Hotel Vermouth - Por Lucca

Disclaimer: Draco, Gina e suas respectivas famílias (exceto Ty) não me pertencem. O resto dos personagens que aparecem neste capítulo são meus, só meus... P

O Hóspede Maldito

Aos 18 anos de idade, recém formada em Hogwarts, Gina Weasley conheceu um trouxa chamado Raymond Chandler, com quem namorou por dois anos e casou-se. Sim, ele sabia do dom dela. Aos 21 teve um filho que foi batizado por Tyler, que aos sete anos ficou órfão de pai. Sem dinheiro para sustentar a si e ao filho, numa cidade que pouco conhecia, Gina fora obrigada a arranjar um emprego. E o único disponível era naquele hotel luxuoso de Vermouth. Um hotel trouxa, onde muita coisa acontecia. Sendo camareira, Gina via os mais variados tipos de pessoa. Em três anos de trabalho, ela serviu a fofoqueiros, trapalhões, cleptomaníacos, solteirões, velhotas reclamonas, e algumas vezes, bruxos. Não reclamava, afinal, com esse emprego conquistara a tão sonhada independência e liberdade.

Sem dúvida, Ty, como o filho fora apelidado, era o garoto mais inteligente e carinhoso que Gina conhecia, sem corujices de mãe. Tendo os cabelos escuros, era bem diferente da mãe e não só na aparência. Era calmo e organizado, sendo assim o mais responsável da casa. Todos os dias ela o deixava a um querteirão da escola e seguia para seu trabalho. Mas naquele dia ele teria uma apresentação e estava muito nervoso, de forma que ela se atrasou. Mal sabia como isso poderia mudar a vida dela.

Gina entrou apressada no hotel onde trabalhava. Teria um dia cheio pela frente, como de costume. Parou no balcão das camareiras, pegou seu uniforme e seguiu para o vestiário.

"-Bom dia, meninas- ela disse ao entrar correndo - algum hóspede novo?

"- Oh, sim, mas deixe que eu te informo - Lucy Ambler se aproximou dela. Enquanto vestia o uniforme, Gina ouvia tudo que a amiga dizia - Para você acho que só a Suite Vermouth.

"- A Suite Vermouth?- Gina pergunotu, desconfiada. Era quase improvável que aquela suite não tivesse sendo atendida ainda. Estava a dias desocupadas por ser a mais cara. Sendo a mais cara, as camareiras ganhavam mais gorjetas e serviam as mais podres de rica figuras. - Tem certeza?

"- Absoluta. Ninguém quer atender esse sujeito. O cara é lindo, sem dúvida. Mas fomos avisadas que ele é intragável e preconceituoso. Trata as pessoas como lixo... nenhum dinheiro pagaria isso. - as outras camareiras olharam para ela com certa pena.

"- E como você chegou atrasada, o chefinho te deixou com esse cara como... castigo - Vivian Highsmith disse, ainda penalizada - é um cara com nome engraçado... Parece nome de vampiro. Olhou no quadro que contia os nomes dos hóspedes, para que nenhuma camareira esquecesse. - Aqui, Draco Malfoy.

"Não, isso não está acontecendo comigo." Gina correu para o quadro e olhou o nome, completamente nauseada. Era castigo, só podia ser. "Merda!"

"- Meninas, por favor... Eu pago um mês de salário para não atender esse cara. - As meninas olharam assustadas para ela. Por mais chato que fosse o hóspede, Gina sempre dava conta sem reclamar.

"- Desculpe, Gina... mas dessa vez não vai dar mesmo. - Vivian disse, retirando-se do vestiário.

"Ok, vocês não são mais crianças. Você não pode mais ser humilhada por ele e ele não pode mais te causar nenhum mal. Mas, para assegurar, leve a varinha..." Ela correu para a bolsa e pegou a varinha, escondendo-a nas vestes.

Atendeu durante o dia todos os hóspedes da melhor maneira possível. Deixou para atender a Suite Vermouth por último, pois ela prometia esgotar toda a sua cordialidade. Quando finalmente chegou a hora,Gina estava com os nervos à flor da pele.

Subiu pelo elevador sentindo o sangue faltar às veias. "Respira, Gina, não pode ser tão ruim assim, " ela pensava enquanto saia para o corredor que a levaria para o quarto onde faria a limpeza. Ao abrir a porta, sentiu o chão faltar. Ele, que estivera sentado numa poltrona lendo o jornal, olhou para ela, sombrancelhas arqueadas.

"- Bom dia, senhor Malfoy. Espero que esteja bem acomodado. Posso fazer meu serviço agora ou prefere que venha mais tarde, quando estiver ausente- ela perguntou, esperando que eleescolhesse a segunda opção.

"- Pode fazer seu serviço. Mas seja silenciosa- ele ordenou, voltando a ler o jornal. Gina indentificou automaticamente as letras garrafais do Profeta Diário.

"- Sim senhor. - respondeu, submissa. "Ótimo, não me indentificou. Tomara que sua estadia aqui seja rápida, verme!"

Arrumou todo o aposento calada, sem olhar para ele e lutando contra a vontade de torturílo. Ninguém saberia. Faria ele contorcer-se de dor e depois o obrigaria a sumir dali. Depois apagaria a memória dele e tudo estaria resolvido. Respirou fundo e tirou os pensamentos assassinos da mente. Terminaria seu serviço e à noite explicaria seu problema a Brooks, seu chefe. Nunca mais tornaria a vê-lo.

Ela foi rapidamente para o banheiro, onde termnaria a limpeza. Trocou toalhas e os rolos de papel higiênico. Limpou a pia e a banheira. Estava quase terminando de limpar a privada quando ele resolveu entrar no aposento. Gina engoliu em seco. Levantou-se para limpar em outro lugar quando reparou que ele a observava, curioso.

"- Eu te conheço - ele disse, seco.

"- Acho pouco provável, senhor. Não frequentamos os mesmos locais - ela disse, abaixando a cabeça para que ele não pudesse ver seu rosto perfeitamente.

"- Claro que não. Pareço frequentar os mesmos locais que uma faxiniera- ele disse, com tom de superioridade - Mas... Esses cabelos enjoativamente vermelhos... E trabalhando como faxineira.. Eu sabia que seu destino era lavar minha privada, Weasley. - ele disse, num sorriso debochado.

"- Chandler, senhor. E não sei do que está falando - ela mentiu, concluindo seu serviço no banheiro. Levantou-se e esquecendo de esconder o rosto, olhou para ele, que bloqueava a passagem.

"- Você é a doninha Weasley. A única garota daquele bando de pobretões. Como vão seus pais - ele esticou os olhos para ver o nome no crachá. "Olàme chame de Gina. Em que posso servir-lhe?" estava escrito - Gina Weasley? Aquela barrica de bosta e o palito amante de trouxas- ele terminou, sublinhando as palavras. "Não responda, Gina. Ele é seu chefe e você pode perder o emprego..."

Uma brincadeira de extremo mal gosto, aquela. Seus pais haviam morrido antes dela completar 22 anos. Morto por Comensais da Morte. E ele sabia disso. Mesmo que não fosse considerado perigoso pelo Ministério da Magia, Gina sabia que ele estava metido até o nariz nas Artes das Trevas. Não que tivesse alguma chance de Voldemort voltar. Não, a guerra havia terminado dois anos depois da morte de seus pais. Os únicos da família Weasley a morrer na guerra.

"- Chandler - ela repetiu, fazendo seu trabalho como se não o escutasse. "O cliente tem sempre razão, lembre-se, Gina!"

"- Weasley...

"- Chandler.

...você casou? Que ser insano casaria com uma pobretona como você? Ele com certeza era louco, não? Melhor. Era surdo, cego e burro- ele perguntou, continuando a provocação.

"- Eu não sei do que o senhor está falando. Com licença, eu já concluí meu trabalho- ela disse, sentindo o sangue ferver.

"- Responda. - ele disse entre os dentes.

Gina olhou para ele com fúria nos olhos espreitados. Olhou- o de cima a baixo, avaliando. Seu emprego com certeza valia uma resposta. Ele insultara a memória das três pessoas que ela mais amara no mundo. Com certeza um insulto seria pouco.

"- Draco Malfoy, que prazer revê-lo- ela disse com uma voz tão cordial e falsa que ele assustou-se. - Vejo que ao contrário de mim, você continua solteiro e sem família, não é?- ela perguntou, fingindo surpresa. - E olha só, você continua insuportável, sem ninguém que o ame ou que se aproxime por outro motivo que não seja seu dinheiro. Sabia que o seu destino era morrer assim, Malfoy. Agora com licença, tenho um trabalho a concluir. - ela terminou, saindo do banheiro rumo à porta do quarto. Ele correu atrás dela, e puxou-a com brusquidão. No exato momento em que seus lábios se tocariam, ela deu-lhe um tapa na face e voltou à porta.

"- Weasley, volte aqui- ele gritou, quase espumando de ódio.

"- Chandler, senhor Malfoy! Chandler. - Saiu do quarto, e respirou fundo.

Bom, trabalho feito. Desceu para o subsolo onde era a sala do chefe das camareiras, assim como o vestiário. Mal entrou no aposento, o chefe sorriu e desligou o aparelho do telefone que estava segurando.

"- Era exatamente com você que eu queria falar, Chandler! O sr. Malfoy acabou de me contactar - ele falou, e Gina sentiu o emprego voar pelas suas mãos.

"- Ouça, Brooks. Me desculpe pelo que aconteceu hoje. Mas eu não pude evitar, é mais forte do que eu. Eu vim te pedir para não trabalhar mais com o Sr. Malfoy.

"- O quê? Ele acabou de me contactar e disse que seu trabalho era maravilhoso e que se você não fosse a camareira dele nesses dois meses que ele vai estar hospedado aqui, ele cancelaria a estadia e nunca mais voltaria aqui. Portanto, sinto muito - o moreno disse, estendendo as mãos para segurar as dela.

"- Dois meses- ela perguntou e ele respondeu num sorriso. "Não. Isso não tá acontecendo comigo." - Você não pode dizer que vou sair de férias amanhã? Sei làlicença maternidade, atestado médico...- ela implorou.

"- Chandler... sabe quanto é a diária da Suite Vermouth- ele perguntou, olhando carinhosamente para ela - TREZENTOS DÓLARES- ele gritou, esquecendo o tom carinhoso. - E se o Sr. Malfoy disse que você tem de atendê-lo durante os sessenta e um dias, você vai fazê-lo. Sabe porque? Porque isso vai nos render DEZOITO MIL E TREZENTOS DÓLARES. O que significa que pela sua porcentagem,você ganhará mil e oitocentos dólares, fora o salário e a gorjeta. Portanto, amanhã você vai atendê-lo, sim. E o fará pelos próximos sessenta dias, gracinha. Agora vamos, saia daqui!

Gina chegou a sua casa, exausta. Não tinha como discutir. Era uma oferta irrecusável. Ty estava na cozinha, terminando o jantar que prometera preparar. Não parecia muito alegre, não mesmo.

"- Ty? Oi filho. Como foi seu dia? Boa apresentação? - ela perguntou, lavando as mãos.

"- Médio. Minha apresentação foi horrível, mãe. Depois de tudo que ensaiei, me deu branco na hora e não saiu nada. Mas aí, a tubulação de ar caiu e deu defeito em todo o sistema de aquecimento do auditório. Cancelaram meu discurso. Como poderá demorar muito até que o auditório esteja em ordem, daqui a mais ou menos três meses eu discursarei de novo. Noencerramento do ano letivo.- Ty disse, sentando na mesa com a mãe. Tomou o primeiro gole do refresco que tomava e olhou para ela - E o seu?

"- Cansativo, Ty... por isso, você vai direto para o quarto, ok- ela pediu, levantando da mesa para beijar a testa do garoto que concordou silenciosamente - amanhã promete ser mais cansativo e eu preciso dormir.


Draco acordou com um sorriso no rosto no dia seguinte. Com certeza a Weasley não iria mais servi-lo, mas o fato de estar hospedado no mesmo hotel que ela trabalhava lhe dava um bom humor que a muito não sentia. Solteiro e rico como era, ele nunca tivera problemas para conseguir uma mulher. Mas depois da tarde anterior, uma pergunta se formou na sua mente. "Porque elaresistira?" Mesmo estando casada, não era possível que alguém resistisse ao charme dele. "Inaceitável!" Vestiu a roupa e saiu, para manhã fria de sábado. Daria uma volta pelo parque que tinha na frente do hotel.


"- Ty, preste atenção no que vou te dizer agora, ok- Gina disse ao filho, enquanto subia para os quartos de hóspedes. - Não quero que arrume problemas. Contenha suas emoções ou sabe o que acontece. Te encontro meio dia para o almoço lá no parque, certo?

"- Tá mãe, eu sei. Posso ir pro parque agora? Por favor...- ele implorou, ao que a mãe suspirou.

"- T�, vai. Comporte-se- ela sussurrou quando a porta do elevador se abriu e o menino correu para fora do hotel.

Faria a mesma rotina do dia anterior. Bom, dos seus quinze clientes, três haviam ido embora no dia anterior. Passaria nos outros onze quartos e enfim iria ver o Malfoy. E que Merlin a ajudasse.


Draco sentou-se num banco onde um garoto de cabelos escuros quicava uma bola, desanimado. Abriu seu exemplar d'O Profeta Diário' e começou a ler. Para qualquer trouxa que o visse lendo, veria um exemplar do jornal trouxa do dia anterior. Um feitiço útil usado pelos editores.

"- Se importa de me ceder as tiras- o menino perguntou, parando de quicar a bola. - Gosto das animações que O Profeta publica.

Surpreso por dentre tantas pessoas naquela cidade, ele sentar-se justamente ao lado de um jovem bruxo, ele entregou as folhas detiras animadas.

"- Draco Malfoy - ele disse, oferecendo a mão para o menino.

"- Tyler Chandler, mas pode me chamar de Ty - o menino respondeu, apertando com determinação a mão do homem.

"- Chandler? Com certeza Draco ouvira esse nome antes. Buscou na memória e logo lembrou-se. "Chandler, senhor Malfoy. Chandler." Era isso! A única coisa que precisava era ser amigo do garoto. Emboranão gostasse muito decrianças, esse menino poderia lhe ser útil. Provaria que podia ter a mulher que quisesse aos seus pés. Mesmo se ela fosse a Weasley, ou Chandler como se chamava agora. Tyler Chadler era a solução para seu orgulho ferido.

"- Sua mãe trabalha no hotel, suponho. - Draco perguntou, ainda mais surpreso com as coincidências da vida.

"- É! Como sabe? - Ty respondeu, pondo de lado o jornal.

"- Sou bom nessas coisas. E garanto a você que seremos grandes amigos - terminou, num falso sorriso.


N.A/ E aí, o que acharam? Ai, não me matem por eu estar escrevendo mais uma fic, por favor! "Foi mais forte do que eu, juro!" Bom, sei que de começo está meio chatinha, mas tentarei deixíla quente a partir de agora. Prometo a vocês... Mas eu preciso de reviews! Senão não me sentirei animada para escrever... ( Chantagista, eu? Nunca!)

Beijos, pessoal! E até a próxima!