Guerra de Sentimentos
Por.Nayome Isuy
Capítulo 13 – A cilada
O Sol logo se poria, e assim deixava o céu em um misto de alaranjado e azul escuro. Caminhara durante o dia inteiro e as conseqüências de sua longa jornada já começavam a se revelar. Seus músculos estavam cansados e seus pés doloridos. No entanto a dor física não era o suficiente para fazê-la parar e descansar, mas o acumulo de cansaço também lhe provocara uma dor mental, provocando uma horrível dor de cabeça. Não queria parar, estava tão perto. Cadavez se sentia mais próxima, e por esse único motivo arranjou forças para continuar em frente. Mal conseguia respirar, tamanha era sua ansiedade e nervosismo. Não entendia aquele sentimento tão forte que lhe causava um embrulho no estômago, estava voltando para casa, devia estar aliviada, mas talvez o medo do que fosse encontrar lá estivesse a alterando um pouco.
Shippou a muito se calara, tendo em mente que acabara todos os assuntos que tinha para conversar com a jovem e conteve-se em apenas acompanha-la. Percebera que Kagome estava confusa e perdida em pensamentos e que o melhor que podia fazer por ela era permitir-lhe alguns minutos de silêncio. Mas a verdade era que suas energias já estavam se esgotando. Admirara-se ao perceber que Kagome ainda ostentava uma postura relaxada, contudo sabia que ela provavelmente também estivesse cansada, sabia que ela sabia esconder muito bem seu esgotamento físico.
O tempo passava e nenhuma vila ou reino aparecia. O céu começara a escurecer, e logo não poderiam enxergar mais nada pelo caminho. A brisa que há pouco era morna e comum para uma tarde quente – entretanto nublada - agora começava a ficar gélida. Kagome sorriu ao reconhecer o caminho. Ela sabia perfeitamente que em poucos minutos estaria, finalmente, em casa. Decidiu que iria direto para sua cabana, escondida na floresta, deixaria para o dia seguinte à visita na vila. Tinha de admitir estava muito cansada e precisava descansar. Não agüentaria o choque de nenhuma notícia ruim naquele exato momento, mas também sabia que por adiar sua ida até lá não conseguiria dormir direito graças a sua ansiedade.
-Shippou, estamos quase na minha casa, precisamos andar só mais um pouco... – ela comentou com um sorrio, Shippou olhou-a muito agradecido por finalmente estarem chegando e, enfim, poderem sentar e comer algo, sua barriga estava roncando e suas pernas ardiam.
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Encoberto pelas sombras das árvores, o jovem príncipe observava o local quieto e atentamente. Seus demais subordinados continuavam no aconchego das penumbras da floresta. O fim de tarde nublado era perfeito para seus planos, as pessoas do vilarejo haviam se recolhido mais cedo, dado que não podia fazer muita coisa no escuro. A vila estava silenciosa, a maior parte da população estava em suas casas, o único som ouvido era o farfalhar das folhas. O Sol em poucos minutos já não reinaria mais no céu dando seu lugar a Lua. Inuyasha observou mais uma vez a vila e virou-se para os soldados. Todos estavam parados esperando por suas ordens.
-Vamos começar. Quero que cerquem a vila, nunca deixando a floresta, o silêncio é imprescindível nessa missão, não podemos deixar que descubram nossas posições. Quando eu der o sinal – um assovio – todos partirão para a vila, tentando manter o silêncio o máximo possível. Destruam tudo e todos. – InuYasha sussurrou aos demais, que concordaram com rápidos acenos de cabeça. – Espalhem-se.
Inuyasha tornou a subir em uma árvore e ficou observando os guerreiros se espalharem e aos poucos cercarem a vila. Suspirou, aquela seria uma longa noite. Não gostava muito da idéia de matar milhares de pessoas que não tinham nada a ver com aquela antiga rixa entre seus reinos, entrementes se aquele era o único jeito, teria de se conformar e fazer o que era necessário, ou o que ele julgava ser necessário.
Todos já estavam em seus postos. Atentos a todos os sons esperando que um único assovio destoasse do conjunto diurno e penetrasse a escuridão noturna, dando o início à grande batalha.
Inuyasha observou pela última vez a pacífica vila, já podia ver os destroços finais e o que restaria do local. Permitiu que o macabro assovio escapasse por seus lábios, e como ordenado por ele mesmo, todos os guerreiros avançaram. Pegaram, desprevenidos, os soldados que vigiavam as ruelas, e mataram-nos sem piedade. Adentraram casas e surpreenderam famílias. Começava mais uma chacina para ser acrescentada àquela guerra.
Por um tempo a batalha parecia ganha, logo os poucos soldados que ficaram vigiando o castelo desceram para dar assistência, não adiantou nada. Os guerreiros do Oeste continuavam em maior número.
Inuyasha juntara-se aos guerreiros orientando-os e comandando-os. O fogo já havia se espalhado. As casas estavam destruídas e o cheiro de sangue junto a fumaça impregnava o ar, o que não passava uma sensação muito boa ao príncipe.
Quando não restava mais resistência, a fumaça baixou e o cheiro pareceu dissipar um pouco. Foi nesse exato momento que Inuyasha sentiu um cheiro que o alarmou, deixou de observar os guerreiros, saqueando as riquezas da vila, para olhar ao redor preocupado.
Tinha algo errado.
Prendeu a respiração quando enfim percebeu o que estava acontecendo. Estavam cercados, por um número muito maior de youkais. Não sabia o que fazer e como última opção, gritou:
-É uma cilada! –
Não deu tempo para fazer muita coisa, quando os guerreiros do Oeste perceberam já estavam cercados. Os inúmeros guerreiros do Norte avançaram e a sangrenta batalha recomeçou.
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Sesshoumaru continuava a observar o desenvolver da batalha, os guerreiros que o haviam acompanhado desceram para dar assistência à vila e Sango lutava dando o melhor de si. Provaria que nenhum homem podia superá-la, não era pelo simples fato de ser mulher que era inferior àquele bando de machista, ou melhor, aquela sociedade machista que era realmente uma desgraça.
Corria com seu enorme bumerangue, acertando quem atrevesse cruzar seu caminho. Um enorme youkai acertou-lhe no estômago, derrubando seu bumerangue e chutando-o longe, levou as mãos ao local atingindo e cuspiu sangue ao atingir o chão.
Piscou algumas vezes tentando distinguir as silhuetas ao seu redor, sua vista estava nublada e fora de foco, sacudiu levemente a cabeça tentando enxergar o movimento ao seu redor, quando o mesmo youkai que a acertara pegou-a pelo pescoço, sua respiração ficou descompassada e as batidas de seu coração aceleram demais, seus braços estavam fracos, não tinha força para nada.
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Miroku que montara no cavalo, descera galopando, para ajudar na batalha. Pegara uma espada e acertava os soldados do Norte sem piedade. Viu vários guerreiros de seu próprio reino jogados no chão como se não passassem de pedaços de carne. O sangue começara a atrair moscas que se juntavam aos bandos sobre as carcaças, estava tão chocado com aquela cena – não que nunca tivesse visto algo assim, mas toda vez que se vê não se pode deixar de se espantar – que não percebera um youkai a sua frente. Ele acertou-lhe o cavalo que com um estridente relinchar empinou, derrubando-o.
Caíra deitado sobre o gramado avermelhado, e quando se deu conta o youkai já estava o atacando novamente com ferocidade. Procurou por algo para se defender, mas não tinha nada por perto que pudesse usar. Quando o youkai ia acertá-lo, ele rapidamente rolou para o lado desviando por poucos segundos. Por sorte achou uma espada jogada no chão, ao lado de um novo cadáver. O youkai avançara mais uma vez, só que dessa vez, ele, em um movimento ágil, pegou a espada e enfiou-a no peito do guerreiro. Suspirou aliviado, no entanto seu pânico aumentara ao perceber a situação de Sango.
-Droga – rosnou – Sango! Eu vou te salvar! – ele gritou agarrando a espada e se levantando, mas tudo parecia contra ele, outro youkai saltara em sua frente – saia da minha frente, eu não tenho tempo. Sango!
Tentara acertar o youkai, mas ele meramente desviara, tentara despista-lo, contudo não adiantara nada. Estava em pânico, precisava fazer alguma coisa, não se perdoaria jamais se ela morresse, não conseguiria seguir em frente com essa culpa e com a dor que isso lhe provocaria.
O youkai se preparou para dar o último golpe na jovem, Miroku, gritou em desespero acertando o youkai em sua frente, não daria tempo para salva-la. Quando subitamente ele ouviu um uivo de dor. Ao olhar para a jovem, ela estava caída no chão massageando o pescoço, ofegante, tentava reabastecer os pulmões com oxigênio, caíra deitada, sem forças para ostentar o próprio corpo.
Miroku viu o youkai segurar a mão decepada, tornou a olhar para Sango que possuía uma lança presa ao pulso. (sabe aquela lança que ela tem no pulso que fica escondida debaixo da roupa dela? É essa mesmo...) ele permitiu que um suspiro trêmulo escapasse de seus lábios, chegara a pensar que a perderia. Correu até ela, e acabou com o youkai antes que ele tentava alguma coisa novamente contra a jovem.
-Sango, você está bem? – ele perguntou ofegante, ajoelhando-se ao lado dela. Ela meramente concordou com um aceno de cabeça, estava fraca demais para dizer alguma coisa, sua experiência de quase morte a deixara aterrorizada. E quando pesou que morreria a única coisa que lhe veio a mente foi o triste pensamento: "Morrerei sem contar-lhe meus sentimentos..."
-Eu tenho que te tirar daqui, você precisa se recuperar, não conseguirá seguir com essa batalha... – ele sussurrou. Pegou-a no colo, e saiu correndo, precisava deixar o campo de batalha. Adentrou na floresta, distanciando-se um pouco mais da batalha, não queria correr riscos.
Deitou-a no gramado e permaneceu ao seu lado. Depois de um pequeno tempo, ele começou a escutar uns soluços e se virou para ela, espantou-se quando a viu chorar.
-Sango, o que houve? Você está ferida?
-E-eu só queria... – ela respirou fundo tentando pegar fôlego – provar que... q-que eu posso fazer alguma coisa certa... – ela sussurrou com a voz trêmula, embargada pelos soluços – m-mas acabei quase morrendo e-e ... arrisquei a sua v-vida... – ela fechou os olhos permitindo que as lágrimas rolassem livremente pelo seu rosto.
-Sango, você não tem culpa do que aconteceu. Você não precisa provar nada a ninguém, você é uma guerreira formidável, melhor do que muitos, algum dia, sonharam em ser. Você não arriscou minha vida, eu me arrisquei por você, por espontânea vontade, você não pode se culpar por algo assim... – ele respondeu secando as lágrimas do rosto da jovem.
-E-eu sinto muito... – ela suspirou. Ele olhou para ela cheio de compaixão, e começou a afagar seus cabelos, para tentar acalma-la. Quando se deu conta ela já estava adormecida.
o.o.o.o.o
Sesshoumaru percebeu que os guerreiros estavam começando a ficar cansados, tanto os do Norte quanto os seus próprios. Não lutavam mais com a mesma velocidade e estavam começando a se ferir com mais facilidade, já que estavam cansados para desviarem das investidas dos inimigos.
"Talvez já esteja na hora de pôr o plano em ação..." ele observou mais alguns minutos fazendo sua decisão. Puxou as rédeas do cavalo para o lado, fazendo o animal virar, apressou-o e quando chegou a Hytone, avisou:
-Hytone, prepare os guerreiros, vamos descer agora. Mande os arqueiros para frente do primeiro bloco.
-Mas, Alteza, o senhor não pretendia poupa-los para o final? – Hytone perguntou confuso com a súbita mudança de ordens.
-Mudei de idéia... Agora vá fazer o que mandei. Diga que quando eu der o sinal quero que eles comecem o ataque. Fale para os guerreiros de batalhas corporais ficarem logo atrás e se prepararem para descer.
-Sim, senhor! – Hytone montou no cavalo e saiu a galopar passando as novas instruções e organizando os blocos. Sesshoumaru voltou a observar a cidade. Ainda restava um grande número de guerreiros do Norte o que não era nada bom, mas logo essa situação estaria se invertendo.
-Tudo pronto, senhor! – Hytone informou parando ao seu lado.
-Ótimo! – certificou-se mais uma vez de que nada daria errado, e assim grito – ATACAR!
Uma chuva de flechas cobriu o céu e desceram velozmente, como grandes lanças, atingindo os soldados do Norte. O ataque ocorreu dessa forma mais três vezes e assim os soldados do Oeste desceram a colina, prontos para o ataque, os arqueiros se posicionaram em locais estratégicos, e matavam todos ao seu alcance. Sesshoumaru deixou o morro e se juntou a batalha.
O grande número de guerreiros do Oeste, agora passava do dobro de soldados que restavam na cidade. A batalha já estava ganha não tinha nada mais que eles pudessem fazer. "Espero que esteja tudo dando certo com o grupo que Inuyasha levou ao Norte..." Sesshoumaru pensou um pouco preocupado.
o.o.o.o
Kagome sorriu ao chegarem à entrada da floresta, reconhecia aquela floresta como à própria casa. Era acostumada a passar o tempo caminhado pelas pequenas trilhas de seu interior. Sentiu uma grande tranqüilidade ao se ver novamente no conforto das árvores. Sorriu ligeiramente e se virou para Shippou.
-Shippou, minha cabana fica ao poucos metros daqui, teremos de adentrar a floresta e caminhar só mais um pouco... –
-Certooo! – ele respondeu animado seguindo a jovem. Kagome tornou a andar e adentrar a floresta.
As baixas árvores que contornavam a mesma, foram se tornando altas, as copas começaram a cobriu o céu, e os troncos engrossaram. O ar era estranhamente mais úmido lá dentro, talvez por causa da vegetação fechada. Passaram por um pequeno riacho onde beberam um pouco de água e seguiram em frente.
Quando finalmente chegaram a uma clareira, onde se localizava uma pequena cabana no meio "Quanta falta eu senti daqui...!" Kagome pensou feliz. Shippou parou ao seu lado admirando o local.
-Essa é a sua casa, Kagome?
-É sim, Shippou. Vem vamos entrar, você deve estar cansado... – ela sorriu e ele devolveu o sorriso a acompanhado. No entanto Kagome parou subitamente e olhou ao redor com uma expressão muito preocupada, ela observava as árvores a frente, mas era como se visse muito mais além delas, além da própria floresta – Shippo, está sentindo esse cheiro de fumaça?
-Sim, qual o problema, Kagome? –
-Droga... – ela murmurou, toda aquela fumaça não podia significar coisa boa – Shippou, vamos entrar, eu vou preparar alguma coisa para você comer, e depois terei de fazer uma vistoria na floresta, essa fumaça toda só pode significar uma coisa: ou que está tendo um ataque, o que está ocorrendo um incêndio! E ambas as opções não são nada boas!
o.o.o
Quando os guerreiros escutaram o grito de Inuyasha já era tarde demais. Milhares de soldados irromperam das portas do castelo e detrás deste. Um número absurdamente grande.
-Como é! – Ayame gritou ao olhar ao redor, estavam cercados, não tinham como fugir. – droga, como pode haver tantos soldados aqui se tem um bando atacando o nosso reino!
Não teve tempo de concluir seus pensamentos quando foi atingida no rosto, por uma mão dura. Por causa da força do impacto ela voou contra uma das árvores da floresta batendo em seu tronco. Ela se levantou olhando ao redor procurando por quem havia a atingido e viu um youkai lobo rindo do outro lado do campo.
-Grrr! Você me paga! - Ela se levantou e saiu correndo em seu redemoinho de vento até ele. Pegou suas folhas e lançou-as como navalhas, ele se assustou parando de rir e tendo de saltar para desviar do ataque, porém não impedindo que elas cortassem seu rosto.
-Quem pensa que é! – ele rosnou e partiu para cima dela preparando-se para acertá-la mais um soco, ela desviou por poucos centímetros, no entanto ele não deixou de investir com um chute, que ela teve dificuldades para desviar.
Ela saltou, abaixando-se subitamente, fazendo com que ele passasse por cima, quando levantou, girou acertando-lhe um chute, desta vez ele atravessou o campo, mas se levantou rapidamente e voltou em sua direção.
-Cuidado, Kouga! – ela ouviu dois outros youkais lobos gritarem para seu adversário.
-Calem a boca! Eu posso dar conta disso sozinho! – ele gritou de volta, enquanto desviava de seus ataques.
-Ginta, o que podemos fazer? – um deles perguntou.
-Não sei, Hakkaku! – o outro respondeu, os dois assistiam a luta, até que um dos guerreiros do seu time, tentou ataca-los – CORRE! - e assim os dois saíram correndo desesperados. Ela deu um sorrisinho.
-É, Kouga, não é? – ele olhou nervoso para ela tentando acerta-la novamente – sinto te informar, mas me vencer não vai ser tão fácil assim...
-Hah, não me faça rir, eu vou acabar com você em dois segundos! –
-Hmm, veremos!
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Inuyasha olhou ao redor preocupado, não esperava por aquele ataque surpresa. Seus companheiros lutavam bravamente tentando vencer, mas ele sabia que agora não tinham mais chances, tinha mais do triplo de guerreiros do Norte. A única coisa que ainda os mantinha em batalha era que todos eram youkais, e podiam suportar mais.
No entanto, mesmo sendo youkais, uma hora não resistiriam mais. O que mais intrigava Inuyasha era o gigantesco número de guerreiros que estavam em campo, como aquilo era possível? Quando deixara seu reino vira o grande número de soldados do Norte que estavam em campo, sendo assim, como podia sobrar tudo isso no reino? Aquilo não fazia sentido, e aliás, o grande problema, como, raios, aquele maldito tinha descoberto sobre o ataque? Fora tudo planejado na hora, não tinha como ele saber, não fora como no outro ataque que tudo foi planeja uma semana antes, era impossível!
Inuyasha rosnou "bom, se vamos perder, vamos, ao menos, causar um grande estrago aqui!" ele pensou nervoso. Ele estalou os dedos e começou uma corrida disparada pelo campo, matava os humanos sem problemas, usava as garras para perfurar os adversários, não entregaria aquela vitória de bandeja de jeito nenhum.
Desviou de milhares de ataques, saltou, usou as lâminas de sangue, matando quem estivesse ao redor. Rosnou já estava se cansando e o cheiro de sangue estava começando a deixá-lo tonto. Balançou a cabeça rapidamente, e voltou ao ataque, ele já tinha de desviar dos cadáveres que agora começavam a se amontoar no chão.
De repente um youkai saltou na sua frente, tentando acerta-lo, ele saltou com habilidade passando por cima do youkai e acertando-o nas costas. Não olhou para trás, já partira para o próximo, acertando-lhe um soco e um chute, tirando-o do caminho.
-Maldição! Todo esse sangue e fumaça estão começando a afetar os meus sentidos! – ele rosnou. Saltando sobre uma árvore próxima, tentando achar ar puro, o que era impossível naquele momento, o ar já estava impregnado com todo aquele odor desagradável.
Subitamente sentiu a árvore, que estava sobre, começar a tombar, saltou antes que a mesma atingisse o chão, ele olhou ao redor e encontrou um enorme youkai, que tentou acerta-lo novamente. Ele desviou habilmente e se virou para o youkai, levou a mão à espada tirando-a da bainha, no entanto surpreendeu-se quando a mesma não se transformou no enorme canino com o qual ele estava acostumado. Rosnou segurando a espada velha e enferrujada, guardou-a novamente.
"Droga, por que a tessaiga não se transformou? Isso só acontece quando...!" ele arregalou os olhos, como podia ter se esquecido? Hoje era a sua noite humana! Como fora tão estúpido a ponto de se meter nessa enrascada! Olhou para o céu e viu o Sol quase se pondo atrás das montanhas. "Maldição! Maldição! Maldição!" tinha que sair daquele campo o mais rápido possível, do contrário estaria perdido.
O youkai avançou novamente e ele desviou, e saiu correndo, sabia que o mesmo continuava o perseguindo, precisava matá-lo enquanto ainda tinha seus poderes. No entanto, sentiu-se subitamente mais lento. "Não, droga!" olhou para o céu onde restava apenas o brilho de onde o Sol estivera. Olhou para as próprias mãos quando viu unhas humanas, e não suas letais garras. Seu cabelo escureceu, e ele sentiu a dor dos poucos ferimentos que tinha no corpo.
-Ora, ora, ora, não é que você é um Hanyou? Hah, vejo que tive muita sorte... – o youkai comentou cínico, partindo para o ataque, porém desta vez não conseguiu desviar como conseguiria se ainda estivesse em sua forma de youkai. As garras do youkai acertaram seu braço em um profundo corte, rasgando a manga de seu quimono.
Inuyasha rosnou de dor, levou a outra mão até o braço ferido, de onde, agora, escorria sangue. Ele sentiu a visão ficar ligeiramente turva, sacudiu a cabeça tentando faze-la voltar ao normal.
O youkai avançou novamente, porém dessa vez ele rapidamente pegou a espada com a bainha e se defendeu do ataque. Mas o youkai chutou-o, fazendo-o bater contra uma pedra, cair sem fôlego no chão e cuspir sangue. Não tinha forças para se levantar com um dos braços impossibilitados. O youkai veio se aproximando lentamente com um sorriso no rosto.
-Vou fazer você em picadinhos, moleque! – o youkai se abaixou e pegou pelos cabelos. Inuyasha reuniu toda sua força, segurando a espada e enfiou-a no coração do youkai. Este arrancou a espada, mas já era tarde, caiu morto no chão a poucos metros do príncipe.
Inuyasha estava ofegante, arrastou-se até a espada, guardando-a na bainha. Precisava se levantar antes que outro youkai viesse atacá-lo.
Levantou-se do chão com muita dificuldade e seguiu na direção da floresta, pelo menos lá estaria escondido.
O céu já estava escuro, e com as gigantescas copas das árvores, dentro da floresta tudo estava mais negro. Inuyasha se apoiava nas árvores para andar melhor, quando enfim já estava longe dos youkais, ele se sentou, tentando descansar um pouco, precisava acender uma fogueira, já estava muito frio e naquela forma humana não conseguia ver nada. Procurou por alguns gravetos e acendeu uma fogueira, ficou lá sentado descansando.
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Após cozinhar alguma coisa para Shippou, a jovem pegou seu arco e flechas, e deixou a clareira. A floresta estava muito escura e ela mal podia ver o que tinha a sua frente, no entanto, ela conhecia aquela floresta desde pequena e a explorava desde então, conhecia-a quase que de cor.
Ela caminhava silenciosamente, e muito atenta a tudo ao seu redor, não queria ser pega desprevenida. Ela passou por um riacho e seguiu por entre as árvores, apertando o arco em suas mãos, já segurando uma flecha. Tentava manter a respiração tranqüila, não queria passar a impressão de estar com medo, porque assim seria uma presa fácil.
Tropeçava algumas vezes em raízes elevadas, pisava em galhos e se assustava, trombava com os troncos das árvores e pedia desculpas.
Ela começou a ver uma luz, por entre as árvores, o que a intrigou, começou a correr querendo alcançá-la quando pega desprevenida, o chão lhe deixou os pés, uma cena muito similar de tempos atrás.
-AAHHHHHHH! – ela gritou escorregando pelo barranco até atingir o chão em um POFT! Como se esquecera daquele barranco! Sinceramente, lembrava de cada pedra no caminho, mas esquecia do barranco, e não era a primeira vez, ela SEMPRE escorregava naquele barranco! (não resisti XDDD)
-Você tem algum problema, garota! – ela ouviu uma voz masculina atrás de si. Ela sabia de quem era aquela voz, nunca poderia se esquecer ou confundi-la. Ela se virou subitamente para cumprimentá-lo:
-INUYA--- - mas parou ao perceber que não era ele, pelo visto se enganara, ta bom, podia até confundir, mas não se esquecera da voz do rapaz.
Ela ficou lá, parada sem saber o que dizer e então ficou apenas admirando-o. Ele possuía longos cabelos negros e olhos castanhos, usava um quimono vermelho e parecia irritado. Ele arregalou os olhos ao vê-la, o que a assustou, tinha alguma coisa no seu rosto?
-K-Kagome, o que está fazendo aqui! – como ele sabia o seu nome? Ela não se lembrava de ter dito, até porque tudo que chegou a dizer, na verdade foi um grito.
-E-eu te conheço?
o/oo/oo/oo/oo/oo/oo/oo/oo/oo/oo/oo/oo/oo/oo/o
Olha quem apareceu!
Depois de milênios sem atualizações, olha quem surge dos mortos! XD O engraçado é que me deu um surto de inspiração e em dois dias eu já estava com o capítulo pronto. Milagres acontecem, pode crê!
Quero muito, muito mesmo, desculpar-me com vocês, foi muito vacilo meu, mas eu espero que esse capítulo tenha valido a pena de se esperar, afinal, finalmente Inu e Kagome se encontram novamente!o/
Esse capítulo teve cenas de vários casais, inu/kag; san/mir e kou/aya, espero que tenha ficado bom! Agradeço de coração todas as reviews, mas como já demorei demais com o capítulo eu quero postar logo e então não responderei dessa vez, até porque o pessoal que as mandou nem deve lembrar mais XD
Tirei um peso enorme dos ombros terminando esse capítulo, e me sinto mais tranqüila. Acho que a próxima atualização de MI (Meu Inverno) vai ficar um pouco atrasada por causa desse capítulo, peço perdão.
Bom, acho que todos já perceberam que eu sou bastante enrolada XDD
Espero que tenham gostado do capítulo e que comentem!
Mil beijos a todo o pessoal que leu!
Nayome Isuy
