Sentimentos Revelados

Capítulo 4 – Sentimentos Revelados

O amor quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.


Um silêncio constrangedor surgiu na sala, fazendo a atmosfera ficar pesada. O que ele pensava que estava fazendo? Brincando com seus sentimentos? Ou será que aquilo era um teste de fidelidade?

Olhou para sua frente, onde o namorado se encontrava. Estava de olhos fechados e a cabeça abaixada, os dedos longos se encontravam no ouvido, como querendo tampá-los, para não ouvir algo ruim. Oh, meu Merlin, pensou ela, então é verdade? Ele não está mentindo e é realmente um lobisomem?

Levantou-se vacilante e andou até o moreno. O ato a seguir foi um abraço; abraçou-o com força, protegendo-o de toda a dor causada por aquela revelação. De pouco em pouco, Remo levantou a cabeça e fitou-a. Ela estava sorrindo, demonstrando todo seu amor.
- Tem certeza? – perguntou Remo, enquanto lhe fitava os olhos. – Tem certeza que não quer correr nenhum perigo ou ameaça?
- Sim, Remo. Eu o amo mais do que tudo e não será uma revelação que irá afetar nosso amor! – confirmou ela, sorrindo. Ele pegou-lhe as mãos e as beijou levemente. Ela se acomodou em seu colo e ficou ali, brincando com o cabelo.

- Ainda lembro como se fosse hoje como aconteceu. – falou ele, com uma voz triste.– Eu tinha três anos de idade e era noite de lua cheia. Meus pais haviam brigado novamente e para me salvar de suas gritarias, fugi, para a floresta. – continuou.- O local era sombrio e sujo, corria chorando e não queria parar, até que eu ouvi, ouvi o uivo.- uma nota de tristeza foi vista nessa hora e Emily fitou a paisagem afora.- Não sabendo o que era, novamente eu corri. Até que o encontrei. Uma criatura feia, peluda, selvagem. Ele não notara minha presença, mas com o impacto, dei um grito, o que lhe focou a atenção.- Emily voltou-lhe a atenção e o mirou com tristeza.- O momento foi rápido, mas ainda me lembro. Ele chegou perto o bastante e me mordeu. Dei outro grito após o acontecido, porém, já estava feito.- terminou ele, acariciando novamente a mão da namorada.
- Oh, Remo.

Estavam todas reunidas, menos uma, Emily. Alice estava na cama de Clarissa e soltava risos, enquanto escutava o que a loira tinha a dizer. Lily estava em sua cama, enquanto tentava fazer sua tarefa. Bufou e as encarou.

- Será que dá de eu fazer minha tarefa? – perguntou com raiva. As amigas a olharam e soltaram risinhos.
- Bem, antes queríamos perguntar uma coisa. – falou Alice.
- Fala. – respondeu ela, distraída.
- É verdade que você estava caminhando com o Tiago? – perguntou Clarissa, com um sorriso no rosto. A ruiva sentiu sua face queimar e derrubou a pena no colchão, em propósito de se abaixar para esconder a face avermelhada. Quando se sentiu preparada, ergueu o rosto e encontrou a face das amigas. Alice a olhava divertida e Clarissa com um sorriso maroto.
- Oras, vocês não vão acreditar nessa façanha, vão?– perguntou incerta, fugindo da pergunta.

- Não sei. Como não é uma façanha, acreditamos! – exclamou Clarissa, ainda sorrindo.
- Ela está vermelha, tá vendo, Alice?

- Aham... Estranho, né? Será que ela está brava por algum motivo? Ou será vergonha? - ao dizer "vergonha", ela virou-se pra Lílian com uma sobrancelha erguida.

- Lily, é melhor não desviar da resposta, viu? – falou Alice, se aproximando da ruiva e apertando-lhe as bochechas.
- Assuma, Lily. Você gosta dele! – falou Clarissa, confiante. A ruiva sentiu seu estômago revirar e fez cara feia.
- Eu? Gostar do Potter? – perguntou, fingindo cara feia. Não esperou resposta e continuou.- Não gosto daquele ser miserável que se acha o tal. Eu não gosto do Potter!- falou ela, com força de voz.Sua mente gritava a mil: Mentira, mentira!
- Lily, não tenha medo. Pode nos contar, nós já sabemos a verdade. – falou Alice, com uma piscadela.
- EU NÃO GOSTO DELE! – gritou ela, com fúria. Que belas amigas fora arranjar, hein? Ainda não era o momento de confessar a elas que gostava de Tiago Potter, sua mente ainda estava confusa, mesmo já sabendo que o amava.
- Ok, Lily. Se não quer contra, não conta! – falou Alice, com uma pontinha de raiva. – Vamos esquecer isso e vamos jantar? – perguntou mais calma.
- Sim! – respondeu Lily. A ruiva se levantou da cama e foi se dirigindo para fora do dormitório. – Vocês não vêm? – perguntou já na porta, onde notou que nenhuma amiga a acompanhava.
- Vamos sim! – falou Clarissa, indo junto com Alice até a porta do dormitório.

O Salão Principal estava lotado de gente. Alunos do segundo ano correndo, vozes altas e alegres. Com muito esforço, conseguiram sentar-se à mesa da Grifinória. Viram Emily e Remo sentados juntos, irradiando um amor sem limites, e Lílian sorriu para eles. Então estava tudo certo, pensou ela, nada de barraco ou brigas! Sorriu com o pensamento e com a alegria dos amigos, começou a se alimentar.

Temerosa, viu Tiago e Sirius entrando pela porta de carvalho. Eles se sentaram perto do casal e Lílian viu, que Tiago piscara para ela. Encabulada e meio surpresa, encarou o rapaz. Sim. Ela havia apertado sua mão, dizendo serem amigos, mas como? Como conseguiria ser amiga dele? Logo de Tiago Potter? Sabia que sua reputação iria desmoronar, e pior de tudo, as pessoas iriam começar a comentar.

Sua atenção voltou á pergunta de Clarissa. Será que elas haviam visto eles andando? Confusa, encarou o prato e ficou tentando imaginar como ela pudera ver tal ato. Saindo de seus pensamentos, olhou ao redor, confusa, encarou Pedro - que estava um pouco separado dos Marotos - onde passava a mão freqüentemente no braço, com uma leve irritação. Notando o olhar para si, Pedro se virou e sorriu, sem graça.

Balançando a cabeça, voltou a fitar o prato. Levantou-se minutos depois, a desculpa? Trabalhos de Monitoria! Percebendo o ato de Lily, Tiago também se levantou. Clarissa e Alice encaravam a cena divertida, enquanto a ruiva, andava para fora do salão. Clarissa observou Tiago sair do salão e sentiu um aperto no coração. Não gostava dele, sentia uma sensação deliciosa a respeito de Sirius. Não saberia explicar para ninguém o que sentia quando via Lily e Tiago juntos, era algo estranho, doloroso.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...

"Talvez seja apenas magoa, em saber que ele escolheu ela, ao invés de mim!" pensou a loira."Mas isso é passado, apenas passado". Observando com calma, fitou o homem de sua vida, Sirius Black."Como o destino é traiçoeiro, hein?" pensou, sarcástica." Meses atrás, sentia raiva, raiva de ser perseguida por alguém tão insistente. Semanas depois, amizade, me tornei amiga de alguém completamente...tarado, insano, doido, legal. Dias seguintes, me apaixonei por alguém próximo à ele, seu melhor amigo. Hoje, sinto ciúmes, ao saber que ele desistira de mim e saber que minha amiga, finalmente abaixou as armas. Um ciúme de saber que não terei mais o momento de ver que alguém está loucamente desesperado para sair comigo. É um ciúme estranho e um tanto quanto possessivo!" pensou ela, tristemente.

Amava Sirius com todas as forças, mas o ciúme, ia além das fronteiras. Um ciúme doentio, maior que seu ser, em saber que tinha alguém na palma da mão, alguém que se humilhava por seu ser, alguém como Tiago Potter.

Esquecendo de tudo, levantou-se e caminhou. Caminhou para onde seus pés queriam, caminhou em busca de uma felicidade perdida, em busca de carinho que nunca tivera. Mal sabia que um par de olhos azul escuros, a fitava preocupado.

"Um lugar para desaparecer! Um lugar simples, um lugar calmo." Pensou ela, passando por um corredor. "Um lugar para desaparecer! Um lugar simples, um lugar calmo". Pensou novamente. "Um lugar para desaparecer! Um lugar simples, um lugar calmo". Pensou já emburrada e se sentiu feliz quando viu a aparição de uma porta, a Sala Precisa.

Entrou depressa nesta, e como um pedido, pediu para a porta sumir. Olhou em volta e sorriu orgulhosa ao ver que ela era mobiliada por coisas simples, porém, calmas. Azul, para Clarissa, era uma cor instigante, magnífica, calma, relaxante...

Sentando-se em um sofá - cama, mergulhou seu pensamento na imagem de Sirius. Bem, sabia como muitos, que amor, era algo tolo, incrível, engraçado. Você se sente a pessoa mais idiota, leve, feliz do mundo quando está a amar, pelo simples fato de só pensar nela. Clarissa estaria assim? Amor, um sentimento tão tolo! Um sentimento habitado por Clarissa, onde seu maior erro fora amar, amar Sirius Black.

Levantando-se minutos depois, caminhou para uma parede deserta, com o pensamento em uma janela, esta se formou. Olhou com interesse para o céu afora, uma linda e impotente lua minguante iluminava a Floresta Proibida e a cabana de Hagrid. As estrelas ali presentes davam um leve contraste ao céu.

Olhando com curiosidade e, ao mesmo tempo, sentindo uma dor imensa dentro do peito, o céu começou a chorar, assim como ela. Foram gotas grossas, porém, únicas. Assim como as suas lágrimas. Ela respirou fundo, mas não conseguiu conter. As lágrimas constantemente teimosas rolaram no seu rosto, ao mesmo tempo em que uma fina e intensa garoa se formava lá fora.

Limpando o caminho de lágrimas bruscamente, deu um sorriso fraco ao se lembrar de algo.

FLASHBACK

- Emily, você tem que entender que homem é homem, tudo igual! – disse Alice, em tom de alerta. – Independente se ele é o Remo ou não.
- Devemos te ensinar as dez...
- Cinco, pelo amor de Merlin! – murmurou Emily, desesperada, interrompendo Clarissa. Esta resmungou algo.
- Ok, cinco razões para não confiar em um maroto – Iniciou Lílian.
- Primeiro: Quando tiver certeza que gosta de qualquer maroto, nunca, eu disse nunca, demonstre isso! – Falou Alice. – Ele facilmente irá te descartar, pois saberá que é uma vítima fácil.
- Mesmo sendo o Remo? – perguntou Emily.
- Minha cara. – começou Clarissa. – Mesmo sendo ele, lembre-se que o Remo também é um...
- Maroto – cortou Lílian. A loira adquiriu uma leve tonalidade avermelhada em suas bochechas, mostrando o quanto estava brava com a interrupção das amigas.
- Segundo: Nunca chore por um maroto, mesmo ele não sabendo do seu ato, poderá descobrir e ficar com um ego maior do que tudo!
- Meninas, o Remo não é assim! – exclamou Emily, defendendo o maroto.
- Eu sei, Emy. – disse Lily. – Isso não é só para você! É pra Clari, pra Lice...
- Pra Lily! – cortou Clarissa, dando o troco. Triunfante, viu as orelhas de Lily ficarem vermelhas, o que significava: vergonha.
- Se você estiver insinuando que eu gosto do Potter, pode descartar essa idéia absurda! – falou Lily, com raiva.
- Ok, gente. Continuando...Terceiro: Nunca acredite num "Eu te Amo!" vindo de qualquer maroto. Ele só estará brincando com seus sentimentos, onde o objetivo é você falar as mesmas palavras!
- Mas e se ele estiver falando a verdade? – perguntou Emily com um aperto no coração. Imaginando a cena com dor, pensou: Remo falando que a amava, ela retribuindo as palavras e horas depois, descobre que o maroto mentira para ela.
- Digamos que o Remo pode até falar a verdade, agora o Sirius... – falou Lílian, deixando a frase no ar e dando uma piscadela para Clarissa, que bufou entre os dentes.
- Eu sou a única civilizada desta casa? – perguntou Alice, retomando a atenção para si.
- Lice, brigada, mas acho que três já ta bom! – exclamou Emily. – Eu to começando a ficar com dor de cabeça com tanta razão para não confiar em um maroto. – terminou ela, deitando em sua cama. Merlin. Porque fora contar para elas que estava amando Remo? A ruiva, que estava sentada em sua própria cama, deitou sobre esta e se cobriu. O ato foi seguido por Alice e Clarissa.
- Boa noite, Em. – disse Lily. – Boa noite, Lice. – A amiga retribui com um aceno. – Noite, Clah. – a loira resmungou algo entre as cobertas.

FIM DO FLASHBACK

Um lindo sorriso escapou de seus lábios, ao que não seguira a segunda razão. Olhando para a linda chuva que caia afora, caminhou para a saída da sala, onde a parede estava deserta. Uma porta de carvalho se formou em frente da loira e esta sorriu agradecida.

Olhando por cima dos ombros, notou com raiva, que ele continuava a persegui-lo. Bufou alto e entrou na Sala dos Monitores. Sentou-se na cadeira mais próxima, enquanto fechava os olhos. Ouviu os passos de Potter, e abriu as fendas verdes esmeralda, fitando o maroto.
- O que você quer, Potter? – perguntou, mal humorada.
- Eu? – se fingiu de mal entendido. Sorrindo por dentro, viu a ruiva bufar, Merlin, como amava aquela mulher, e admitia, ela ficava simplesmente mais bela quando estava brava.
- Sim, você, Potter! – O moreno se aproximou perigosamente da cadeira, e murmurou sensualmente ao ouvido da ruiva:
- Você! – Lílian imediatamente ficou vermelha, enquanto olhava para o moreno. Era brincadeira dele, não? Estava certa com seus sentimentos sobre ele, mas de fato, digamos que ele não tinha o direito de brincar com ela, não desse jeito. Empurrou-o levemente para não machucá-lo, deu uma risada forçada enquanto continuava a fitar o maroto.
- Potter, eu tenho mais coisa para fazer, se você não percebeu.
- Perceber até posso ter percebido, mas a sua beleza prende o meu olhar à você! – falou ele, com a voz rouca. Sentando-se em uma cadeira próxima a da ruiva, sorriu ao ver o efeito que suas palavras fizera nela.
- Lily. – ela o olhou com atenção – Quantas vezes tenho que lhe dizer que a amo de verdade? Um amor eterno, onde o meu maior desejo é ficar com você, abraçá-la nos momentos tristes, protegê-la nos difíceis, amá-la sempre. Quero estar com você na eternidade. – um olhar carinhoso foi dirigido à ela, enquanto seus olhos castanhos escuros, fitavam-na com o medo da resposta obscura.
- Potter, será que diz a verdade? – perguntou ela, num fio de voz.
- De tudo, ao meu amor serei atento.
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar seu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

- Isso é o ...
- Sim, Lily. Soneto de Fidelidade, de Vinícius de Moraes. – falou Tiago, cortando Lily. Ela o olhou admirada.
- Você conhece um poema trouxa?
- Conheci especialmente para você! – falou ele. - Eu te amo, Lily. Mas do que o meu coração manda, mas do que este castelo enorme. Eu te amo, Lily. Um amor que nunca senti por alguém, pois só com você, soube o que é amar, um amor doloroso, por saber que você nada quer comigo, um amor sonhador, um amor como o meu. Eu te amo, Lily. – nos olhos verdes esmeralda da ruiva, era possível encontrar várias lágrimas, mostrando o quanto estava emocionada.
- Também te amo, Tiago!

Lentamente, se levantaram e se aproximaram um dos outros. Com carinho, Tiago abraçou a cintura de Lily, enquanto ela colocava suas mãos em seu pescoço. O gosto dos lábios de Tiago sobre o dela, era único. Pedindo permissão, passou sua língua sobre o lábio da ruiva, sem hesitar, esta, abriu o lábio. As línguas se encontraram e se enroscaram com sofreguidão, querendo demonstrar há quanto tempo queriam aquilo.

Ah! Mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P'ra saber que a estão a amar!

Quem encontrasse Lílian Evans e Tiago Potter naquele ato, com certeza duvidaria de sua saúde mental. Nem eles mesmos acreditavam que isso era verdade, porém, gostaram da sensação. Os dois pareciam não se importar e pensar em nada naquele momento, só no beijo; no beijo que os uniam. Não se importavam com o futuro, mas sim, de estarem juntos para sempre.

Correndo entre os corredores de Hogwarts, finalmente chegou à entrada do Salão Comunal da Grifinória.
- Senha, por favor! – falou a Mulher Gorda.
- Geléia de mocotó. – falou Sirius, enquanto entrava rapidamente pelo retrato que acabava de abrir.

Olhou para o local deserto, chegou à escada do Dormitório Masculino num segundo e pulando de dois em dois degraus, pôde chegar rapidamente ao dormitório. Encarando o quarto completamente bagunçado, se dirigiu – agora mais calmo – para um malão levemente desarrumado. Pegou um pergaminho totalmente sujo, onde quem veria pela primeira vez, com certeza o jogaria no lixo imediatamente.
- Juro Solenemente Não Fazer Nada de Bom! – declarou ele, para logo depois, o pergaminho sem graça ir se revelando num mapa de Hogwarts. Vários pontinhos estavam no Mapa, cada um com sua etiqueta. Com um sorriso maroto, olhou com interesse para o local onde duas pessoas se encontravam: Sala dos Monitores. Os dois pontinhos estavam pertos demais, ainda sorrindo, leu em pensamento: Tiago Potter e Lílian Evans. Ele não conseguiu encontrar a garota no mapa. Tinha certeza que ela estava dentro do castelo, pois quando saiu, foi para o lado contrário da saida para os jardins. Ela só poderia estar em um lugar: a Sala Precisa. Sorrindo, colocou o mapa no bolso e se dirigiu para o local, precisava encontrar ela, precisava falar tudo o que sentia, precisava...

Separaram-se por causa da falta de fôlego, porém, segundos depois, as línguas voltaram a se encontrar. Deu um selinho em Lily ao terminar o beijo, e sentou numa cadeira, fazendo a ruiva sentar sobre seu colo.
- Lily, você aceita namorar comigo?
- Sim, Tiago. Aceito!
- Acho que temos que dar a notícia para algumas pessoas! – disse ele, lhe piscando o olho direito. Lílian se levantou e este gesto foi seguido, segundos depois, por Tiago. De mãos dadas, saíram sorrindo da sala.

Os corredores estavam mal iluminados, deveria ser por volta de nove e meia, onde todos já deveriam estar no salão comunal, ou, na sua própria cama. Sem se importar com o fato, ambos se deixaram levar para o caminho de sua Sala. O retrato da Mulher Gorda sorriu para eles, quando vira as mãos dadas.
- Finalmente se acertaram, hein? – perguntou ela, sorrindo marota. As faces dos dois jovens se tornaram vermelhas. Lily falou a senha e o retrato se abriu. Uma pequena quantidade de alunos estava no local, estes, se assustaram veementes ao ver os dois de mãos dadas. As garotas olhavam Lily com uma expressão de inveja e nojo. Sem se importar com o fato, caminhou junto com o namorado, para perto de Alice e Frank, Emily e Remo.
- Não precisam dizer nada, já entendemos! – falou Remo, tranqüilizando os dois. Emily abafou uma risada enquanto era repreendida por um olhar de Lily.
- Cadê o Sirius? – perguntou Tiago, olhando ao redor.
- Não sabemos, acho que foi se acertar com uma pessoa. – disse Emily, sorrindo. Lily também sorriu.

Fechando o mapa do maroto e colocando-o novamente no bolso da calça, fingiu esbarrar na pessoa.
- Andando por este corredor perigoso, Nethys?
- Seu louco, quase me mata de susto! – exclamou brava. Ele a segurou pelo pulso.
- Desculpe, não foi minha intenção. – disse sincero, ainda segurando-lhe o pulso.
- Tudo bem! – falou ela, sentindo um calafrio ao ver a mão de Sirius entorno de seu pulso. Com a outra mão, tirou a mão do maroto sobre a sua pele, cortando o contato de seu corpo. Logo depois, começou a caminhar, para fora da escola.

Mesmo de costas, sabia que Sirius acompanhava-a com os olhos azuis escuros sobre si. Sorrindo, notou que este ficara surpreso ao perceber que a loira realmente sairia para a chuva afora.

Abrindo a enorme porta de carvalho, saiu para a noite afora. A chuva, nunca estivera mais bonita como naquele dia. Gotas suaves caíram sobre seu corpo, quando Clarissa andou mais alguns passos. Minutos depois, sua roupa começava a ficar grudada ao corpo, devido ao excesso de água que caia sobre si.

Com um fino sorriso no rosto, abriu os braços sobre o ar e começou a girar sobre a terra. Chuva. Uma coisa tão boa para Clarissa, o melhor, era as lembranças que a chuva trazia. Lembranças que jamais sairiam da mente da loira, lembranças alegres que faziam seu peito apertar de saudades, lembranças, apenas lembranças.

Ainda sorrindo, parou o movimento giratório ao ver que estava começando a ficar tonta. Encabulada, notou que Sirius assistia toda a cena. Em frente à porta de carvalho da entrada de Hogwarts, onde era protegido da chuva pela superfície da escola, Sirius olhava divertido para a loira.

Com ousadia, caminhou com passos leves e sensuais para onde o maroto estava. Cada passo seu, fortes batidas de seu coração eram nervosas. O local onde Sirius estava parecia ser cada vez mais distante.

Percebendo a intenção da loira, enrijeceu o corpo. Sorrindo por dentro, viu a tentativa frustrada de Clarissa de levá-lo para a chuva.
- Deixa de ser chato, Black! – disse ela. – É apenas uma chuvinha fraca.
- Chuvinha fraca? Podemos pegar um resfriado por causa da chuvinha fraca. – disse ele, imitando a voz de Clarissa nas duas últimas palavras.
- Conta outra, você nunca se importou em ficar doente, sempre apronta tudo quanto é maluquice para não ir à aula no dia seguinte! – disse ela, emburrada.
- Eu sei, mas eu só não quero que você fique doente! – disse ele, sem pensar. A reação a seguir de ambos, foi corar. Ela ouvira direito ou Sirius Black estava realmente preocupado com ela? Não deixando a conversa constranger ambos, pegou a mão do maroto – que agora se encontrava totalmente desarmado – e guiou-o para a chuva.

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

O maroto nada falava, só ficava a fitar os olhos castanhos escuros tão encantadores da amada. Sentia pingos de chuva caindo sobre seu corpo, mas no momento, isso não lhe incomodava. Afastou os pensamentos, quando viu algo o abraçar. Piscando os olhos, viu os cabelos loiros de Clarissa.
- Era impressão minha ou você estava preocupado comigo? – perguntou ela num fio de voz, fazendo sua voz sair rouca e sensual.
- Impressão sua! – mentiu ele.
- Diga a verdade, Sirius. – disse ela, pronunciando com tanto desejo o nome dele.
- Eu estava realmente preocupado com você, Clarissa! – disse ele, corando logo em seguida. Separaram-se vagarosamente, e sorrindo, viu os olhos da loira brilharem como pedras preciosas. – Eu vim aqui, Clarissa, só para demonstrar o quanto você é especial para mim! – disse ele, encarando, sério, a face dela. - Só para lhe dizer, o quanto te desejo e te amo, o quanto você me deixa louco com seu sorriso, o quanto é torturante te ver e não te ter! – falou ele, ainda olhando para ela.

A seguir, a loira se aproximou lentamente e tomou a iniciativa. Mordiscando de leve o lábio de Sirius, colocou suas mãos ao redor do pescoço do rapaz, enquanto este, abraçava sua cintura. Seus desejos estavam unidos, enquanto o amor era fortalecido cada vez mais. Num gesto sensual, Sirius passou sua língua sobre o lábio da loira, deixando-a maluca. Atendendo ao pedido, abriu vagarosamente os lábios, enquanto minutos depois, as línguas se encontravam com fervor e desejo. Exploravam cada canto, enquanto as mãos de ambos percorriam pelo corpo.

Separando-se ofegantes, olharam-se. Um olhar terno, calmo, amoroso.
- Eu também te amo, Sirius! – falou ela, sorrindo.
- Como não poderia amar? Todos me amam! – falou ele, dando um sorriso ao ver a cara fingido de puro horror de Clarissa, esta, deu um leve tapa no braço forte do maroto.
- Que garoto convencido eu fui arrumar, viu? – disse ela, fazendo biquinho, sendo pega de surpresa quando sentiu o gosto dos lábios de Sirius sobre o seu.
- Que coisa, não? – perguntou ele, quando desgrudou seus lábios dos da moça. – Bem, ainda tem tempo de desistir! – disse ele.
- E você acha que eu quero? – falou ela, corando levemente. Foi pega de surpresa novamente ao ver que ele a abraçara. Sentiu o cheiro do cabelo molhado do garoto, enquanto suas mãos instantaneamente iam para os cabelos de Sirius, massageando-os e bagunçando-os mais ainda. O abraço era algo forte, onde o que menos queriam, era se soltar.
- Clarissa, acho melhor entrarmos! – falou Sirius, cortando o contato entre os corpos. – Podemos ficar com resfriado, e isso não será nada bom! – disse ele, fazendo a loira rir.
- Ok, você ganhou! – disse ela, dando um leve beijo na bochecha do moreno. – Vamos para dentro!

Notando ser o único no dormitório, sentou-se em sua cama. Levantou levemente seu travesseiro, enquanto pegava com a outra mão um pergaminho dobrado. Abriu este fracamente, e releu-o pela vigésima vez.

" Pettigrew,

Ainda acho que não é capacitado para ser seguidor do Lorde, porém, nada posso fazer, infelizmente. Serei breve: Nethys! Voldemort quer que a depressão da amante de trouxas volte a Isso você deve se questionar com você mesmo, já fizemos muito para você!

Malfoy, Lúcio."

Como faria com que a depressão maluca de Nethys voltasse? Olhando novamente para a carta em suas mãos, teve uma idéia. Olhando divertido, viu que tivera uma grande idéia. Agora, o Lorde realmente ficaria orgulho de si.

Dobrando a carta e depositando no mesmo local de onde tirara, deitou-se na cama. Era preciso fazer o plano o mais rápido possível, onde o objetivo era fazer com que a depressão de Nethys voltasse o quanto antes!

Levantou um pouco o tronco, para pegar um pergaminho e uma pena em cima da cabeceira. Com preguiça, mas com a idéia em mente, começou a escrever no longo pergaminho surrado. Problemas? Nada via. Tinha certeza que iria dar certo!

Com elegância, levantou o papel sobre os olhos quando terminou de escrever, admitia que estava bom, e com um olhar superior, dobrou a carta. Pronto! Clarissa Nethys estava no papo!

Fez um ruído estranho e em seguida uma feia coruja se encontrava na janela do dormitório. Ela tinha a aparência obscura, onde suas penas estavam machucadas e sujas. Os olhos sombrios da coruja eram totalmente saltados.

Levantando-se da cama com um resmungo, Pedro acariciou com brutalidade a cabeça da coruja, onde esta olhou feio. Pouco se importando com o olhar da coruja, prendeu a carta em sua pata, falando em voz baixa, o nome do destinatário.

Deitou-se na cama com vontade, para logo depois, dar um sorriso de satisfação. Esquecendo do mundo ao redor, fechou os olhos e dormiu.

Depois de contar aos amigos com um sorriso no rosto, subiu para o quarto. Apesar de tudo, estava muito cansada. Deitou em sua cama e emburrada, levantou-se em seguida ao sentir um leve incomodo em suas costas.

Intrigada, notou um pergaminho – agora levemente amassado – dobrado, endereçado à ela. Abrindo com cuidado e curiosidade, leu a primeira linha. Com horror e estupefação, deixou que lágrimas voltassem aos seus olhos quando terminara de ler.

Clarissa andou até a escrivaninha do quarto, onde na mão esquerda, a carta ainda se encontrava. Movida pela emoção, deixou cair-se sobre o chão. Olhou novamente para a carta e releu-a :

" Clarissa Nethys,
É com incomodo informar que na noite deste último domingo, seus pais foram encontrados mortos por uma maldição imperdoável. Lamento informar que nada pôde ser feito, apenas lhe informar o ocorrido.

Sinceros pêsames,

Theodore Stone, Ministro da Magia."

Levantando-se com pesar e machucados na alma, pegou um pergaminho e uma pena, com a mão tremendo, escreveu rapidamente, colocando-a dentro do bolso a seguir.

Abriu sua gaveta na escrivaninha, tirando um fundo falso e, de lá, retirou um punhal com pedras incrustadas, para logo depois, olha-lo atentamente. Viu seus olhos castanhos escuros a encararem melancolicamente. Sorriu levemente.

Ela pegou o punhal que conjurara fazia pouco tempo e passou seu dedo levemente pela lâmina, que acabou o cortando de leve.

- Ai... – num gesto automático ela levou os dedos nos lábios, sentindo o forte gosto de sangue.

Encarou seus olhos naquela lâmina e os estreitou levemente, ficando assim por alguns minutos. O sangue distorcendo a sua imagem. Foi despertada pelo barulho da porta se abrindo e as vozes de suas amigas do lado de fora do quarto. Ela viu os cabelos ruivos de Lílian quase entrando no quarto e, para sua sorte, parando no meio do caminho.

Rapidamente ela fez um fundo falso com sua varinha e colocou o punhal lá dentro, enrolado em um pano vinho e fechou a gaveta, em tempo de ver os olhos esmeraldas de sua amiga a encararem, confusos.

- O que foi?

- Nada! Eu... Só... Me assustei com você entrando aqui tão de repente.

- Ah, certo... Você não faz idéia do que acabou de acontecer!

- O quê?

- O Potter me chamou pra sair!

- E você, aceitou?

- Eu? Nunca! Você me conhece e sabe que eu nunca aceitaria sair com ele, não é? Não quero ser mais uma da lista dele.

- Ah, certo... – ela teve um sentimento estranho dentro do peito. Uma sensação nem um pouco agradável.

Sentou-se na sua cama, ainda com o objeto em mãos, o observando atentamente. Já fazia dois anos que ela o conjurara e ele parecia novo em folha. Olhou pra frente e viu sua imagem refletida no espelho. Ela estava linda, como sempre. Tinha seus cabelos loiros presos em uma trança embutida, com suas franjas caindo levemente sobre os olhos. Seus lábios tinham vestígios de um brilho que fora retirado, não fazia muito tempo, por Sirius. Boas e antigas lembranças vieram para ela.

- Ô, mãe, como é Hogwarts? – perguntou uma menina loira, olhos castanhos esbugalhados – devido a curiosidade – que aparentava ter sete anos.
- Um lugar magnífico, Clarissa! Para mim, assim como eu sei que será para você também, foi uma segunda casa. Uma casa onde os amigos são nossa família, uma casa onde você aprenderá muitas coisas! – disse uma senhora de cabelos loiros claros e de olhos azuis.
- Mas como ficarei sem a senhora e sem o papai? – perguntou ela, com devido sôfrego.
- Em Hogwarts, tenho certeza que encontrará amigos verdadeiros, onde pouco a pouco vão fazer você esquecer de nós! – falou a mãe, com um pouco de tristeza. A loira pequenina abraçou as pernas da mãe, enquanto essa, pegava-lhe no colo.

Conjurou um balde e se deitou na cama, com os pulsos dentro dele. Pegou o punhal novamente e o posicionou em seu pulso.

- AI QUE SACO, GAROTO! VÊ SE ME ERRA, SEU CHATO!- Ela viu uma ruiva ficar da cor de seus cabelos, enquanto gritava com um belo garoto cabelos bagunçados e óculos.

- O que eu fiz?

- Me fez cair! Seu nojento!

- Sou Tiago Potter, ruivinha...

- Evans.

- Primeiro nome?

- Eu não tenho intimidade o suficiente para te falar o meu primeiro nome.

- Bom... Eu posso fazer a gente ter essa intimidade.

Ela ficou mais vermelha.

- Seu... PERVERTIDO!- E saiu correndo dali.

- Ela é sempre assim? – Ele perguntou para a loira.

- Eu sei lá... Nem conheço.

- Ah tá.

A loira saiu de lá e foi procurar uma cabine. Logo achou uma, que era ocupada pela ruiva. Bateu.

- Dá licença? Será que eu poderia me sentar aqui com você?

- Claro! Fique a vontade!

- Obrigada.

- Você viu?

- O quê?

- A briga...

- Ah, vi...

- Me desculpe. Mas ele é um estúpido! Ele me fez cair.

- Eu ouvi... Sou Clarissa Nethys

- Prazer! Lílian Evans.

- Oi, Lily!

- Oi, Lice! Clarissa, essa é a Alice. Eu a conheci agora mesmo.

- Oi Alice!

- Oi Clah... Posso te chamar assim?

- Claro! – disse ela, com um sorriso.

A porta da cabine se abriu rapidamente e uma garota de cabelos castanhos escuros e olhos azuis entrou, fechando a cortina.

- Oi... Me desculpe! Estava fugindo do Teobaldo Frathy. Ele é um saco.

- Tudo bem! Sou Lílian Evans! Essa é a Clarissa e a Alice.

E elas conversaram bastante. Aquele era o início de uma longa amizade.

A lâmina cortou seu punho. Uma quantidade imensa de sangue começou a escorrer do local.

Enquanto ela posicionava a lâmina no outro punho, uma lágrima escorreu pelo seu rosto, morrendo no colchão.

- Sou Sirius Black.

- Eu sei quem você é.

- Sério? – Ele a olhou, interessado.

- Uhum. Quem não conhece?

- Bom... Não sei.

Ela sorriu junto com ele.

- E... O que você faz aqui?

- Estava dando umas voltas por aí.

- Hum...

- E esbarrei em você. Perdeu alguma coisa? O que estava procurando?

- Não. A minha pena caiu no chão.

- Certo... E você a encontrou?

A garota mostrou uma pena avermelhada, com um sorriso nos lábios.

- Você é linda.

- Cantada ultrapassada, Black. Mas obrigada mesmo assim. Dá licença? Eu tenho aula agora.

- De quê?

- Transformação.

- Ah, eu também.

- Jura? – Ela disse, irônica.

- Juro! – Ele respondeu no mesmo tom. – Gostei de você... Sério mesmo.

- É meio difícil alguém nesse mundo não gostar de mim. – Ela sorriu largamente.

- Ah tá bom. – Ele disse irônico.

Outro corte no pulso e mais um monte de lágrimas tendo seu triste fim no colchão da garota. O punhal escorregou de seus dedos e, todo ensangüentado, caiu no chão, fazendo um baque surdo.

- Clarissa? Que barulho foi esse? – a voz de Alice foi ouvida.
- Vem, Sirius! – a voz de Emily foi ouvida de longe.
- Finalmente conseguimos subir na escada! – falou Tiago, onde sua voz demonstrava alegria.
- Psiu, Tiago. Clah, abre a porta, a gente sabe que você está ai! – falou Lily, com a sua voz preocupada.
- Lily... – A voz dela saiu fraca e rouca.

- Sim?

- Diga Lily...

- O quê? – perguntou tentando se lembrar do que ela dizia.

- Diga aquilo que eu te disse...

- Clarissa, você está bem aí dentro? O que aconteceu?

- Diga, Lílian Evans! Diga!

- O que ela quer que você diga, Lily?

- Amizade é uma alma habitando dois corpos, é quando sabemos tudo sobre a pessoa e mesmo assim gostamos dela, é quando dizemos "Eu te amo" sem medo, é quando abraçamos ao sentir vontade, é quando entendemos com apenas um olhar, é quando ouvimos um sussurro no meio de um barulho ensurdecedor, é quando ajudamos sem querer nada em troca, é sorrir simplesmente por sorrir, é cantar sem medo, é confiar, é chorar sem vergonha, é ser consolada, ser vivida, ser compartilhada, é construir uma vida junto de alguém, sem precisar amar como se ama um namorado, é casar as almas, é pertencer a uma família sem precisar ser família de sangue...

Olhou as meninas que estavam ao seu lado. Aquela era a sua família! Elas eram a sua família! A família que a permitiram escolher...

- Eu amo vocês demais, sabiam?

- Também te amamos, Clah...

- Não, é sério! Vocês são muito importantes pra mim e eu não sei o que seria de mim sem vocês...

- É sério também, sua boba.

- Meu bebê... – Ela olhou para Emily. – minha bonequinha de porcelana... – Olhou para Alice. – e a minha irmãzinha...

- A nossa família!

- A nossa família.

- A gente nunca vai se separar, não é?

- Claro que não.

- Eu não saberia viver sem vocês.

- Nem eu...

- Muito menos eu.

- Eu... Amo vocês!

E elas se abraçaram, emocionadas.

-... Amigos são a família que nos permitiram escolher e família quer dizer nunca mais esquecer ou abandonar. E vocês são a minha família, vocês são os meus anjinhos e vocês dizem que amam a todo o momento... E vocês são mais importantes que toda minha vida.

A porta foi aberta com um estalo. Um grito de Alice fez a loira olhar para os presentes parados na porta devido o choque, vendo todos correrem desesperados ao seu encontro, Clarissa sorriu, sorriu ao ver que aquela era sua verdadeira família. A única no momento! Lágrimas caiam de seus olhos, ao notar que Sirius ainda continuava parado na entrada do quarto, tamanho choque ao ver o estado da loira. Deu um sorriso doce à ele, um único sorriso, o último...

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

Fernando Pessoa

FIM

N/A – Well.. se esconde ao ver a fila de pessoas com tomates na mão Bem..Digamos que eu REALMENTE demorei para escrever este capítulo. O motivo? Bem..Digamos que o bloqueio foi o pior deles, problemas pessoais, problemas escolares ajudaram fazer com que demorasse cada vez mais. Bem, acho que faz dois meses que não atualizo, por isso, não vou responder os reviews. Mesmo assim, obrigada a todos que comentaram aqui sempre! X)

Queria agradecer, pelo TOTAL apoio, sugestões e idéias da excelentíssima escritora; Paty Felton! Ela desenvolveu comigo a trama deste capítulo final, dando ajuda e escrevendo partes a partes. Sem ela, não poderia NUNCA terminar este capítulo! Acho que sua ajuda deu um visual estranho, porém, ótimo! Obrigada viu?

Queria agradecer também pelas betas Serena Bluemoon e Amanda Dumbledore. Só avisando que gostaria de pedir desculpas À Amanda Dumbledore, pois não foi possivel passar este ultimo capítulo para ela, pois se não, era estrangulada pelos leitores. As duas corrigiram os erros de toda a fic, dando mais gosto de ler algo tão ruim como a minha fic! Obrigada pela compreensão viu?

Bem..Eu espero que tenham gostado do final, na realidade, nem gostei dele, mas como estou apressada, resolvi deixar assim, tendo como nota que nem revisei este capítulo, para ver se faltava algo ou não.

Eu sei que não fiz a fic com o prólogo, porém, ela terá o epílogo. Prometo que não demorará muito, pois já tenho quase todo escrito!

Obrigada a TODOS!