O que os marotos aprenderam em sua semana como mulheres: Nunca provoque uma garota "naqueles" dias. É perigoso para saúde dela e, em especial, para a sua. E, acredite, elas têm razão de sobra para isso.
Quarta-feira ... Encontro assombrado
- Ok, vamos analisar a situação. - Remo cruzou os braços - Seu plano foi um fracasso total em todos os sentidos possíveis e imagináveis.
Eu bocejei, tentando não demonstrar minha contrariedade.
- Então porque você não inventa algo melhor?
- Não gosto de desperdiçar minhas brilhantes idéias com ninharias. Além disso, eu não tive capacidade de pensar em nada, AINDA. - ele confessou - Visto que estava muito ocupado em rir do seu relato sobre a tarde de ontem e o seu charme "infalível".
"timo, aquele dia tinha começado péssimo. Se eu acreditasse em reencarnações e coisas do tipo, provavelmente estaria pensando que enforquei minha mãe numa vida passada. Ei, até que isso não seria má idéia...
- Certo, então alguém tem mais alguma brilhante idéia? - eu perguntei esperançoso, olhando para Tiago. Mas ele não parecia ter notado. Aquilo estava se tornando muito frequente. Eu sorri malignamente - Pontas, você não ouviu o que eu disse? A Lílian está te esperando na porta!
- Lily?
Pedro tinha um meio sorriso no rosto, Remo arqueara as sobrancelhas e observava nosso amigo com curiosidade e eu... bem, eu simplesmente não consegui me segurar e gargalhei na cara do Tiago.
- Cara, é sério, se você não agarrar a ruivinha hoje, eu vou tratar de te internar no St. Mungus. - eu disse após conseguir me controlar o suficiente - A propósito, quando forem se casar, EU vou ser o padrinho.
- Sirius, cala a boca. - Tiago retrucou, fechando a cara.
- Eu tenho uma idéia. - a face de Pedro estava contorcida entre surpresa e excitação, o que me fez esquecer de responder a Tiago. O dia em que Pedro tinha idéias era o dia em que trasgos aprendiam a voar. Mas vamos dar um crédito ao Pedrinho, ele se esforça, né? - Eu proponho um plano B.
- Nós temos um plano B? - eu perguntei para Tiago e Remo, que pareciam tão confusos quanto eu.
- Bilhetes ameaçadores. - Pedro parecia ganhar mais confiança enquanto falava - Podíamos mandar bilhetes "assustadores" e ela devolveria a foto!
Brilhante. Um maroto tão inocente quanto uma lesma. O que eu fiz para merecer isso, Merlin?
- Bellatrix não parece o tipo de pessoa que se deixa assustar por bilhetes, Pedro. - Remo explicou pacientemente.
- Mas... dá certo com Você-sabe-quem, não é? Quer dizer, ele faz algumas ameaças e logo aparecem um monte de seguidores e...
- Pode repetir, Rabicho? - Tiago estreitara os olhos.
- Eu, quer dizer... - a essa altura, Pedro só faltava tremer.
- Não chame Voldemort de Você-sabe-quem, Pedro. - Tiago continuou, levantando-se - É apenas um nome. E ele é apenas um homem.
Eu me espantei. Nunca vira meu amigo tão sério. Tiago caminhou até a porta e foi a vez de eu me levantar.
- Aonde você vai?
Ele se virou para mim, sorrindo.
- Vou procurar a Lily. Afinal, eu tenho um encontro hoje.
- Vou com você. A Stump, da Corvinal, ficou no castelo, não foi? Acho que vou chamá-la para um passeio à beira do lago. Não vai sair mais nada de produtivo dessa conversa.
- E imagino que vai acabar o dia em algum armário de vassouras, não? - Remo perguntou, também se erguendo.
- Com alguma sorte... - eu passei por Tiago, ainda parado na porta - Você vem, Rabicho?
- Não. - ele respondeu meio triste, meio irritado - Vou ficar por aqui mesmo.
Nós descemos as escadarias deixando Pedro sozinho no dormitório. Remo se despediu de nós a meio caminho do salão principal e eu encontrei a Stump, com alguns livros debaixo do braço, indo na direção contrária a nossa.
Adriane Stump é uma corvinal do sétimo ano, de longos cabelos negros e olhos azulados, mais escuros que os meus. Ela, é lógico, aceitou na hora sair comigo. E quem não aceitaria? Assim, seguimos para o salão principal, ela conosco, onde encontramos Lílian tomando o café-da-manhã. Tiago se sentou do lado dela e eu conversei mais um pouco com Adriane antes de me sentar também, já que minha bela acompanhante ia deixar os livros na torre.
- É sua namorada? - Lily perguntou quando me sentei.
Eu me servi de uma torrada, embora já tivesse tomado café na cozinha, pois tínhamos acordado muito cedo para discutir o fracasso do dia anterior.
- Não, é meu playground. - eu respondi sorrindo.
Os olhos verdes dela me observaram com descrença enquanto os de Tiago me fuzilavam, como se dissessem que eu ofendera a garota dele. E olha que esse otário nem admitiu ainda que gosta dela!
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- Não, é meu playground. - ele respondeu sorrindo.
Eu o observei incrédula. Como eles podem ser tão... AHHHHH!... Eu não acredito que ouvi isso. Não acredito. E eu vou sair com um amigo desse ser simplesmente ignóbil?
De repente eu tive consciência que era observada. A essa altura eu tinha levantado, furiosa, e Tiago estava sentado atrás de mim, talvez apreciando a minha reação. E, para completar, mais uma dúvida veio se somar às milhares que empanturram minha pobre cabeça. E se eu for realmente só mais uma?
EU VOU MATAR TIAGO POTTER! Vou picá-lo em pedacinhos e cozinhar no caldeirão. E depois vou servir o cozido aos amigos dele. Ah, como é doce o sabor da vingança... Peraí! Porque eu me importo? Eu só vou sair com ele, não é como se fôssemos alguma coisa mais, nem eu devia explicações a ele, nem muito menos ele a mim. Além disso, a semana passada foi vingança suficiente para toda uma vida.
- Lily, você já acabou? - eu ouvi a voz de Tiago perguntar ansiosa e me voltei pra ele, sem perder Sirius de vista.
As poucas pessoas que permaneciam no salão nos observavam, como se esperando que eu desse um escândalo ou coisa do tipo. E Sirius mantinha seu sorriso impassível. Ai, que vontade de partir a cara dele!
Como se adivinhando meus instintos assassinos para com seu melhor amigo, Tiago levantou-se e segurou meu pulso.
- Vamos, Lily, ou vai ficar tarde.
Respirando fundo, acabei seguindo Tiago. Quer dizer, ele praticamente me arrastou até o salão comunal e desapareceu no dormitório dele. Pouco depois, ele estava novamente ao meu lado, segurando uma longa capa prateada. Meu queixo deve ter caído quando eu descobri o que era.
- Você tem uma capa de invisibilidade?
Ele deu um sorriso, orgulhoso.
- Meu pai me deu. Vamos.
Só acordei do meu deslumbramento quando ele jogou a capa em cima de nós dois e passou a mão pela minha cintura, enquanto me guiava pra fora da sala comunal. Eu fiquei muda enquanto deixava ele nos levar pelos corredores até pararmos diante de uma estátua. Um calafrio desceu pela minha espinha quando ele encostou os lábios ao meu ouvido.
- Estenda a varinha e toque a estátua dizendo "dissendiu". - ele murmurou.
Com muito esforço para não derreter, eu obedeci, e a estátua deslocou-se, revelando uma passagem secreta.
- Entre. - ele ordenou.
- Onde isso vai dar? - eu perguntei temerosa.
- No porão da Dedos de Mel. Quando sairmos da loja, poderemos tirar a capa e aproveitar o passeio.
- Tirar a capa? Mas... não vão nos reconhecer?
Ele sorriu como se já tivesse pensado nisso antes.
- Eles nunca se importam. Além disso, nem estamos de uniforme.
Eu respirei fundo e entramos na passagem. Tive a impressão de que horas se passavam enquanto caminhávamos, tendo apenas a luz de nossas varinhas para mostrar o caminho. A passagem era estreita e não podíamos andar muito rápido, de modo que nossos corpos estavam quase colados, desconsiderando o fato de que seis casacos e dois cachecóis impediam de haver realmente algum contato...
Finalmente chegamos a um alçapão e Tiago voltou a jogar a capa sobre nós. Saimos da loja cautelosamente e assim que chegamos a um lugar ermo, ele recolheu a capa, guardando-a dentro da jaqueta ao mesmo tempo que fechava o zíper. Um vento frio me fez encolher e eu puxei meus quatro casacos para mais perto do corpo (acho que já deu pra perceber que sou um bocado friorenta, não?).
- Então, onde quer ir primeiro? - ele perguntou pegando minha mão enluvada e aproximando-se. A neve recomeçara a cair.
- Já é quase hora do almoço. Vamos ao Três Vassouras.
Ele assentiu e caminhamos de mãos dadas até o pub, o que me fazia sentir muito estranha. Desde quando Tiago andava de mãos dadas com alguém? Ele tivera muitas namoradas, mas eu não lembro dele ter andado assim com elas. Droga, estou pensando besteira de novo.
Quando chegamos lá, ele esperou que eu me sentasse numa mesa afastada e foi até Madame Rosmerta fazer os pedidos. Dez minutos depois, Tiago voltou com uma bandeja. Mas antes que pudéssemos tocar na comida, a porta do Três Vassouras abriu. Eu imediatamente escorreguei pra debaixo da mesa e logo Tiago me seguiu. A professora McGonnagal, o professor Kettleburn, o diretor Dumbledore e um homem que eu não conhecia tinham acabado de entrar. Por sorte, estávamos num canto quase escondido.
Tiago nos cobriu com a capa, ainda segurando a bandeja do nosso almoço. Eu mordi meus lábios. Se nos pegassem ali, seria o fim de tudo. Ser expulso faltando seis meses para a formatura... acho que eu cometeria suicídio.
- Lily, temos que sair daqui! - Tiago sussurrou num tom urgente - Moody vai nos ver!
Moody devia ser o homem estranho. Como ele poderia nos ver debaixo daquela capa e como Tiago o conhecia, eu deixei para perguntar depois. Com um feitiço, ele embrulhou a comida e a reduziu, guardando o pacote no bolso. Sem fazer som, ele mexeu os lábios num "vamos" e eu o segui.
- Então vocês estão lacrando todas as lojas? - nós ouvimos a voz de Madame Rosmerta. Tiago estancou já próximo da porta.
- Só falta aqui, Rosmerta. - McGonnagal respondeu - Entenda, pode ser um alarme falso, mas precisamos nos precaver contra esses ataques.
Eu gelei. Ataques? Lacrar? Se só faltava o Três Vassouras, então a Dedos de Mel já estaria... COMO VAMOS VOLTAR PRO CASTELO?!
Embora minha vontade fosse gritar isso bem alto, tive o bom senso de me manter quieta. Tiago também parecia assustado e logo estava me arrastando pra fora do pub. Lá fora, a neve começara a cair mais forte.
- E agora? - eu perguntei num fio de voz.
Ele olhou para a construção elevada quase no fim do povoado. Ah, não, por favor, não me diga que ele está pensando em fazer esse encontro se tornar mais aterrorizante do que já está sendo. Mas eu não tive dúvidas quando ele começou a puxar na direção dela... A casa dos gritos.
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Eu entrei no dormitório em silêncio. Lá fora anoitecia e a neve cobria tudo, enquanto o vento sibilava furiosamente. Aluado ergueu os olhos de seu livro quando fechei a porta, logo voltando a ele, mas Rabicho nem pareceu sentir minha chegada.
- E então, como foi com a Stump? - Remo perguntou sem olhar pra mim.
- O Tiago já chegou?
- Não. - Pedrinho respondeu - E duvido muito que ele vá voltar até amanhã.
Eu caí descontente na minha cama.
- Sirius? - Remo voltou a perguntar, agora olhando pra mim.
- Não foi.
Agora a atenção dos dois estava plenamente concentrada em mim.
- Como assim não foi? - Pedro perguntou numa voz ávida de curiosidade.
- Eu não tive cara-de-pau suficiente para trancá-la no aramário de vassouras comigo. - eu respondi com a voz mortalmente tediosa - Nós apenas... conversamos.
- Vocês apenas conversaram? - Remo me observou incrédulo.
Não respondi, já que mergulhara nos meus pensamentos. Porque eu pensara na possibilidade de que fazer isso com Adriane poderia magoá-la? De onde tinha surgiu isso? E Tiago? Teria algum escrúpulo em agarrar Lílian naquela noite?
Aquilo nã fazia muito sentido... Tudo bem que a conversa fora interessante, a moreninha é bem inteligente, mas ainda assim, nem um beijo? Será que estou perdendo om jeito?
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- Chocolates?
Eu desviei meu olhar da vidraça, por onde passei a última meia hora assistindo a nevasca que cai lá fora, voltando-me para Tiago. Ele segurava uma barra de chocolate ao leite com recheio de caramelo, meu favorito.
Em silêncio aceitei, me sentado ao lado dele no velho carpete que tínhamos limpado mais cedo. Depois de meia hora na Casa dos Gritos, eu me convenci de que tudo o que contavam sobre aquele lugar não passava de lenda, já que não vira nem sombra de fantasma (se é que fantasmas têm sombras), de modo que já me sentia bem à vontade.
Dois dos meus casacos, juntamente com a jaqueta de Tiago e os nossos cachecóis jaziam numa mesa quebrada com os restos de nosso almoço. Ainda havia uma garrafinha de cerveja amanteigada intocada. Com um meio sorriso, eu observei o fogo crepitar na lareira.
- E então? Você continua achando que eu não presto? - Tiago me perguntou após alguns minutos de silêncio.
Eu me virei pra ele, notando que ele sorria enquanto me encarava. Depois de passar a tarde trancada com ele ali, conversando sobre todos os tópicos possíveis, minha antiga opinião sobre aquele maroto tinha desabado por completo.
- Não, você não é tão ruim.
- Então você concorda comigo, cara Lily, de que minha única imperfeição é ser perfeito? - ele perguntou pomposamente.
Em outros tempos eu teria gritado sobre aquele claro exemplo de suprema arrogância. Mas aquela tarde tinha me feito conhecer Tiago o suficiente para saber que ele simplesmente não consegui levar nada a sério. Então eu fiz a única coisa que podia fazer naquela situação. Eu ri.
Tiago parecia encantado em me ver sorrir daquela forma. Os olhos dele faiscavam atrás dos óculos e pela primeira vez eu percebi que eles eram castanhos, mas num tom levemente esverdeado. Tão simplesmente irresistíveis...
- Eu não chegaria a afirmar tanto. - respondi quando o riso cessou - Se EU não sou perfeita, porque você seria?
- E quem disse que você não é perfeita?
Consegui apenas sorrir, enquanto estirava o corpo no tapete. A essa altura eu já não tinha noção de realidade, minhas pálpebras estavam pesadas demais. Senti Tiago erguer minha cabeça gentilmente, deitando-a sobre um improvisado travesseiro feito dos casacos. Antes que eu apagasse por completo, ainda pude ouvir a voz dele ao longe, sussurrando.
- Você é perfeita, Lily. Perfeita pra mim...
Lillix: Você foi a primeira a comentar! Obrigada pela ansiedade, espero que esteja gostando!
Dynha: Já mandei sua carta. A propósito, obrigada pelos comentários. Infelizmente, como você mesma disse, não vai durar pra sempre a fic... Quanto aos seus problemas de vista, eu tenho um tio que é oftamologista. Quer passar uns dias lá em casa para se consultar com ele?
Ana Luthor: Essas citações foi o que me inspirou a escrever a fic. Algumas foram ditas por mim, outras por amigos meus. No último capítulo eu darei todos os créditos.
Saky: Eu já disse que não precisa mais matar Flávio, ele já respondeu minhas dúvidas. Você já recebeu minha carta?
Nica-chan: E aí, está gostando? Espero que sim!
Flávio: sem comentários a sua defesa. E a sua resposta também. Não vou falar muito mais, já que vamos nos encontrar hoje na casa de Gabi.
Ameria: Obrigada pelos reviews. E espero que continue gostando as citações e os capítulos, lógico.
Juliana: Não se preocupe com Flávio, ele já fez sua parte...
Nina: E quem disse que eu abandonei Hades? Só que é difícil administrar duas fics ao mesmo tempo... Quanto a ficar com problemas mentais, ei, vamos com calma, ou vou ter que abrir uma clínica de viciados em fics! E eu não tenho dinheiro para isso!
Madame Destany: Escrever um livro... Até que essa não é uma má idéia... Recebeu minha carta?
Wendy: Carol, eu seu que você gostou de Peter Pan e coisa e tal, mas Wendy? Bem, quem sou eu pra reclamar. Estou muito feliz que minha querida irmãzinha tenha passado por aqui. E realmente, você conhece as citações. Algumas saíram inclusive da sua boca...
Deby: Aí está capítulo novo. Espero que esteja gostando...
Sarita: Obrigada! Recebeu minha carta? Espero que sim. Continue comentando!
Sabrina: Agora tive tempo de responder os reviews. Espero que esteja gostando...
Aya Nefertari: Você me lembra muito uma tia minha... Mais uma fã, que legal! Beijos e contineu comentando!
