Hotel Vermouth - 05 - Megas Nema

Gina estava no quarto dela, arrumando o filho e tentando deixá-lo relaxado. Tyler teria o último ensaio antes do seu discurso e já estava tenso. Sem sequer bater na porta, Draco entrou no 1206. Gina encarou-o com um olhar fuzilante, mas nada disse. Voltou a atenção para o menino, mais uma vez. " - O que, sua apresentação é amanhã? - Draco perguntou e Tyler acenou que sim, pegando a mochila do outro lado do quarto - não se preocupe, Ty. Venha aqui.

O menino parou na frente dele - Que?

" - Olhe no fundo dos meus olhos. Está olhando? - Draco se abaixou na altura do garoto - O que você vê no fundo dos meus olhos?

" - Nada. Eu tinha de ver alguma coisa?

" - Não. Mas eu estou olhando no fundo do seus olhos e estou vendo muita coisa. Estou vendo muitos trouxas aplaudindo de pé. Você está no palco apertando a mão de um velho - Draco levantou e o menino sorriu. - Ty, tenho certeza que vai se sair muito bem no seu discurso.

Gina estava na porta do quarto esperando o filho e se assustou com a representação do loiro. Quando o filho deu as costas para ele, Draco sorriu marotamente e piscou um olho. Tyler estava realmente mais tranquilo e seguro. Em dois meses ela não conseguiu acalmar o menino para esse discurso e Draco conseguira em quinze segundos. Era quase um afronto à maternidade dela.

Deixou o filho a caminho da escola e voltou para o quarto do patrão. Ele estava com as mãos na cabeça, analisando um mapa de Londres atentamente. Sem entender muito o porque da preocupação dele, sentou do outro lado da mesa e apenas ficou olhando para o loiro, curiosa.

" - Está olhando o que? - ele perguntou sem levantar os olhos.

" - Sua veia frontal está inchada. Você está bem? - ela perguntou, tentando esconder o leve tom de preocupação.

Draco levantou os olhos e encarou-a durante alguns segundos. - Não te contratei para cuidar de mim. Eu vou precisar da sua ajuda para outros fins, Chandler - respirou fundo e antes que ela perguntasse qualquer coisa, ele continuou - mas aceito um copo d´agua. Conversaremos depois.


Vendo a ruiva ir buscar o copo d´agua, Draco preparou-se para dar algumas explicações e pedir a ajuda dela. Isso seria crucial: um Malfoy pedindo ajuda a um Weasley. Mas se era a única forma...

Gina parou na frente dele e estendeu o copo. Ele bebeu calmamente a água e começou: - Preciso achar uma pessoa aqui em Londres. E você vai ter de me ajudar, como minha enfermeira.

" - Isso tem alguma coisa a ver com seu desmaio? - Draco esperava por essa pergunta e acenou com a cabeça. Sem pedir maiores informações, ela assentiu com a cabeça. - Quem temos de achar?

" - O filho de McNair. Philipe Macnair, tenho uma pista de onde achá-lo, mas preciso de alguém por perto pro caso de eu ter alguma reação.

" - Reação ao que? - Gina perguntou, curiosa.

" - Ao vodoo. Quanto mais perto eu chegar dele, maior serão as dores. Aquele filho da mãe está aqui em Londres, tive a confirmação disso ontem. Você sabe que o vodoo só provoca abertura de ferimentos, sangramentos... Quando as dores são na cabeça ou no peito, seguidos de algum desmaio é sinal da proximidade entre o artefato utilizado como o "boneco" e a pessoa quem ele se destina.

" - Eu sou bruxa e aprendi DCAT em Hogwarts, Malfoy. Só não entendi porque eu - ela respondeu, desdenhosa.

" - Porque? Eu não escolhi você. Mas será bom ter você trabalhando para mim vinte e quatro horas por dia, ora como detetive, ora como enfermeira e ora como faxineira... são três fetiches em um só. - Ele sorriu marotamente. Ela bufou mais uma vez, irritando ele.

Como Malfoy, ser recusado uma vez é no mínimo anormal; Duas vezes, inaceitável; Três vezes era impossível. Mas ela estava ultrapassando a linha da impossibilidade.

" - E ainda poderemos brincar de casinha, não é? Afinal, você agora está dando uma de pai do Tyler... - ela concluiu com a voz dividida entre o riso e a irritação.

" - Não quero ser pai dele, mas se ele precisar, serei o mais próximo que puder de um pai - Draco saiu da mesa, um pouco surpreso por estar assumindo o afeto que sentia pelo garoto.

" - E quando você for embora? Ele vai sofrer... É exatamente o que um pai faria, não é? Meu filho não precisa de um pai, Malfoy. Ele tem a mim - ela disse num tom de defesa e proteção.

" - Isso não é o suficiente para uma cri...

" - Tyler é diferente de você, Malfoy.

" - Que? - Draco virou-se de supetão, sem entender direito o rumo da história.

" - Ray sempre foi um pai amoroso. Morreu demonstrando amor por Tyler, Ty não sente falta de Ray. Ele não será como você.

" - Muito bem, então. Mas não irei me afastar dele, nem agora e nem quando voltar às minhas atividades normais - Disposto a tentar mais uma vez, Draco ligou desajeitadamente o aparelho de som e voltou ao centro da sala, onde Gina resmungava irritada - Vamos lá. Relaxe, ruiva... - ele pegou-a pela cintura e balançou o corpo no ritmo da música. Ela tentou afastar-se algumas vezes, mas depois da insistência dele, acabou sendo vencida pelo cansaço.

Mexendo-se sem vontade, Gina estava sendo levada pelos movimentos dele, os braços soltos. Num ato de coragem, Draco segurou a mão dela e pousou-a no pescoço dele. Como ela não demonstrava nenhuma resitência, fez o mesmo com a outra mão. Ainda sem resistência. "Acho que estamos indo bem..." Draco pensou, olhando para o fundo dos olhos castanho-esverdeados da ruiva. Aproximou o rosto para beijá-la, mas sentiu a mão dela pressionando o pescoço dele e não insistiu. Dançaram por alguns minutos. Ela ainda estava tensa, porém menos do que antes.

" - Não é do meu feitio desistir, Ginevra - ele sussurrou no ouvido dela. Ela deu de ombros, calada - ainda mais quando consigo avançar, mesmo um passo. Você já é minha.

" - Só porque você quer... - ela ironizou - não é do meu feitio juntar-me a qualquer um. Portanto, estamos no mesmo bote, Draco - ela terminou, dizendo o nome dele com certa malícia. Afastou-se e saiu do quarto, sem dar mais nenhuma palavra.

Minutos depois, alguém bate na porta do quarto. Draco levantou do sofá onde estava sentado e foi atender. "Merda, hoje não é um bom dia," pensou encarando Sophie Moloney.


Gina entrou na banheira, a cabeça rodando. Mais uma vez, tinha se deixado levar pelo maldito Malfoy. O jeito envolvente dele era perigoso demais. fechou os olhos e relaxou, pensando que conseguira finalmente se livrar dele. "Tomara que eles se acertem de vez..." Fechou os olhos, sentindo a agua gelada em seu corpo. Assim que saiu da Suite Vermouth, encontrou Sophie saindo do quarto dela. Pensando em fazer uma brincadeirazinha com Malfoy, avisou-a que ele precisava de uma parceira de dança. Ela prontamente foi bater na Suite.

Gina fechou os olhos e relaxou, com uma certa dificuldade. Não sabia ao certo qual o motivo da sua tensão, mas procurou dissipa-la. Foi cutucada com força por alguém e abriu os olhos. Sophie a olhava com desespero.

" - Ele pediu para te chamar, está sangrando muito! - ela informou, os olhos ainda cheios de susto.

" - Droga! - Gina murmurou, sentindo-se culpada por tê-lo deixado sozinho.

Jogou um roupão por cima do corpo ainda muito molhado e seguiu a morena até a Suite Vermouth. Draco estava deitado de barriga para cima na cama, meio inconsciente.

" - É alguma coisa grave? - Sophie perguntou. Gina tentou entender o lado dela, afinal, imagine estar com um cara que de repente começa a sangrar pelo ventre?

" - Oh, não. acho que os pontos abriram, ele fez uma cirurgia recentemente. Agora, seria mais coveniente que você esperasse lá fora. Se importa? - Gina pediu, aproximando-se do corpo do loiro. Ouviu a porta bater sem muito estrondo e sentou-se na cama - está acordado?

" - Den... tro do ...banheiro. A poção es... tá no ban...nheiro - ele disse meio sem forças.

Gina levantou-se rápido e foi ao banheiro, procurando pela poção cicatrizante. Abriu o armario sob a pia e logo a encontrou. Um líquido opaco, verde. O reconheceria em qualquer lugar. Pegou o frasco e um rolo de algodão dentro do kit de primeiros sorcorros. Em falta de outra coisa, aquilo serviria. Voltou para a cama e o encontou com os olhos fechados com força. Abriu os botões da calça dele e levantou a camisa social que ele usava. Era um ferimento grande, que se estendia de um lado ao outro do corpo dele. Com cuidado, passou o algodão umedecido na poção no ferimento e sentiu Draco contorcer-se de dor.

" - Calma... Shh... Vai passar, Draco, vai passar - Gina tentou tranquilizá-lo afagando-lhe o rosto com uma das mãos. Em minutos, após aplicar a poção por todo o ferimento que insistia em sangrar, a ferida estancou e Gina assustou-se. Aquilo parecia uma mensagem, mas não conseguia lê-la direito. Draco agora descansava, vez ou outra apertando com força os olhos já fechados.

Meia hora mais tarde, Draco levantou sem muita dificuldade da cama. Gina estava de olhos fechados, sentada no sofá, o roupão amarrado fortemente. Aplicar aquela poção exigia, além de tudo, muita energia mágica. Olhou para si, a calça desabotoada, a camisa totalmente desalinhada e deu um muxoxo. Olhou para o ferimento que o desgraçado havia feito nele. Olhando com atenção, pode ver as palavras: " Aruc orpah nimaá tse. Oaçã rocu esme ojesed osamo tso rueso ortso moãn"

" - Que diabos...?

" - Está a minha procura. Não mostro o seu rosto, mas o desejo em seu coração. Ele quer que achemos o Espelho de Ojesed - Gina falou, assustando-o.

" - Anh, claro. A última vez que vi esse espelho, eu ainda estudava. E que eu saiba, ele continua em Hogwarts.

" - Eu não tenho tanta certeza - Gina se endireitou um pouco no sofá, olhando para ele. - Acho que deveríamos falar com MacGonnagal. Como diretora da escola, ela deve saber aonde en...

" - Ginevra, acho que você esqueceu um detalhe. Eu trabalho nessa área. Nenhum artefato raro ou potencialmente poderoso simplesmente muda de lugar. O ministério precisa ter conhecimento de para onde ele vai, para que não haja nenhum tipo de complicação - Draco discursou. - Uma coruja e saberemos aonde exatamente está o espelho - terminou, numa piscadela divertida. A ruiva simplesmente deu de ombros e voltou a fechar os olhos. Parecia exausta. - Acho que você deveria ir descansar. Parece muito cansada...

" - Da última vez que tentei descansar, escreveram um texto em você. Não quero me sentir culpada se acontecer alguma coisa. Estou bem a...

" - No estado que você está, não pode me ajudar em nada. É melhor que você descanse agora, talvez tenhamos uma longa jornadaà procura do espelho - Draco insistiu, aproximando-se dela. Levantou-a pelas mãos e guiou-a até o outro quarto, sem nenhuma dificuldade, embora a ferida lhe doesse muito com o esforço - bom descanso, Gina.

" - Obrigada, Draco - Ela agradeceu, dando um rápido beijo no rosto do loiro.Voltou para a portae tentando manter-se em pé entrou no quarto.

" - Gina? - Draco perguntou, um pouco indeciso. A ruiva voltou o olhar para ele, curiosa - obrigada por ter salvado a minha vida.

N/A: Helllo, mininas!
Acreditem ou não, mais da metade desse capítulo estava pronto a décadas. Só faltava o finalzinho... E eu simplesmente estou sem tempo! Escola em tempo quase integral, depois ainda estudar em casa... Por isso nem vou prometer um capítulo rápido... Vou fazer o possível, acreditem. Quero pedir desculpas pela falta de action, também... Mas eu vou tentar começar a encaixar um pouco de action. E se vocês repararem, eles estão tendo uma aceitação maior à convivência do outro. Muitos agradecimentos para Carol Malfoy Potter, Mechanical Bride, miaka, Kirina Li, Paulinha Malfoy, Nami Nayuuki, PatyAnjinha Malfoy Potter e DannyDpotter.

Mechanical, obrigada por oferecer uma betagem, mas realmente não precisa se incomodar, viu? Minha irmã faz esse trabalho pra mim, mas é que às vezes até ela erra... Mas obrigada por oferecer do mesmo, jeito, viu?