NA: Surpresa!! Agora que estou com um computador funcionando (foi mais rápido do que eu pensava), resolvi comemorar postando mais um capítulo! Aproveitando que esse não é tão grande assim...

As mensagens vão ter que ficar para o próximo capítulo... Descobri recentemente que o ff apagou as separações que eu usava entre as partes do capítulo, deixando tudo junto... e algumas vezes isso fica estranho... Por isso vou re-postar os capítulos novamente, aproveitando para fazer algumas correções de digitações que passaram batidos da primeira vez...

E sábado que vem teremos outros capítulo normalmente, com as mensagens ao final e tudo o mais... prometo!!!

7. Palavras no Escuro

Remo engoliu em seco. Os olhares dos seus amigos fixos nele estavam começando a incomodar.

- Que foi? - ele arriscou, já imaginando qual seria o assunto daquela noite.

- Que foi? E você ainda pergunta? - Sirius tinha os olhos brilhando, o que trazia maior temor ao amigo. - "Boa noite, Hermione..." - ele disse, com uma vozinha forçada. Remo sentiu o rosto corando.

- Eu só estava dando boa noite para ela... - ele disse calmamente, mas seu rosto vermelho o entregava.

- Claro. Assim como no primeiro ano você ia visitar sua mãe todos os meses. - Sirius disse, jogando as mãos para o ar, dramático. - Por favor, Aluado... O que aconteceu na aula de Instrumentos Mágicos hoje, afinal?

- Não aconteceu nada! - Remo começava a se irritar. - Eu a ajudei com a gaveta mágica e só! Por que vocês não deixam o assunto morrer, hein?

- Por que você não admite que aconteceu algo? - Sirius retrucou, também perdendo o tom de brincadeira. - Desde o momento que ela pisou em Hogwarts você tem ficado estranho. Mais quieto e tímido que o usual. E hoje você ainda conseguiu bater todos os recordes. Até mesmo quando a gente ainda não era amigos você falava mais! Essa garota tem alguma coisa que consegue te deixar assim, sem dúvida!

- Ela... - Remo parou, incerto de como continuar. Ele balançou a cabeça negativamente, se rendendo diante do olhar feroz de Sirius. - Ela...

Mas ele só pensava em como ela o fazia pensar nele mesmo. A confusão, a certeza de que não pertencia àquele lugar. Ela era uma estranha. Ele também. Ao imaginar o rosto dela levemente corado daquela tarde, Remo sentiu seu próprio rosto corando mais ainda. Seus amigos também notaram.

- Você gosta dela? - Sirius tinha um olhar esperançoso, assim como Tiago.

Remo não respondeu. Na realidade ele não tinha respostas. Como ele poderia gostar de alguém que mal conhecia? Alguém que nem pertencia ao mesmo mundo que ele? Alguém que assim que soubesse quem ele realmente era, ou quando recobrasse a memória iria embora? Ele não podia estar gostando dela...

- Não é isso... - Foi a resposta que chegou aos seus lábios depois de alguns minutos. - Ela só me faz pensar em várias coisas....

- Que tipo de coisas? - Sirius encorajava o amigo a continuar.

- No meu passado... na minha vida... no futuro... - Remo disse, incerto.

Ele viu o rosto confuso dos amigos e balançou a cabeça. Seria complicado continuar o assunto sem contar seu segredo para os amigos. Ele respirou fundo antes de continuar.

- Eu tive uma conversa essa semana com Dumbledore. E nós descobrimos de onde exatamente ela veio... - Remo abaixou a cabeça para não ver os olhares de "como, onde, quando, por que você não falou nisso antes?" dos amigos, continuando. - Eu encontrei um artefato raro no campo, logo depois dela ter caído. Um Vira-tempo.

Remo parou para ver a reação dos amigos. Pedro parecia realmente confuso, enquanto Sirius e Tiago pareciam mais magoados.

- Por que você não nos contou isso antes? - Tiago disse, balançando a cabeça e montando o quebra-cabeça.

Remo deu de ombros, incerto do que responder. Sirius se levantou de repente, começando a andar de um lado para o outro do quarto.

- Um vira-tempo? Isso quer dizer que ela realmente veio de outra época? - Remo balançou a cabeça positivamente e Sirius continuou. - Então ela é do passado? Ou do futuro?

- Futuro, - Remo respondeu. - Dumbledore e eu chegamos a essa conclusão. Ela veio do futuro, só não sabemos de quando. E só poderemos mandá-la de volta para onde ela veio quando sua memória voltar.

- E você sabia disso tudo desde o momento que achou o artefato, não? - Dessa vez quem falou foi Tiago. Ele tinha um olhar penetrante, como se tivesse adivinhado, mais uma vez, os maiores segredos de Remo.

Remo balançou a cabeça positivamente.

- Eu suspeitei... - Ele respirou fundo. - Eu usei o mesmo artefato. Exatamente o mesmo, no terceiro ano. Lembra dos meus estudos extras e do horário de aula estranho? Eu conseguia assistir todas as aulas graças ao Vira-tempo.

Sirius se sentou novamente, olhando fixo novamente para Remo. Ele era quem mais parecia magoado.

- Por que você nunca falou disso para a gente???

- Desculpa, mas eu prometi ao diretor e a professor McGonagall que não iria falar para ninguém sobre o vira-tempo...

Sirius e Tiago balançaram a cabeça. Remo imaginou que os amigos estivessem desapontados com ele. Mas no momento seguinte, quando Sirius se levantou novamente, Remo viu que esse não era o caso.

- Merlin. Se nós tivéssemos esse artefato... Imagina o que poderíamos ter aprontado com a Sonserina! - Os olhos de Sirius brilhavam novamente, sonhadores. Remo riu, aliviado e descontraído. - Você disse que encontrou o vira-tempo dela. Ainda está com você?

Remo prontamente balançou a cabeça negativamente. Dumbledore e McGonagall estavam certos. Era mais seguro manter o objeto em segredo. O desapontamento de Sirius foi logo substituído por uma expressão de dúvida.

- Mas e quanto a Hermione? Dumbledore chegou a falar com ela sobre isso? Porque ela não parece estar sabendo de todas essas coisas.

- Não. Acho que não é preciso confundir mais ainda a garota com esse papo de futuro, não é?

Sirius, Tiago e Pedro concordaram com a cabeça. Os quatro garotos permaneceram quietos por um tempo, digerindo todas as informações discutidas naquela noite. De repente Sirius se sentou, olhando novamente fixo para Remo.

- O que foi dessa vez?

- Você mudou de assunto... Nós estávamos falando de você, se lembra? - Sirius tinha um sorriso maroto no rosto. Remo balançou a cabeça, sabendo que não tinha como fugir do amigo.

- Tudo bem. Tudo bem. E se eu estiver "gostando" dela? Que diferença isso iria fazer? Ela não é daqui. Ela poderá estar indo embora daqui a alguns dias...

- Ou alguns anos. - Sirius interrompeu.

- Eu não vou me aproveitar de uma garota sem memórias, Almofadinhas. - Remo disse, deixando-se cair de costas na própria cama. Aquela conversa não ia levar a lugar nenhum. Nada que seus amigos dissessem poderia fazer com que ele mudasse de idéia. Seja lá o que ele pensasse sobre Hermione Granger, ficaria apenas na sua cabeça.

Sirius deu de ombros, e antes que o amigo pudesse fechar a cortina da cama, ele adicionou com um sorriso maroto.

- Você não estaria se aproveitando dela se ela quiser a mesma coisa...

As últimas palavras de Sirius tomaram conta da mente de Remo durante o resto da noite. Ele fechou os olhos, dando boa noite para os amigos. Mas o sono não iria chegar para ele tão cedo...


Hermione se virou novamente na cama, quase socando o travesseiro. Por mais que ela tentasse relaxar e dormir, palavras e cenas daquela tarde repassavam pela sua mente.

- Pelo amor de Merlin, Hermione. Qual o problema?

A voz sonolenta de Lílian atravessou a cortina da cama da garota. Hermione corou, se xingando mentalmente, ao ver a amiga abrindo a cortina e se sentando na beirada da cama.

- Desculpa, Lílian... Eu não queria te acordar...

Lílian esfregou os olhos, dando um leve sorriso.

- Tudo bem... Eu que tenho o sono leve demais, acho... Mas qual o problema?

Hermione se sentou também, parecendo um pouco cansada, mas totalmente desperta.

- Eu só estava pensando em algumas coisas...

- Como o que? - Lílian também havia despertado. Aquela era a oportunidade que ela tinha esperado durante toda a noite.

Hermione deu de ombro, corando levemente. Ao ver que ela não parecia achar palavras, Lílian arriscou sua idéia.

- É sobre o Remo?

Hermione abraçou o próprio joelho, sem jeito. Os olhos brilhantes de Lílian eram parecidos com os de Sirius quando o garoto tinha uma idéia na cabeça. Ela não gostou nada disso.

- Você está gostando dele?

Hermione se levantou, para sentar ao lado da amiga.

- Eu não sei! Quero dizer... Como eu posso estar gostando de alguém que só fala direito comigo quando é pra explicar alguma matéria? Ele me evita a maior parte do tempo, sempre se afastando quando eu tento me aproximar...

Lílian olhou com compreensão para a amiga. Hermione parecia realmente confusa. E o desapontamento na voz dela não ajudava.

- Remo já passou por muita coisa... Entenda...

- Mas eu não entendo! - Hermione disse, um pouco mais alto do que pretendia. - Eu não entendo nada que acontece aqui... Sirius é um amor de garoto, inteligente, divertido... Por que eu tenho que me interessar justo pelo garoto que não quer chegar perto de mim?

Ela corou logo depois que as palavras saíram de sua boca. Ela não queria ter explodido assim, nem ter falado demais. Mas agora era tarde. Lílian balançou a cabeça negativamente com um olhar compreensível.

- Ele só está tendo dificuldades em se aproximar...

Hermione deixou a cabeça cair no ombro da amiga, resignada.

- Eu sei... é só que tudo está tão confuso ultimamente. Eu queria que pelo menos uma coisa fosse fácil de entender...

Lílian consolou a amiga, mas sem realmente saber o que fazer. Ela sorriu, levantando a cabeça de Hermione.

- Bem, nem sempre as coisas são tão complicadas quanto parecem. Remo é um bom garoto, carinhoso e compreensível. Acredito que se vocês tivessem mais oportunidades de conversarem a sós, vocês poderiam se entender facilmente.

Hermione sorriu. Lílian tinha uma capacidade de acalmar as pessoas a sua volta como mágica.

- Obrigada Lílian. - Hermione disse, se levantando e se sentando novamente na própria cama. - E desculpa estar te atormentado.

- Amigas servem pra isso. - Lílian disse, escondendo um bocejo. - Mas que tal se a gente continuasse o papo amanhã?

Hermione concordou com a cabeça, se deitando.

- Boa noite, Lílian.

- Boa noite, Mione.


Continua...