Chapter Two - Plataforma.

Putz! Acabei de acordar com mais um dos feitiços de minha mãe (por que alguém inventaria um feitiço para mandar um bando de agulhas de tricot cutucar o próprio filho?). Ah, quando dizem que os Potter são malucos eles têm motivo. E o pior é que eu nem sei por que ela me acordou tão cedo! São exatas 8:45 de um domingo chuvoso, (não exatamente chuvoso, parece que o mundo está caindo lá fora) do dia 1º de setembro e eu preci...Um momento, eu disse, 1º de setembro? Merlin! Hoje é o dia de ir pra Hogwarts! Agora sim tá tudo explicado...

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OK, OK, agora estamos eu, meus pais, um malão de madeira e Lentcil, a coruja que comprei lá no Beco (é mesmo, esqueci de falar dela! Ela é toda preta, e sua penugem parece veludo, tem grandes olhos azuis e bico prateado, e é muito inteligente também...) parados na entrada da estação de King Cross enquanto o Sr. Potter tenta achar o bilhete do trem...

Nossa! Quanta gente esquisita tem aqui!

Haha! Olha aquele guarda! Todo balofão vestindo um uniforme azul marinho com detalhes em vermelho... Parece que vai explodir! E vai mesmo... Tem algo de errado com ele... Ele está inflando? Que isso? Sim, ele está inflando! MUITO! E agora está flutuando também! Merlin! Salvem o cara!

-James! O que você está fazendo?

-EU? Eu não estou fazendo nada! O balofo ali é que está inflando!

-James, pare com isso já! Sabia que você pode ser expulso de Hogwarts?

-Mas eu ainda nem entrei em Hogwarts! E eles não podem me expulsar por não estar fazendo nada!

-JAMES POTTER! – Se tem algo que me assusta na minha mãe, é a potência que tem a voz dela – Pare-já-com-isso-mocinho! - ela rosnou.

-EU-NÃO-ESTOU-FAZENDO-ISSO!

A essa hora, o gordão já estava quase no teto da estação, inflando cada vez mais. Suas roupas já tinham perdido todos os botões imagináveis e já estavam com todas as costuras abertas quando meu pai resolveu fazer algo: sacou a varinha super discretamente e, sem dizer uma palavra sequer, fez a bola, quer dizer, o guarda esvaziar-se sutilmente e assim ir perdendo altura. Infelizmente os berros do bolão atraíram a atenção de muitos trouxas, e, quando meu pai finalmente conseguiu repô-lo no chão, a estação toda foi ver o que estava havendo com ele, e que truque fora aquele. Meus pais já muito furiosos comigo, que NÃO FIZ NADA, me levaram entre as plataformas 9 e 10 e praticamente me empurraram em uma pilastra, na qual eu juro que pensei que eles me espremeriam até a morte, mas incrivelmente eu atravessei a pilastra, e logo me vi em uma outra plataforma... Não a nove, nem a dez, mas a nove e três quartos, na qual uma locomotiva vermelha berrante indicava: Expresso Hogwarts.

Mamãe me olhou fundo nos olhos e disse:

- James, por favor, se comporte em Hogwarts! Aquilo é uma escola, e eu quero que você aproveite o máximo que você puder lá... Aquilo tudo é tão mágico que até as paredes poderiam te ensinar alguma coisa. Tome cuidado com Pirraça, o poltergeist; ele adora pregar peças nos alunos, e eu não quero que você se meta em encrenca. Se eu receber uma cartinha sequer de Hogwarts dizendo que você aprontou alguma, eu nem sei do que sou capaz!

-Juro solenemente não fazer nada de bom! - Disse eu com a minha cara mais cínica, estufando o peito.

E nisso o trem começou a andar e eu corri um pouco para alcançar a entrada do último vagão; a única cabine vaga era bem lá no rabo do trem, e foi de lá que vi uma furiosa senhora Potter berrar: "SE COMPORTA, POTTER!".

E logo as paisagens se tornaram apenas flashes: Eu não sabia que um trem corria tanto.

Estou aqui no trem faz meia-hora, mais ou menos, e está tudo tão... Chato! Vou andar por aí, ver se encontro algo mais legal pra fazer... Ah, mas eu não vou levar esse Recordius em forma de porquinho comigo não, que mico! Depois eu gravo o que aconteceu.