha?"

Ela o olhou com desprezo e quando Slash, furioso por aquele olhar, arrancou um canivete do bolso, ela o pegou pelo braço e o virou velozmente, e antes que ele pudesse se dar conta do que acontecia, ela lhe deu uma gravata e, com um pontapé, atirou-o para longe. Os demais Demônios da Noite correram ao seu encontro, e cercada por todos aqueles cinco brutamentos, ela lutou com cada um deles, jogando-os longe, com força e velocidade imbatíveis, até mesmo para eles, que estavam todos entorpecidos pela droga verde que os deixava com poderes sobre-humanos.

Hector, que via de longe seus capangas serem derrubados um a um, largou Clark no chão, e caminhou na direção da garota.

"Será que não conseguem fazer nada sem mim?", perguntou ele, enfurecido, disposto a acabar com aquela situação toda naquela mesma noite.

Clark, quase desmaiado, tentando recuperar suas forças, completamente enfraquecido, tentou se levantar, enquanto via de longe o que estava acontecendo. Não podia saber o que era, mas viu aquela garota derrubar todos eles, com uma facilidade impressionante. Fraco demais, Clark caiu e ficou deitado no asfalto.

"Vadia!", gritou Hector aproximando-se da garota, vendo todos os seus Demônios da Noite caídos ao chão, recuperando-se dos golpes dela. "Venha me enfrentar".

Ela o observava com repugnância e quando Hector ia para desferir-lhe um soco, ela também lhe deu um soco, e seus punhos se chocaram, moendo o anel de kryptonita, e quebrando-lhe os ossos da mão. Hector deu um grito horrendo, e ficou olhando sua mão ensanguentada. Olhou para seus comparsas que também estavam feridos no chão, e fitou a estranha com firmeza:

"Eu ainda te pego, sua maldita!"

"Claro que sim", disse ela.

Mas ela não sabia, Hector via que Slash, que estava atrás dela, tirava do bolso do casaco, uma arma, e quando estava prestes a desferir-lhe os disparos, ela se virou e desviou todas as balas com os braceletes que usava. E quando o tambor do revólver estava vazio, ele largou a arma no chão, boquiaberto. Percebendo que lidavam com alguma coisa superior à sua compreensão, talvez mais do que os efeitos que olíquido verde tinha neles, todos tentaram se levantar o mais depressa que podiam, e correram, desajeitados e feridos demais, para suas motocicletas. Ela apenas ficou observando-os, sem impedi-los de fugir, com olhar imponente, com as mãos nas cinturas, pois não lhe era permitido fazer mais do que havia feito. Antes de subir na sua moto, Hector olhou para Clark, e disse:

"Eu ainda te pego!"

Quando todos foram embora, passando o mais longe que podiam com suas motos do nemesis de suas vidas, ela foi num canto da ponte e pegou sua mochila, colocou-a de volta nas costas e caminhou na direção de Clark, que ainda estava caído ao chão. Ela se abaixou e tentou examiná-lo. Não parecia tão ferido, embora tivesse visto de longe ele levar uma grande surra. Clark balançou virou a cabeça com grande esforço para encará-la, e ao encontrar seus grandes olhos azuis, descobriu que podia não estar mais sozinho.

Continua...

...

NOTA:

(05) A mesma ponte de onde Lex Luthor caiu com seu prosche e foi salvo por Clark no episódio #1.01, e de onde Chloe quase foi derrubada por William Taylor, em "Truth", episódio #3.18.