Capítulo 3 – Negação

Os fortes raios de sol entram pelas frestas da janela do quarto. Sora abre os olhos lentamente, se vira para o despertador e se surpreende ao ver que já passa das onze horas da manhã.

Nossa, já é tão tarde! Mas ainda estou com tanto sono... Nem me lembro a que horas fui dormir ontem... Que estranho, sonhei que tinha passado a noite com o Tai...


Os sons produzidos pelo trânsito e pelo movimento da cidade ao redor, despertam Tai de seu sono.

Mas que dor-de-cabeça! Que horas são? Não lembro direito do que aconteceu ontem, só que estava com a Sora e...


– Tai!

– Sora!

Eles se encaram completamente chocados com a situação em que se encontram.

– O que você está fazendo aqui? – Tai pergunta nervoso.

– O que eu estou fazendo aqui! O que você está fazendo no meu quarto? E na minha cama? – Sora pergunta ainda mais nervosa – Eu achei que tivesse sido um sonho!

– Sonho?

– Que nós... dormimos juntos... Não foi só um sonho, não é? – Sora pergunta observando Tai atentamente.

Ao olhar em volta, a pergunta é imediatamente respondida. A cama desfeita e as roupas espalhadas pelo chão do quarto não deixam dúvidas.

– Essa não, não pode ser! Nós não podemos ter feito isso!

– Mas fizemos. Puxa vida, agora eu lembro! A gente estava na sala, depois da festa; aí você falou pra gente experimentar nos beijarmos uma vez...

– É verdade! E aí nos beijamos de novo e depois...

– De novo. Depois a gente veio pra cá e aí...

– Minha nossa, isso não devia ter acontecido! Foi um grande erro, um erro enorme!

– E o que nós vamos fazer agora?

– Sabe, eu acho que isso só aconteceu porque a gente bebeu além da conta na festa...

– É... vamos pensar nisso como um... acidente!

– Ótimo! É melhor fingirmos que não aconteceu nada.

– Isso mesmo, vamos deixar isso pra lá!

Eles permanecem em um silêncio incômodo durante algum tempo.

– Então... acho melhor eu ir embora agora, afinal, já é quase hora do almoço... – Tai diz indicando o relógio sobre o criado-mudo.

– Hora do almoço, claro! – Sora responde sem jeito – O que você está fazendo?

– Pegando as minhas roupas, ora! Eu tenho que me vestir antes de sair daqui, não é?

– É verdade, eu também preciso me vestir... – Sora responde levantando-se da cama, ainda enrolada com o lençol.

Ela recolhe as roupas e senta-se na cama, pensativa.

– Tai, o que nós fizemos foi uma completa loucura...

– É, eu sei. Não devíamos ter feito isso, mas agora já foi; não há nada que a gente possa fazer agora, a não ser... tentar esquecer e seguir em frente – Tai responde calçando os sapatos – Eu vou indo agora, tô morrendo de fome...

– Eu te convidaria pra almoçar, mas acho que nós precisamos de um tempo sozinhos agora, não é?

– É verdade. Então... até logo, Sora. A gente se vê depois – Tai diz aproximando-se de Sora, mas devido à situação ele apenas estende a mão para ela.

– Até logo, Tai. Nos vemos depois – ela responde apertando a mão dele, dando um sorrisinho sem graça.

Depois que Tai vai embora, Sora se veste, arruma sua cama e resolve telefonar para pedir um almoço. Enquanto espera a refeição, ela reflete sobre os acontecimentos recentes.

Eu ainda não acredito que isso está acontecendo. O Tai é meu melhor amigo! Como pudemos ir tão longe a ponto de passar uma noite juntos? Agora nunca mais vai ser a mesma coisa, não importa o quanto a gente tente ignorar; depois dessa noite tudo mudou. Mas que droga! Por que tínhamos que estragar tudo? Por quê? Mas o que está mesmo me deixando maluca é que não foi nem um pouco estranho, nem esquisito, nem ruim. Pelo contrário, quando estava com o Tai lembro de ter me sentido muito bem. Não parecia que estávamos fazendo nada errado. Foi muito bom sentir os beijos e as carícias dele a noite toda... Não, não! Tai é meu melhor amigo, eu não posso ficar imaginando nada disso! Combinamos fingir que não aconteceu nada e continuarmos como antes e é isso que eu vou fazer, não importa o quanto seja difícil!


– Nossa, finalmente você apareceu, hein? Achei que não ia mais voltar pra casa... – Kari comenta logo que o irmão chega em casa – Você dormiu lá na Sora?

– Dormi sim. O almoço já tá pronto? Tô morrendo de fome! – Tai responde rapidamente.

– Está sim. Vem, vamos almoçar.

Durante o almoço, Tai se mostra calado e distante. Engraçado, não parece ter problema nenhum pra Kari ou pra qualquer pessoa o fato de eu ter dormido na casa da Sora. Claro, afinal, nós somos amigos. Só amigos. Ainda não acredito que tenha dado uma mancada tão grande ontem! Depois disso a minha amizade com a Sora ficou muito abalada. Também, não é pra menos, nós levamos tudo às últimas conseqüências... Mas mesmo tendo sido um grande erro, não foi exatamente uma experiência ruim. A quem estou querendo enganar? Foi muito bom tê-la nos meu braços daquele jeito, foi... incrível! Ah não, eu devo estar ficando maluco! É da Sora que eu estou falando, isso não devia estar acontecendo! É melhor esquecer isso de uma vez e tentar fazer as coisas entre nós voltarem ao normal...

– Maninho?

– Hã? Oi Kari, o que foi?

– Nada, é só que você parece distraído. Aconteceu alguma coisa?

– Não, não aconteceu nada. Está tudo bem, tudo normal.


Mais tarde, Mimi convida Sora para ir ao shopping e as duas passam horas entrando e saindo de várias lojas.

– Nossa, você é mesmo viciada em compras, não é, Mimi?

– Tá, eu admito. Não resisto se passar em frente a uma vitrine...

Quando elas resolvem ir fazer um lanche na praça de alimentação, encontram seus amigos "digiescolhidos", Tai e Joe.

– Oi, garotos! Não esperava encontrar vocês aqui! Estão só passeando ou vieram fazer compras também? – Mimi pergunta sentando-se à mesa em que eles estão.

– Oi, meninas! Estamos só dando uma volta, pra passar o tempo – Tai responde bebendo um gole de seu refrigerante.

– Não sei como você consegue andar por aí carregando todas essas sacolas, Mimi...

– Ah, Joe, não seja chato!

Sora e Tai dão risada, mas no momento em que seus olhares se encontram, eles param de rir imediatamente, desviando o olhar. Nesse momento, o celular de Joe toca; ele verifica o número e levanta-se da mesa, pedindo licença para atender a ligação.

– E então Mimi, como está sendo voltar a morar aqui no Japão depois de tanto tempo?

– Está sendo ótimo, Tai! É claro que eu gostava de morar nos EUA, mas sem dúvida prefiro o Japão! Me sinto mais em casa, eu acho... – Mimi responde sorridente – Gente, eu vou buscar mais batata-frita, já volto! – ela completa, se levantando.

Quando Mimi se afasta, deixando Tai e Sora sozinhos, passa reinar um silêncio constrangedor entre eles. Isso não era normal, de longe era possível perceber que havia algo errado. Quando Joe retorna, Mimi o encontra antes de chegar à mesa:

– Escuta Joe, você não acha que tem alguma coisa estranha com o Tai e a Sora? – ela pergunta em voz baixa.

– Agora, que você falou... eles estão meio esquisitos mesmo, principalmente um com o outro... – ele responde no mesmo tom de voz.

– O que será que aconteceu? Bom, o que quer que tenha sido aposto que a Sora vai acabar me contando...

Continua...

Nota da autora:

Oi gente! Mil desculpas pela demora na atualização! Tive uns problemas com o meu pc, mas agora já está tudo bem! Muito obrigada a todo mundo que está lendo e deixando reviews, espero que continuem acompanhando a fic!

Tsuki Koorime: Oi! A coisa esquentou mesmo! Vc tá falando daquela minha fic de X-men? Se for, eu tb achei que essa parte ficou um pouquinho parecida depois que escrevi, mas acho que as semelhanças param por aí... Que bom que vc tá gostando da estória! Obrigada pela review! Bjks!

Suzuno: Concordo totalmente com vc: Tai e Sora formam um casal perfeito! Naquela cena do presente eu tb jurava que eles iam finalmente se acertar, foi uma decepção o que aconteceu de verdade, mas fazer o quê, né? Pra isso existem as fanfics rsrs! Valeu pela review! Bjks!

Ai-chan: Oi! Finalmente apareceu por aqui, né moça? Rsrs! As coisas esquentaram bastante, mas preferi deixar tudo meio implícito, sem descrição, pra não ficar muito impróprio rsrs! Até o próximo capítulo! Bjks!

Rayana Wolfer: O Tai tb é meu personagem preferido e tb apóio Taiora 4ever! Obrigada pela review! Bjks!

Beijinhos pra todos!

Estelar