Draco não respondeu de imediato. Sentou, acomodou-se nas largas poltronas e sorriu, num misto de ironia e gentileza.
- Ora, me preparando para assistir um filme trouxa. Vi vocês aqui por perto e resolvi entrar também.
- Você nos seguiu? - Gina perguntou, inconformada.
- Seguir? Não, essa palavra é muito pesada. Eu vim te fazer companhia - ele terminou ingenuamente. Uma senhora ao lado dele segurou o riso.
- Oh, eu agradeço imensamente a sua bondade - Gina ironizou, fechando cara - mas não precisava se incomodar, estou com o Tyler, como pôde ver.
Tyler acenou e Draco acenou de volta - Ty, porque você não vai comprar uma pipoca bem... grande pra mim enquanto eu troco duas palavras com sua mãe? - Draco pediu, tirando uma nota de 10 libras da carteira.
- Não sei... posso mãe? - Tyler perguntou, indeciso e desconfiado.
- Vai, filho. Quero mesmo falar com seu "tio Draco" a sós - Gina disse sorrindo.
Alguns segundos de silêncio enquanto o menino saía.
- Afaste-se dele, Malfoy. - Gina disse entredentes, encarando-o nos olhos.
- De quem, do Tyler? Não, gosto dele - Draco sorriu cinicamente - não pretendo me afastar, desculpe.
- Eu não sei o que você quer seguindo a mim e ao meu filho. Mas com certeza não é nada de bom. Você é um Malfoy e isso para mim é motivo suficiente para que eu deseje você bem longe do Tyler. Por isso,repito, afaste-se dele.
- Bom, talvez haja uma forma de isso acontecer. É só me dar o que eu desejo - o loiro propôs enquanto se aproximava, sedutor.
Gina bufou e levantou da poltrona, deixando-o na mesma posição. "Dois a zero para ela, Draco... Qual o problema dessa mulher?"
Gina saiu do cinema pisando duro. O filho estava terminando de comprar a pipoca que Malfoy pedira e assustou-se com a presença repentina da mãe ali. Ela pegou o filho pelo braço e foi para casa, sem dizer uma palavra. Tyler insistia em perguntar o que tinha acontecido, mas ela não respondia, a cara fechada. Apenas quando entraram em csa, Gina chamou o menino para jantar e resolveu abrir o jogo com ele.
- Tyler, eu quero que você me prometa uma coisa. Não volte a encontrar o Sr. Malfoy.
- Mãe, eu gosto dele, ele é legal! Qual a sua birra com ele? - o menino perguntou, já visivelmente irritado - eu não tenho culpa se vocês tem um histórico de brigas, eu nunca tive nada a ver com isso.
- Quem lhe dise que eu e O Malfoy temos um histórico de brigas? - Gina perguntou, surpresa.
- Perguntei ao tio Harry. Ele contou toda a história. Eu não tenho culpa das coisas pelas qual ele fez você passar, mãe...
- Ele vai querer machucar você, Tyler...
- Ou não! Mãe, pára de se preocupar comigo, ok? Se isso faz você se sentir mais calma, eu vou parar de encontrar esse cara. Mas eu confio nele.
- Chega Tyler! Você tem dez anos. Com dez anos ninguém tem vivência pra saber em quem confiar, muito menos quando esse alguém é o Malfoy. Agora, por favor, vai pro seu quarto e dorme, certo? Sem mais um pio sobre essa conversa!
Ainda irritada com o filho, Gina foi deitar-se, de cabeca quente. Não iria mais aturar aquela situação. No dia seguinte iria conversar com o sr. Brooks.
Draco acordou ainda irritado no quarto de Hotel. "Quem ela pensa que é? Dar dois foras em um Malfoy? Ninguém faz isso. Muito menos uma doninha! Não irei embora daqui sem conseguir tudo o que eu quero. E quanto mais ela recusa, mais fundo eu irei quando conseguir..." Pensava o loiro, sem conseguir desviar sua mente daquele assunto.
Desceu para tomar café e viu sua presa servindo um dos clientes gentilmente. Qualquer um estranharia se o visse ali, sentado sozinho numa mesa e olhando com cara de ódio e desejo para uma das camareiras. Mal pôde disfcarçar o olhar, pois assim que começou a encará-la, ela se postou em frente á mesa dele.
- Trouxe algo para o senhor. Porei em cima da sua cama tão logo possa limpar o seu quarto - ela dirigiu-se a ele com um tom polido e de pura resignação.
- Espero vê-la em meus aposentos o mais breve possível - Draco disse com a voz sensual.
- Pode esperar, Sr... Passarei tão logo eu possa.
Gina subiu, meia hora mais tarde e entrou na Suite Vermouth, irritada até o último dos fios de cabelo. Mal bateu na porta, ela abriu num clique. Ela entrou e encontrou o loiro sentado no sof�, de forma confortável. Ao vê-la entrar, levantou-se e foi até ela. Ela, esperta, desviou-se o máximo que pôde para fazer o serviço. Como ele a seguia em todos os cantos, puxou a varinha do bolso e limpou tudo em segundos.
- Oh-ho! Trapaceando, Chandler? Será que nem para ser faxineira você serve? - ele desdenhou, num sorriso malicioso.
- Tenho mais o que fazer neste quarto, Malfoy. Eu tenho uma proposta a lhe fazer. Quanto você quer para sair deste hotel e nunca mais aparecer por aqui? - Gina perguntou, as orelhas esquentando.
- Quanto? Chandler, talvez a pergunta não seja quanto... talvez seja o quê. POrque não tenta mais uma vez? - o loiro perguntou, aproximando dela de forma sedutora.
Gina respirou fundo e foi para a porta, a fim de ficar longe o suficiente dele - Porque não diz logo o que faria você abandonar de vez esse lugar e me deixa em paz?
- Acho que estamos prestes a negociar. Que tal se você vinhesse aqui mais tarde com sua roupinha de faxineira e dissesse que está disposta a tudo, hein? - Draco mais uma vez se aproximou sorrateiro e pôs a mão na cintura dela, que a repeliu.
- Malfoy, eu não tenho mais tempo a perder com você. Diz logo o que você quer e eu verei se estou disposta a pagar o preço.
- Você. Na cama, na banheira, em cima da mesa e no tapete. Estaria disposta a pagar por esse preço para me ter longe de Tyler, Chandler? - Draco perguntou, acenando a varinha para a porta, que fez um baixo clique atrás dela.
- É o que você tem desejado desde o primeiro dia, não, é, Malfoy? Me ter em sua cama... Não suporta o fato de alguém lhe rejeitar, não é? - Gina perguntou, sentindo um prazer imenso por tê-lo naquela situação.
- Você acha que sabe muito a meu respeito, hein? - ele perguntou se aproximando e embora Gina tentasse recuar, a porta immpedia - Eu realmente não suporto o fato de alguém não me querer... Mas só quando eu quero algo mais do que diversão com esse alguém. - agora estavam quase colados na porta, ambos com os olhos espreitdos - E felizmente, não é o seu caso. Te ter em minha cama não vai ser um honra. Será apenas mais uma sessão de sexo selvagem com uma vagabunda qualquer.
Descobriu tarde demais que cometera um grande erro. Em frações de segundo, a mão de Gina estava na cara dele e antes que percebesse, o loiro estava um metro e meio afastado, cinco dedos vermelhos marcados em sua pele pálida.
Toda aquela situação perigosa estava caminhando a passos longos. "Longos demais", Gina pensou ao vê-lo passar a mão onde ela o atingira. Tentou abrir a porta, mas Draco tinha trancando-a. Gina pensou em gritar socorro, mas não iria dar esse gosto ao loiro. "E que Merlin ponha suas mãos sobre mim". Mal pode sair dali, pois ele já estava novamente postado em sua frente. Gina respirava rápido.
- O que você pensou, Malfoy? Que iria me ofender e ficar por isso mesmo? - Gina perguntou, empurrando-o para trás com coragem. Draco continuava calado, com um meio sorriso vingativo no rosto.
- Você é forte para uma "dama", Weasley - Draco comentou - Deve ser maravilhosa na cama - Gina procurava a varinha quando ouviu isso, e respirando fundo, continuou calada - Suponho que esteja procurando isso - Gina olhou para ele, que balançava a varinha dela nas mãos, como uma criança que se diverte com seu brinquedo favorito. O loiro olhou para ela e avançou pelo quarto.
Segundos depois, Gina novamente se encontrava encurralada, embora ainda tentasse escapar. A boca de Draco procurava avidamente pela dela, e após muitas tentavivas frustradas, ela a encontrou, preenchendo-a com tal perfeição que assustava. Os sentimentos de vingança de um lado e desesespero do outro se uniram em um consenso: desejo. O desejo tomou conta de ambos e eles se deixaram levar pela sensação quase instantânea que o beijo causara. As mãos de Draco passeavam livremente pelo corpo de Gina, que por sua vez, envolvia o pescoço do rapaz e acariciava a cabeleira quase prateada.
Com a mesma rapidez que aconteceu, terminou. Gina, num surto de racionalidade, empurrou Draco com a força que possuía. Ele, sem relutar, afastou-se com um sorriso malicioso nos lábios. Então, de repente ficou sério. Largou a varinha de Gina no chão e em seguida, caiu também.
Draco sentiu a cabeça pesada. Aquilo com certeza não estava acontecendo. Não deveria ter acontecido. Respirou fundo e com um movimento dos braços, descobriu-se na cama. Olhou para os lados, mas não viu ninguém. Muito menos viu a sua varinha. O que teria acontecido? Por quanto tempo ele teria ficado desacordado? Sem forças para levantar da cama, ajeitou o travesseiro de forma que ficasse quase sentado. Não demorou muito tempo, a porta se abriu, dando passagem à ruiva. Após um rápido sentimento de exaltação, Draco sentiu alívio. Não por ser Ginevra Weasley Chandler. Mas por não estar sozinho.
- Trouxe comida, você está melhor? - ela perguntou pusando uma bandeja na cama e Draco sentiu um tom de preocupação na voz dela.
- Estou. Te importa? - ele perguntou com uma ironia sutil e ajeitou a bandeja de comida no colo.
- Na verdade, sim. Meu emprego depende do bem estar dos hóspedes. E isso infelizmente inclui você. Mas já que está se sentindo melhor, com licença - Gina respondeu desinteressada e levantou da beirada da cama - a propósito, suas 10 libras estão em cima da mesa, como prometi, juntamente com sua varinha.
Ok, aquilo era até de se esperar. Mas ele estava realmente surpreso por ela não ter sequer curiosidade sobre o que aconteceu com ele. Ela começou a andar para a porta, mas ele a deteve.
- Não quer saber porque desmaiei? - ele perguntou, esperando um sim.
- Não me envolvo pessoalmente com os hóspedes - ela disse antes de deixar o aposento.
- Não foi o que pareceu sabe-se lá a quanto tempo atrás - ele contrapôs, satisfeito consigo mesmo. Depois, suspirou resignado e terminou a refeição.
Quando finalmente conseguiu apoiar-se de pé, pôs a varinha e desceu para a recepção. Numa extrema babação de ovo, o recepcionista o atendeu antes dos outros três hóspedes que estavm no balcão.
- Preciso ver o sr. Brooks com urgência.
N/A: Sorry! Desculpem de verdade toda a demora, mas eu fiquei muito atarefada nos últimos tempos. E muitas vezes sentei pra escrever mas não saía nada, então, resolvi deixar pra lá por um tempo. Quase desisto de escrever! Milhões e milhões de agradecimentos para Miaka, Carol Malfoy Potter, Milinha, Paulinha Malfoy, Kirina Li, Mione G. Potter RJ, Phillipa Van Persie, Lilian Black e Ellen-Potter. Espero que vocês gostem desse capítulo, vou tentar me empolgar a escrever a partir de agora, mas não prometo nada...