Hotel Vermouth - 09 - Fim

Gina olhou mais uma vez para o papel, já meio amassado. Olhou para o lugar à sua frente e suspirou, nervosa. Era um casarão abandonado, digno de uma das estórias de terror que Fred contava quando ela era cirança.

- É, Draco, não há dúvidas. Estamos no lugar certo. vamos? - Gina se prontificou a abrir o portão enferrujado.

- Vamos? Como assim, vamos? - Draco olhou para ela como se visse uma louca.

- Você não acha que eu vou entrar só--

- Você bfica/b e beu/b entro, só - Draco interrompeu, afastando-a do portão. - E não discuta, Ginevra - ele adiantou-se, quando ela abriu a boca para retrucar.

Draco atravessou o jardim mal-cuidado observando a casa com atenção. Pelo menos, eles esperaram que o dia amanhecesse antes de aparecer, senão o loiro não teria tanta certeza de que queria entrar sem a Gina por perto. A casa era enorme e com várias portas e janelas por toda a extensão. A cor das paredes era para ser branco, mas pareciam mofadas, pois estavam com uma cor mais amarelada, marcada com vários pontos verde-musgo. Draco aproximou-se da varanda e notou que um dos degraus era defeituoso. Se alguém pisasse com muita força ali, era provável que ficasse com o pé preso. Não foi preciso muita força para abrir a porta, ela estava sem tranca, aparentava ter sido arrombada. Antes de entrar de vez na casa, ele deu uma última olhada para trás, e Gina deu-lhe um sorriso encorajador.

"Era tudo o que eu precisava agora. Porque diabos eu tinha que estar apaixonado pela ruiva? Que droga!" Ele entrou na casa, olhando com cuidado para cada canto. Parecia estar realmente abandonada. Todos os móveis cobertos por panos, a maioria branco. Draco subiu as escadas com cuidado, a maleta de dinheiro na mão esquerda, a varinha na mão direita. No andar de cima, ele viu várias portas fechadas. Apenas um quarto, no final do corredor tinha a porta abrta. Ele começou a andar naquela direção. Entrou no quarto e viu uma figura bizarra. Ele não conhecia aquele cara.

- Boa noite, senhor Malfoy...

- Phillipe McNair. Não estou muito surpreso em te encontrar. E devo dizer que o tempo tem te feito muito mal - Draco alfinetou-o.

- Você também não me parece bem, mas acho que o seu problema é outro, não é--

- Ok, você já chegou ao ponto onde eu queria. Vamos fazer o seguinte? Você me diz aonde está o boneco e em seguida, te dou o dinhe--

- Não mesmo! Você me entrega o dinheiro e em seguida eu te dou o boneco. Não se preocupe, nós o desenfeitiçamos. Não te causará nenhum mal estar perto dele outra vez.

- Nós?

Gina estva ansiosa do lado de fora da casa. Draco já estava lá a cinco minutos, estava ficando realmente preocupada. Olhou para as janelas do primeiro andar, a procura de algum sinal dele, por entre as tábuas que cobriam o vidro. Mas, olhando com cuidado, pode distinguir outra imagem, também conhecida, mas que não era a do loiro.

- Meu Deus!

Gina entrou correndo pelo jardim e ao subir os primeiros degraus da entrada, o pé afundou em uma madeira apodrecida, ferindo a perna da ruiva. Ela tentou sufocar um grito de dor, mas não pode evitar um grunhido. A dor lascinante da madeira em sua perna não a deixava se mover. Gina respirou fundo, tentando esquecer a dor, Draco precisava dela naquele momento. A ruiva ouviu passos se aproximando da soleira da casa e tentou desesperadamente soltar a perna. Mas era tarde demais, ela tinha sido vista por ele.

- Então, Weasley... Eu já tinha noção de que Draco se misturaria a pessoas podres, mas isso é o cúmulo - o homem disse, puxando-a sem cerimônia para cima, a madeira cortando a sua pele por mais alguns centímetros - Venha, vamos fazer uma surpresinha ao meu afilhado.

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- Ah, esqueci que você não sabia. Snape tem me ajudado, sabe? Nunca foi o meu forte, poções. Mas, com Severo, tudo tem sido bem mais fácil. Ele tem uma razão e eu tenho outra, mas no fim, todos sairemos ganhando.

- Menos a Weasley, claro - Snape entrou com Gina, que sangrava a perna, jogando-a num canto do quarto. Olhou com desprezo para ela, antes de terminar - mas isso não te importaria tanto, não é Draco?

- Snape? Achei que você também tivesse morrido na guerra!- Draco estreitou os olhos, tentando esconder a surpresa.

- Claro que não. Não poderia jamais morrer sem te fazer sofrer --

- Você prometeu à minha mãe que jamais deixaria nada de mal me acontecer, Snape. Sabe qual a consequência dos seus atos, não sa--

- Draco, não eu não disse em momento nenhum que eu te atacaria, ou que deixaria te atacarem. Ou porque acha que suas dores diminuíram? Por isso é que eu vou usar a Weasleyzinha aqui. Obrigada por facilitar o meu trabalho... - Draco não estava mais ouvindo. Procurava de todas as formas uma chance de sair. Gina mexeu-se um pouco no canto, agarrando a varinha de Draco que estava jogada. - Tive que desenfeitiçar você, porque sentia o dobro das suas dores. Até te fazer desacordar no hotel foi difí--

Draco girou em 360º, esmurrando Phillipe e arrancou a varinha da mão do rapaz. Tentou enfeitiçar o bruxo, mas ele foi mais rápido.

- Experliarmus! - A varinha mal tocou a mão do professor, voaram diretamente para Gina, que lançou a de Draco para ele, quebrou a de Snape e ficou com a de Phillipe nas mãos.

Com dificuldade, Gina levantou-se e apoiada em Draco, disse com voz de désdem.

- Se tem uma coisa que eu realemente aprendi em suas aulas, Snape, foi: aja rápida e silencionsamente. Mas você não costuma seguir seus conselhos, não? - Gina sorriu, lançando um feitiço na própria perna, que diminuiu o sangramento - Férula!

- Agora, me diga aonde está o boneco! - Draco disse, jogando a mala aos pés de Phillipe, que ainda parecia sofrer efeitos do soco de Draco.

Phillipe olhou para Snape, querendo permissão. o ex-professor sorriu, malicioso e permitiu a entrega. O rapaz pegou o artefato emum dos bolsos e jogou aos pés de Draco. Gina, abaixou-se, enquanto Draco mantinha os olhos nos outros dois.

- Fizemos um acordo, vocês têm o que querem e eu também. Jamais volte a me atentar, ou não responderei pelos meus atos. Snape, obrigado por nada. Estuporate! Estuporate! - Instantâneamente, os dois caíram no chão, desacordados. Draco correu para Gina, abraçando-a, protetor. - Vem, vamos sair daqui.

Saíram, Gina apoiando-se em Draco. Já do lado de fora da casa, Draco e Gina aparataram para o quarto do hotel, ainda na Jamaica.

- Você não deveria ter entrado, Gina. Sua perna ainda dói muito? - Draco perguntou, meio preocupado.

- Um pouco, mas ainda tem da sua poção cicatrizante aí, eu passarei um pouco dela. E vocÊ, como está?

- Bom, estou muito cansado, mas estou bem - Draco foi ao banheiro e voltou de lá com a poção que Gina usara nele - Vamos logo cuidar desse ferimento, afinal, isso pode infeccionar e não será muito bom!

Minutos depois, perna de Gina estava perfeita. Ficar ali, acariciando a perna da ruiva era quase uma tortura para Draco. A pele macia, lisa... O loiro não poderia suportar se afastar dela depois de tudo o que passaram. Ainda mais agora, que estava certo de que estava apaixonado por ela.

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Horas mais tarde depois de terem voltado do casarão, desceram para jantar, partiriam logo cedo de volta a Vermouth. Durante o jantar, passaram a maior parte do tempo calados.

- O que vai fazer agora? - Gina perguntou, tentando disfarçar a ansiedade.

- Como assim?

- O que você vai fazer agora, afinal, já tem o que você queria, não? - ela explicou - Vai voltar a sua rotina ou pretende mesmo passar o resto das férias viajando?

- Não, sei... Sinceramente não sei. Eu pretendia ficar em Vermouth por mais algumas semanas - o coração da ruiva apertou um pouco. "Ele pretendia".

- Mas, a futura Sra Malfoy não vai ficar, uh, com saudades? - Gina perguntou, tentando sondá-lo.

- Não, acho que não... Posso passar mais alguns dias com Tyler, a ifutura Sra Malfoy /i não vai se importar - ele sorriu, parecia meio longe.

O resto do jantar foi mais silencioso. Gina a todo custo tentava segurar as lágrimas, ele realmente tinha alguém esperando por ele. Fora tudo apenas um caso de estação, aliás, de feriado.
Não conseguiria suportar por muito mais tempo.

- Draco, não estou me sentindo muito bem, vou subir. Fique e termine de jantar. - Ela acrescentou rápido, ao vê-lo fazer menção de acompanhá-la.

Subiu as escadas e entrou no quarto que dividia com o loiro. Arrumou as coisas rapidamente, pensado em sair dali o mais rápido possível. Mas, quando decidiu que não tinha mais nada que pretendia levar consigo, a porta abriu, dando passagem a Draco.

- Aonde pensa que vai? - ele perguntou, surpreso. Ela estava com a mão na maçaneta e com a mala na mão esquerda.

- A lugar nenhum, eu --

- Ia fugir. Você ia embora e nem ao menos ia me dizer na--

- Malfoy, você sequer se importaria! - ela desabafou.

- Como, não me importaria? - ele perguntou, tirando com dificuldade a mala da mão dela.

- Como em "não dar a mínima", "não se importar"... O sentido literal da expre--

- Claro que eu me importaria! Desde que viemos para cá, não tenho me importado com outra coisa senão com você! Até mesmo o maldito boneco ficou em segundo plano, porque o que eu mais queria era estar com você, o maior tempo possível! - ele esbravejou, segurando-a pelos braços.

Draco procurou com insistência o olhar dela, e quando conseguiu encontrá-la, deu-lhe um beijo, que estivera guardado desde o dia anterior, deixando aquilo se estender pelo máximo de tempo possível, explorando com urgência a boca macia da ruiva.

"Eu não terei outra chance como essa. Embora eu saiba que é apenas um caso de verão, não posso negar que estou apaixonada... E ele é realmente muito, muito atraente. Não quero lutar contra isso, não vou lutar contra isso... Se essa será a minha última noite com ele, que seja então, inesquecível..."

E foi pensando assim, que ela entregou-se totalmente aos carinhos dele naquela noite. E ele aos dela, numa perfeita harmonia. E nessa poesia humana, onde um aplacou o seu desejo, o do outro e ainda assim, houve romantismo e quiçá amor, os dois encontraram o êxtase e aninhados, adormeceram.

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No dia seguinte, Draco acordou e ainda de olhos fechados, suspirou aliviado ao sentir o peso da ruiva sobre o seu corpo. No dia anterior ela quase fugira e ele teve a certeza, nesse momento, de que não queria deixá-la, nem por um segundo. No dia anterior, quando falara da futura Sra. Malfoy, referia-se a ela. Mas como a garota emudeceu, ele ficou meio desconcertado em pedi-la em casamento... Mas não deixaria escapar uma próxima chance, muito menos depois de quase tê-la perdido.

Gina mexeu-se um pouco sobre ele e bem devagar abriu os olhos, enquanto Draco a observava com um sorriso no rosto.

- Já é muito tarde? - ela perguntou, a voz preguiçosa.

- Não, ainda é bem cedo, até--

- Ótimo, preciso chegar cedo em casa - Gina esqueceu-se da preguiça e deu um pulo na cama.

Passado o momento da surpresa, Draco agarrou-a com as pernas, e a puxou de novo para de encontro ao seu.

- Ora, Gin... para quê a pressa, foguinho? - ele brincou, rindo. Ela fez uma careta estranha pelo apelido, mas riu também.

- É sério, Draco... Eu demoro muito a me arrumar, e--

- Não foi o que me pareceu ontem. Ontem você se arrumou antes que eu decidisse se deveria ou não vir te pedir... Vir te pedir...

- Pedir?

- Gina, você quer casar comigo? - Draco perguntou, num fôlego só.

- Mas e a futura Srª Malfoy da qual você falou onte--

- E quem mais seria senão você? Eu ib te amo /i/b princesa...Você e o Tyler se tornaram mais do que especiais para mim...

- Oh, Draco! Eu também te amo! Não pude suportar saber que existia outra pessoa esperando por você aonde quer que fosse!

- Pois não há... Gina, você casa comigo? - Draco perguntou, e agora os dois estavam olhando um para o outro.

- Sim! Caso... COntanto que você não me chame de novo de foguinho!

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Nha.
Acabou!
Ficou legal?
Tudo bem que vocês não me deram os 10 comentários, mas...
Adoro ocês e não aguentava mais segurar essa fic... )
Por isso, beijos para miaka, Miss.Leandra Friendship Black, FenixTonks, Helo, Carol Malfoy Potter , estrelinha W.M, IBlack LadyI, Arwen Mione e para todas as outras leitoras que não comentaram... essas más... (

Vou sentir saudades, hein?
Beijocas!