Bom, antes de começar eu quero dizer, obrigado a todos que lêem essa fic e que me mandam reviews. Sem vcs, essa história não ia pra frente. Agradeço também as minhas grandes amigas nana e Perséfone-san, por sempre me ajudarem nos meus bloqueio e também a minha sensei, amy. Ah, não posso esquecer da p-chan. Bjus amoooores

E é isso. Drica de Áries deixa aqui expresso seu eterno agradecimento aos verdadeiros amigos. Beijos a todos que acompanham minhas fics.

Milo andava inquieto desde a conversa com a pequena X, mais cedo. Kamus o observava andar de um lado pro outro no escritório, imaginando o porque de tanto nervosismo. Estava sentado no sofá, lendo um livro, e desviando o olhar do cinco em cinco minutos para observar o lobo, que passava a mão nervosamente pelos cabelos, olhava a janela, esperando algo acontecer. Depois de um tempo, Kamus tomou coragem para quebrar o silêncio que reinava na sala.

-O que está acontecendo?

Milo parou de andar. Fitou Kamus por alguns minutos, pensando se deveria ou não revelar a terrível realidade que assombrava toda a organização da CRL. A rivalidade com os ursos do norte, soldados cruéis que matavam qualquer um que ficasse em seu caminho. Muitos amigos de Milo morreram em batalhas com eles, e os três humanos tinham chegado em uma má época.

-O que vou falar agora não pode ser dito a ninguém mais, certo? Fica só entre nós. – Milo falou depois de longos minutos, ainda decidindo entre contar a verdade ou mentir para Kamus.

-Sim, não falarei a ninguém.

-No início da CRL, há muitos anos atrás, a líder do clã das trevas teve que lutar contra os ursos do norte, antigos donos dos territórios que hoje pertencem aos três clãs principais. Ela e suas irmãs lutaram bravamente contra todos os ursos do norte, e venceram a batalha. Irritados e envergonhados por perderem para três crianças, os ursos do norte viraram inimigos de morte da CRL e todos os seus participantes.

-E quem era a líder do clã das trevas? E que clã é esse? – Kamus perguntou, aproveitando a pausa que Milo vez para beber água.

-O clã das trevas é o clã superior aos outros. É de lá que vem as ordens para os clãs do fogo, gelo e trovão. Sobre a identidade da líder, ninguém sabe. A única coisa que consta nos livros da CRL é que ela tinha 12 anos quando derrotou os ursos do norte.

-12 anos? Minha nossa! – Kamus arregalou os olhos, não acreditando no que tinha ouvido. Uma criança de 12 anos tinha derrotado um exército inteiro com apenas algumas armas e a ajuda das irmãs? Então os tais ursos do norte deviam ser muito fracos... ou as meninas eram muito fortes...

-Sim, 12 anos. O pai delas é do clã das trevas, e o tio está atualmente no clã do gelo. Mas faz um bom tempo que não recebemos nenhuma ordem do clã dela. E uma guerra está quase começando, se nenhuma ordem for enviada a nós, teremos que partir para a luta. Provavelmente perderemos muitos soldados.

Milo sentou em sua cadeira, parecendo muito cansado. Kamus começou a refletir sobre as dificuldades de ser um lobo. Pelo que tinha ouvido de Milo, a maioria foi parar ali depois de serem caçados pelas pessoas do local onde moravam. Abandonados pelas famílias, eles paravam na floresta próxima a fronteira e eram recolhidos pelos guardas que patrulhavam o local.

-Eu quero que você fuja daqui, vá para bem longe da fronteira, ou volte para sua antiga casa, mas não fique aqui. – Milo levantou e andou até ficar na frente de Kamus. – Se você ficar, estará correndo risco de vida.

Sentiu o coração falhar uma batida. Ir para casa? Mas, ali não era sua casa? Aquele era seu lugar, sua casa, seu mundo. Não queria sair dali! Não queria deixar Milo, sabendo que uma guerra se aproximava, e que Milo poderia morrer. Essa idéia desagradou-lhe e muito! Não se importava em morrer, se morresse ao lado dele.

-Eu... eu não vou! Ficarei aqui! –Kamus levanta do sofá, ficando cara a cara com Milo, tão perto que podia sentir a respiração dele.

-Você não pode ficar. E além do mais, essa guerra não é sua!

-Eu ficarei! Se eu sou mesmo um de vocês, esta guerra também é minha! Eu não vou fugir!

-Por favor, vá! Não se arrisque numa guerra que não é sua! –Milo passou a mão no rosto de Kamus, que estremeceu diante do toque suave. – Não vale a pena...

Os lábios dos dois tocaram-se levemente, fazendo uma sensação gostosa percorrer o corpo de ambos. Kamus levou a mão até a nuca de Milo e o puxou, buscando um contato mais profundo. Milo se assustou com a atitude do outro, mas não deixou de corresponder. Kamus explorava a boca de Milo avidamente e Milo tentava corresponder à altura. Milo nunca tinha beijado alguém na vida, pois tinha se dedicado somente ao treinamento. E mesmo que quisesse, seria difícil achar uma garota (ou garoto) que o quisesse com aquela aparência de cachorro.

Quando Milo deu por si, já estava deitado no sofá, com Kamus por cima de seu corpo. E teriam ido muito mais longe se não fosse uma batida na porta, Milo rapidamente olhou para a pessoa que estava em pé, na porta meio aberta. X estava em pé, encostada na porta com um sorriso e segurando a risada. Kamus logo percebeu e rapidamente saiu de cima de Milo, que bufou de raiva.

-É bom que seja importante, senão, prepare-se para correr. –Milo olhou ameaçadoramente para a menina, que deu um sorriso maior que o anterior e começou a gargalhar alto. Kamus estava mais vermelho que um pimentão, segurando-se para não sair correndo de tanta vergonha.

-Bom, depende né? Você estava tão ocupado aproveitando o momento (e que momento!) que esqueceu da reunião. Tudo bem que ficar namorando é bom, mas desde que você não esqueça de seus deveres.

Milo arregalou os olhos e começou a correr de um lado pro outro no quarto, em busca de sua armadura e suas roupas. Enquanto isso X morria de rir do atrapalhado Milo. Kamus estava quieto no sofá, pensando no que tinha acontecido. E se a menina não tivesse interrompido? Até onde eles iriam? Será que teriam ido até o fim? E como seria daqui pra frente? Será que ele estava se preocupando demais?

- Milo, a roupa ta ali. E a armadura debaixo da cama, e que bagunça! Você já pensou em arrumar seu quarto? – X orientava Milo na bagunça que era o quarto dele. Kamus olhava tudo calado.

clã do gelo

Fenrir estava sentado em sua cama, lendo algum livro que não era muito de seu interesse. Mime estava jogado no sofá, olhando as coisas jogadas no chão. Com certeza Fenrir não era o mais organizado dos três (e pelo que tinha ouvido de Kamus, nem Milo era). Mime parecia ser o único que lembrava da reunião que aconteceria, mas não iria dizer. Ainda estava pensando em fugir do local, e já tinha deixado uma chance escapar, e bestamente. Tinha tido uma chance perfeita de escapar daquele quartel de loucos, mas quando estava preste a escapar, o pensamento de que nunca mais ia ver Fenrir lhe invadiu a mente. Não sabia o porquê desse pensamento incomodar-lhe tanto, mas quando estava voltando a andar um dos soldados o barrou.

- Eu mereço – Mime suspira.

-O que? – Fenrir olha desconfiado para Mime.

-Nada não. Só pensei alto. – Infelizmente o tom de voz de Mime saiu um pouco, carinhosa, demais. O que fez Fenrir estranhar. Mas não comentou nada, para a felicidade de Mime.

Não demorou e Cg aparecesse na porta, comunicando a chegada de Mú e Milo(que milagrosamente tinha chegado na hora). Fenrir vez um sinal para que a menina saísse e foi correndo se vestir. E o grande líder do clã do gelo, começou a briga para se vestir, batendo contra os móveis do quarto, numa tentativa de encontrar as roupas. Quando Fenrir finalmente conseguiu se vestir, os dois foram a sala de reuniões, para a tão esperada reunião dos clãs.

------sala de reuniões------

Milo estava jogado em sua cadeira, fitando algum ponto da parede, visivelmente entediado, enquanto Mú lia algum livro dos muitos que haviam na sala. Kamus e Shaka aproveitavam o tempo para conversar sobre os últimos acontecimentos e é claro, comentar sobre a rotina de cada clã. Quando Fenrir e Mime entraram na sala, todos se calaram. Mime sentou perto em um sofá, e Fenrir foi para a cadeira central.

-A reunião dos clãs começa agora. –Fenrir disse num tom alto o suficiente para que todos ouvissem. – Há alguns minutos atrás, eu soube que os humanos demonstraram poderes especiais, e que causaram um certo prejuízo a cada um de nós.

-Perdão Fenrir, mas eles não causaram nenhum prejuízo, só colocaram três de nossos soldados fora de ação. – Mú disse calmo como sempre.

-E isso é um prejuízo! E se o inimigo nos atacassem? Esses garotos botaram três dos nossos melhores soldados fora de ação! – Fenrir levantou bruscamente.

-Fenrir, acho que está exagerando. Se eles apresentaram poderes de lobos, é nosso dever acolhê-los e cuidar para que tenham treinamento adequado. – Desta vez quem falou foi Milo.

Fenrir não disse mais nada, só sentou-se novamente na cadeira e cruzou os braços. Mú virou os olhos diante da atitude infantil do outro. Era incrível como mesmo um dos homens mais poderosos do mundo podia ser tão infantil.

-Eu sugiro que deixemos os três no lugar dos soldados que foram abatidos. Mesmo que os outros não gostem, seria melhor do que ter um furo na segurança.

-Não seria muito sensato, Milo. Eles não têm treinamento adequado, e nem sabem controlar o poder muito bem, seria perigoso para os outros.

-Eu me encarregarei de treinar o Kamus, você poderia treinar o menino loiro e o Fenrir treinava o tal de Mime! Pronto, resolvido. Agora podemos ir embora? –Milo ainda estava irritado pela interrupção de mais cedo. Se não fosse essa reunião, ele poderia muito bem estar fazendo coisas mais... interessantes com um certo francês. Não sabia como seria depois do ocorrido, mas pedia aos deuses que Kamus não o enxotasse.

-Vejo que esta impaciente hoje, pois bem, vamos resolver isso logo. Acho uma ótima idéia treinarmos os três, seria até melhor. E com certeza nenhum aqui tem algo melhor para fazer, então, porque não tentar? O que acha Fenrir?

-Que seja. Não vai fazer diferença nenhuma.

-Beleza! Já que todos concordam com a minha idéia eu posso ir embora agora né?

-Na verdade, eu gostaria de discutir sobre mais algumas coisas, se não se importarem.

A discussão ainda durou muito mais, e vários temas foram abordados. Os únicos que estavam alheios à conversa eram Kamus, Shaka e Mime, que pareciam imersos em seus pensamentos.

--------------enquanto isso, no clã do trovão----------------------------

- Ai minha perna! Maldito humano! – Ayacos resmungava, enquanto Minus tentava cuidar da perna congelada. Era no mínimo cômico. Um soldado de elite como Ayacos, derrotado por um novato que mal sabia usar os poderes.

Ayacos estava emburrado. Seu orgulho estava ferido profundamente com a derrota que sofrera, e provavelmente tinha virado piada de todo o clã. Ayacos era um soldado de elite, que só perdia para o senhor do clã (no caso Milo), derrotado por um simples humano. E ainda por cima ter que ficar de cama por causa disso! A única coisa de que Ayacos não reclamava era que Minus tinha se oferecido para cuidar dele. Afinal, é ótimo ter a pessoa amada cuidando de si. Minus foi o primeiro lobo que ele conheceu na vida, e também seu único grande amor. Sua mente viajou para o dia em que conhecera Minus, a dois anos atrás.

-----flashback----

Um menino passeava alegremente pela linda floresta. Era uma manhã ensolarada e uma leve brisa passava por entre as árvores, brincando com os cabelos de Ayacos. O menino rumava para o lago, não muito longe dali, quando ouviu um choro baixinho. Parou de andar para tentar ouvir de onde vinha, mas o som tinha parado. Deu os ombros e continuou a andar, e logo chegou no belo lago.

Despiu-se e mergulhou, sentiu um arrepio ao entrar em contato com a água fria do lago. Quando voltou a superfície, tornou a ouvir o choro baixinho, desta vez vindo da margem do lago. Ao direcionar o olhar para a margem, pode visualizar uma pequena figura encolhida. Rapidamente saiu de onde estava e foi até o garoto. Era um menino loiro, com cabelos rebeldes iguais aos seus, provavelmente tinham a mesma idade.

-Oi – Ayacos disse gentilmente ao garoto agora a sua frente.

-Qquem é você?

-Calma. Eu sou Ayacos, moro aqui por perto. E você é?

-Minus, e estou aqui porque estão me perseguindo.

-Te perseguindo? Porque?

-Não é óbvio? Sou um anormal! – Minus levantou bruscamente, revelando sua longa cauda, da cor azul-marinha.

-Ah, você é um lobo. Por isso é que tão te caçando! – Ayacos não ficou impressionado com aquilo, para ele era mais do que normal. – Eu também sou um lobo, mas minha família não se importa muito com isso. Mas meu tio foi morto quando era caçado por caras lá da cidade.

Minus arregalou os olhos por dois motivos. Primeiro: enquanto ele era tratado como um monstro por seu povo e sua própria família, o outro vivia normalmente na floresta e com todo o amor dos pais e parentes e segundo: Ayacos não parecia um lobo, não tinha nem cauda! Era bem normal... e bonito...

Ayacos passou um bom tempo contando histórias que tinha ouvido da mãe, ou sobre as coisas que aprendia na aldeia, e Minus ouvia tudo atentamente. O menino levava uma vida normal, mesmo sendo um 'anormal' como seus pais disseram, e não sabia o porque, mas, por alguns minutos Minus se sentiu normal. Como antes de ter a cauda, e antes de seu povo o expulsar de casa. Quando a noite começava a chegar, Ayacos convidou o novo amigo para passar a noite em sua casa, o que não foi recusado pelo pequeno Minus. Três dias depois os guardas da CRL recolheram Minus e Ayacos, que não queria deixar o menino sozinho.

--------fim do flashback------------

-No que está pensando, hein Aya? – Minus tira Ayacos de seus pensamentos.

-Nada não. Mas, eu não me conformo de perder pra um HUMANO.

-Que isso Ayacos, você foi pego de surpresa... – Minus segurava a risada.

-Mesmo assim, foi ridículo! –Ayacos ficou de cara emburrada pelo resto do dia, e Minus tinha que segurar para não riri da cara do outro.

Enquanto isso, a reunião continuava no clã do gelo. Todos os lobos estavam preparando-se para a guerra que estava para chegar e o clima era bem pesado. Na guerra, famílias serão desfeitas, crianças seriam mortas e todos teriam que ver milhares de mortes, mas nenhum recuava. Todos queriam ajudar, porque, mesmo o menor lobo faria fazer a diferença.

Continua...

É isso aí pessoal! A guerra entre CRL e ursos do norte está prestes a começar, os líderes de cada clã já estão com os nervos a flor da pele, e os três humanos não vão ajudar! Gostou? Odiou? Quer me matar por escrever essa ofensa aos olhos? Deixa review mesmo assim. E quem quiser se comunicar comigo, meu e-mail é . beeeeeijos!