Hotel Vermouth - Sinos...?

Gina ficou nervosa com a pergunta, Draco pôde perceber isso. A ruiva começou a dar passos em direção a ele, os olhos frios. Draco teve a impressão de ver uma lágrima brotar em seus olhos, mas não teve certeza: poderia ser uma gota da água do mar.

- Draco, espero que você não se magoe com a minha resposta. Nós não somos amigos, e esta é uma resposta muito pessoal - ela respondeu friamente, sem parar a sua caminhada. Então ele percebeu: ela não estava indo falar com ele, estava apenas saindo do mar.

O loiro ficou observando a ruiva sair da água. Assim, sob a luz do luar, seu corpo parecia ainda mais íncrivel, cheia de curvas que eram, ao mesmo tempo, sinuosas e delicadas. Depois de se enxugar, Gina sentou-se na areia, abraçando os joelhos e deixou o seu olhar se perder em algum ponto da areia.

Aquela imagem ao mesmo tempo o deixava preocupado e hipnotizado. Preocupado com o estado da ruiva, que parecia muito mais comovida com o espelho do que o que ele achou a princípio. Hipnotizado pela beleza dela, pela situação. Era extremamente convidativo, e Draco não sabia o porquê. Ou apenas fingia que não. O sentimento que nutria por Ginevra agora, era muito mais que uma atração física ou um desejo de humilhar, submetendo-a a cuidar dele. Draco não sabia exatamente o nome daquilo, nunca sentira isso por ninguém. Era carinho, sem dúvida. Mas ainda assim, carinho demais para o que ele estava acostumado a sentir.

A água começava a esfriar agora, e Draco achou que era melhor que os dois voltassem ao hotel. Gina concordou em ir com ele, mas sem dar uma palavra. E nessa mesma situação, passou o resto da noite, enquanto jantavam. A mudez dela estava chateando-o.

- Gina, eu entendo se você não quiser conversar sobre o assunto do espelho. Mas, pelo menos fale comigo. Você está assim abatida com a sua visão, mas eu...

- Me deixa quieta, por favor - Dessa vez, o loiro teve a certeza de ver uma lágrima escapar dos seus olhos.

Era desesperador vê-la naquele estado. Draco atravessou a mesa improvisada do quarto do hotel e correu ao encontro dela. Embora quisesse abraçá-la, ela parecia relutante em deixá-lo consolá-la.

Mesmo sem saber o que exatamente ela viu, sabia que tinha alguma coisa a ver com aquilo, sim. A ruiva agora descansava a cabeça em seu ombro, agora. Não estava chorando, mas nem precisava. Parecia ainda mais abatida, agora que estava abraçada a ele. Carregou-a para a cama, deixando que ela se sentasse confortavelmente. No momento que pensou em buscar uma água, sentiu uma torturante e conhecida dor, e apagou.

Aos poucos, a sua visão foi clareando. Os olhos ainda estavam pesados demais, como de costume, mas conseguia ver a silhueta de Gina ao seu lado.

- Draco, você está bem? Pelo amor de Deus, diga alguma coisa! - Gina perguntou, olhando-o preocupada.

- Es... - Draco teve dificuldade para falar, então fez um aceno mínimo com a cabeça.

- Vou ajeitar os travesseiros para você - ela avisou e levantou um pouco o tronco dele, para encaixar mais travesseiros embaixo dele.

Seus corpos estavam próximos agora. Era como se ele tivesse recobrado um pouco da sua energia vital com essa proximidade. Sem resistir ao imenso desejo dentro dele, Draco a beijou. Gina retraiu os músculos e afastou-se, encarando-o nos olhos.

- Desculpe, eu não... - ele começou, mas não conseguiu terminar. "Não é como se eu não tivesse vontade. Não posso pedir desculpas por isso." Puxou a ruiva e beijou-a outra vez, levantando o corpo com algum esforço.

Draco, com toda a sua experiência em se tratando de mulheres, nunca se sentira tão... nervoso e ansioso em toda a sua vida. O toque macio dos lábios dela o excitava, mas Draco tentava a todo custo manter a lógica.

Gina parou de resistir e abraçou o loiro, correspondendo intensamente ao beijo. Embora estivesse lutando com todas as suas forças com aquilo, tudo parecia tão certo, tão perfeito... A necessidade que um sentia do outro aumentava a cada segundo e o beijo tornava-se cada vez mais exigente.

- Draco, eu acho melhor nós pararmos - Gina pediu, interrompendo o beijo com dificuldade - não está certo.

- Não? Porque não? Eu quero, você quer... Somos dois adultos e estamos na Jamaica, nessa cama imensa... - ele argumentou, terminando em um meio sorriso, puxando-a para outro beijo.

- Draco, eu tô falando sério. Espera um pouco... - Gina afastou-se novamente - eu... - Gina olhou fundo nos olhos acizentados do loiro. Lembrou da imagem no espelho, onde sua mãe dizia "Pelo menos dessa vez, Ginevra... Siga seu coração..." e tomou uma decisão - Ah, esquece!

Gina puxou-o para um novo beijo. As línguas exploravam com avidez cada milímetro da boca do outro. E das bocas para resto do corpo, e Gina esqueceu que havia outro mundo além do calor do corpo de Draco, da força dos seus braços que a apertavam contra ele e da ansiedade que a invadia.

- Mas que beijo... - ruiva murmurou, quando eles se separaram. - Eu até ouvi o badalar de sinos.

Draco tornou a abraça-la e sorriu. A maneira confiante e natural de Ginevra elevava a intimidade entre eles. Fazia muito mais simples a aproximação do corpo e da alma.

Em meio a uma névoa de prazer, Gina considerou os perigos de estar ali, com Draco. E disse a si mesma que saberia ser forte para enfrentá-los, mesmo que envolvessem um amor verdadeiro.

- Será que eram mesmo sinos? - Draco ergueu-se com cuidado na cama, o corpo dela pendendo pro lado - Acho que é a campanhia do nosso quarto.

Gina, nem um pouco interessada em distinguir os diferentes sons, beijou-lhe a ponta da orelha e lateral do pescoço - Hum... você é tão gostoso, temperado de mar...

Eles tornaram a beijar-se. O sino, isto é, a campanhia tocou várias vezes e cada vez mais longamente. Insistente.

Gina afastou-se e foi até a porta. Abriu-a com uma cara feia e deu de cara com um dos funcionários do hotel, com uma carta na mão.

- Er... Senhora Malfoy, pediram que eu viesse entregar essa carta com a máxima urgência ao senhor seu marido. Desculpe a minha insistência. Boa-noite - o rapaz disse, deixando o rolo de pergaminho não mão da ruiva e saindo em seguida,

- Draco, parece que já temos a resposta do corvo.

N/A: Dessa vez eu demorei bem menos, hein? D/G action, cap curtinho... Mas, sabe como é, né? Não podia continuar logo agora... Uma revelação de cada vez... )

Muito obrigada por todos so comentários, viu? Mas eu preciso deixar bem claro uma coisa... O próximo capitulo pode demorar um pouco e só vai aparecer (mesmo depois de pronto) depois de 10 comentários...

Beijocas!