O que os marotos aprenderam em sua semana como mulheres: Garotas sofrem para ficarem bonitas para garotos. Não é à toa que querem ser notadas. Elogie sempre!


Terça-feira ... Primeira tentativa
Eu acabei de tomar meu banho e passar a poção contra pulgas que o Remo tinha me dado e saí para o quarto. Pedro estava atracado com uma saca de doces, Remo lia alguma coisa e Tiago mantinha no rosto um semblante absolutamente "encantador". Sinceramente, eu acho que o prazo de validade do cérebro dele acabou...

- Pessoal, precisamos conversar.

Pedro olhou pra mim com desgosto (conversar significava para ele que teria de largar a saca por alguns instantes), Remo fechou o livro e sentou-se no chão, encostado à cama dele e Tiago permaneceu com seu olhar vidrado no mesmo lugar.

- Aquela maldita foto ainda está com minha querida priminha. Temos que tirá-la dela.

- E como você pretende fazer isso? - foi Remo, o único que realmente parecia prestar atenção no que eu dizia, que perguntou.

Eu sorri maliciosamente.

- Plano A: atração fatal. Ela provavelmente vai querer alguma coisa em troca daquela... coisa. Só o que temos de fazer é atraí-la para "conversações" e arrancar a foto dela. Muito smples na verdade.

- E você conta que ela leve a foto nesse encontro parlamentar? - Remo me observou com descrença.

- Qualquer coisa eu a enfeitiço para que nos traga a foto. O importante é pegá-la desprevenida.

- E ela vai estar toralmente desprevinida para ir se encontrar com o priminho e seus amigos... - ele ironozou.

Eu continuei como se não tivesse ouvido o comentário.

- Então, isso é uma missão de resgate. Objetivo: foto comprometedora em poder da maligna Bellatrix Black. Agentes: os marotos, ou seja, nós. Alguma pergunta?

- Eu. - Remo ergueu a mão - Onde você busca inspiração para tanta loucura?

- Minha inspiração sou eu. - respondi com um sorriso confiante.

- Seria trágico, se não fosse cômico... - Remo novamente se pronunciou.

- O que quer dizer? - Pedrinho finalmente largou os doces. Milagres existem...

- Esquece. Não vale a pena explicar.

Aluado lançou olhares divertidos para Tiago e para mim. Alguém pode me dizer quando esse lobisomem safado se tornou tão sarcástico? Nós nos levantamos, ou melhor, eu, Remo e Pedro, porque Tiago continuava sonhando.

- Terra chamando Urano... Alô, tem alguém em casa? - eu passei a mão pelo rosto do Tiago.

- Hã?

Ele finalmente acordou. Dá pra acreditar na profundidade dessa frase? Acho que os mortos estão menos insossos do que Tiago. Porque esse idiota não se arranjou com a ruivinha ainda, alguém pode me explicar?

- Ô sua mula sem cabeça, dá pra aterrisar ou tá difícil? Você ouviu alguma palavra do que eu falei?

- Vamos usar o plano A de atração fatal... - ele começou a repetir o que eu dissera sem a mínima emoção na voz.

- Pontas, porque você simplesmente não convida logo a Lílian para ir a Hogsmeade com você? - Remo perguntou conciliador - Nós seguramos as "pontas" sem você. Ah, e sem trocadilhos maldosos dessa vez.

Tiago sorriu.

- Pode ser. Mas você acha que ela vai aceitar? Quer dizer, não seria uma visita oficila, vamos estar infringindo as regras e...

- A Lílian não é tão certinha quando aparenta ou não teria participado do desafio da Bellatrix. - foi a minha vez de encorajá-lo - Quem sabe você não tem uma surpresa? E, de qualquer forma, ela tem que sair com você de um jeito ou de outro, não é? Vá em frente, cara!

- É... - ele voltou a estampar o sorriso idiota na face Cara, eu acho que me matava se me visse daquele jeito no espelho! - Mas eu posso deixar isso para amanhã. Vamos colocar o plano em prática?

- É assim que se fala, Pontas! - finalmente ele tinha tido uma reação, tínhamos que mantê-lo naquela linha para conseguir recupará-lo - Vamos atrás do Archimedes.

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Eu estava chegando no salão comunal depois de ter tomado o café da manhã quando vi os quatro marotos descendo ruidosamente as escadas. Eu parei perto da lareira, cruzando os braços, embora não conseguisse reprimir um sorriso.

Assim que me viram, eles pararam o barulho e educadamente me deram bom dia. E num piscar de olhos, eles me deixaram sozinha com Tiago. Como eles conseguem ser tão rápidos? E agora, lá estava eu, no meio do salão comunal vazio, com Tiago Potter.

Sem saber muito bem o que fazer, eu me sentei numa das poltronas mais próximas e puxei um livro de dentro do casaco. Mas antes que eu pudesse abri-lo, Tiago sentou-se do meu lado.

- Você vai fazer alguma coisa amanhã, Lily? Além de estudar, é claro.

Nessa parte eu geralmente grito na cara dele que é EVANS, mas eu estava sem a mínima vontade para isso. Mas eu não pude evitar de gelar por dentro. Eu ainda tinha que sair com ele. E alguma coisa me dizia que era sobre isso que ele queria falar.

- Não, eu não pretendo fazer nada amanhã. - eu disse lentamente, quase me arrependendo por não inventar nenhuma desculpa rápido o suficiente.

- Então, você aceitaria sair comigo?

- Tiago e sua pergunta do ano... - eu suspirei resignada - Você devia ganhar um oscar de criatividade, sabia?

Ele me olhou confuso por alguns momentos.

- O que é um oscar?

- Um prêmio trouxa. - eu resumi ou teria que acabar explicando como é um cinema e coisas do tipo, sendo que eu não tinha muita idéia sobre isso.

- Certo. Mas você ainda não me respondeu.

Ele parecia bem ansioso. Por alguns instantes eu pensei na reação dele se eu simplesmente me levantasse e o deixasse falando sozinho. Não, isso não era uma boa idéia...

- Aonde você pretende me levar? - eu perguntei, ainda tentando ganhar algum tempo.

- Hogsmeade. - ele respondeu simplesmente.

- Dumbledore liberou visitas? - eu perguntei curiosa.

- Não. - ele respondeu com uma pontada de desânimo.

- E como você pretendia ir a Hogsmeade amanhã? - agora eu estava curiosa.

- Nós conhecemos passagens secretas que saem do castelo para o vilarejo. Ninguém saberia que saimos. - ele acrescentou rápido.

E agora, aceito ou não aceito?

- Você pode me dar um tempo para pensar?

- Claro. - ele sorriu - A propósito, eu já disse que estou adorando você me chamar de Tiago?

Foi só nesse momento que eu percebi que não estava mais usando o sobrenome dele. E isso me deixou... desconcertada.

- Ahn... certo. Agora, se não se importa, eu tenho que acabar de ler esse livro, tenho que devolvê-lo para a biblioteca.

Mentira cabeluda. O livro era meu, não tinha que devolver para ninguém, mas ainda assimn, eu queria me livrar daquele momento íntimo com Tiago Potter.

- Tudo bem. - ele se levantou, afastando-se - Até mais tarde, Lily.

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Tiago entrou no corujal assoviando, com as mãos nos bolsos. Eu estava acabando de amarrar minha carta para Bellatrix na pata de Archimedes, a coruja parda do Pontas.

- E então? - Remo perguntou.

- Ela disse que ia pensar. - ele respondeu dando de ombros - Acho que é um avanço, não? Afinal, normalmente, ela teria me dado um fora sem pensar duas vezes.

- Ela não vai lhe dar um fora dessa vez. Você cumpriu o desafio. - eu lembrei a ele.

- Eu sei. Mas meu desafio maior ainda não está terminado.

- Você ainda vê a Lílian só como um desafio? - Remo perguntou e eu pude notar uma ponta de desapontamento na voz dele.

- Claro! - Tiago respondeu, mas, sinceramente, acho que ele disse isso mais pra se convencer.

Fala sério, está estampado na cara desse panaca que ele está apaixonado. Quando ele vai perceber isso? Será que eu vou ter que abrir os olhos dele? Quem sabe se eu jogar uma indireta dizendo que quero ser o padrinho ou coisa do tipo?

Finalmente eu consegui fazer o Archimedes ficar tempo parado o suficiente para amarrar meu bilhete na pata dele. Eu tinha sido bem objetivo quando escrevi aquilo (na opinião de Remo, eu fui telegráfico e não objetivo. Odeio quando ele usa esses termos que aprende em Estudo de Trouxas):

"Cara priminha: precisamos conversar. Sala vazia ao lado da tapeçaria de Urich, o esquisitão após o almoço. Esteja lá. Sirius"

O que o Remo queria, que eu começasse com um "querida e amada priminha Bellatrix"? Eu queria ter o menos possível de contato com minha família. A não ser, lógico, que ela queira se agarrar comigo. Aí eu vou querer o máximo de contato possível.

Eu soltei a coruja, que sobrevoou o castelo, logo desaparecendo de vista. Depois me virei para os outros.

- O que vamos fazer agora? Temos até a hora do almoço.

- Vamos procurar o Ranhoso. Ele também ficou no castelo e até agora não fizemos nehuma visita a ele... - Tiago se pronunciou. Parece que falar com a ruivinha tinha sido um santo remédio.

- Concordo plenamente. - Pedro sorriu.

Remo apenas meneou a cabeça, mas nos acompanhou. Aquele prometia ser um ótimo dia.

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Quando entrei no Salão Principal para o almoço, dei graças a Merlin pois não havia sinal dos marotos à vista. Me sentei solitariamente na única mesa do salão (Dumbledore achara melhor juntar todo mundo numa mesma mesa, já que havia pouquíssima gente), e o diretor me deu um sorriso gentil antes de pedir que eu passasse a travessa de batatas assadas.

Meu alívio pouco durou. Logo Tiago, Sirius, Remo e Pedro entraram no salão e se dirigiram para o meu lado da mesa. Tinham um ar entediado e, sinceramente, eu detesto quando isso acontece, pois, invariavelmnete, isso significa confusão.

Tiago e Remo sentaram-se ao meu lado, ficando de frente para os sonserinos, que estavam diametralmente distantes de nosso lugar. O olhar de Sirius faiscou de ódio quando Bellatrix piscou pra ele. Ela ainda tinha a foto que tirara no baile, mas eu duvidava que ela a tivesse por muito tempo.

Tiago me observou em silêncio por alguns instantes, talvez se perguntando se á não me dera tempo suficiente para pensar. Para minha sorte, logo ele voltou a atenção para o ponto que Sirius oolhava, ou seja, para os sonserinos, mais especificamente, para Severo Snape.

Respirando fundo, eu me concentrei no meu prato. Não ia fazer escândalo por causa de uma pessoa que sempre me chamava de sangue-ruim quando tinha oportunidade. Eu tinha jurado a mim mesma que não ia mais dar uma de boa samaritana.

Eu ainda brincava com o almoço quando Tiago se levantou e não precisei levantar a cabeça para saber que Snape estava deixando o salão naquele momento. Sirius também se levantou e os dois saíram. Pedro encheu a boca de alguma coisa antes de sair praticamente correndo e eu me virei para Remo, que observava tudo desinteressadamente.

- Porque não foi com eles?

- Não estou com vontade.

Eu observei o rapaz ao meu lado por alguns instantes.

- Você nunca tentou controlá-los um pouco? Se dissesse alguma cois, talvez eles se comportassem.

- Lembra o que eu te disse? Eles sabem se comportar, mas não querem. Deixe que eles se divirtam enquanto podem. - depois disso, o silêncio voltou a reinar entre nós, até que ele se virou para mim, curioso - Você vai aceitar sair com o Tiago?

Dei uma rápida olhada na mesa. Todos estavam muito ocupados para ter prestado atenção no que Remo acabara de falar.

- Não fale sobre isso aqui. Tem professores! - eu sussurrei o mais baixo que podia.

- Só diga sim ou não. - ele respondeu no mesmo tom.

- Eu não sei. - acabei confessando - Quer dizer, eu tenho que sair com ele, mas tem que ser logo amanhã?

- O Tiago está estranho. - Remo observou sem tirar os olhos do prato - Tem horas que ele parece ser o mesmo causador de confusões de sempre. Mas tem outras em que eu mal posso reconhecê-lo. E isso não é de agora. Já faz alguns meses que eu descobri isso. Mas a semana passada parece ter mexido demais com a cabeça do meu pobre amigo.

Ele virou-se para mim, querendo ver minha reação.

- Eu já tinha notado isso. Não é que ele tenha se tornado um santo, mas parece que esse ano ele não está tão... arrogante.

Remo sorriu.

- Acho que é porque ele está apaixonado.

Ele não esperou para ver minha resposta, simplesmente se levantou e saiu, sem se virar. Se ele tivesse esperado um pouco, teria visto meu queixo cair. Aquilo era uma indireta? Pois parecia uma diretíssima. Acho que preciso de um pouco de ar puro...

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Infelizmente, quando chegamos no corredor, Snape parecia ter evaporado. Realmente uma pena, eu tinha alguns feitiços novos que adoraria treinar em alguém. Sem muito o que fazer, começamos a nos posicionar para a chegada de minha priminha.

Remo logo se juntou a nós no sexto andar, onde eu marcara o encontro. Eu fiquei dentro da sala, me comunicando pelo meu espelho com Tiago, que estava sob a capa de invisibilidade no início das escadarias. Remo e Pedro tinham ficado escondidos no corredor. Agora era só esperar.

- Alvo se aproximando. - eu ouvi a voz de Tiago vir do espelho e logo a face do meu amigo estava visível.

- Siga-a quando ela subir.

Ele assentiu. Alguns minutos depois, Bellatrix entrou na sala.

- Olá, priminho.

Eu me levantei.

- Escute, Bella, eu não quero ter que perder muito tempo com você, então, vamos direto ao ponto. O que você quer por aquela foto idiota?

Ela sorriu sedutora e sentou-se diante de mim, cruzando as longas pernas.

- O que você quer me dar, priminho?

Foi a minha vez de sorrir. Aquilo estava se tornando mais fácil e prazeroso do que eu imaginara a princípio. Eu me aproximei, parando bem diante dela.

- Você é quem dá o primeiro lance. - eu respondi, levemente rouco.

E que lance ela deu! Eu me ajoelhei de dor diante dela, que me dera um chute muito bem dado entre as pernas. Depois, com um movimento de varinha, fez a capa de Tiago escorregar, revelando-o.

- É uma pena que não seja homem o suficiente para me encarar sozinho. Imagino que seus outros amigos estejam aí fora também, não? Porque não grita por socorro?

Meu orgulho me impediu de fazer isso, é óbvio. Ainda ajoelhado diante dela, que se levantara, eu fiz um aceno negativo com a cabeça quando Tiago fez menção de se aproximar.

- Porque veio aqui então, Bellatrix? - eu perguntei quase num sussurro.

- Só para dizer uma coisinha. - ela se inclinou para mim - Não há preço. Eu não vou trocar a sua suprema humilhação por nada nesse mundo. Não perca tempo tentando me convencer do contrário.

Em seguida ela saiu da sala e eu me levantei. Pouco depois, Remo e Pedro entraram. Eu evitei encarar meu amigo lobinho. Tudo que eu não queria ver agora era o olhar dele dizendo: "eu não falei?"

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Já era noite quando o quadro da Mulher Gorda deu passagem para aqueles quatro passarem. Eu levantei a cabeça do meu livro e os encarei. Sirius passou direto para o dormitório, resmungando. Pedro subiu logo depois. Remo me deu um sorriso triste e desejou boa noite, também desaparecendo. E pela segunda vez naquele dia, eu fiquei sozinha no salão comunal com Tiago.

Ele se largou numa poltrona perto da minha e ficou mirando o fogo, enquanto eu tentava voltar para minha leitura. Coisa que estava se tornando muito difícil nos últimos tempos...

- Você vai ficar aí a noite toda? - eu perguntei finalmente, incomodada com aquele silêncio.

- Estou atrapalhando você? - ele perguntou gentilmente.

Aquele maldito olhar me desarmou completamente.

- Nã-não. - eu tinha que gaguejar?!

O silêncio voltou a reinar, exceto pelas vezes em que o fogo crepitava. Eu ergui a cabeça para a janela. Lá fora nevava. Hogsmeade certamente estaria muito bonita no dia seguinte, toda branquinha...

- Eu aceito.

Ele se voltou para mim confuso.

- Aceita? Aceita o quê?

Eu senti minhas orelhas arderem. Eu não acredito que ele não se lembrava.

- Esquece. - eu resmunguei, me levantando, disposta a me trancar no dormitório e nunca mais sair de lá.

- Não, peraí, Lily! - ele me segurou pelo pulso - Desculpa ter esquecido, é que eu estava pensando em outra coisa. Quer dizer que você aceita ir a Hogsmeade comigo amanhã?

- No que estava pensando? - vamos torturá-lo um pouquinho antes de responder...

- Problemas do Sirius. A foto da Bellatrix. - ele completou antes de perguntar, novamente ansioso - Então, você vai para Hogsmeade comigo?

- Vou. Mas se você aprontar alguma coisa, eu juro que nunca mais lhe dirijo a palavra, Tiago Potter.

Ele sorriu, soltando meu pulso.

- Juro solenemente que não vou aprontar. Pelo menos, não dessa vez.

Eu assenti, sorrindo.

- Até amanhã, Tiago.

Pessoal, se eu fosse responder seus comentários, não poderia postar capítulo novo hoje, então deixo para responder depois. Quanto a Flávio, as ameaças de morte estão suspensas, visto que ele afinal tomou vergonha na cara e respondeu minhas perguntas. Se alguém se interessar em ver a defesa dele, dê uma passada na parte dos reviews, ok?

Beijos,

Silverghost.